Bochechas em Chamas



         


Lily Evans


Eu decidi começar a semana com o pé direito. Acordei cedo, tomei um banho, e acordei as meninas.


-Quem é você, e o que você fez com a Lily-da-manhã? – Marlene indagou, esfregando os olhos.


- Hoje é segunda feira da primeira semana de aula, Marlene. – eu respondi, abrindo as cortinas do quarto e fazendo as três apertarem os olhos.


-Milagre ela não estar mal humorada – Dorcas cochichou no ouvido da Alice, alto o suficiente pra eu ouvir.


- Milagre não, fato. Mas eu sempre posso mudar de ideia – eu falei, lançando um olhar ameaçador.


-Isso só pode ser obra da alma gêmea dela – a Lene provocou, se levantando da cama.


Revirei os olhos.


- É verdade, dona Lilian. Você não contou o que aconteceu na ronda ontem... – Dorcas disse, levantando uma sobrancelha sugestivamente.


-Marlene Ameline McKinnon - eu comecei no meu melhor tom ameaçador – você vai se arrepender de ter levantado esse assunto...


Ela arregalou os olhos, levantou os braços num gesto de rendimento e disse:


-Fudeu.


Eu saltei por cima da cama que nos separava, e peguei o travesseiro nessa “manobra radical” (James aqui: Lily, eu não sabia que você era ninja!). Como diabos eu fiz isso eu não sei.


A morena me olhou rapidamente raciocinando o que eu ia fazer, e sai correndo pelo quarto, fugindo de mim.


-Merlin me ajude! Tem uma ruiva louca querendo me matar! – ela berrou, arrancando gargalhadas de todas nós.


Acertei a cabeça dela em cheio, antes que ela pudesse entrar no banheiro.


-Head shot! – eu falei, fazendo uma dançinha da vitória. (Lene aqui: Eu já não disse que a dançinha da vitória é minha?).


Lene mostrou a língua pra mim, e fechou a porta do banheiro.


90 minutos depois....


-Marlene, quer fazer o favor de sair de dentro do banheiro? – Dorcas berrou, socando a porta do mesmo.


-To ocupada! – Lene berrou de volta.


-Fazendo o que? – a Doe perguntou, apoiando a cabeça na porta, e abraçando a toalha que levava no braço – banho eu sei que não é, porque eu não to ouvindo barulho de água!


Silêncio.


Alice revirou os olhos, e chegou perto da porta.


-Marlene se você não abrir essa porta eu juro que explodo esse banheiro. Com você ai dentro mesmo!


-Tá bom, ta bom! Oh povinho esquentado viu... Tudo parente da Lily – ela falou, depois de abrir a porta do banheiro.


Sabe o que a madame estava fazendo no banheiro? Se maquiando.


-Lily, não pense que você se livrou do assunto ronda ouviu? – a Lene disse, caminhando até o malão e guardando o pijama.


Pude ouvir a Dorcas concordar de dentro do banheiro, e a Alice apenas assentiu.


Revirei os olhos.


“ Não posso esconder delas por muito tempo. São minhas melhores amigas. Além do que, a Lene descobriria pelo James. A Dorcas pelo Sirius, e a Alice pelo Frank. Prefiro que elas saibam por mim o que aconteceu.”


-Okay meninas, vocês venceram.


Dorcas saiu do banheiro apressada, e as três sentaram na minha cama.


E então eu contei tudinho.


===x===


-Quer dizer que você fez  um acordo de paz com o James, que significa que ele não vai te chamar pra sair, nem vai te dar apelidos, e você não vai berrar com ele? – Alice perguntou, com os olhos arregalados.


-Exato – eu respondi, confirmando com a cabeça.


-Não sei por que, mas eu sinto que ou isso vai dar muito certo, ou vai dar muito errado – Dorcas disse, apoiando a cabeça na mão.


-Pois é Doe... Eu mesma me arrependo... Vai ser muito estranho encontrar o Potter hoje, e conversar com ele. Simples assim. Conversar – eu completei.


-E você desculpou o James pelo que ele te falou no 1° ano? – Alice perguntou.


-Desculpei. Primeiro porque ele reconheceu o erro, o que já é um grande avanço. Segundo porque eu já não aguentava mais ele falando comigo ontem. Tudo que eu queria era acabar com a conversa, e sair dali. E terceiro... –eu comecei, mas me arrependi no mesmo minuto que as três arregalaram os olhos, esperando.


-E terceiro porque o Remo falou que o Potter não era tão mau assim. – eu falei, abaixando a cabeça – Ele disse que o Potter podia ser irresponsável, imaturo, e tudo isso, mas que ele tem um bom coração, que ele pode amadurecer. Só precisa de uma chance. E pelo fato de ele ter me pedido desculpas, acho que ele pode merecer um pedacinho de chance.


Silêncio no ambiente.


De repente a Marlene (que estava quietinha até agora) grita:


- Isso vai dar namorooooooooooo!!!!!


- Você é outra que não tem amor à vida – a Lice disse, movendo a cabeça negativamente.


E assim se iniciou mais uma perseguição à Marlene McKinnon, promovida por Lily Evans.


===x===


Assim que a bagunça no dormitório acabou, nós quatro descemos para o salão principal.


Meu dia tinha começado muito bem. E nada poderia estragá-lo.


Mas eu estava muito enganada.


Na entrada do salão principal, eu esbarrei em alguém, e sem querer derrubei as coisas da pessoa no chão. Me abaixei rapidamente, pra pegar o que eu tinha derrubado.


-Me desculpe – eu disse, olhando pro chão envergonhada.


Levantei meu corpo, e no mesmo minuto que eu vi de quem era o material, e soltei todos os livros e pergaminhos que eu estava segurando. De propósito.


Emily Abbot.


-Na verdade, foi bem feito. – eu falei, virando de costas e saindo de perto daquela vaca.


Eu e ela nos odiamos desde o minuto que nos conhecemos. Tudo começou no 3° ano, quando ela derramou suco de abóbora na minha roupa de propósito, só porque eu tinha tirado uma nota maior que a dela em DCAT. Desde então ela sempre arruma um jeito de competir comigo. E como eu não sou o tipo de pessoa que leva desaforo pra casa (peguei isso da Marlene) sempre arrumo um jeito de revidar.


- Pensa que vai a onde Evans? – ela perguntou, segurando meu pulso.


- O mais longe possível de você e suas “amiguinhas” – eu respondi.


Só de olhar rapidamente, percebi que as meninas tinham assumido uma cara de raiva. Nós tínhamos o mesmo número, quatro contra quatro. E cada uma tinha problemas (conflitos, como você queira chamar) com uma em especial (Autor aqui: Não achei nenhum jeito de explicar a rivalidade específica que cada uma tem, então espero que vocês tenham entendido).


- Você acha que vai sair assim, sem pegar o que você derrubou da Emy? – a Cheryl perguntou, se metendo na briga.


Marlene estreitou os olhos no mesmo minuto.


-Se metendo onde não deve loira-de-poção? – Lene questionou colocando a mão na cintura.


-Olha aqui, você não venha falar do meu cabelo! – a loira respondeu, levantando o dedo e apontando pra Lene.


A Marlene sempre gostou de uma briga. Ela sempre defende as amigas, e se diverte com um bom barraco. E ela nunca deixa barato. Mas a coisa fica feia quando alguém levanta o dedo (ou a mão) pra ela.


-Você prefere que eu fale de qual dos seus outros defeitos? – a Lene perguntou, dando um passo a frente.


“Nota mental: pegar o dicionário de respostas agressivas da Marlene emprestado.”


As duas se odiavam pelo simples fato de a Cheryl sempre dar em cima/correr atrás do menino que a Marlene dá mole. E fica óbvio que é de propósito


-Acho bom você ficar quietinha, encalhada. E vira a boca pra falar da minha amiga! – se meteu a Tiffany.


- Melhor do que ser mais rodada que vira-tempo. – Alice retrucou, dando um passo a frente e ficando do lado da Lene.


Ela e a Tiffany não se davam porque a Tiffany é a ex do Frank. E até hoje ela corre atrás dele, mesmo sendo uma galinha.


A Alice nunca se estressa. A não ser quando essa aí aparece.


-Meninas, não vale a pena gastar nosso tempo com essas aí. Temos mais o que fazer. – Dorcas falou, segurando o braço da Lice e da Lene, as puxando na direção oposta, e olhando pra mim significativamente.


-Medo de mim queridinha? – perguntou a última idiota do grupo, Patrícia.


Dorcas parou o que estava tentando fazer, e se virou pra vadia garota.


-Eu? Com medo de você? – ela perguntou, e então soltou uma risada forçada.


- Só no dia que você souber o que é um hipogrifo.


A Dorcas nunca contou porque elas não se davam, mas o motivo era importante o suficiente pra tirar a loira do sério.


Nós rimos da cara que a Patrícia fez, e saímos de perto das bitches.


-Essas aí não merecem um segundo da nossa atenção- Dorcas falou, depois que estávamos longe.


-Verdade. Mas dá próxima vez que aquela Tiffany chegar perto de mim esse ano, acho bom vocês me segurarem, porque senão eu vou mostrar pra ela quem é a encalhada. Aproveito e meto porrada nela por você Alice. – Marlene falou, com as bochechas vermelhas de raiva.


- Obrigada Lene. Mas esse ano eu não pretendo deixar barato ela chegar perto do meu Frank.


-Meninas, esqueçam aquelas vacas. – eu falei, já irritada. Aquelas patricinhas mal amadas tinham estragado minha manhã.


De repente me lembrei que tinha combinado com a Doe de rever a matéria de História da Magia com ela.


-Doe, vamos pra biblioteca? – eu perguntei.


-Vamos Lils. – ela respondeu.


-O que vocês vão fazer na biblioteca?- A Lene perguntou, com uma sobrancelha levantada.


-Rever matéria do ano passado – respondi.


-Okay então.


-Nos vemos na aula! – Dorcas falou.


-Mas e os horários de vocês? – Lice perguntou.


-Pegamos ontem com a Prof. McGonagall. Temos o primeiro tempo livre – Dorcas respondeu, antes que eu pudesse, com um sorriso.


-Vão, minhas nerds preferidas – Lene falou, soltando os ombros.


===x===


Encontrei com as meninas de novo na aula Herbologia, que a Grifinória tinha com a Lufa-Lufa.


Sentei do lado da Marlene, na frente da Dorcas e da Lice.


-Bom dia alunos! Hoje vamos estudar as propriedades curativas de uma planta carnívora, por isso vocês estão sentados em duplas. – disse a professora Sprout.


E assim a aula foi passando. Bem lentamente, admito.


- Ele não para de olhar pra você – Marlene falou com tom de provocação, no meu ouvido.


“Hãn? A Marlene ficou louca?”


-Ele quem? – sussurrei de volta, fazendo anotações do dever num pergaminho.


-O Amos – ela falou, como se fosse óbvio.


Amos Diggory. Meu ex-namorado. Namoramos escondido, por causa dos pais dele. Apesar de ele ser da Lufa-Lufa, os pais dele sempre foram defensores de sangues-puros. Mas assim como o Sirius, ele não tinha sido influenciado pelos pais.


Mas o namoro não durou mais do que quatro meses, ano passado.  As brigas eram constantes, e ele é muito ciumento. Não suportava que eu chegasse perto do Remo, e chegou a pedir que eu me afastasse do meu melhor amigo. Isso foi a gota d’água, o que faltava pra eu terminar o namoro.


Eu não tinha falado com ele desde então, e a amizade que nós tínhamos antes de namorar acabou.


-Você falou com ele durante as férias? – Lene perguntou, copiando minhas anotações.


-Não Marlene. Eu não falo com ele desde terminamos– eu respondi seca. Odiava tocar no assunto Amos.


-Pois devia falar! – ela falou, espantada – olha, ele ainda não parou de olhar pra você.


Resolvi olhar pra ele, só pra ter certeza. Sabe como é, a curiosidade foi maior que o orgulho.


Virei a cabeça na direção que a Lene tinha olhado, e encontrei aqueles olhos cinzentos me fitando.


“Se derreteu por dentro não?”


“Consciência, quem te chamou aqui?”


“Eu não sou sua consciência, sou o pedaçinho da Marlene que vive em você.”


“Realmente, você tem a voz da Lene.”


“Se derreteu ou não?”


“Sim, admito. Me derreti por dentro.”


Continuando de onde eu tinha parado: eu olhei pra aqueles olhos cinzentos e milhões de lembranças vieram à minha mente.  Quatro meses muito felizes. Claro, tivemos nossos problemas, mas aquele jeito que ele tinha de me olhar continuava igualzinho. O jeito que ele me olhava quando estávamos longe um do outro, mas queríamos estar o mais perto possível.


Suspirei, pensando no que eu sentia falta dele. Óbvio que a anta aqui esqueceu que ainda estava olhando pra ele. E óbvio que o ser de olhos cinzentos percebeu que eu tinha suspirado. E então sorriu vitorioso pra mim.


“Merda Lilian! Sua lesada! Porque eu fui suspirar na frente dele? O Mané percebeu que eu sinto falta dele!”


“Você sente falta dele?”


“Não! Claro que não.”


“Certeza?”


“Voz da Marlene, você pode, por favor, parar de tentar piorar as coisas?”


“Infelizmente eu não posso. Eu sou igualzinha a Marlene lembra? To aqui justamente pra dizer uma frase que vai piorar as coisas.”


“Afe.”


“Repensou?”


“Repensei. E sim, eu sinto falta dele.”


“E a Voz da Marlene vence de novo!”


Dei um tapa na minha própria testa, revoltada. Como pode minha própria mente contra mim? É a Revolução dos Neurônios Lily agora?!


De repente um pergaminho cai na minha cabeça. Olhei pra trás, mas tanto a Lice, quanto a Doe estavam com o corpo abaixado. Levantei uma sobrancelha, e abri o “míssil” que tinha acertado minha pobre cabeça.


Querida ruiva,


Estou ansioso pra nossa ronda.


Beijos sabor chocolate,


Seu James.


Senti minhas bochechas esquentarem muito. Muito mesmo.Parecia que estavam em chamas. Acho que eu seria capaz de fritar um ovo ali.


“Mas quem ele pensa que é?”


Respirei fundo, tentando controlar o alto nível de stress no meu sangue. E me virei lentamente, com o objetivo de lançar o meu melhor olhar de metralhadora pra aquele ser de cabelos bagunçados.


Mas eu nunca alcancei esse objetivo. Porque aquele babaca piscou pra mim, antes que eu pudesse fuzilar ele com o olhar, tirando toda a minha concentração. Virei pra frente o mais rápido possível, tentando esconder as bochechas que voltaram a esquentar, e guardando o mínimo de dignidade que eu ainda tinha.


Como pode um garoto babaca e sem cérebro igual ao Potter mexer com toda a minha concentração assim?”


“É o amor minha cara Lily.”


“Nem fu...ferrando Voz da Marlene. Imagina, se eu, uma pessoa centrada, focada, com objetivo na vida, direita, e responsável, vou sentir alguma coisa por um irresponsável, insolente, inconsequente, irracional, e irritante igual ao Potter?”


“Nunca ouviu dizer que os opostos se atraem?”


“Argh. Posso gritar agora?”


“À vontade. Quem vai ser alvo de olhares vai ser você.”


“Esquece.”


-O que houve Lils?- a Lene perguntou, me tirando da minha contraproducente discussão com a Voz dela. Provavelmente a morena percebeu que eu estava passando por uma guerra conflito interno.


-Nada – eu respondi, voltando a fazer anotações da aula num pergaminho.


Ela levantou uma sobrancelha, mas não disse (nem perguntou) nada. E eu a agradeci mentalmente por isso.


Pro meu alívio a aula acabou, e então eu pude me livrar dos olhares do Potter e do Amos de uma vez.


===x===


N/A: Bom povo, desculpe a demora, mas finlandês não é uma língua fácil de aprender... To penando aqui... Também,a  Lais idiota resolveu fazer um ano de intercambio na Finlândia, agora ta se virando nos 30 pra aprender a língua que as pessoas falam por aqui. Enfim, aqui está. Eu ia postar a ronda “em paz” dos dois nesse capítulo, mas acontece que eu ainda não consegui acertar a ronda... Reescrevi o cap da ronda 96843908190 vezes, e ainda não cheguei lá.. Por isso o próximo pode demorar um pouquitcho... Ah sim, em breve terei banners em todos os caps :DDDD Mas pode demorar um pouco também... Sorry povo..  Espero que tenham curtido ler esse capítulo assim como eu curti escrever :D


Antes de ir agradecimentos:

Lana Sodré:
Que bom que você riu com o cap anterior, espero que tenha rido com esse também :D

sophya black: leitoras novas são sempre bem vindas :D espero que tenha gostado, e desculpa a demora...

Beijos!
 
 

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Lily tá pirando com a propria cabeça. Gente do céu , como assim a consicência dela tem a voz da Lene ? Morri aqui ,serio. Amei o capitulo flr, ri tanto quanto no outro....Finlandês ? Ual, intecambio...Bem, espero que consiga e parabens pelo intercambio flr *--------------------------* amando a fanficbeijooos  

    2012-09-27
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