A rima perfeita



- Capítulo vinte -
A rima perfeita


Harry, Rony e Hermione estavam agora rodeados por vinte e nove alunos no meio do "nada" e longe do corredor em que antes se encontravam.
- Não estamos... Estamos? - murmurou Simas.
- Dentro do Triângulo? Sim - disse Harry. - Quero dizer, Dumbledore disse que podemos estar em outra dimensão, mas que há razões para se acreditar que estamos mesmo dentro do Triângulo.
- Isso aqui é o meio do nada, isso sim - falou Rony, olhando para o infinito branqueado que existia para todo lado.
- Dumbledore disse isso também - lembrou Harry, guardando o Triângulo Sagrado no bolso.
- E você já tentou andar?
- Andar?
- Sim... andar.
- Mas aqui é o infinito, Rony, não tem para onde ir - explicou Harry. - Vê. É tudo branco. Só podemos ver a nós mesmos.
- Hum... precisamos dar um jeito nisso - disse Hermione, pensativa. - Já sei!
A garota sacou a varinha e conjurou cadeiras, almofadas, livros, um sofá, uma mesa e um grande tapete vermelho. Diante do olhar espantado de todos, ajeitou tudo como se estivessem em uma sala circular mobiliada. Harry nunca vira alguém fazer aparecer objetos do nada com tanta facilidade, exceto por Dumbledore.
- Você é demais - Harry deixou escapar, espantado.
- Ficou ótimo - comentou Daisy, folheando um livro intitulado O Combate às Trevas.
- Ah, isso não é nada - desconsiderou-os Hermione, corando levemente. - E sabem, tudo isso aqui não é de verdade.
- Não? - falou Rony, sentando-se em uma cadeira. - Mas parece ser bem real.
- Desde que você queira acreditar que são de verdade - explicou Hermione. - Ponha em sua cabeça que o que está embaixo de você não é uma cadeira e verá o que acontece.
Rony franziu a testa e, ao fazer isto, atravessou a cadeira e caiu sentado no chão.
Todos riram.
- Essa cadeira é um fantasma?
- Não, não é um fantasma - disse Hermione, rindo. - Vocês nunca prestam atenção nas aulas, não é mesmo? Isso aqui é um Feitiço Ilusionário. Você pode fazer cópias bem reais do que deseja, desde que acredite que são de verdade. Agora, só falta uma coisa.
Ela desenhou com a varinha no tapete um A e um D bem grandes.
- Valeu, Hermione - agradeceu Harry. - Agora, o que vocês acham de começarmos desde o começo? Revermos os feitiços mais simples...
- Ah, nós não vamos ver nada novo? - perguntou Simas, ansioso.
- Assim não vai ter graça - protestou Dino.
- Hoje não. Acho que temos que treinar um pouco de tudo desde o começo - disse Harry. - Lembre-se também que temos alunos novos. Precisamos estar todos muito bem treinados.
- Eu concordo com o Harry - falou Hermione. - E lembrem-se, Harry é o professor-líder. Ele é quem decide. E acho que devemos concordar que a idéia dele é ótima.
- Você é a subchefe, Hermione - disse Harry. - Pra começar a idéia da AD veio de você.
- Ah... Obrigada.
- Vamos começar logo - exclamou Justino, batendo palmas. - É muito bom, desde que treinemos. Acho que ainda não sou muito bom naquele Feitiço de Desarmamento.
- Ótimo. Porque vamos começar com ele.
Harry organizou os pares. Pôs Rony com Justino, Hermione com Max e pegou Daisy para treinar.
Logo varinhas voavam por todo lado. Daisy estava com a varinha apontada para Harry, gritando, mas nada acontecia. Harry a desarmou.
- Olhe só, Daisy. Você está pronunciando errado, por isso não funciona - explicou ele, pegando a varinha no chão e devolvendo-a para a garota. - O feitiço é "Expelliarmus" e não "Expellitarmus".
Harry virou-se para trás e viu Hermione desarmando Max. Que categoria, que perfeição, pensou ele. Seria muito bom não entrar mais em conflitos com a garota. Seria muito bom se eles ficassem bem um com o outro para sempre... Para sempre? Não estaria pensando nisso. Ou estaria?
Harry sentiu a varinha deslizar para fora de sua mão.
- Iupiii! - comemorou Daisy, feliz. - Consegui desarmar meu professor e no meu primeiro dia de aula! Eu consegui!
Hermione olhou para Harry, sorrindo. Fora pego distraído, mas achou melhor não lembrar à Daisy de que ela jamais pegaria um Comensal da Morte olhando para outra mulher distraidamente, apaixonado.
Apaixonado?, pensou ele. Ele amava Hermione, e sabia muito bem disso. Talvez Comensais da Morte não fossem capazes de amar. E talvez Hermione também estivesse pensando em alguma coisa quando foi surpreendida por Max, que a desarmou.
Em seguida Harry e Hermione saíram patrulhando a turma.
- Eles vão ficar muito bons - comentou Hermione, animada. - Você vai ver, Harry, em breve seremos a melhor equipe de defesa contra as trevas. Tente pronunciar o "ex" com mais força e o "pelliarmus" com mais flexibilidade - recomendou a Neville.
Hermione estava contente. Isto era ótimo.
- Sim, concordo... Futuros aurores - disse Harry, feliz. - Quando for desarmar alguém, procure mirar na região do estômago, que é a parte do corpo em que o feitiço é distribuído para todos os membros, obrigando seu oponente a largar qualquer coisa que esteja carregando - disse a Max. - Remo me ensinou essa técnica.
Então está tudo bem com Hermione, pensou. Não precisaria mais brigar com ela. Na verdade, longe disso.
De repente veio à sua cabeça que no dia seguinte a garota estaria completando dezesseis anos.
- Eu acho que estou dominando bem a coisa - comentou Justino, excitado, que acabara de desarmar Suzana Bones.
Quando Justino se virou para admirar o resto da turma treinando, Suzana foi até Harry e Hermione e cochichou:
- Por favor, não digam a ele que fui eu quem deixou minha varinha cair acidentalmente.


Todos foram dormir após a reunião da AD. Harry estava realmente feliz e cansado. Não sabia o porquê, mas sentia que coisas muito boas estavam por vir em breve. Enquanto isso se contentava com os pesadelos. Seriam pesadelos? Porque será que pareciam tão reais? Desta vez ele se vira caindo em um abismo e acordou ao estabacar-se no chão. E supôs que seria mais ou menos assim que teria morrido se seus amigos não tivessem o impedido de se atirar da torre.
Acordou suado, gritando:
- NÃO FAÇA ISSO!
- Mas eu nem me mexi - protestou Rony, em sua cama, que acabara de acordar, também, assustado.


A segunda feira estava repleta de alegrias. A noite anterior parecia ter dado uma guinada no ânimo dos alunos com a volta da AD. Não se aquietaram durante o café da manhã, muitas vezes perguntando a Harry se algum amigo poderia participar também.
- Ótimo! - dizia Harry. - Sempre cabe mais um!
Para completar Harry estava muito feliz, pois recebera os resultados da segunda etapa do Torneio Mirim e, desta vez, com a grande notícia de que superara Vítor Krum. Vítor fora eliminado. Agora só restavam ele, Hermione e Draco.
Harry ficou imaginando por um tempo o que Draco estaria fazendo num Torneio desses, mas, foi interrompido por Daisy, que entrou no Salão com um ar todo sorridente.
- Oi - disse ela. - Aniversário da Mione. Hoje.
- É - disse Harry, sem graça (na verdade sabia disso, e ficara pensando na noite anterior sobre). - Hum...
- E aí? O que você dará a ela? Flores? - insistiu Daisy, sentando-se defronte a Harry, afastando a tigela de pão com torresmos de perto com uma expressão de nojo no rosto. - Eu sei que ela gosta de rosas, sabe? Mas que garota não gosta de receber rosas, não é?
Harry ficou encarando Daisy, abobado. Seria a sua obrigação presentear Hermione só porque outrora eles tiveram um relacionamento nada duradouro?
- Hoje posso te ajudar a escolher algo bem legal em Hogsmeade, se você quiser.
Certo, pensou Harry, largando sua torrada, não seria nada comprometedor presentear Hermione em seu aniversário. Seria de amigo para amigo. Não compraria nada comprometedor...


- Uma dúzia de rosas, por favor - pediu Harry, uma hora depois, em uma lojinha pacata de flores que abrira a pouco em Hogsmeade, Daisy ao seu lado, aos saltos, animada.
- Por favor, poderia caprichar num buquê para o meu amigo? - pediu ela. - Ele é Harry Potter, sabe - informou, apreciando curiosamente a reação da florista, que contemplou a cicatriz do garoto, surpresa.
- Abaixa a bola, Daisy, não quero fazer alarme - sussurrou ele. - Além do mais estamos aqui ilegalmente. Não devíamos...
- Harry, pare e pense. Viemos com sua Capa de Invisibilidade - falou Daisy, cheirando uma flor muito esquisita que se encontrava no balcão. - Você tem uma Capa de Invisibilidade. E qualquer um que possuir uma capa dessas usaria ela para cometer ilegalidades. É óbvio.
- Sério? E eu acho que você anda convivendo muito com a Hermione ultimamente.
- Ah, sim. Gosto dela.
- Agora me explica - pediu Harry, cinco minutos depois, com um buquê de rosas enormíssimo em mãos, enfeitado com laços cor de rosa caprichosamente amarrados, envolto a cipós com ervas muito verdes perfumadas e, acima de tudo, juntamente com um cartão romântico, haviam dois hipogrifos de pelúcia com um coração no meio, separando-os. - Como é que você acha que eu vou sair por aí carregando isto sem que ninguém perceba?
Daisy riu.
- Isso é o de menos. Achei que a pergunta fosse: "E se acharem que sou gay?".
- Ei... - exclamou Harry, tentando enxergar a amiga através do buquê. - E se acharem que sou?
- Ah, Harry, qual é. Isto não te tornaria nem melhor nem pior do que ninguém. Antiquados são aqueles que têm vergonha de sair por aí com rosas na mão demonstrando um gesto de a...
Daisy calou-se. Em seguida, Harry ouviu um baque suave.
- Daisy? Daisy? Me deixou aqui, é?
Mas ela continuava lá, descobriu Harry, quando apoiou o buquê no balcão, que a amiga simplesmente desmaiara.
- Ah, não - murmurou ele. - Malditas fadas do sono!
E agora? Não poderia deixá-la ali. A não ser que...
-... e seu segredo jamais será revelado.
Daisy estava agora segura dentro do Triângulo Sagrado. Harry não sabia quanto tempo ela demoraria a despertar do sono das fadas e achou inadequado sair arrastando-a por aí.
O garoto aproveitou para guardar o buquê dentro do Triângulo também, assim ninguém precisaria ficar sabendo.
Ao sair da floricultura, Harry trombou com alguém que o derrubou no chão com muita força.
- Olhe por onde anda, Potter - ralhou Draco Malfoy.
O loiro parecia muito zangado. Estava com terríveis arranhões no rosto e no braço e tinha em uma das mãos um punhado de pêlos.
- O que faz aqui em dia de aula? - quis saber Harry, curioso.
- E o que você faz aqui? - retrucou Draco. - Ah, sim – acrescentou, olhando para a floricultura. - Comprando flores para a namoradinha Granger, é?
- Não é da sua conta.
- Olha só, Potter, eu adoraria ficar aqui batendo um papo sobre sua vidinha amorosa - resmungou Draco, afastando o cabelo dos olhos -, mas não posso. Tenho mais o que fazer.
E bateu em retirada.
Harry seguiu-o, desejando muito saber que coisas ele teria a fazer, mas perdeu-o de vista ao virar uma esquina e deparar com uma rua completamente vazia.


De volta a Hogwarts, Harry correu para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- Harry - saudou-o Rômulo Lupin.
- Professor.
Harry olhou no fundo da sala e encontrou Rony. Onde estaria Hermione?
- Onde é que você estava? - perguntou o amigo.
- Fui pôr gasolina no carro - respondeu Harry.
Rony encarou-o.
- Tá. Essa foi a pior mentira que você já inventou.
- Ok, ok - rendeu-se Harry. - Eu fui comprar flores Onde o Sol Nasce e estou com a Daisy tirando um cochilo dentro do meu bolso.
Rony caiu da cadeira.
- Retiro o que disse - disse Rony. - Essa sim foi a pior.
- Mas é verdade - cochichou Harry. - É que a Daisy teve um daqueles desmaios provocados pelo sono instantâneo que ela sofre. Estávamos na floricultura e tive que colocá-la dentro do Triângulo para trazê-la de volta ao castelo.
- Você foi comprar flores? - perguntou Rony, rindo.
- Fui.
- Pra Hermione?
- Sim.
Desta vez Rony caiu na gargalhada.
- O que é engraçado? - retrucou Harry. - Eu não sou gay!
- Eu nunca disse que era - justificou Rony. - É outra coisa...
- O quê?
Rony aproximou-se do amigo e falou baixinho:
- Sabe o que é engraçado? Você comprou flores para a Hermione, não é? O problema é que ela foi para a casa dos pais comemorar o aniversário.
Desta vez fora Harry quem caiu da cadeira.
Lupin pigarreou.
- Será que estamos precisando reformar essa escola?
- Talvez, senhor.
Rony esperou Lupin voltar à matéria para perguntar a Harry.
- Onde é que você disse que o sol nasce? Porque foi comprar flores lá?
- Porque, Rony, Onde o Sol Nasce é o nome de uma floricultura - respondeu, cansado. - Floricultura, sabe. Um lugarzinho onde se vendem flores.


Harry ficou mal humorado ao saber que nem tivera a chance de parabernizar Hermione. Quando a veria? Certamente ela não demoraria a retornar, ou pelo menos nisso ele queria acreditar (afinal, onde já se viu Hermione Granger ausentar-se por mais de um dia das aulas e deveres?).
A idéia de declarar-se à Hermione começara de uma coisa boba, mas que agora ele levava muito a sério. Até escrevera um poema para distrair-se. Não conseguia se concentrar nas aulas. Só pensava em duas coisas: Hermione e Hermione.
Passara um grande vexame na aula de Poções quando o professor Snape fez-lhe uma pergunta consideravelmente fácil:
- Qual poção pode ser preparada com apenas um ingrediente?
Estava com a resposta certa na língua. No entanto...
- Hermione - exclamou. - Quero dizer... a Poção da...
Mas era tarde demais. Ninguém mais o escutava. A masmorra fria de Snape enchera-se de risos estrondosos. Uma das piores coisas foi ver Snape enfatizando-o diante Malfoy e a turma de sonserinos.
- Se alguém que não sonha com um príncipe encantado que troca o nome de namoradas por poções em plena sala de aula puder me responder qual poção poder ser preparada com apenas um ingrediente, desde que ele esteja bem conservado...
- A Poção da Confiança - respondeu Malfoy, rindo abobalhadamente.
Harry desejou profundamente que Malfoy escorregasse no chão e batesse com força a cabeça loura num caldeirão enferrujado. Mas não ficou esperando este feito maravilhoso porque tinha coisas mais importantes a fazer: ficar o mais longe o possível daquela turma que agora não parava de tirar sarro de sua cara.
O dia que anteriormente Harry presumiu que fosse maravilhoso passou exaustivamente e, às onze horas da noite, o garoto largou-se na poltrona defronte à lareira do Salão Comunal da Grifinória. Ficou admirando o fogo encrespando-se. O fogo... as chamas... Hermione!
- Olá!
- Hermione? - Harry pulou da poltrona.
Era ela. A mesmíssima Hermione de sempre. Bonita. Simpática. Inteligente. E, no momento, sorridente.
- Decidi voltar hoje mesmo - explicou ela, jogando a capa em uma poltrona. - O dia foi tão divertido, mas nem quero pensar no que vai ser de mim se perder mais aulas. Harry... você está bem?
- S-sim... Q-quero dizer - gaguejou Harry. - É que tem algo que... Quero lhe mostrar uma coisa.
Ele tirou o Triângulo Sagrado do bolso e pediu a mão da garota. Em seguida, ordenou a passagem para dentro do objeto, e lá estavam eles, naquela "sala" circular que Hermione mobiliara para os treinos.
Harry ajoelhou-se diante dela, o buquê agora em mãos.
- Hermione. Você é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço ou jamais terei a chance de conhecer. Porque você tem o brilho único das estrelas. Uma coisa especial que me faz sorrir quando você está feliz ou chorar quando você está triste. Uma coisa que liga minha pessoa a sua. Uma coisa que faz de nós, eu e você, uma pessoa só. Somos a rima perfeita.
"Esta, eu lhe garanto, é a melhor coisa que alguém pode sentir. Um sentimento tão forte que faz com que eu não pare de pensar em você, lembrar de você, ou até ser motivo de piadas em Poções".
Hermione estava realmente envergonhada e também surpresa. Ela abriu a boca e Harry tinha certeza de que a garota ia perguntar o porquê de ser motivo de piadas em Poções, mas ele falou depressa:
- Depois eu te explico melhor.
"Enfim, um sentimento regido por você que desperta cada fibra de meu ser. Quando estou com você me sinto completo. Quando não estou quero estar. Porque é a necessidade que sinto à sua ausência quando estou desesperadamente louco por você, fisgado pela poderosa e bela armadilha do amor. Porque sim, Hermione... eu te amo!".
- Oh, Harry, isso é tão...
- Não terminei.
- Desculpe.
- Eu te amo tanto que tudo o mais que se passa em minha vida parece secundário. O que mais me importa é você. E estar com você é o que eu quero, se me permitir.
"E através desse buquê, com estas lindas (e caríssimas) rosas, eu mostro minha devoção por você. Muito embora estas rosas (que por sinal caríssimas) não se comparem à sua beleza natural, lhe dou esse buquê (já disse que são caras?), com o intuito de dizer-lhe que eu te amo muito".
Hermione paralisou. Olhava para Harry sem nem mexer os olhos. Parecia enfeitiçada.
- Tá, agora acabou - avisou Harry.
- Oh! Harry! Eu... não sei como agradecer... Eu...
Harry empurrou o buquê na mão dela e disse:
- Sua presença é o bastante! A propósito, feliz aniversário!
Hermione colocou as rosas na poltrona ilusionária que a mesma criou e abraçou Harry. Não podiam esperar mais. Simplesmente não podiam.
Hermione queria isso. Queria muito. Isso ficou claro para ele. Na verdade, desde o primeiro beijo no Expresso de Hogwarts os dois se ansiavam, e ansiavam muito por isso. Juntaram os lábios um no outro. Suas línguas se encontraram, desta vez com uma intensidade maior do que nunca. O coração de Harry estava acelerado. Beijava a garota que amava em um lugar que ninguém poderia incomodá-los, longe de todos.
- Eu... te amo... muito... Harry - ofegou Hermione em meio aos beijos que se davam. - Muito mesmo...
- Fique comigo, Hermione... Por favor - pediu Harry, afastando o rosto para apreciar os olhos castanhos da garota que brilhavam como nunca.
- Não precisa pedir - disse a garota instantaneamente. - Quero só você. Quero ser só sua.
Harry agora sabia porque pressentira que o dia seria ótimo.
- Eu te amo, Hermione Granger!
- Eu te amo, Harry Potter!
Harry passou a mão carinhosamente pelos cabelos ondulados de Hermione. Como o tempo passa, pensou. Não fazia muito tempo que se conheceram. Eram pequenos, não tinham idéia de como acabariam. No entanto, ela continuava linda. E mais do que nunca Harry Potter queria Hermione Granger.
- Amei tudo o que você disse - falou Hermione, abraçada ao namorado. – Foi realmente lindo. Como consegue?
- Ah, sim - Harry tirou um pedaço de pergaminho do bolso. - Na verdade estava tudo escrito aqui. Só precisei decorar.
- Você é impossível! - disse Hermione, rindo. - E estas rosas! São muito lindas!
- É, a Daisy me ajudou a...
Daisy, lembrou Harry, de repente. Esquecera-se dela.
- Olá, pombinhos - disse uma voz saída de trás da poltrona.
Daisy ergueu-se, sorridente.
- Foi mal! Eu te esqueci aqui dentro! - exclamou ele, preocupado.
- Ah, tudo bem, se não esquecesse eu não teria visto esta cena maravilhosa - disse ela, abraçando Hermione. - Feliz aniversário Hermione! Parabéns! E parabéns, Harry, você foi incrível! Nem parece que fui eu quem o criou!
- Obrigado! - agradeceu ele, rindo. - Agora segurem aqui. Vamos sair do Triângulo...


As coisas andavam muito bem. Harry e Hermione finalmente juntos; a AD firme e forte (treinando feitiços defensivos) e os treinos de quadribol favorecendo a Grifinória. Embora os professores estivessem pegando pesado agora com a carga de deveres, já que o Natal se aproximava, Harry não tinha do que reclamar. Afinal, Hermione era sua namorada.
- Amor, você errou aqui - avisou Hermione, que revisava o trabalho de História da Magia de Harry. - E aqui.
- Ãn... Errei, é? - falou Harry, distraído, apoiando-se com o cotovelo, observando sua beleza angelical riscando nomes e datas aqui e ali.
- Em que é que você anda pensando? - perguntou ela, largando a pena.
- Acontece que ele não consegue parar de pensar em você, Hermione - disse Gina em voz alta, que fazia seu dever, deitada no tapete da Grifinória.
- Harry, procure se concentrar. Por favor, não estrague a si mesmo só por minha causa - pediu Hermione.
- Oh, amorzinho. Você não me estraga. Estou ótimo com você! E eu te amo!
- Ah, que fofo... Também te amo!
E se beijaram novamente.
Rony olhava para os dois, enojado.
- Eles têm mesmo que fazerem isso a cada cinco minutos?
- Quando você tiver uma namorada de verdade, vai entender o que é isso, Ronald - comentou Gina.
Rony bufou.
- Quando eu tiver uma namorada vou deixar ela respirar, sabe, para não correr o risco de perdê-la.
- A propósito, como você está...? - começou Gina.
- Não quero falar sobre isso - cortou Rony.


Sexta feira, comemorando a véspera de Natal, os membros da AD abandonaram as aulas e deitaram-se sobre a grama diante ao lago. Hermione só fez isso após a aula de Transfiguração. Harry viu a garota dirigindo-se à turma com Bichento no colo.
- Finalmente o achou. Onde ele estava?
- Passeando próximo às masmorras - disse ela, sentando-se também. - Mas ele está muito estranho. Não sei o que fizeram com ele.
- Posso dar uma olhada nele? - pediu Daisy.
Hermione entregou o gato à amiga. Ela o pegou e encarou-o nos olhos.
- Olá, Bichento. Como vai você? O que lhe fizeram? Viu algo estranho?
- E você está esperando uma resposta dele? - perguntou Rony, incrédulo. - Tá legal, só para lembrar... Ele é um gato, mulher!
- Eu sei que é, Rony - disse Daisy, coçando as orelhas de Bichento. - Mas eu posso falar com os animais.
- E eu sou a Chapeuzinho Vermelho - ironizou Rony.
Hermione cutucou o amigo.
- Será que você não tem tato? - falou baixinho de modo que só o amigo a ouvisse. - Não tem sentimentos?
- Ótimo - resmungou Rony. - Será que eu morri por dentro?
- Tem algo muito estranho com esse gato - analisou Daisy, mexendo no pêlo alaranjado dele. - Não respondeu às minhas perguntas. Ele sequer miou.
A esta altura da vida, Harry aprendera a não duvidar de nada quando estava embrenhado no mundo da magia. Mas não sabia se acreditava que Daisy falava com animais ou não. E além do mais não queria magoar a amiga, já que passaria o Natal com ela e Max (os irmãos foram convidados à Ordem da Fênix, já que não tinham com quem passar o Natal).

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