A Fuga



(Narrada por Sirius Black)


Sim. Eu estava nesta festa ridícula com bando de idiotas festejando as linhagens sangues-puros. E isso esta acontecendo bem no momento que esta ocorrendo o velório dos parentes da Marlene. Eu devia esta ao lado dela e não aqui. Não acredito que minha “querida” mãe conseguiu me trancar aqui.


 


- Querido, venha até aqui. - escutei a “bela” voz a minha mãe me chamando - Quero lhe apresentar a família Graphons. - Ela me mostrou um grupo em volta dela. Todos eram muito claros e com olhos escuros.


 


- Esse é o meu filho mais velho, Sirius Black. – minha mãe me puxou para mais perto do grupo. E é claro tive que fazer pose.


 


- Muito prazer, senhor e senhora Graphons. – me apresentei ao que me aparentava ser o casal Graphons, já que estavam de mãos dadas.


 


- Sou Calich e essa é minha esposa Katerine. – apertei a mão do homem e dei um beijo nas costas da mão da mulher.


 


- O prazer é todo nosso. Seu filho é um cavalheiro. – disse a tal de Katerine após eu ter beijado a mão dela. E depois acrescentou - Uma pena ele ser Gryffindor.


 


Espera! Deixa ver se eu entendi. Ela mal acabou de me conhecer e já esta pondo o dedo na minha vida. Quem ela pensa que é. Katerine Graphons? De uma das linhagens bruxas mais pura do mundo? Grande merda, isso sim.


 


Neste momento, eu estralei todos os meus dedos de uma vez. Minha mãe percebendo a minha irritação me deu uma olhada do tipo “Fica quieto ou você vai levar uma”.


 


- Essas são minhas filhas, Fiona e Viollet. – a primeira parecia mais velha do que eu. Já a segunda, devia ser da minha idade.


 


- Prazer. – disse e fiz o mesmo gesto que fiz com a mãe delas.


 


Viollet me parecia menos excêntrica que os outros. Parece que alguém aqui está com tédio.


 


- Filho, elas vão estudar em Hogwarts. – minha mãe disse entusiasmada.


 


- Ah! Que bom. Espero que vocês sejam selecionadas para a Gryffindor. – falei triunfalmente e sai do grupo. Sim, eu sou mal. MUAHMUAHMUAHMUAH.


 


Caminhei em direção ao jardim da mansão. Queria muito poder esvaziar minha mente neste momento. Ultimamente, eu estava tendo muito pesadelos. E não eram quaisquer pesadelos. Neles tinham meus amigos sendo assassinados por Comensais da Morte ou pelo próprio Voldemort.


 


- Parece que você não é igual a eles. – uma voz me tirou dos meus pensamentos. Virei pare me certificar quem era e me deparei com a Viollet com um pequeno sorriso.


 


- Você acha? – perguntei num jeito irônico.


 


- Eu também não aguento eles. – ela disse com ódio.


 


Olhei nos olhos escuros dela e observei que não havia ganância de poder e sim tristeza.


 


- É muito difícil encontrar pessoas como você nesses tipos de família. – falou


 


- Eu sei como é isso. – disse e apontei para um banco para nós sentarmos – Então, vai para Hogwarts?


 


- Sim. O meu pai vai trabalhar no Ministério da Magia e minha mãe não queria continuar mais lá na França. – respondeu.


 


- Você não tem sotaque francês.


 


- Na verdade, eu sou inglesa e mudei junto com a minha família para a França quando eu tinha 10 anos. – explicou-me


 


- Está explicado – sorri para ela.


 


Por mais que eu tivesse encontrado uma pessoa igual a mim, não estava com a mínima vontade de ficar nesta festa.


 


- O que lhe aflige? – Viollet perguntou.


 


- Você sabe o que esta acontecendo a essa hora lá fora? – perguntei a ela revoltado.


 


- Não. – respondeu num sussurro por ter se assustado com a minha mudança de humor.


 


- Está havendo um velório de uma família que Comensais da Morte torturaram e assassinaram. E esses fanáticos aqui festejam o cúmulo do ridículo. Puro-sangue, blé.


 


- Ah, sinto muito Black. Eu não sabia. Me desculpe. – falou calmamente colocando a mão no meu ombro.


 


- Não precisa se desculpar. Você não faz parte dessa laia. E pode me chamar de Sirius.


 


- Ok, Sirius. Pode me chamar de Viollet.


 


- Mas você era amigo dessa família? – ela perguntou.


 


- Na verdade, eles eram parentes da minha melhor amiga. Eles eram muito queridos para ela. Eu queria estar com lá para poder dar força a ela. – expliquei.


 


- Coitada. Qual é o nome dela?


 


- Marlene Mckinnon.


 


- Nossa, meu sonho era poder ter nascido numa família como os Mckinnon, os Potter ou os Longbotton. – disse ela olhando para o céu.


 


- Bom, eu tenho umpouco de sorte. Meu melhor amigo é James Potter. Os pais dele são pessoas extremamente agradáveis. Sempre me recebem na casa deles. Qualquer coisa que precisar, pode ir me procurar na casa deles, na maior parte das minhas férias eu fico na casa do James. Fica numa vila próximo a Londres. Conhece Godric’s Hollow?


 


- Já ouvi falar, mas pedindo informação talvez eu consiga chegar lá. E muito obrigada. Não dá para ficar na casa de meus paizinhos.


 


Depois que ela terminou de falar, um silêncio pairou entre nós. Ficamos observando o jardim com o som da festa que acontecia atrás de nós. Sim, a guerra começou. Foi um pensamento que estava me atormentando há dias. Estava preocupado com os meus amigos.


 


- Eu vou fugir de casa. – falei de súbito.


 


-O que? – ela perguntou surpresa.


 


- É isso mesmo. Eu vou fugir daquela casa. Não aguento mais ficar naquele ninho de cobras.


 


- Mas para onde você vai?


 


- Talvez para a casa do James. Qualquer lugar é melhor que lá.


 


- Então, boa sorte. Se precisar de alguma coisa, eu vou estar hospedada no Hotel Charlotte. Vou ficar lá até minha casa ficar pronta. Depois eu lhe dou o endereço.


 


- Obrigado, mas eu acho que eu não vou ter problema com a minha fuga. Eu tendo um malão, uma vassoura e uma varinha está tudo certo. – nós dois rimos.


 


- Viollet, vamos embora. – escutei uma pessoa falando e procurei quem era. Era a Fiona, irmão de Viollet.


 


- Sirius, eu vou ter que voltar para o meu ninho de cobra. – falou num tom divertido.


 


- Ah, que legal! – falei ironicamente – Foi um prazer conhece-la, madame. – beijei a mão dela.


 


- O prazer é todo meu, Sir Black.


 


- Boa sorte na seleção, espero que você entre na Gryffindor. – gritei quando ela estava entrando na mansão.


 


- Obrigada. – falou. Percebi que a irmã dela fez uma cara de nojo quando eu mencionei o nome de minha casa.


 


Fiquei olhando para onde ela tinha desaparecido. Minha noite não tinha sido tão ruim, mas, mesmo assim, queria estar com a Marlene. Queria poder abraçar ela e dizer que tudo vai ficar bem.


 


Os meus pensamentos foram varridos por uma dor horrível na orelha esquerda. Senti ela sendo puxada.


 


- AAAAIIIIIIIII mãe. Está doendo, para com isso. – comecei a gritar quando eu percebi que a minha mãe estava puxando minha orelha.


 


- É para você aprender a não falar besteira, moleque. – falou.


 


Consegui e soltar dela e comecei a correr ficando atrás do banco.


 


- Ah mãe seja mais rápida. Assim você nunca vai me pegar. – sim, eu sou mal.


 


- De mim você pode fugir, mas do seu pai não, menino. Espera só quando chegarmos em casa. – disse nervosa e, depois, saiu batendo o pé.


 


Eu sabia o que me esperava em casa. O meu pai iria usar cruciatus em mim. Ele sempre fazia isso comigo. É claro que doía, mas eu tentava não mostrar isso.


 


Depois de um tempo, nós fomos embora pela rede flú usando a lareira da mansão. Como sempre, a viagem via flú era horrível. Saí da lareira da sala de estar da minha casa meio cambaleando. Tirei as cinzas que estavam em minha roupa e subi a escada. Andei pelo corredor escuro e abri a porta onde tinha uma placa escrita o seguinte:


 


Se entrar, morre.


By: Sirius.


 


Meu quarto! O único lugar que eu gostava nessa horrorosa casa. No cômodo, o vermelho e o amarelo se destacavam dos moveis escuros. Antes que alguém entrasse, fechei com um feitiço, mesmo sabendo que é proibido bruxo de menor de idade usar magia fora da escola. Mas o que é a vida sem magia.


 


Fui procurar o meu malão que estava embaixo da minha casa. Abri o armário e peguei todas as roupas, os meus pertences e meus materiais escolares. Pequei tudo que me pertencia. Lancei um feitiço indetectável de extensão no malão para caber tudo.


 


- Abra essa porta, menino. – escutei minha mãe falando atrás da porta.


 


Não dei atenção a ela. Dei uma ultima olhada no quarto para ver se não tinha me esquecido de alguma coisa.


 


- Sirius Black, sai daí agora ou o seu castigo vai ser pior. – dessa vez era o meu pai falando.


 


Arrumei as coisas o mais rápido possível. O malão estava pronto e só precisava de coloca-lo na vassoura. Quando tudo estava pronto, meu pai tinha conseguido abrir a porta. Minha mãe olhou para mim e, depois, para o armário vazio.


 


- O que você esta fazendo, Sirius? – ela me perguntou receosa. Pode parecer estranho, mas minha mãe me amava apesar de eu ser “ovelha negra” da família. Agora, o meu pai... Já é outra história.


 


- Estou saindo dessa casa. É o que eu deveria ter feito a muito tempo.


 


- Você não vai a lugar algum, moleque. – vociferou o meu pai.


 


Com um movimento na varinha, abri a janela e, logo em seguida, subi na vassoura ainda dentro de casa. E no minuto após, eu e ele começamos a duela.


 


- Expelliarmus.


 


- Impedimenta.


 


- Estupefaça. – o meu feitiço acertou em cheio o peito do meu pai que caiu do outro lado do quarto.


 


Isso deu tempo de dar um impulso e sair voando pela janela. Olhei para trás e vi minha mãe ajudando o meu pai a levantar.


 


Como é bom ficar livre daquele lugar!


 


Tentei me localizar do alto da cidade. E assim que encontrei a direção certa, me encaminhei para a casa do meu amigo James.


 


É claro que os meus pais (não deixe o James ler isto) de coração e alma me receberam com bom grado.


 


- Obrigado, mãe! – agradeci a Dorea enquanto ela me levava ao meu quarto que ficava ao lado do quarto do James.


 


- Uau, que melhor hora para vir nos visitar, cachorro. – escutei a voz do próprio vindo da porta do cômodo. Ele estava sem óculos e com pijama, ou melhor, com somente short.


 


- Ele disse para mim que iria madrugar você. – brincou Charlus.


 


- Ah! Eu agradeço. – disse James irônico.


 


- Crianças, a conversa esta boa, mas vamos todos dormir. Vamos agora. – Dorea foi empurrando todos para a cama.


 


- Ah mãe. – eu e James falamos juntos.


 


- Nada de mãe. É agora.


 


E eu fui. Não por obrigação, mas por lembrar que eu estava no lugar certo e que eu poderia descansar com tranquilidade sem nervosismo de ter que acordar com ameaças de tortura.

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