Capítulo 1



n/A: Sou tão errada que já comecei atrasando a fic :(
Desculpa gente, mas ontem eu não tive tempo de postar, mas olha só, um dia de atraso vocês perdoam né?


Mas eis o capítulo 1, como prometido! Dia 21 eu posto o Capítulo 2.


Espero que vocês gostem!




Capítulo 1


10:45 AM, terça-feira, 2 de fevereiro
Cemitério Bunhill Fields, Londres, LDN
Um Ano Atrás


Claire estava parada sem dizer uma palavra desde que chegara. Ela sabia que os poucos olhares presentes lhe buscavam a face o tempo todo, mas não havia nada pra transmitir. Nenhuma emoção, nenhum sorriso, nem mesmo uma lágrima. Tudo isso havia ido embora, havia sido deixado pra trás.


As nuvens cinzentas no céu transmitiam a sensação fria do inverno londrino, ameaçando a qualquer momento ruir-se em chuva. A ventania parecia furiosamente capaz de cortar as peles coradas dos presentes devido à baixa temperatura, porém, ninguém parecia se importar.


Um suspiro escapou de seus lábios rachados. Ela não se lembrara de usar gloss ou hidratante desde que se retirara ainda grávida, para o hospital na semana anterior àquela.


Ela fechou os olhos.


Haviam se passado sete dias desde que voltara ao St. Mungus depois de longos meses de repouso.


Logo ela que jurara que apenas sairia do centro cirúrgico com algo – alguém – nos braços.


O quão irônico o destino poderia ser? O quão cruel?


Talvez nem fosse culpa do destino, pensava a loira com freqüência. Na realidade, afirmava pra si mesma que era amaldiçoada e que jamais poderia ter a família que queria.


Bom, que culpa tinha? Era verdade. Nem havia por que insistir. Desde pequena perdera os pais, um de cada vez. Fora criada pelo padrasto que, de fato, era realmente bom para ela, mas a enviara para um colégio interno assim que se casara outra vez. Era óbvio que sustentar uma criança que não tinha nenhum laço familiar com você era uma coisa complicada. Não o culpava por querê-la longe, afinal, quem iria se relacionar com um homem que cria a filha de outra?


Mas Claire tinha superado isso. Havia superado isso havia muito tempo. Desde que o conhecera, sentia que podia dizer que tinha uma família além dos poucos laços de amizade.


E Matthew? Matthew seria o anjo que lhe salvaria a alma. Não só a dela, a de Remus também. Lembrava-se de quando ambos haviam desistido de resistir aos sentimentos. De quando se sentaram juntos no escuro e admitiram que fossem estragados demais pra fazer bem um ao outro.


Quando soubera que estava grávida havia se apavorado. Mal conseguira manter os peixes do namorado vivos, quem diria uma criança?


O que diria Remus?


Ela negou estar mal quando ele a pegou colocando o café da manhã de uma segunda-feira pra fora. O rapaz que não era bobo, não deixara de notar que o mesmo ritual se seguiu por uma semana.


Mas ele esperou pelo menos até o jantar que haviam combinado no sábado para comentar alguma coisa. Pegou-a de surpresa quando perguntou, com um sorriso maroto, quando as regras naturais do corpo feminino começaram a atrasar-lhe.


E então admitiu. Eles estavam felizes.


Faziam juntos as compras durante os poucos dias de folga do trabalho.


Um carrinho azul-bebê com segurança o bastante. Roupinhas e sapatinhos, o estoque de fraldas.


Até que ela foi alertada dos riscos. Assumiu o terror, pediu licença e deixou as cirurgias nas mãos dos amigos.


Ficar em casa nunca fora de seu feitio, pois a fazia lembrar-se do passado. Porém, pelo bebê qualquer coisa valia à pena. Jamais se queixaria desde que pudesse ter Matthew no colo.


E então veio o sétimo mês. O hospital novamente. As dores. O medo. E uma cesariana de emergência.


Aquilo tudo era demais para Matthew suportar.


E agora, tudo se resumia ao túmulo à sua frente.


E os olhares.


Era como se todo mundo esperasse alguma coisa vindo dela.


Mas como poderia respondê-los? A resposta para o que eles queriam estava ali sob a terra que tapava o buraco recém fechado.


Os indicativos bem diante deles, na lápide com o epitáfio cruel que não indicava ao menos uma data.


- Vamos embora. – Murmurou dando as costas.


E jurou.


Ela jurou que jamais voltaria àquele lugar.


7:35 AM, terça-feira, 27 de janeiro
Hospital St. Mungus, Londres LDN
Atualmente


Quando Sirius desligou o chuveiro, teve de fechar os olhos e tomar fôlego para que arranjasse coragem e enfim enrolasse uma toalha em sua cintura.


Ao observar o vestiário vazio, notou o quanto estava cansado.


Cansado, sonolento e irritado.


Seus dias estavam sendo difíceis desde que se formara na residência cirúrgica. Ele quase sentia vontade de ligar para os colegas de colégio para contar-lhes as notícias, quantos deles diriam: Tá brincando? Você? O grande e preguiçoso Sirius Black? Capitão do time de futebol, um cardiocirurgião?


Mas a verdade era quase outra. Quando decidira entrar na faculdade de medicina, optara por uma carreira que lhe parecesse interessante e potente o bastante para que contrariasse os pais – afinal, ser um empresário que investe em ações na bolsa de valores no nome da empresa da família era sujo demais, até mesmo para alguém como ele.


Além da sua habilidade com o bisturi, também gostava da idéia de salvar vidas. Aquilo o que ele e seus colegas faziam, era o mais perto de divindade que qualquer ser humano podia chegar.


O problema era que ninguém lhe avisara que de 100 pacientes operados por suas mãos, 20 morriam.


Era quase um tabu a ser quebrado.


Ele odiava perder pacientes. Sentir o último batimento cardíaco de um órgão tão frágil em sua mão. Tirando que não havia explicação para o seu constrangimento ao revelar à família as más notícias do centro cirúrgico. E o bom e velho "nós fizemos tudo o que pudemos" parecia como um narcótico em sua garganta nestes momentos.


- Dr. Black? – Uma voz tímida e feminina hesitou atrás dele.


Seus olhos miraram a dona da voz. Estava ciente de que não vestia nada além da cueca Box de cor preta. Abriu um largo sorriso para a enfermeira assim que a reconheceu.


- Olivia – Disse com a voz grave – Em que posso ajudá-la?


- A Drª Zöhler quer que você vá conversar com o Sr. Malone do quarto 901. – Disse ela enquanto acompanhava com os olhos os movimentos de seu superior ao pegar a calça do uniforme azul-marinho no armário.


Sirius não perguntou por que ela não havia usado o Pager para bipá-lo. Após alguns anos por ali, ele simplesmente se acostumara com a atenção extra que recebia das mulheres do ambiente. Ao invés disso, apenas arqueou as sobrancelhas e disse:


- A Drª. Zöhler está de volta?


Corando, a enfermeira assentiu.


- Tudo bem, diga que eu irei até lá depois de me vestir.


Parecendo constrangida, Sirius quase riu quando ela deixou o vestiário. Seu rosto em chamas dera uma última olhada no homem antes de ir.


- Assustando as enfermeiras ou seduzindo-as? – Perguntou uma voz à porta.


- Sabe como é. – Um dar de ombros acompanhou seu sorriso enquanto fitava o amigo – Nem todo mundo tem uma ruiva pra cuidar da gente.


- Falando em ruiva – Começou a dizer o terceiro médico que adentrava o vestiário – Lily está te procurando.


James Potter, que há pouco falara com o colega moreno virara para fitar o novo recém chegado.


- Ela está me procurando com um olhar de ruiva louca do farol, como quem quer me matar, ou com um olhar de ruiva louca fogosa, como quem quer me surpreender de um jeito bom em lugares inesperados? – Perguntou.


Sirius e Remus trocaram olhares.


- Eu diria que a segunda opção... – Respondeu Remus dando de ombros.


Sirius não segurou um assovio de aprovação. Como padrinho de casamento, sabia que o amigo evitava negar qualquer coisa para a ruiva... E depois do que Remus dissera, ele estava surpreso que James ainda estivera por ali.


Este, por sua vez, resmungou e se sentou no banco de madeira próximo de onde Sirius terminava de se vestir.


- Eu posso estar muito errado... – Comentou Remus – Mas a sua mulher está com um olhar de: você e eu, lá dentro agora. De uma maneira que significa que você vai se dar bem... E você está preferindo ficar aqui com a gente?


Black arqueou as sobrancelhas.


- James, nós te amamos cara... Mas se você quiser sair do armário, por favor... Tente outra pessoa.


Potter revirou os olhos.


- Lily não anda me deixando em paz ultimamente... – Disse ele hesitando – Ela... Meio que anda me atacando o tempo todo... Sexualmente falando.


- E você está achando isso ruim? – O moreno arqueou as sobrancelhas – Cara, sem ofensas, mas qual é o seu problema?


- O problema é que às vezes eu preciso trabalhar, me concentrar... – Ele revirou os olhos.


Sirius continuou olhando indignado para o amigo. Remus deu uma risadinha abrindo o próprio armário procurando algo dentro.


- Hm, Remus? – Sirius começou com cuidado.


Ele sabia que deveria abordar o assunto com cautela. Havia passado um ano desde que o pequeno Matthew virara um feto natimorto e era óbvio para qualquer um que conhecesse Remus Lupin tão bem quanto ele, que aquele era um assunto complicado, ainda mais quando se tratava de Claire Zöhler, que o havia colocado pra fora de casa antes de se afundar em depressão profunda.


- Sirius? – Respondeu o homem tirando a parte de cima do uniforme que revelava vestígios de sangue.


- Você andou pela ala de residentes hoje? – Perguntou.


O neurocirurgião arqueou as sobrancelhas para o amigo. James do seu canto sentado no banco levantou a cabeça.


- Quem é a vítima? – Perguntou arrumando os óculos no rosto.


Sirius revirou os olhos.


- Não é nada disso! – Protestou cruzando os braços, a touca com estampa branca no tecido preto balançou em suas mãos.


- O que? – Perguntou uma mulher ao entrar no vestiário.


Muito conveniente, pensou Sirius. Remus e James trocaram olhares e riram.


- Deixa pra lá, você vai descobrir de qualquer jeito. – Resmungou o moreno, mais para si do que para os amigos.


- Eu conheço esse clima entre vocês – Comentou a morena arrancando uma touca colorida da cabeça – Quem é a próxima atendente que o Black está em cima?


- É você, querida Jolie. – Disse Sirius improvisando um sorriso malandro.


A garota revirou os olhos maneando a cabeça.


- James, a Lily está procurando por você... E ela parece estar... Ãh... Aflita. – Seus olhos azuis encontraram os castanho-esverdeados do amigo.


Este, que já estava de pé, assentiu enquanto andava para fora do vestiário resmungando.


- O que está acontecendo com ele? – Perguntou Jolie Steimback sem entender o motivo da risada dos dois que restaram dentro da sala.


- O que está acontecendo com a Lily? – Perguntou Sirius, ligeiramente curioso.


E também, que mal havia em perguntar? Ele sabia muito bem que Jolie era amiga de Lílian desde o primeiro ano de faculdade.


- Ela quer um filho. – Disse calmamente embora evitasse olhar para Remus no armário oposto ao dela – Disse que logo vai ser tarde demais e que ela quer uma família.


Remus permaneceu em um silêncio ameno. Sirius não disse nada mais que um simples "aah" e enfim postou-se diante do espelho colocando a touca.


- Eu vou tomar uma ducha. – Anunciou a morena quebrando o silêncio com cautela.


- Precisa de ajuda? – Perguntou Sirius com um sorriso.


- O chuveiro é publico. – Jolie sorriu – Mas a não ser que você queira que seu paciente morra, eu sugiro que você suba para o centro cirúrgico.


Sirius ficou olhando-a se distanciar.


- Tão injusto... – Murmurou e depois suspirou virando-se para o amigo – Te vejo no almoço?


- Claro – Respondeu-lhe o castanho que parecia pronto para uma consulta já que usava jaleco branco indicando seu nome abaixo do logo do hospital.




n/A: O que acharam? Muito deprê? Muito bom? Muito ruim?


Mandem comentários para me dizerem o que acharam!


Espero que estejam gostado, agora vejo vocês dia 21!

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