Feira de Exposição Pokémon



Episódio 3
Feira de Exposição Pokémon


 


            Instantes depois, tia Petúnia chamou Harry novamente.


            - Bem, decidimos levar você conosco no passeio à exposição de pokémon! –disse ela, mas mostrando-se totalmente desgostosa.


            Harry quase caiu pra trás.


            - A exposição... é sério?  -disse ele, surpreso.


Harry adoraria fazer a visita, mas sabia que os tios não queriam que ele realmente fosse com eles.


            - Eu não confio deixar você sozinho na minha casa! – disse a tia, cruzando os braços, determinada. – Então sugeri ao seu tio que o levássemos e deixássemos no carro durante o passeio...


            - ...Mas eu é que não confio em deixar você sozinho no meu carro novo! – Cortou tio Valter por sua vez, também cruzando os braços.


            Harry não podia acreditar! Iria mesmo visitar a feira de exposição de pokémon!  Ouvira falar da feira. Ela pertencia à um grupo de treinadores que treinavam muito duro com uma variedade de pokémons de diversas partes do mundo, para mostrá-los em ótima forma nessa feira. Alguns pokémons até faziam truques e números excelentes, segundo ouvira anunciar no noticiário.


            - Não fique aí parado! Vista alguma coisa de sair logo, estamos com pressa... –disse a tia.


            Alguma coisa de sair! Harry não tinha roupas para ocasiões como aquela. Na verdade, todas as roupas de Harry haviam sido, antes, de Duda. Roupas que não serviam mais no primo gorducho e que em Harry ainda ficavam largas e esquisitas.


            Quando o primo desceu as escadas, pronto para ir, seguido por seu Geodude, percebeu que Harry também ia e abriu o berreiro:


            - Não! Ele vai? Pai, não quero que ele vá! Mãe! Não!


            Geodude olhava de Duda para Harry com cara de que como quem pega um filme na metade. Não parecia entender o que se passava com aquele garoto estranho que de repente se tornara seu dono, e muito menos o seu problema com Harry.


            - Não olhe pra mim com essa cara, seu babaca! –gritou Duda para Geodude – Ele é um problema, ele sempre estraga tudo! Você não deve gostar dele!


            - Geo! – disse Geodude, como quem dizia: “Ah, ok, entendido!”. E para espanto de Harry, desse momento em diante Geodude só olhava com cara de mau para ele.


            - Oh, queridinho, não temos o que fazer com ele. –Explicou tia Petúnia para o filho mimado – Mas prometo que se ele estragar o seu passeio, deixo ele uma semana sem comer! Prometo!


            - É bom você não estragar tudo, pirralho... –disse o tio enquanto passava por Harry e ia para o carro.


            - Não farei nada... juro... –disse o menino.


            No carro, Harry teve que suportar as feias olhadas de Duda e seu Geodude. “Mas esse agora...”, pensou Harry, preocupando-se em como doiria um cascudo vindo daquelas mãozinhas de pedra. Os de Duda já eram tão doloridos e faziam galos em sua cabeça.


            Mas ao chegar à exposição, todos os seus temores desapareceram. O dia estava ensolarado, o céu azul, a brisa soprava suave. A exposição estava lotada de gente, de conversas, de risos, e de pokémons, tanto os da exposição, quanto os que acompanhavam seus mestres que passeavam por lá.


            Harry cuidou de andar um pouco afastado dos tios e do primo. A medida que se deixava ficar pra trás, o Geodude dedo-duro cutucou o primo e apontou para ele. O primo limitou-se a dizer:


            - Deixa, tomara que ele se perca para sempre...


            Geodude sorriu maldosamente e não voltou a olhar pra trás.


            “Acho que ele só quer que o Duda goste dele...” pensou Harry, subitamente.


            Mas logo tirou eles do pensamento. Havia tanta coisa legal para ver. Perto dali havia uma Rapidesh e uma Zebstrika, que faziam números de equitação com seus donos, um menino e uma menina que nem pareciam muito mais velhos que Harry. Viu também um Machamp que fazia malabarismos com seus dois pares de braços. Continuou andando, vendo tantos pokémons maravilhosos, pensando como queria ser qualquer um daqueles treinadores.


            Foi então que ele viu, em um alojamento de vidro, um solitário pokémon serpente. Ele não fazia nenhum número, apenas permanecia enrolado em um galho de uma pequena árvore. Harry se compadeceu do pokémon, dizendo:


            - É, eu sei como você se sente, solitário...


            O pokémon serpente olhou para ele estranhamente.


            - O que você disse? –perguntou o pokémon.


            Harry arregalou os olhos, mas o olhar da serpente era tão hipnótico que ele não podia desviar o olhar.


            - Que eu sei o que é se sentir solitário. –repetiu, ainda de olhos arregalados. E acrescentou –Eu conheço muitos dos pokémons que vi aqui... mas não conheço você. O que você é?


            - Sou uma Seviper. –respondeu. –Meu mestre me abandonou. Os donos da exposição ainda não sabem o que fazer comigo... eu só queria que eles me soltassem novamente na natureza... Mas eu não consigo falar isso para eles. Normalmente, humanos não são capazes de me compreender...


            Harry ficou espantado, mas ainda assim perguntou:


            - Porque ele te abandonou?


            - Ah, ele encontrou uma bela moça e decidiu que era hora de dedicar-se a família. Deixou-me pra exposição, mas os expositores estão preocupados... Ninguém quer ver o meu número...


            - Eu quero! – disse, animado.


            - Sério? Então lá vai...


            Seviper então se ergueu sobre o galho, esticando-se, apoiando-se apenas sobre a ponta da cauda, ficando tão reta quanto uma cana. E em seguida, começou a dançar, olhando fixamente para Harry, de uma forma hipnótica. Harry sentira-se estranho, mas era uma estranheza boa... e então, ele foi brutalmente lançado ao chão.


            Duda veio correndo e gritando “Olha pai, o que ele está fazendo! Sai da frente, idiota!”, mas Harry não ouvira devido o encantamento do pokémon serpente, então o primo o tirou do caminho. Duda colou-se ao vidro para ver Seviper dançar.


            Harry ficou tão zangado que desejou que aquele vidro sumisse e Duda caísse de cara no cativeiro do pokémon. E então, para a sua surpresa, foi exatamente o que aconteceu.


            - Adeus, amigo! Vou pra natureza! Quem sabe encontre um novo mestre que ficará comigo para sempre? -disse Seviper, enquanto passava por ele.


            Harry, mesmo assustado com tudo, sorriu para o pokémon. Achava graça na situação, ao mesmo tempo que sentia calafrios de espanto Como aquele vidro sumira? Será que fora porque ele desejara? Mas como?


            E o que era assustador: Como fora capaz de se comunicar com aquele pokémon?


          Geodude, por sua vez provando que era muito mais forte do que parecia, sozinho tirou Duda de dentro do cativeiro de água. O menino estava aos berros. 


           E assim acabou o passeio de Harry. O pior de tudo foi que os tios castigaram-no pelo que havia acontecido deixando-o dias sem comida. Como poderiam culpá-lo por aquele vidro que sumira?


           Harry sabia que somente pokémons tinham poderes, inclusive algum psíquico muito poderoso talvez pudesse ter feito aquele vidro sumir sem deixar cacos... mas ele? Ele era apenas um menino. Um menino normal.  Assim ele achava.


 




          


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