Confissões



Notas iniciais do capítulo


Apesar de doer, a verdade é o caminho benigno para uma relação saudável!

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Depois da discussão que teve com Cedric, Hermione correu até a garagem, onde o Sr. Weasley guardava os artefatos de trouxas, e viu Ron sentado numa mesa ouvindo o pequeno rádio, que tocava 9 crimes, de Damiem Rice, acompanhado de cerveja amanteigada e feijõezinhos de todos os sabores.


– Posso entrar? - Perguntou cautelosa.


– Já entrou...mas é claro...pode sim.


– Ron, eu...


– Eu não entendi o propósito de você me envergonhar para todos. - Disse cabisbaixo. - O que eu te fiz?


– Envegonhar? Eu não disse nada...


– Como então souberam? Porque a tal carta endereçada a mim, era um berrador me chamando de fracassado, idiota e vários outros xingamentos. Cogitei a possibilidade de você conhecer Draco Malfoy e ele ter me mandado aquilo. Mas percebi que a voz era do seu namoradinho.


– Eu sabia que tinha dedo do Cedric... ele nos ouviu ontem a noite. Nos espionou.


– Tinha que ser.... Mas não importa. Vocês voltaram e bem eu vou me casar com a Cho...


– Não voltamos...


– Eu vi vocês se beijando na sala.


– Ele me beijou, não fiz a mínima questão de beijá-lo.


– Sei...


– É verdade. - Ressaltou, sentando-se ao lado de Ron. - Na realidade, a culpa é minha pelo nosso namoro estar assim. Afinal, começou errado...


– Por que errado? - Perguntou surpreso, virando-se de frente para Hermione.


– Foi através de uma brincadeira...


– Brincadeira?


– É...uma aposta. Não pense errado de mim, é que ele era um dos garotos mais cobiçados da escola e no início eu o achava metido, egoísta, mesquinho. Como as garotas sabiam sobre o que eu pensava, meio que me convenceram a tentar "conquistar" o Cedric.


– Isso é sério? - Perguntou desconfiado.


– Sim...


– Continua contando...


– Assim, eu iniciei um plano.


– Mas com que finalidade?


– Bem, ele era muito....hã...namoradeiro...e várias garotas já estavam reclamando do jeito que ele as tratava, por isso concordei em faze-lo se arrepender.


– Então deixa eu ver se eu entendi: Você quis fazer justiça em nome de todas as exs namoradas dele?


– Sim...


– Deve ter sido fácil enganá-lo, afinal você é linda.


– Que nada. Demorei 2 meses para conseguir um beijo.


– Por que tanto tempo? Ele é um idiota mesmo.


– É porque os amigos dele deram a minha ficha completa.


– Ficha completa? Como assim?


– As minhas notas altas, o meu gosto pela leitura e pelas provas semestrais, os meus hobbys, o meu jeito difícil com os garotos, esse tipo de coisa.


– Que currículo...


– É, e ainda tinha a ex namorada dele no meu pé. Falando que ele nunca iria se interessar por mim, entre outras bobagens. - Disse rindo.


– O Q.I. dela era limitado, não é mesmo?


– Acho que sim...


– Mas o que deu errado? Se apaixonou por ele?


– Para ser sincera não, mas a convivência nos tornou mais próximos, quando percebi ele já me apresentava como namorada. E foi desse jeito que namoro, namorarei, com ele por dois anos.


– Nossa, quanto tempo.


– É verdade.


– Promete para mim que não vai haver mais mentiras? - Pediu.


– Claro. Prometo.


– Então, já que esclarecemos algumas coisas e estamos tendo uma relação bem legal, acho que posso te levar em um lugar.


– Um lugar? Onde?


– Não um lugar comum, e sim um lugar especial, que no momento é surpresa. Assim nós podemos conversar bastante.


– Estou muito curiosa.


– Então, vale a pena guardar segredo, por enquanto. - Ele pegou na mão dela e aparataram.


O lugar no qual apareceram, era um campo aberto com um lago em frente e muitas flores e árvores, de todos os tipos e cores, que preenchiam e coloriam a paisagem paradisíaca. Logo atrás, havia uma grande caverna rochosa.


– Que lugar lindo, Ron! - Exclamou Hermione impressionada.


– Caprichei, não é mesmo?


– Muito. Aonde estamos?


– Bem longe de Londres.


– Isso já deu para perceber - Começou a rir - Você é incrível, sabia? - Confessou, olhando para Ron apaixonada.


– Se você acha...eu também acho! - Brincou ele.


– Para de ser debochado, garoto! - Riu.


– Mas então? O que quer fazer?


– Fazer?


– É... Correr em volta do lago, fazer uma fogueira, colher frutas afrodisíacas, conversar, explorar a caverna, nadar no lago, pescar, treinar ataques de defesa...você escolhe!


– Podemos subir em árvores também.


– Pode ser.


– Você não existe...


– É verdade, eu não existo. O que quer?


– Quero fazer tudo!


– Okay. Então vamos...


– ...fazer um fogueira primeiro.


– Você é quem manda.


Enquanto isso na Toca, Cho e Cedric se perguntavam onde estavam Ron e Hermione.


– Para onde será que foram, já olhamos a casa inteira e nem sinal deles. - Disse Cedric.


– Ron não me abandonaria. Estamos noivos. Falta pouco tempo.


– A Hermione não me faria de bobo, dessa maneira. Deve haver alguma explicação.


– A única explicação é que os dois foram embora juntos, e nos deixaram... - Gritou desesperada.


Durante o dia, que havia apenas começado, aproveitaram os recursos oferecidos pela pequena ilha. Almoçaram, exploraram, treinaram, colheram, correram, pescaram, subiram, nadaram, a última opção era conversarem.


– Nossa, hoje o dia foi maravilhoso. - Disse Hermione, se jogando na areia branca, ofegante.


– Fico feliz por ter gostado - Admitiu Ron, também se jogando na areia, ofegante.


– Agora vamos conversar, a última coisa da lista.


– Só se você quiser que seja a última.


– O que? Está com tanto ânimo assim?


– Sou como um dementador, forte e faminto.


– Que comparação horrível.


– Também achei. Mas ainda estou faminto.


– Quer colher mais frutas?


– Quero. Mas antes quero fazer algo...


– O que seria?


– Isso...- Respondeu, se aproximando de Hermione e beijando-a. Ambos deitados na areia, beijavam-se e abraçavam-se intensamente pela primeira vez. Ron interrompeu o beijo e observou-a.


– O que foi? - Perguntou calmamente.


– Eu queria que todos os dias fossem assim.


– Eu também - Passou e permaneceu com a mão nos cabelos flamejantes.


– Pensei que não gostasse de mim...


– Foi uma outra mentira...mas foi por uma boa causa.


– Mentiu sobre gostar de mim...que punição você merece?


– Punição? - Começou a rir.


– É... um ataque de cócegas, talvez a faça aprender..


– Não por favor... - E Ron continuava a fazer.


– Eu quero viver aqui com você.


– Mas não podemos nos esquecer de tudo.


– Mas por enquanto, podíamos fingir que não temos problemas...


– Por Merlin...


– O que? O que foi? - Perguntou assustado.


– Não avisamos ninguém. Simplesmente aparatamos e agora estamos numa ilha paradisíaca há quilometros longe de casa.


– Você quer voltar agora?


– Humm...Vamos ficar mais um pouco.


– Ótima escolha - E voltaram a se beijar. Porém Ron interrompeu novamente.


– Por Merlin Ron...


– Eu não podia estar fazendo isso. - Afirmou sentando-se. - Estou sendo um traíra..dei a minha palavra...pelas cuecas de Merlin.


– Calma. Aconteceu.


– Mas não podia ter acontecido. Você entende o porquê.


– Sim...é claro que entendo...é melhor irmos.


– É..eu tenho que dar uma explicação.


– Sim, você tem. Vamos..


– Hã..espera.. vamos conversar mais um pouco... terrminar a lista de atividades.


– Tudo bem..mas depois vamos direto para casa, sem paradas..


– É claro.


E voltaram a conversar.


 

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