ASTRONOMIA, HOGSMEADE E VERITA

ASTRONOMIA, HOGSMEADE E VERITA



No jantar, Delence se comportou como uma dama. Severo, que estava antes desconfiando da moça aquietou-se um pouco. Talvez ela dissera a verdade. Afinal se comportava muito bem sentada à mesa, como uma moça de família, educada e delicada. Na enfermaria, quando foi visitá-la, observou cada detalhe que lhe pudesse ser útil, beleza era um atributo que qualquer mulher poderia ter, não bastava para definir se a pessoa era rica e de boa família ou não. E uma mulher com 15 mini-barras de ouro na mochila, que equivaleria á uns 25.000 galeões, teria que ser de família rica, do contrário teria roubado. E isso era ruim, não queria duvidar dela, por isso, ou por outros motivos, resolveu analizá-la de perto. O cabelo castanho e ondulado era bem cuidado. As unhas cortadas e com um esmalte branco bem claro... Os traços delicados. Teve a certeza de que era uma mulher muito vaidosa, e bem cuidada.


(...)


_Como? Você deu a ela o trabalho de professora de astronomia?-disse um Snape muito irritado.


_Sim, ela mostrou ter conhecimentos sobre o assunto.


_Mas você nem a conhece. E ela nao tem documentos nem nada assim.


_Sim, mas você disse que usaria veritaserum nela.


_Disse, e vou. Mas tenho que esperar um pouco, não posso simplesmente ir convidando-a para um chá. Tenho que ir devagar e ganhar terreno.


_Oh, sim, mas enquanto isso, não vejo preoblema em tratá-la bem.


_Hum.


_Severo, você acaba de me dar uma idéia.


_Mesmo? Vai despedi-la desde já?


_Não, você irá com ela até Hogmeade para fazer compras.


_Há, mas nem que os dementadores voem de saias cor-de-rosa e asas de anjo.


_Severo... não faria esse favor ao seu velho amigo?


_Acho que seria mais amigo velho. Pois ultimamente você anda caducando.


_Faça pelo seu interesse nela.


_Que interesse?


_O interesse que você tem em descobrir quem ela é.


_Ah, sim. Está bem, mas não posso demorar.


_Leve-a no beco diagonal para que deposite as barras de ouro no banco.


_Eu não servirei de segurança para ela.


_Não se preocupe. Eu ja conversei com os duendes pessoalmente. Nào apresentarão qualquer problema.


_Ótimo. Então diga a ela qua amanha iremos, já que nesse sábado os pentelhos não vão, e que não se atrase. Às 8:00 da manhã.


(...)


No outro dia...


_Está 10 minutos atrasada, acaso acha que eu não tenho o que fazer?


_Oh, perdoe-me. Eu me atrasei porque estava...


_Me poupe de seus problemas pessoais. Tenho só ate a hora do almoço. Por tanto, nao me atrase.


_Oh, está bem. Pode me ajudar a subir?


Ele, meio contrariado, segurou sua mao e ela subiu, depois ele tammbém entrou na carruagem calado até que ela quebrou o silencio:


_Esses bichos que puxam a carruagem sao estranhos.


_Sao testralios.


_Ah.


_A aparência deles é estranha, mas não fazem mal.


_É longe, Hogsmeade?


_Quase meia hora, se o caminho estiver bom.


_E como é lá?


_Espere e verá. Nao me faça perguntas que nao irei responder.


_Ui, você tem um humor excentrico.


Os dois permaneceram em silencio ate chegar em Hosmeade. Delence ficou deslumbrada com a paisagem.


Quando chegaram foram até uma casa que Delence julgou muito estranha, e lá ele pediu que ela entrasse na lereira, ela exitou um pouco, mas resolveu entrar no jogo, afinal, tinha certeza que ele iria agarrá-la, pois lá não tinha mais ninguém além deles. Ficou feliz por isso, já fazia tempos que não beijava um homem e ele parecia ser interessante. Ela entrou seguida dele. E ficou esperando que ele a olhasse com aqueles olhos abissais, a tomasse em seus braços fortes e a beijasse, quem sabe até não fariam amor ali mesmo?


Mas o homem não fez nada disso, apenas pegou um pó verde e disse em voz alta ''Beco Diagonal''. Delence levou o maior susto quando, de repente, eles apareceram em uma outra lareira, dessa vez com muita gente do lado de fora.


_Você vai ficar aí?


Ela não disse nada, Snape percebeu que estava chocada, e branca, como a neve. Então lhe deu a mao, e viu que estava fria e trêmula. Teve vontade de rir, mas segurou.


_Você nunca viajou com pó de flu antes? Tem certeza de que é uma bruxa?


_Porque você nao me avisou?


_Qualquer bruxo plausível conhece a rede de flu. Estou surpreso que voce nao.


_Onde estamos? Aqui é Hogsmeade?


_Não. Aqui é o Beco Diagonal, você precisa ir ao banco e ao Olivaras antes. Vamos.


Chegaram no banco, o duende a olhou indefinidamente, e disse:


_O que faz aqui?


_O que as pessoas fazem num banco, seu duende?


_Meu nome é Lude.


_Nao me interessa.


_Sigam Grampo, ele os levará até o cofre.


_E você sabe qual é o cofre?


_Um novo, obvio.


_Não.


_Não?-perguntou Snape.


_Meu pai tinha um cofre aqui.


_Mentira, você não é daqui.


_Como ousa falar comigo assim, duende?


_E qual é o cofre que a senhorita deseja?


_Eu mostro.


E deu as costas.


_Você não vem?


Ela deveria querer que Snape ficasse, mas não queria ele conversando muito com Lude, pois ela sabia que ele já havia notado como o duende a obedecera sem contestar, e duendes são encrenqueiros, não respeitam qualquer um. E com certeza ele voltaria depois para perguntar o motivo de tanta obediência.


Seguiram Grampo ate onde ela queria, Snape ainda estava chocado, mas o que poderia dizer sendo um homem de poucas palavras?


Apenas seguiu os dois, a um certo ponto, quando ja tinham andado uns 200 metros, o duende perguntou:


_É muito longe?


_Não, já estamos quase chegando, e você pode esperar aqui.-disse se virando para Snape.


_Ah, é claro, senhorita, apenas peço que não demore, pois já lhe disse que tenho coisas a fazer.


_Anotado.


E assim, Delence foi seguida de Grampo. Chegaram até um cofre, ao que ela retirou exatamente tudo o que tinha, em vez de colocar as barras de ouro, jóias, dinheiro, muito dinheiro, o suficiente para nao ter que trabalhar por talvez uns cinco anos, objetos muito misteriosos. Ela enfiou tudo em uma bolsa com um feitiço que fazia as coisas caberem em pouco espaço, assim, saiu do mesmo jeito que chegou, com a bolsa do mesmo tamanho, sem que ninguem desconfiasse que ali, tinha muitas riquezas pessoais.


Siram de Gringotes e foram para Hogsmeade.


_Pronto-disse a moça um tanto preocupada- Ja podemos ir  a Hogsmeade?


_Sim.


_Eu espero que voce nao use aquele negocio verde de novo.


_Negocio verde?


_Na lareira...


_Se chama rede de flu, francamente mulher, voce é uma aborta ou o que?


_Aborta? Puxa, voce nao tem nem noçao de ortografia, nao existe o feminino dessa palavra, e se eu fosse um aborto, como estaria viva?


Ele curvou as sobrancelhas e tentou entender, talvez ela estivesse gozando dele, afinal uma bruxa de verdade conheceria esses ''termos magicos''. Mas ela dizia aquilo com um ar tao inocente. Nao parecia entender, mas se isso fosse verdade, ela escondia segredos muito piores do que ele imaginava. Depois de comprarem o que Delence precisava, varinha, vassoura, foram para Hogsmeade.


_Vamos aparatar. Voce sabe o que é isso nao é?


_Ah, é... claro que sim.


_Entao segure meu braço.


''Sera que aparatar significa o mesmo que dançar? Mas por que vamos dançar aqui no meio do Beco Diagonal?''


Delence ficou de frente para ele e segurou em seus ombros, quase na nuca.


_O que esta fazendo?


_Bom, me preparando para aparatar.


_E tem necessidade disso?-ele disse se desvencilhando dos braços dela- Fique do meu lado.


Ela obedeceu, e ele os aparatou tendo a cereza de que aquela mulher não sabia o que era isso.


Quando começaram, Delence sentiu como se lhe fossem arrancar todos os membros e gritava incessantemente os quase 10 segundos que ficaram a aparatar. Finalamente terminou e ela caiu no chao, ao contrario de Snape, que permaneceu de pé como se nada tivesse acontecido.


Ela se levantou e ele perguntou se estava tudo bem, o que ela nem sequer ouviu. Saiu um pouco mais para o canto e vomitou tudo que tinha diretio.


Snape começou a ficar preocupado e com um peso na consciencia. Nao sabia que seria tão grave assim.


_Tudo bem senhorita?


_Vai pro inferno seu filho da ****.


_Ei, olha o linguajar... voce nao tem educação?


_Como uma pessoa que esta vomitando pode ter educaçao?


_Deixe-me ajuda-la a se levantar.


Snape percebeu que a mulher estava verde, realmente mal. Segurou-a pela cintura e colou corpo dela junto ao seu.


_Você me paga, Severo Snape.


_Mas, nao entendo, acabamos de fazer uma coisa que milhares de bruxos fazem a todo instante.


_Eles fazem isso a toda hora, é? Mas como vomitam sem que ninguem veja?


_Ninguem vomita Delence!


_Oh.


_Que tipo de bruxa é você?


Delence ate pensou em dar um beijo nele com gosto de vomito, quem sabe assim, aprendesse? Mas não o fez.


_Preciso tomar algo.


Severo nao acreditou que teria que leva-la no ''Tres Vassouras'', afinal, era, dos piores bares de Hogsmeade, o melhor. Cabeça de Javali geralmente só abrigava beberroes e pessoas de má fé. E um certo Bar-Cafe muito famoso que tinha por lá nao podia nem pensar... era delicado demais para ele.


_Vamos por aqui.


Ela o seguiu e foram até o Tres Vassouras. Ele pediu uma cerveja amanteigada para ela e um whisky de fogo para si. Delence olhou a bebida sendo sensualmente depositada na mesa. A mulher de cabelos loiros e olhos azuis disse um bom dia a Severo.


_Bom dia, Rosmerta.-ele respondeu com educaçao, mas sem dar muito enfase, pois sabia que sempre que Rosmerta o via, ficava muito assanhadinha.


Delence sorveu um gole da bebida bem desconfortavel com a mulher que nao parava de olha-la estranhamente. ''Talvez ciume'', pensou Delence antes que cuspisse todo o liquido de novo no copo. E com uma cara de nojo, disse:


_Como voce ousa? Isso acaso é xixi de gato?


_Oh, senhorita-disse Rosmerta-isso é uma das melhores bebidas que temos aqui.


_Nao quero nem ver qual é a pior, fiquei mais enjoada ainda.


Rosmerta arregalou os olhos. Snape não sabia nem o que dizer ou fazer. Ele nunca ia ao Tres Vassouras e de repente aparece com uma jovem e encantadora moça que se diz enjoada. Isso poderia significar um grau de comprometimento muito grande.

_Eu vou querer um suco, por favor.

_De abóbora?

_Abóbora? Mas quem é que toma suco de abóbora? Apesar de tentar engolir esse suco em Hogwarts, nao poderei fazê-lo novamente. Quero um suco de clorofila, ou de frutas cítricas, ou quem sabe... frutas vermelhas, isso. Me traga um suco de frutas vermelhas.

_Sinto muito mas nao temos nada disso senhorita.-disse madame Rosmerta

_Entao quero um chá de flores do campo.

Snape e Rosmerta se olharam sem entender os gostos das meninas, enquanto ele estava em uma posiçao descontraída na cadeira.

_Traga para ela o mesmo que me trouxe. Imagino que a senhorita conhece wisky. Ou nao?

_Claro que eu conheço, mas nao quero ingerir benidas alcoolicas.

_Fará uma exceçao hoje. Traga por favor, madame.

Delence se virou para ele, e disse:

_Acha que pode decidir o que devo beber?

_Voce se comporta como uma menina mimada. Tome, nao fará mal. Faz já algum tempo que voce nao bebe? Pois nao se preocupe, nao deixarei que beba muito.

Delence observava o tom de voz do bruxo, era amigavel, quase terno. Resolveu aceitar. Ele só queria deixá-la ''de fogo'', para poder perguntar-lhe o que queria saber. A hora do almoço já estava quase chegando, e Delence estava de estomago vazio. Mas ao contrario do que Snape pensava, ela nao bebeu muito. Depois de sorver uns tres goles da bebida disse que já estava boa e resolveu ir as compras novamente?

_Compras de que? O que mais falta?

_O mais importante... as roupas! Nao quer qu eeu saia por aí nua, nao é?

_Mais essa agora? Já está na hora do almoço.

_Nao vou demorar, Severo, prometo.

_Está bem, mas com uma condiçao. Os bruxos da Grã-Bretanha tem o hábito de beberem juntos, e nao é nada educado que alguem saia assim, sem beber sequer um copo.

_Bom, nao me sinto muito bem.

_Aceite ir até meu escritório mais tarde... tenho vinhos de ótima safra. Poderemos beber um pouco e eu te conto algumas coisas sbre Hogwarts.

Delence achou estranho toda essa bondade repentina, mas aceitou. E foram as compras.

Depois de mais duas horas, partiram para Hogwarts novamente. Na caruuagem, eles quase nao se falaram, Delence estava apreensiva.

_Posso esperá-la as 8:00?-disse Snape ajudando-a a descer quando chegaram.

_Sim, estarei lá.

(...)

Delence já havia expulsado todos os resquicios de confiança que lhe restava sobre aquele homem. Ele era muito misterios, o que o tornava perigoso. Tomou um banho, saiu com um perfume gostoso amadeirado e feminino. Vestiu-se com um vestido vermelho escuro bem grosso, de mangas longas e gola consideravelmente alta, que lhe cobria nuca, porém deixava o colo e parte dos seios a mostra. Era um vestido simples, mas de bom gosto, ela usava os cabelos soltos.

Chegou na porta do escritório de Snape e bateu. Segundos depois ele veio e abriu.

_Pensei qeu nao viesse.

_Já sei, estou atrasada.

_As vezes me esqueço de que as mulheres nao sao muito pontuais.-disse fazendo sinal para qeu ela entrasse.

_Nem todas.

_Sente-se por favor.

_Obrigada.-disse a jovem sentando-se na poltrona verde escura, confortavel e macia.

_Vinho tinto ou branco?

_Qual me sugere?

_Tinto. Combina com suas vestes.

Só depois percebeu a besteira que tinha dito. Nao podia entregar que reparara no vestido dela. Entregou-lhe o copo. Mas Delence desconfiou. Poderia ter algo. Por um instante pensou em trocar os copos, mas teria que ser responsavel se algo lhe acontecesse. Finalmente decidiu que iria fingir um acidente, entao, levantou-se, tropeçou de propósito no pé da mesa e deixou a taça cair.

_Oh, perdao. Eu sou uma desastrada.

_Nao se preocupe,-disse Snape serio tentando controlar a decepçao por ela ter derramado o liquido que continha veritaserum.- Tudo bem, temos outra taça.

_Irei ajudá-lo.

_Nao se incomode.-e com um gesto de varinha, limpou tudo.

_Eu...

_Já disse, nao há nada de mais nisso.

_Entao fico com esta. Voce pega outra pra voce. Ah, sei que seria indelicado,-disse sorvendo um gole-perdoe-me mas estou um pouco nervosa.

_Tudo bem.

Severo voltou com outra taça igual a anterior, e lhe serviu vinho, sento-se e tentou puxar conversa.                      

                                                        

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