- Rumo à Morte Incerta

 - Então quer dizer que ele consegue ver testrálios?

 - Exatamente - Hagrid estava em pé na sala do diretor Neville,pois as cadeiras eram demasiado pequenas para ele;Neville permanecia sentado em sua escrivaninha,observando uns pergaminhos nos quais estava escrevendo a pouco - Eu fiquei realmente surpreso quando soube entende,um garotinho tão pequeno,não entendi como ele consegue vê-los sabe,ele não quis me dizer,então tentei vir imediatamente aqui contar ao senhor diretor Neville,mas só tive oportunidade de falar com você hoje a noite,pois estava viajando não é mesmo?

 - Interessante...

 - Interessante?Como assim interessante?

 - Imagino que Alvo tenha presenciado a morte da aluna Valerie McBleroy,uma garota do sexto ano que pertence a sonserina.Ou,no caso,pertencia.

 - O que há de interessante nisso?

 - O que matou a garota. - Neville levantou-se e foi até o armário onde estava ainda guardada a penseira que fora de Dumbledore.

 - MAS QUE ABSURDO! - Neville olhou imediatamente para Hagrid,tentando parecer neutro e sereno perante a situação - UM GAROTO DESSA IDADE QUE...QUE VÊ TESTRÁLIOS E... ORA NEVILLE,PELAS BARBAS DE MERLIN!COLOQUE CONTROLE NISSO!ISSO JÁ ESTÁ VIRANDO UM GRANDE TREM DESCARRILHADO!

 - Estou fazendo o máximo Hagrid.

 - Se fosse Dumbledore não estáriamos com tantos problemas... - sussurou Hagrid.

 - Porém,infelizmente,Dumbledore está morto,e precisamos nos concentrar no agora. - Hagrid corou radicalmente,não imaginou que ele poderia ter escutado - O que faremos será o seguinte... - então as portas do escritório se escancararam,e um Scorpius ofegante adentrou no aposento.

 - Dir-diret-diretor Ne-Ne...

 - Respire Scorpius. - E fazendo um gesto para a cadeira em frente a escrivaninha e disse - Sente-se.

 - Não há tempo!Alvo ele...Ele foi para a Câmara Secreta,ele teve outra visão,o homem que andou cometendo todos esses assassinatos está aqui em Hogwarts.

 - Impossível! - disse Hagrid,um pouco mais alto do que esperava,e assustando Scorpius um pouco (Ele,por incrível que pareça,não havia notado a presença de Hagrid) - Como ele conseguiria?

 - Preciso do Chapéu Seletor - Neville encarou Scorpius,que arregalou os olhos e apressou-se a acrescentar - Senhor - É o único jeito de ajudar o Alvo,ele precisava ir agora para a câmara então não poderia vir buscar e...Ora me dê o chapéu,por favor diretor Neville,ele não pode matar Alvo.

 - Só não entendo por que ele quer matar o pequeno Alvo!

 - Alvo é um estorvo para ele Hagrid - Neville voltou-se para a estante de livros atrás de sua mesa,onde estava acima dela o Chapéu Seletor - Esses sonhos e visões que ele anda tendo estão impedindo esse homem de completar seu plano,então ele precisa elimina-lo. - Hagrid parecia saber a resposta,mas gostaria de não ter recebido.Ele ficou mudo com o olhar assustado,sem reação.

 - Vou avisar Harry e Gina!Eles podem ajudar em alguma...

 - Rápido Hagrid,por favor,avise-os o quanto antes. - E assentindo com a cabeça ele de retirou,deixando Scorpius e Neville sozinhos.

 - Preciso lhe avisar - disse Neville,ainda apenas encarando o chapéu velho que estava no alto da estante - Que apenas...

 - ...Um verdadeiro grifinório pode tirar a espada do chapéu,eu sei!Por favor...

 - Pensou na possíbilidade de Alvo não conseguir retirar a espada?O que você poderia fazer para ajudar? - Scorpius congelou.Ele sabia que Alvo poderia retirar a espada,disso não tinha duvidas,mas se acontecesse alguma coisa e não houvesse tempo?E se apenas ele podesse fazer alguma coisa?Ele não iria conseguir retirar a espada,sabia que não.

 - E-Eu...

 - Rápido,vá ajudá-lo o quanto antes. - e entregando o chapéu nas mãos de Scorpius,que apenas concordou com a cabeça e saiu correndo do escritório,Neville voltou para seus pergaminhos.Não conseguiria voltar a se concentrar,mas não acreditava que poderia fazer algo a mais do que já havia feito.Ele não era forte e poderoso como fora Dumbledore,e concordava imensamente com o que Hagrid dissera sobre ele,no momento ele só conseguia disfarçar o medo que sentia e tentava fazer parecer que estava tudo sobre controle. 

 Enquanto isso...

 Alvo estava próximo ao banheiro da Murta-Que-Geme,faltavam apenas uns dois corredores e ele chegaria até lá.Ele corria apressado,quase sem fôlego,com a varinha sendo segurada fortemente em sua mão direita.
 Então ele chegou no banheiro da Murta,e sem fazer cerimônia,entrou,e foi direto até a pia para tentar abrir a câmara.

 - Ora,o pequeno Harry...

 - Alvo,Murta,meu nome é Alvo.
 
 - Ah mas é tão parecido com seu pai,dá na mesma não é? - ela voou até o encontro de Alvo,pairando por cima dele e indo se postar próxima a uma janela - O que veio fazer aqui?

 - Ele está aqui não está?Ele veio,para a câmara.

 - Óbviamente.Ele quer te matar não é? - Alvo não respondeu,estava encarando a torneira com um desenho de uma pequena cobra - Não é mesmo?Você vai entrar lá para morrer,e hoje não há ninguém que te salve,não é?Você...

 - Cale a boca Murta,deixe eu me concentrar.

 Murta pareceu imensamente ofendida,foi surpreendente que ela não começasse a fazer um escandalo;Alvo começou a se concentrar,imaginando que aquela cobra era real,imaginando-a se mexer,então tentou dizer em língua de cobra "Abra".Porém nada aconteceu.Ele tentou novamente,imaginando o máximo que pode que a cobra era real,então disse "Abra".Mas,novamente,não aconteceu nada.A pia não se moveu nem um centímetro sequer.

 - ABRA SUA CÂMARA IDIOTA!ABRA!

 - Você deve falar em uma língua estranha sabe,língua de cobra,senão não dá pra entrar.

 - EU SEI,EU SEI! - Muito frustrado,mas sem poder pensar na possibilidade de desistir,Alvo tornou a se concentrar.Fechou os olhos por alguns instantes,esquecendo de tudo que o rodeava e da situação em que se encontrava,pensando apenas na cobra mais real que pode imaginar.Então ele sussurrou - Abra.

 De repente ele ouviu um barulho,abriu os olhos e as pias estavam se movendo fazendo surgir uma passagem parecida com um buraco sem fim.Ele sorriu,olhou para o buraco e depois para Murta.

 - Me deseje boa sorte.

 - Se você morrer lá embaixo poderíamos dividir o banheiro para toda a eternidade,que tal? - Alvo apenas deu um pequeno sorrisinho pelo canto da boca.

 - Não pretendo morrer. - E entrando no buraco ele desapareceu. 

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