It's Time To Begin, Isn't It?

It's Time To Begin, Isn't It?



Narrado por Marlene McKinnon.


 


Se me fizessem esperar mais quinze minutos naquela cadeira dura, eu ia cometer um homicídio. E por mais estranho que isso pareça, não seria com Sirius.


Estávamos há quatro horas naquele hospital. Nunca pensei que cuidar de um paciente pudesse demorar tanto tempo. Vai que Sirius e Dorcas já estivessem bem e os médicos tenham ficado jogando pôquer, quem perder vem explicar a situação para a gente. Essa é a opção mais razoável.


Sinto pena dos pés de Remus. Ele andava de um lado para o outro na sala de espera há horas, não conseguia parar quieto um minuto. Eu estava com uma extrema vontade de ir no supermercado do outro lado da rua e comprar cola Bonder, pra prender o traseiro dele na cadeira. Nem sei se isso adiantaria.


Parei de pensar em planos maléficos quando senti Lily se levantar ao meu lado. Ela correu para a porta e se jogou em cima de alguém.


-Zac! - exclamou.


Eu não o teria reconhecido. Não o vejo há, sei lá, duas semanas? Acho que ele cortou o cabelo. Parou de usar roupas de adolescentes. Mas continua idiota.


-Só cuidado para não me deixar como seus amigos – ele brincou, ao se aproximar. Ah, já sei o que ele tem de diferente! Está usando sapatos pretos. Eu sabia. - Alguma notícia deles?


-Nem uma palavra – disse James – Acho melhor eles se apressarem, porque daqui a pouco Remus vai furar o chão.


-Pessoal, acabou o suco de uva, então eu trouxe de aba... - Chloe se aproximava com uma bandeja cheia de copos, com Alyson nos seus calcanhares. As duas pararam surpresas ao ver Zac, com Lily ainda pendurada em seu pescoço. Tive quase certeza que vi Alyson lançar um olhar confuso a James, como se pensasse que Zac e Lily... Isso é nojento, não vou falar.


-Zac, essas são Chloe e Alyson – disse Lily, quebrando o silêncio – Elas nos deram carona quando a van estragou – As duas deram sorrisinhos acanhados – E meninas, esse é Zac, digamos que foi ele quem começou com a banda. Foi ele quem nos uniu, para falar a verdade.


A bandeja tremeu precariamente em uma das mãos de Chloe, quando ela correu para cumprimentar Zac.


-Então você é uma das pessoas mais maravilhosas existentes na face da Terra! - disse, sacudindo a mão dele – Devemos tudo a você, obrigado por ter criado a School of Rock!


Zac olhou para nós confuso, e James formou palavras com os lábios, sem emitir som: "Elas são malucas". Há! Como se ele fosse o Sr. Normal.


-Parentes de Sirius Black? - chamou uma voz da porta. Éramos os únicos da sala de espera, então o médico se assustou quando todos levantamos as mãos – Umm, ok. Vocês sabem se ele tem alguma relação forte com esportes? Talvez canoagem, ou coisa parecida?


Nos entreolhamos.


-Como é que é? - perguntou Zac.


-O Sr. Black resmungou palavras desconexas enquanto estava sedado, e chegamos a conclusão que ele gosta de canoagem. Ficava pedindo por um remo...


Comecei a rir.


-É comigo. - disse Remus, dando um passo a frente – Quero dizer, não o remo, me chamo Remus, mas... Ah, vocês entenderam.


-Me acompanhe por favor, Sr. Remo.


Os dois saíram da sala.


-Sirius gosta de canoagem? - perguntou James, confuso.


Revirei os olhos.


Típico.


 


Narrado por Remus Lupin.


 


Eu quase caí duro pra trás quando vi Sirius. Quero dizer, ele nunca foi o que podemos chamar de "feio". Mas ele estava o Ó do Borogodó. Parecia que ele não tinha batido com o fusca em um caminhão, mas sim em uma fazenda de experimentos científicos em gatinhos superdotados com manicure 24 horas por dia. Ou coisa parecida.


Seu rosto estava arranhado, e em algumas partes, roxo. Seus cabelos estavam desgrenhados. O quarto cheirava a sangue. E Sirius Black sorria.


-E aí, parceiro?


Me aproximei da cama.


-Como se sente? - perguntei.


-Tenho a impressão que caí de um penhasco – ele franziu o cenho – Não caímos de um penhasco, não é?


-Acho que não – respondi, rindo. A expressão dele se fechou.


-Olha, Remus, você sabe algo sobre Dorcas? - perguntou, e eu fiz que não. Ele suspirou – Olha, eu tentei protegê-la. Não sei se adiantou, já que a culpa fora toda minha. Eu não devia ter ficado falando no telefone, e ela me avisava para prestar a atenção na direção... Ah! Eu fui um idiota.


Ele tentou sentar, mas começou a gemer de dor, segurando a barriga. Empurrei o tronco dele para trás, forçando-o a deitar novamente, e tirei as cobertas de cima dele.


Quase desmaiei.


Em toda minha vida, eu nunca tinha visto nada parecido com aquilo. Era como se o Freddy Krueger tivesse tentado fazer uma massagem no lado direito da barriga de Sirius. Era um imenso machucado, vermelho e levemente verde, com pontos enfiados por todo o lado.


-O que diabos...? - tentei falar. Ele não parecia preocupado.


-Hum, não parecia tão ruim quando a enfermeira estava aqui – comentou, como se tivesse falando do tempo – Era disso que eu queria falar. Sabe aquela parte de proteger Dorcas? Bem, eu quis dizer literalmente proteger ela. Quando eu vi o caminhão vindo em nossa direção, sabia que não tinha saída. Poderia sair da estrada, e parar sei lá onde. Mas não tinha tempo. No último momento, me joguei para cima dela – ele suspirou – Espero que tenha adiantado.


-Vo-você... Hãm... Esse machucado... - começei, engolindo em seco – Era para ter sido... nela?


Ele pensou por alguns instantes.


-É, acho que é isso.


-Na verdade... - começou o médico, que nos observava da porta – Teria atingido a garota em cheio. Ela não teria sobrevivido. Quando ele se atirou na sua frente, pegou o impacto todo do lado do seu próprio corpo. Se machucou, mas salvou ela.


Olhei para Sirius, que parecia orgulhoso.


-Fala sério – disse – Eu sou um herói.


Eu ri.


E é mesmo.


 


Narrado por Dorcas Meadowes.


 


Duzendos e vinte e sete. Esse era o número de peidos que a velha ao meu lado havia soltado nas últimas três horas. Quando sair daqui, vou ligar para o pessoal do Guinness Book. Isso merece entrar pra história.


"A mulher mais peidorreira da história"


"A garota que mais sobreviveu a ataques de puns de velhas"


Gostei.


-Dorc's? - alguém chamou da porta.


-Já não era sem tempo! - exclamei, ao ver Lily e Marlene entrarem no quarto – Como está Sirius?


-Está bem, Remus e James estão com ele. – respondeu Lene – E você?


-Pareço mal? - brinquei.


Por mais impressionante que isso tenha parecido, saí daquele acidente sem nenhum arranhão. Que eu me lembre, um caminhão vinha em nossa direção, não uma almofada gigante. Lily se sentou nos pés da minha cama.


-Ficamos preocupados – disse.


-E quem não estaria? - falei – Quero dizer, Sirius estava dirigindo e falando ao telefone ao mesmo tempo, que responsabilidade...


-Não, não estou falando disso – ela me interrompeu – Bem, disso também, mas ficamos preocupados, depois de te esquecer naquela lojinha de conveniências.


-Ah... - Isso parecia ter acontecido há tanto tempo... - Bem, acontece. Acho que grande parte das pessoas já esqueceram a melhor amiga em uma loja na beira de estrada com um maníaco comedor de chocolates – Lily riu – E pra falar a verdade, ele nem era tão ruim assim.


-Você falou com ele?


-Eu fiquei com ele esse tempo todo. Fomos de bicicleta para Bristol, e ficamos conversando em um parque no centro. Até Sirius me encontrar – finalmente, me lembrei de uma coisa – Ah! E a RL Records? Donncha Krist?


Marlene suspirou antes de responder.


-Não foi dessa vez. Uma galera idiota se fez passar pela School of Rock e fez o teste no nosso lugar.


Meu queixo caiu.


-Como é que é?


-Aparentemente a banda não sabia que estavam nos plagiando, o baixista, Lucius, foi quem "criava" as músicas.


Soltei um palavrão.


-E vocês não sabem dele?


-Fomos atrás da banda no Baile da Linguiça, mas aquele loiro aguado fugiu. Daí vocês se acidentaram e... Aqui estamos.


-Que confusão. - comentei, depois de um tempo em silêncio, quebrado pelo pum da velha ao lado – Duzentos e vinte e oito.


-Enfim – disse Lily – Acho que daqui a pouco você vai receber alta, então vamos poder descançar. Não dormimos a noite toda, e já é de manhã...


-Espera, mas e Sirius?


-Ah, Zac vai ficar com ele – a ruiva riu da minha expressão – É, ele está aqui. Na verdade, acho que ele não vai nos deixar sozinhos novamente por um boooom tempo.


 


Narrado por Sirius Black.


 


Isso é Bullying. Zac está comendo pudim e não quer me dar.


Tudo bem, nem queria mesmo...


-Esse é o seu sexto – falei, quando ele pegava outro potinho – Não quer me dar um pouco, não?


-Não, você não pode comer doces.


-Quem disse?


-Eu.


Suspirei. Os outros tinham ido para o hotel descançar, e eu tive que ficar com Zac. Não que ele seja chato. Ele só é irritante. Acho que isso é culpa do casamento, deixar as pessoas irritantes. Por isso que eu nunca vou me casar.


Só não digam isso para Marlene. Capaz de ela me drogar e me arrastar para uma capela em Las Vegas.


-Ah! Novidades – exclamou Zac, colocando o pote do pudim de lado – Consegui consertar a van. Como é que vocês conseguiram estragar tanto ela?


-Na verdade, não fomos nós -falei – Um cara, Lucius, começou a plagiar a gente, e estragar nossa van e nos drogar para nos impedir de fazer os testes com a RL Records foi só o começo...


De uma vez, contei tudo para Zac. Desde que nos perdemos em um lugar que eu não sei onde era porque estávamos perdidos, até o acidente. Quando acabei, ele ficou em silêncio por um tempo.


-Nossa – disse – Cada coisa... E tudo isso só para ir no Festival de Liverpool. Vocês tem um tipo de talento natural para atrair confusão, não acha?


-Hey, não é apenas um Festival! -falei – É O Festival. Todas as boas bandas de rock estarão lá. Nunca que perderíamos esse show. Só falta um pouco e conseguiremos os ingressos.


-Nossa, ainda bem que eu estou aqui.


-O que quer dizer com isso? - perguntei, desconfiado.


-Ah, eu só... Consegui dois show para a School of Rock, nada demais.


Quase tive um infarto.


-Meu Deus! Sério? Onde? Quando? Como?


Zac riu.


-Calma! Consegui com uns contatos antigos. Todos eles já conheciam as músicas, então foi fácil. Um deles é no Festival da Agropecuária em Birmingham, daqui a duas semanas. Não é nada de especial, mas dá uma boa grana.


-Nossa – tentei absorver a informação, mas estava eufórico demais para pensar direito – E o outro show?


-Ah, bem... - ele começou, hesitante.


-Onde?


-Só, por favor, não me mate por isso.


-Zac, onde é o outro show?


-No Festival Internacional de Rock de Liverpool.


Dei um grito.


"Já era sem tempo!" exclamou uma voz em minha mente.


Finalmente, finalmente nossa vida ia começar a mudar.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Impossivel não rir eu ameiiiii o capiutlo, não consegui parar um instante de rir e amei também o fim o Zac tá ai *------------------------------------------------* serio flr amei muitooo a narração da Lene me matou de rir a do Sirius nem de fala "remo... KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK não consigo me lembrar sem rir bjooos *-* 

    2012-10-12
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