Paris, 1608





Paris, 1608

Novamente, Jaime Potter nos avisava para tomar cuida ao servir seus convidados, à como deveríamos passar despercebidos e não nos intrometer em seus assuntos...


Como se isso fosse realmente possível! A maioria das pessoas pouca atenção dirigia a criadas como eu e meus companheiros de trabalho, e como poderíamos nos intrometer em seus assuntos? A única que sabia meramente ler, escrever e opinar em assuntos, pelo que ouvia os senhores e senhoras conversando pelas ruas, era eu. E eu, não era ninguém!

Quando finalmente os convidados entraram, Annya, a ajudante da cozinha, insistiu a ser eu quem serviria vinho a eles, alegando que eu deveria "dar uma olhada no belo convidado do senhor Jaime Potter", que ela havia visto pela janela.

Adentrei cuidadosamente a sala de estar, de cabeça baixa e depositei o jarro de vinho sobre a mesa ao centro do aposento, juntamente com os copos e colocando uma boa quantidade do liquido roxo escuro neles.

Levantei-me e segui até próximo a porta, onde parei, esperando alguma ordem dos meus senhores e só então me permiti levantar o olhar.

Um homem esguio, com aparência cansada, de cabelos e olhos castanho-mel, usando um elegante terno, sentava-se no sofá, segurando delicadamente a mão da senhora ao seu lado. Ela tinha cabelos que pareciam ser fios de ouro e usava um belo vestido verde, que realçava sua pele pálida.  Prendi a respiração ao ver o homem em pé a lado do sofá.

Era alto, dono da pele mais pálida e, estranhamente, mais bela que eu já tinha visto. Usava um terno preto, que lhe caia perfeitamente bem. Os cabelos negros, sedosos e lisos, caindo-lhe sobre os ombros, o maxilar quadrado bem delineado, a boca, levemente cheia e rosada, puxada em um leve sorriso de canto.  E os olhos... De um belo tom negro, com um leve brilho maroto, delineado por pequenos cílios, penetrante e que me encarava com certa curiosidade...

Ele esbanjava graciosidade, elegância e beleza. Sabia que só os botões do seu paletó valiam bem mais que conseguiria ganhar em um ano e por esse motivo, abaixei o olhar e abri a porta, ele era demais para mim... Mas, antes que pudesse sair, ouvi a voz da senhora Lítria Potter.

-Traga-nos algo para comermos!

-Sim, senhora! –Disse, com a voz baixa e sai da sala. Dei a mensagem a Annya e acrescentei para que ela servisse-os... Coisa que ela fez mais que prontamente, deixando-me aliviada por não ter de vê-lo novamente.

Procurei algo que não estivesse limpo, algo em que alguém precisasse de minha ajuda, algo para costurar, passar, lavar... Mas, tudo estava limpo e arrumado.

Em dias normais, teria agradecido por isso, porém, hoje não era um dia normal e eu precisava fazer algo que mante-se minha mente afastada dos pensamentos que envolviam aqueles olhos negros.

Caminhei pela fazenda, até parar nos estábulos. Era esse meu passatempo: cuidar dos cavalos dos meus senhores e pensar em como poderia ter sido minha vida antes de parar ali...

Estava abrindo a porta do estabulo quando Annya me alcançou.

-Meredith, espere! –Virei-me e ela parou de correr. Apoiou-se na parede a lado da porta e respirou fundo. –Aquele belo senhor perguntou-me sobre vós! –Ela disse, animada.

-Estas mentindo! –Disse, abrindo as portas e adentrando ao grande estabulo, que continha seis cavalos.

-Claro que não! Ele perguntou-me seu nome!

-E vós...? –Peguei um pouco de feno.

-Disse-lhe seu nome, oras!

-Não deveria ter feito isso! –A repreendi, entregando um pouco ao primeiro cavalo. Branco, com a crista tão branca quanto o pêlo e olhos negros brilhantes.

-Ah, poupe-me! Vai dizer-me que não interessou-se por ele? –Encarei o chão.

-Claro que não me interessei!

-Mentirosa! Vou ir lá e dizer ao belo senhor como vós estas apaixonada por ele!

-Sua... –Avancei em sua direção e ela correu de volta a casa, rindo.

Balancei a cabeça negativamente e continuei dando feno aos demais cavalos. Depois de ter feito isso, me vi, novamente, sem mais nada para fazer.

Tirei a incômoda toca que era obrigada a usar e soltei meus cabelos castanhos por minhas costas e ombros. Depois, tirei o avental branco e alisei o vestido marrom, sem muitos detalhes, remendado e sujo que havia sido um presente dos meus senhores e olheis minhas mãos cheias de calos. Por um pedaço de espelho, jogado ao chão, pude ver olheiras debaixo de meus olhos verdes escuros cansados e meu rosto pálido com algumas marcas e leves arranhões.

Não era possível ele ter se interessado por mim... Talvez por Annya, já que ela tinha um belo corpo, ao contrario de mim... Ela também tem um sobrenome e se lembra de sua família... Suspirei cansada.

Aproximei-me do último cavalo. Ele tinha o pêlo negro e os olhos da mesma cor. Deveria ter sido sacrificado, quando filhote, devido a uma doença, mas havia conseguido se recuperar e servia para puxar carroça. Sua mãe morreu pouco depois de dar-lhe a vida. Tinha um grande carinho por ele. Passei a mão pela sua cara, sentindo o pêlo quente e seus olhos me encararam.

-Partilhamos histórias quase idênticas, Telmo... –Senti-o balançar a cabeça uma vez, em sinal de afirmação e dei um sorriso triste. –Um dia tudo vai melhorar! –Seus olhos pareciam agoniados e eu fiz um carinho em seu pescoço. –Você vai ser... –Ele balançou novamente a cabeça, como se concordasse.

-Ele te entende... –Ouvi uma voz macia, perto de mim e senti um arrepio. Como não o ouvi se aproximar? Abaixei a cabeça e peguei minha toca e avental sobre o feno, indo em direção à saída... –Ei, espere! –O ouvi me chamar, mas não parei. Apoiei a mão na porta, pronta para empurrá-la, quando senti sua mão segurar meu braço e me puxar. –Não precisa ter medo de mim! –Me virei, ainda olhando o chão.

-Não tenho medo de vos... Senhor... –Disse, com a voz baixa, quase em um sussurro.

-Você é Meredith, certo? –Assenti. –Sou Saimon Black! –O grande namorador, filho do maior dono de propriedades da região. Em muitas das vezes em que andava pela cidade para comprar alimentos, e outras coisas que faltassem na casa, ouvi falar de Saimon e suas namoradas... Vi uma rosa branca impedir minha visão do chão e sua mão pálida a segurando. –Sei que não é grande coisa, porém... É para vós!

Receosa em aceitar ou não o presente, estendi a mão, que estava tremula, e peguei a rosa, roçando, sem querer, sua pele macia e quente na minha. Dei um sorriso tímido, enquanto brincava com a rosa entre meus dedos.

-Obrigada! –Sinto seus dedos puxarem meu queixo pra cima, fazendo-me encara-lo. Seus penetrantes olhos negros me analisaram por um tempo determinadamente longo e ele colocou sua mão em minhas bochechas, fazendo um carinho gostoso com os dedos. Sua pele quente entra em contato com a minha fria, proporcionando ondas elétricas dali para todo o meu corpo. Sinto-me envergonhada por sua pele ser tão macia e a minha...

Ele deu um passo à frente e finalmente percebi o quão próximo estávamos.

-Como uma garota tão bela como você foi parar num lugar como esse? –Ele realmente me acha bonita? Sinto meus olhos se arregalarem levemente. –Deveria estar em algum lugar melhor, sendo idolatrada! –Ele aproxima-se mais e lembro-me de sua fama. Com toda certeza, ele dizia aquilo á todas! Afastei-me, sentindo meu rosto arder e voltei a olhar para o chão. Ficamos em silencio por um tempo realmente longo. –Perdoe-me se fiz algo importuno... Até logo! –Dito isso, ele sai do estabulo. Levei a flor até o nariz e inalei seu cheiro.

-Adeus, Saimon! –Deixei a flor sobre o feno e voltei a casa.

Annya perguntou o que havia acontecido já que "o belo senhor saiu de cabeça baixa e nem ao menos se despediu do nosso senhor", porém eu não queria falar sobre ele ou o que aconteceu nos estábulos. Passei o resto do dia evitando-a.

No dia seguinte, fui à cidade junto de Baltasar, que guiava a carroça e vendia alguns produtos produzidos na fazenda do nosso senhor, enquanto eu andava a procura do que faltava de comidas, entre outras coisas.

Sem perceber, andava olhando para os lados, a procura dele. Minha tarefa de esquecê-lo estava fracassada. Não adiantava o que eu fizesse, aqueles olhos negros me perseguiam. Quando finalmente o encontrei, não sabia o que fazer.

Ele estava parado a frente do banco, conversando com o homem de cabelos cor de mel do dia anterior. Deveria esperar o outro ir embora e o cumprimentar? Ou apenas passar em sua frente? Balancei a cabeça negativamente e desci a rua, depois de olhar para seu terno claro e ver que apenas os botões valiam muito mais do que conseguiria em dois, ou até três, anos.

Estava virando a rua, para voltar junto a Baltasar e depois seguirmos de voltar à fazenda, quando senti um cheiro forte, marcante e incrivelmente bom vindo de um ponto atrás de mim. Respirei fundo e senti o perfume entrar por minhas narinas e embaralhar meu cérebro.

Logo o cheiro passou a ficar mais intenso e a fonte pareceu estar ao meu lado. Virei o rosto e o encontrei andando juntamente a mim, observando-me. Senti meu rosto esquentar e dei um sorriso tímido, voltando meu olhar para o chão.

-É bom poder revê-la! –Ele diz, com a voz levemente baixa. –Não sabia que vinhas a cidade!

-Estava faltando algumas coisas na fazenda... –Dei de ombros e parei ao lado da carroça de Baltasar.

-Espero poder vê-la novamente! –Ele segurou minha mão, que parece minúscula entre a sua, e beijou-a. Depois, retornou pelo caminho que acabamos de fazer.

Nos dias que se seguiram, sempre achava um jeito de encontrá-lo. Nossas conversas eram curtas, sem que eu falasse muito, devido a minha timidez, enquanto ele sempre parecia bem confortável por estar ao meu lado.

Depois de vários dias nessa mesma rotina, não o encontrei. Acabei por optar a ficar ali, esperando-o, do que voltar a fazenda com Baltasar. O dia foi passando, e logo, o sol já estava se pondo. Decidi seguir meu caminho de volta a fazenda, a pé, antes que escurecesse.

Já estava bem afastada da cidade, quando avistei, bem a minha frente na estrada, um grupo de homens que conversavam alto e pareciam estar sobre o efeito da bebida. Abaixei a cabeça, querendo passar despercebida pelos três... Porém, aquilo não adiantou.

-Boa noite, senhora! –Os três param a minha frente e eu desviei deles.

-Pra que a pressa? –Um deles disse e eu apressei o passo.

-Volte aqui! –Um deles puxou a parte de cima do meu vestido, rasgando-o. Outro empurrou-me e cai, sentindo a terra dura e as pequenas pedras machucarem minha pele.

-Deixem-me em paz! –Gritei, mas eles apenas riram.

-Pode gritar, mas agora você é nossa! –Um deles, terminou de rasgar meu vestido, enquanto eu gritava e os outros dois riam.

–Ande logo! Queremos a também!

Ele sentou entre minhas pernas e começou a desamarrar sua calça. Eu me debatia, gritava e tremia. Sabia que não poderia fugir, aquele seria meu fim, mas mesmo assim, não conseguia parar de lutar.

-Solte-a! –Ouvi uma voz ameaçadora e virei o rosto, ainda me debatendo. Mesmo com a visão embaçada pelas lágrimas, pude ver uma carruagem parada e um belo senhor a frente dos homens, segurando um pedaço de madeira. Respirei fundo e senti o perfume tão conhecido.

-Suma daqui, garoto! Encontramos a primeiro! –O homem sentado sobre mim disse, prestes a arrancar a calça.

-Esta falando com Saimon Black, estupido! –Disse o cocheiro. O homem imediatamente saiu de cima de mim.

-Entre na carruagem! –Ele disse, entre dentes, e levantei-me. Peguei ao chão o que antes fora meu vestido, cobri-me levemente e corri para o interior de sua carruagem.  –Espero não ver-lhes tentando abusar de mais nenhuma de minhas criadas pessoais! –Sua era tão ameaçadora que me causou medo.

-Desculpe-nos, senhor! Não sabíamos que a garota era... –Ouvi a voz de um deles, mas ele não completou a frase.

-Que isso não se repita! –Ouvi passos e logo depois ele adentrou a carruagem, com um olhar preocupado e fechou a porta. –Sabe pra onde deve ir, Calisto! –Ele disse ao cocheiro.

-Sim, senhor! –Logo estávamos em movimento.

-Estas bem? –Assenti. Ainda assustada e tentando cobrir meu corpo com os restos do meu vestido. Vi-o tirar o casaco e me entregar. –Tome!

-O-Obrigada! –Minha vista novamente foi tomada pelas lagrimas e me cobri com seu casaco, impregnado com o seu cheiro, olhando, em seguida, para meus pés.

-Eles fizeram...? –Ele não terminou a frase, enquanto se sentava ao meu lado. Balancei a cabeça, negativamente. –O que estava fazendo á essa hora na estrada? –Achei melhor contar o real motivo de estar ali.

-Fiquei esperando-o na cidade e Baltasar seguiu sem mim... Tive que voltar sozinha... –Senti meu rosto esquentar ao admitir. Ele segurou levemente meu queixo e fez com que o olhasse.

-Fui até a fazenda de Jaime te ver... –Ele fez carinho em minha bochecha. –Quando soube que tinha ido à cidade, resolvi te esperar... Perdoe-me! Se tivesse lhe avisado ontem das minhas intenções, nada disso teria acontecido... –Balancei a cabeça negativamente.

-Não foi sua culpa... –Ele limpou as lagrimas que teimavam em cair e me encarou. Por um momento achei que ele pudesse ver minha alma, de tão penetrante seu olhar era. 

-Vos sois tão bela... –A beleza que um dia tive, agora estava gasta, passando facilmente despercebida, mas ele parecia conseguir vê-la. –Como acabou se tornando criada de Jaime?

-Alguns dizem que minha família era rica e de grande importância aqui em Paris... Outros que era uma família simples e pobre... Mas, todos concordam que ouve um incêndio em minha casa, matando toda a minha família, tendo apenas com sobrevivente eu, meu irmão e minha mãe...

 "Tinha um ano de idade e meu irmão era bem mais velho... Minha mãe andou por dias, me carregando, com ele ao seu lado, até encontrar a casa do senhor Potter. Ela pediu a ele que cuidasse de mim, logo depois morreu e meu irmão fugiu. Ninguém nunca soube seus nomes... "

Olhei para meus pés, cheios de calos, enquanto sentia novamente as lágrimas rolarem por meu rosto. Senti-o puxar meu queixo novamente e limpar minhas lágrimas. Sentia-me, estranhamente, segura enquanto sua pele quente e macia estava em contato com a minha, gelada.

Vi seu olhar cair para meus lábios e não pude evitar não olhar para os seus. Os lábios levemente cheios e rosados e a sua mandíbula travada. Senti seus dedos segurarem minha nuca e sem perceber, segurei seu rosto entre minhas mãos.

Sua pele quente contra a minha, seu cheiro inebriando meus sentidos, a macies de seus cabelos, seus penetrantes olhos negros, com aquele brilho maroto... Sem conseguir me conter, aproximei-me e colei seus lábios aos meus.

Ele entreabriu os lábios e eu fiz o mesmo. Seus dedos apertaram minha nuca, me trazendo pra mais perto e quando senti sua língua macia e experiente tocando a minha, não pude evitar um suspiro.

Ele já havia beijados milhares garotas, enquanto eu... Bom, aquele era meu primeiro beijo... Porém, ele não parecia se importar. Beijava-me com paixão, sendo cuidadoso, aonde tocava, e carinhoso.

Como ele não deu sinal de querer acabar o beijo e eu precisava respirar, afastei-me devagar e abri os olhos. Seus penetrantes olhos negros me encararam. Pude ver o carinho e o amor que ele sentia por mim, mas vi outra coisa... A tristeza.

Não poderíamos ficar juntos. Nossas classes sociais eram completamente distintas! Um remorso se apoderou de mim. Eu não deveria tê-lo beijado, porque eu queria mais, mas não podíamos!

-Perdoe-me, senhor! Não deveria ter feito isso! –Levantei-me. –Pare! –Disse ao cocheiro e quando ele parou, desci da carruagem. Não poderia ficar ali, acabaria fazendo outra besteira.

Comecei a andar e percebi que estávamos na entrada da cidade, deserta pelo horário. Melhor assim, pois se alguém me visse usando um casaco tão caro, que cobria meu corpo até um palmo acima de meu joelho...

A prima de Annya estava na cidade e ela passava as noites com ela. Decidida a pedir-lhe um lugar para dormir essa noite, apressei o passo.

-MEREDITH, ESPERE! –Senti alguns pingos de água caírem em meu rosto. Chuva! Era só o que me faltava! Dedos quentes envolveram meu pulso e me puxaram para que eu me virasse. –O que foi... Aquilo? –Ele disse, tentando recuperar o folego.

-Perdoe-me, senhor, juro que não irá se repetir! –Disse, olhando para o chão.

-Meredith, eu gosto de você! –Ele disse, segurando meu rosto entre suas mãos. A chuva começou a se intensificar.

-Não! Você não gosta! –Disse mais pra mim mesma do que pra ele, sentindo minhas lagrimas se misturarem com as gotas da chuva.

-Eu te amo! –Ele disse, encostando sua testa na minha.

-Não podemos ficar juntos, Saimon! –Ele fechou os olhos e ficou assim por um tempo... Quando voltou a abri-los, eles continham um brilho incrível.

-Fuga comigo! –Ele disse.

-Como é?

-Vamos fugir e nos casar em um lugar longe daqui... –Ele disse, em um tom quase suplicante. Fiquei em silencio por um tempo, sem saber o que responder. –Por favor... –Eu colei seus lábios nos meus.

-Sim! –Ele sorriu, me abraçou e girou-me no ar.

Combinamos de fugir ao amanhecer, em sua carruagem. Antes de ir embora, ele deixou-me em sua casa, que ele tinha na cidade, e deu-me um vestido verde claro.

Não consegui dormir, e uma hora antes do nascer do sol, tomei um banho. Quando estava limpa, com os cabelos enrolados e usando o belo vestido verde claro, cheio de babados, sendo a parte de cima apertada e da cintura pra baixo todo rodado, ouvi passos dentro da casa.

É ele! Meu coração bateu mais rápido dentro do peito. A porta do quarto se abriu e uma mulher alta, de cabelos negros volumosos e um belo corpo demarcado por um vestido negro adentrou ao quarto.

-Olá, Meredith! Sou Brina Black! –Ela disse, com um falso sorriso amigável.

-O que você quer aqui? –Ela riu.

-Uma pena você não ter morrido naquele incêndio junto as sua família... –Ela comentou, se aproximando.

-Como você...?

-EU coloquei fogo na sua casinha! Os McKinnon’s sempre foram uma família inimiga dos Black’s... O seu nascimento e toda aquela pompa estava me estressando... Não só a mim, mas como todos da minha família, então ateei fogo em sua casa... Tentando dar um fim logo a sua família, de uma vez por todas... Porém, você escapou! Não sabia onde você estava até meu primo chegar a nossa casa e comentar sobre sua nova conquista... –Ela se aproximou de mim. –Você não ira ser uma Black!

-E quem ira me impedir? –A desafiei.

-Eu! –Antes que pudesse fazer algo, ela segurou um dos meus pulsos e o corto com uma faca, que tirou da cintura. Senti uma dor enorme, mas permaneci calada, enquanto o sangue escorria do corte. –Oh!Perdoe-me! –Ela cortou meu outro pulso e eu gritei, vendo o sangue cair no chão, juntamente das minhas esperanças. Sem forças, iria cair no chão, mas ela me empurrou pra cama e deitou-me ali.

 "Você vai ficar assim por um tempo, fraca, com a vista embaçada... É um dos efeitos do veneno... Vai sentir uma dor enorme, queimando-a por dentro e quando finalmente não aguentar mais... Vai morrer! Adeus!"

Ela saiu e eu fiquei encarando o teto, com a visão desfocada. Não sei quanto tempo levou para tornar a ouvir passos dentro da casa.

-Meredith, vamos! –Olhei para a porta no momento em que ele entrou. Tinha um lindo sorriso alegre no rosto e seu cheiro logo impregnou o quarto. –O que aconteceu? –Logo, ele estava ao meu lado, segurando meu pulso, de onde saia o sangue e escorreu para seus dedos pálidos. –Quem...?

-Eu te disse que não poderíamos ficar... Juntos! –Senti uma leve ardência dentro de mim.

-O que aconteceu? –Ele fez carinho em meus cabelos.

-Eu descobri... Minha família... O incêndio foi causado por sua prima... A faca estava envenenada... Sou uma McKinnon! –Seu rosto demonstrava o choque.

-Mas... Minha prima?

-Brina! –A ardência se tornou maior e eu apertei sua mão. –Eu disse...

-Shh... –Ele passou as mãos pelos meus cabelos novamente e eu vi algumas lagrima caírem dos seus olhos. –Você vai ficar bem e vamos nos casar... –Passei dois dedos por seu rosto, sabendo que acabaria o sujando, mas não me importei no momento.

-Eu te amo! –Senti a ardência ficar mais forte e fechei os olhos, levantando meu tronco. Foi a vez de ele apertar minha mão.

-Eu também te amo e... Perdoe-me, se não fosse por mim...

-Ela iria me matar de qualquer jeito... –gritei ao sentir a dor ficar mais forte. –Ela não sabe do meu irmão! Encontre-o e mande-o fugir! Para um lugar longe daqui!

-Eu prometo que vou achá-lo! –A dor era tanta que meus olhos estavam mais embaçados, mas segurei meus gritos.

-Me beija, por favor... –Senti seu perfume entrar por minhas narinas. Coloquei uma mão de um lado de seu rosto e ele encostou os lábios nos meus.

Naquele momento, pareceu que não existia dor, cortes, sangue ou famílias inimigas. Éramos apenas nós dois.

Ele se afastou e minha visão escureceu. Ouvi seus chamados, mas, dessa vez, eu não poderia voltar ou espera-lo. Era o meu fim. E somente anos depois, quando ele fugiu com meu irmão para longe dali, uma doença o matou e, só então, ele me alcançou.

...

N|A: Só avisando que todas vão ser trágicas desse jeito e que nem todas serão tão melosas.
Essa é a primeira vida dos dois, por isso é a mais fofa e melosa (gay, em minha opinião).
As próximas serão mais provocações, bem estilo SM!
Pelo que parece, os Black’s não são tão puro-sangue, não é? ;D
Espero que tenham gostado! Logo que eu terminar a segunda, eu posto!
Comentem!
Bjs e ‘Té mais!

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Comentários (4)

  • Lily Proongs

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, eu to chorandoooooo, ameiiiiiii amei ameiiiiiiiiiiiiiiiii

    2012-05-17
  • Lana Silva

    Nossa senhora. Eu simplesmente amei. Amo suas fanfics, mas essa supera qualquer outra. Eu amoooo fanfics de época e essa de reencarnação me deixou fascinada , preciso de mais. A historia foi linda, não achei gay kkk, já tô louca pelas próximas e se forem como essa nossa eu vou amar. Ahhhhhh fui muiiito boa tô totalmente louca aqui pelo próximo capitulo *-------------------------------*bjoos! 

    2012-04-27
  • Marauder Blood

    O.O Caraaaaaaaaaaaaaaalho, eu vi um filme passando na minha cabeça velho O.O Puatzzzzz, essa foi uma das fic mais trágica, diferente, bonita, exótica, melosa, foda e gay que ja li na vida :3333333333333 Me gusta TANTO SM Acho que precisamos nos internar manola, nossa obssessão por eles não é normal! u.u Enfim, se você não postar logo essa bagaça eu vou arranjar um jeito de te enviar uma maldição imperdoável via Sedex, tranquilo?? All right, termina logo o próximo cap, por que se esse foi foda desse jeito IMAGINA OS OUTROS ~todos dançam~ E AGORA:  *todos os obssessivos por SM lendo as fic da Miiih* yeeeeeeeeeeeeeeeeees u.u To esperando e sonhe com o Six ;*

    2012-04-10
  • Julia Black Lovegood

    CARALHO SUA VADIA, ME FEZ CHORAR!! Sim, eu amei. Ficou perfeito! Posta logo por favorzinho D:Eu não sei escrever comentarios então foda-se. To indo, tiau. (POSTE O SEGUNDO LOGO!) 

    2012-04-10
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