Família Weasley e seus Pokémon

Episódio 12
Família Weasley e seus Pokémons

 

 

   Até o por do sol, Harry e Hagrid passearam pelo beco, Hagrid contando ao menino várias coisas sobre Hogwarts e sobre o mundo dos bruxos. Harry estava preocupado dizendo que todos esperariam grandes coisas dele, por ele ter sido o bruxo que derrotou o Lorde das Trevas, mas que ele não sabia nada de magia e era apenas um garoto normal. Hagrid então tentou animá-lo. Falou que Harry se divertiria em Hogwarts, faria amigos e que ainda que ele tivesse problemas com sua fama, tudo valeria a pena.

   Então, quando a noite surgiu, Hagrid levou Harry na moto voadora até a rua dos Dursley. Harry deveria esperar o início das aulas na casa dos tios.

    Hagrid falou-lhe sobre o dia e a hora que deveria pegar o trem para Hogwarts e deu-lhe a passagem do trem.

   Então Harry, com Hoothoot no seu ombro onde ela havia passado o dia todo desde o momento em que ele a recebeu, arrastou o malão de rodinhas que havia comprado para transportar suas coisas até a porta dos Dursley, onde deu três batidas.

  O tio e a tia não ficaram nada contentes ao revê-lo. Menos ainda ao ver o shiny Hoothoot nos ombros de Harry quando ele entrou pela porta.

  - Ah! Então você está de volta! –disse a tia fechando rapidamente a porta atrás dele. –Depois de tudo o que nos fez passar, deveria ter vergonha de retornar...

  - Foram vocês que tentaram fugir pra que eu não soubesse da verdade sobre mim e sobre meus pais! –respondeu Harry, bravo.

  - Olhe só pra esse pokémon! –disse o tio. –Ele nem é normal. Os Hoothoot normais são marrons, o seu é um mostarda, uma cor de estragado! Um pokémon esquisito, como você!

   Hoothoot ficou chocada! Parecia que todos naquele dia queriam ofendê-la.

   - Ela é shiny! É rara, muitos treinadores procuram por pokémons shiny! –protestou Harry. –E ela nem era assim quando a recebi, foi tudo por causa de um encantamento...

   - Como ousa! –bradou o tio. –Não venha falar dessas maluquices nessa casa! Suba já para o seu quarto!

   - E eu espero que agora você não se torne um sobrinho ingrato e deixe de me ajudar com os serviços domésticos... –dizia a tia Petúnia enquanto Harry corria até seu quarto o mais rápido que podia puxando o malão.

   Fechou a porta, sentindo-se finalmente em paz.

  Nem acreditava que ainda teria que aturar aquilo durante um mês! Mas pelo menos agora tinha Hoothoot e o seu ovo.

   Aquele mês foi se passando e Harry percebeu que Duda, ao invés de aproveitar aqueles últimos dias que teria para lhe perseguir, estava o evitando. Na verdade, se ele percebia que estava a sós com Harry em algum lugar, saía correndo, sempre seguido pelo seu Geodude. Harry concluiu que o primo estava com medo dele agora que sabia que era um bruxo.

  Então, havia acabado! Finalmente chegou o dia de partir para Hogwarts. Com muito prazer o tio levou-o até a estação de trem, pois assim estaria livre do menino por um ano.

   - E avise ao seu amigo gigante que eu e Rhyperior estaremos preparados na próxima vez que nos encontrarmos! –Foi a última coisa que o tio falou, largando o menino e seu malão.

   Então Harry estava sozinho com Hoothoot no ombro, a bolsa pendurada de lado com seu ovo dentro, arrastando um malão atrás de si pela estação. Conferiu o bilhete. “Plataforma nove e meia”. Entretanto, encontrou apenas a plataforma nove e a dez, mas não havia uma plataforma nove e meia.

   - Não é possível... Deve haver algum engano... –disse Harry, confuso. Limpou os óculos e olhou novamente. Ele não estava vendo errado, realmente dizia “nove e meia”.

   Então saiu andando pela estação e caminhou durante alguns minutos. Pediu informação, mas as pessoas diziam que aquilo era um engano. Por fim ele se cansou e foi tomado de uma grande tristeza.

   - O que a gente faz, Hoothoot? –perguntou ele, desanimado, sentando-se em um banquinho e apoiando os cotovelos nos joelhos, fitando o chão, sentindo-se amargurado.

    - Hoooooo! –piou Hoothoot, em resposta. Foi um pio alerta, e Harry ergueu a cabeça para ver o que Hoothoot olhava.

    A coruja fitava fixamente uma família que andava apressadamente pela estação, rumo á plataforma nove e dez. Todos de cabelos vermelhos como fogo e sardas pelo rosto inteiro.

   Havia uma senhora rechonchuda que andava de mãos dadas com uma pequena menina, mais nova que Harry. A menina também andava de mãos dadas com o seu Pokémon, que tinha quase a sua altura: Um Teddiursa, meigo como ela.

   Havia também quatro meninos.

   O que parecia mais velho andava de nariz empinado empurrando o seu malão e um Emolga que voava pela estação volta e meia pousava no seu ombro.

  Depois tinha os gêmeos. Harry não teve dúvidas, eles eram iguais em cada sarda e até seus pokémons eram como irmãos: Um Plusle e um Minun, que eram carregados nos ombros de seus mestres.

  Por fim tinha o menino mais novo. Ele parecia muito nervoso, sério e trêmulo. Tinha um Rattata agarrado no braço direito. E aos pés do menino andava uma Chikorita vigilante com a cabeça erguida.

   - Repleto de trouxas, como sempre... –Harry conseguiu ouvir a mulher rechonchuda dizer.

  Animado, ele abraçou forte Hoothoot, agradecendo a ela pelo aviso. A corujinha choramingou, esmagada nos braços do dono.

   Então Harry puxou seu malão pela estação, seguindo-os.

   - Eu e Teddiursa queremos ir, mamãe... –dizia a menininha.

   - Você quer ir, maninha, mas Teddiursa só quer uma coisa na vida: mel! Mel e mais mel! –disse um dos gêmeos, o que tinha o Minun nos ombros.

   - Não é verdade! –protestou a menininha. –Nós não queremos mel, queremos ir pra Hogwarts, não é Teddiursa?

   Mas Teddiursa olhou para sua pequenina dona com um olhar de quem não tinha muita certeza se aquela Hogwarts que ela falava poderia ser melhor que um delicioso e cheiroso pote de mel.

   - Você ainda não tem idade, Gina. Ano que vem você irá. –Disse a mãe.

   A família havia parado em frente a uma parede que estava entre as plataformas nove e dez.

   - Bom Percy, você primeiro... –disse ela, ao menino mais velho.

    O menino pomposo disse em voz grave:

    - Emolga, vamos lá!

   O Emolga que voava alegremente pela estação passou voando por sobre a cabeça do menino, em toda velocidade e em direção à parede. Harry fez uma careta imaginando que o Pokémon iria se estatelar contra a parede, mas, para seu espanto ele desapareceu através dela. E o seu mestre fez o mesmo. Hoothoot piou no ombro de Harry, impressionada.

   - Agora você, George... –disse a mãe para o gêmeo que tinha o Minun no ombro.

  - Eu não sou o George, eu sou o Fred! Francamente, será que você nem consegue reconhecer os próprios filhos...

   - Ora, eu sei sim! –disse a mãe, sorrindo. –Até porque, George, é você que tem o Minun...

   - Ora mamãe, mas eu não tenho o Minun. Nossos pokémons estão trocados!

  E enquanto todos gargalhavam, Minun e Plusle, com sorrisos sapecas no rosto, saltaram de um gêmeo para o outro, indo assim para seus verdadeiros donos. A senhora rechonchuda não pareceu achar graça.

   - Isso não vale! –Protestou ela.

   Então Fred, com seu Plusle nos ombros, correu contra a parede e desapareceu, seguido por seu irmão gêmeo George e seu Minun.

   Restava apenas o menino mais novo quando Harry se aproximou.

  - Com licença... Estão indo pra Hogwarts? Eu queria saber como... –disse ele, nervoso, apontando para a parede.

   - Oh, querido, primeira vez que vai para lá não é? Também é a primeira vez de Rony. –E apontou para o menino mais novo que restava. –Mas não tenha medo. É só seguir em direção à parede, e você vai chegar à plataforma nova e meia...

   Harry olhou para a parede em sua frente. Parecia tão sólida!

   - Hoothoot? –chamou ele, esperando que ela se adiantasse para a barreira como fizera o Emolga de Percy e assim ele teria mais segurança pra cruzar a barreira.

   - Hooo! –protestou ela, como se dissesse: “Nada feito!”

   Sendo assim, ele engoliu seco, respirou fundo e começou a correr em direção à parede. No momento em que ia se chocar contra ela, fechou os olhos e quando abriu estava num lugar diferente.

   A sua frente havia uma longa locomotiva vermelha e em cima da sua cabeça havia uma placa: “Plataforma nove e meia”. Ao seu redor, vários bruxinhos com seus malões e pokémons!

    Ele conseguira! Atravessou a barreira e agora iria para Hogwarts! Finalmente a espera havia acabado e aquele era o primeiro dia de uma nova vida para Harry.

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