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Meus 15 anos


 


 


Meu nome é Hermione Granger, tenho quinze anos e sou apaixonada pelo meu melhor amigo: Ronald Weasley. Ele é meu vizinho ruivo, e tem uma família toda ruiva e enorme, mas são todos muito legais. Temos mais um amigo em comum: o Harry. Ele é moreno, magricela e mora com seus pais, a uns dois quarteirões daqui. Nós três temos a mesma idade e estudamos na mesma escola: Hogwarts.


 


Mas, voltando ao assunto inicial: sim, sou perdidamente apaixonada por aquele ruivo. Porém, somos melhores amigos desde pequenos, e brigamos muito. Acho que ele deve desconfiar de algo, pois ultimamente anda mais próximo de mim, e sempre me abraça. Algumas pessoas no colégio dizem que vamos acabar namorando... quem me dera! É algo quase impossível!


 


Hoje é sábado, já passou das seis da tarde, e eu tenho um encontro marcado com ele! Mas Harry e Gina também vão. A ultima é a irmã mais nova do Rony, e namora o Harry. Ela é minha amiga, também, mas é um ano mais nova do que eu, o que dificulta estarmos sempre juntas.


 


Acabei de sair do banho e optei por vestir um leve vestido, está muito calor. Depois de pronta, desci. Na sala, meus pais assistiam televisão.


 


--Mãe, pai, estou saindo. Vou na sorveteria com o pessoal, tudo bem?


 


--Rony vai também? –Mamãe perguntou.


 


Ela me dava o maior apoio quando o assunto era Ronald Weasley.


 


--Vai sim, mãe.


 


--Tudo bem, então. Mande lembranças à Molly.


 


Molly é a mãe dele.


 


--Tudo bem. Até mais tarde.


 


--Não volte muito tarde, e qualquer coisa ligue. –Papai se pronunciou – Juízo.


 


Eu ri e fechei a porta.


 


O céu de Londres estava especialmente estrelado naquela noite. Uma brisa leve batia no meu rosto, balançando meus cachos e meu vestido. Eu andei devagar até o jardim vizinho e toquei a campainha.


 


--Oi Mione.


 


Um ruivo atendeu a porta. Era um dos cinco irmãos do Ron, um dos gêmeos. Não sabia se era Fred ou Jorge, por isso, respondi hesitante:


 


--Rony está aí, Jorge?


 


--Errou, Mione! Eu sou o Fred!


 


Eu sorri envergonhada.


 


--Entre, ele está lá no quarto. Pode subir.


 


No caminho, eu passei pela sala e cumprimentei o restante da família, e senti a falta de Gina. Devia estar se arrumando, no quarto.


 


O quarto de Rony ficava no ultimo andar, e o de Gina no penúltimo. Sim a casa deles era enorme, e ainda tinha um nome! Todos a chamavam de A Toca.


 


Passei no quarto de Gina primeiro. Bati na porta e uma voz estranha me mandou entrar.Assim que eu entrei, pude ver minha amiga deitada, com uma cara péssima e cheia de cobertas em cima dela.


 


--Gina! O que aconteceu? –Me desesperei.


 


--Estou com gripe. –E rouca também – Não vou poder ir, de jeito nenhum!


 


Murchei no meu lugar e me sentei na cama dela.


 


--Então vamos marcar de sair na semana que vem.


 


--De jeito nenhum, Mione! Eu não suportaria ter que ouvir o Ronald jogando na minha cara a semana inteira que eu fiz ele perder o passeio. Sério, é melhor vocês irem.


 


Triste, eu perguntei:


 


--E Harry?


 


--Ele disse que também não vai, mas que passa aqui mais tarde pra me ver.


 


Fiz um muxoxo e me levantei.


 


--Vê se melhora, ruiva.


 


Ela assentiu com um sorrisinho no rosto. Eu me virei e saí daquele quarto quente.


 


Não tardei a chegar no quarto de Rony, que aparentemente estava com o som ligado no ultimo.


 


Eu bati na porta três vezes, e não recebendo resposta entrei. Como eu esperava, o computador dele estava ligado com músicas de rock no ultimo volume, sua cama estava desorganizada e ele estava só de cueca no meio do quarto. Tudo bem, essa ultima parte eu não esperava! Dei um gritinho e me virei de costas pra ele.


 


--Mione! –ele disse preocupado e correu pra baixar o volume do som – Desculpa, Mione. Pode se virar.


 


Quando me virei, ele continuava só de cueca. Dei as costas pra ele de novo.


 


--Tem algum problema comigo? –ele indagou confuso.


 


“Não, nenhum! Que problemas esse corpo lindo e perfeito pode ter?” pensei, mas não falei.


 


--Você está só de cueca, Rony.


 


Acho que ele parou pra se observar. Logo ouvi um barulho de gaveta, e, achando que estava segura, voltei a olhá-lo.


 


--Me perdoe por isso, Hermione. Acabei de sair do banho. –Ele estava fofo, vermelho de vergonha –Não demoro pra me arrumar, tudo bem?


 


--Tá bom. Quer que eu saia?


 


--Fique. Se quiser me ver só de cuecas de novo.


 


Essa proposta foi tentadora, mas eu não pude aceitar.


 


--Vou esperar na sala.


 


--Tá. Ah, a Gina não vai com a gente.


 


Eu, que já estava na porta, me virei para poder vê-lo.


 


--Conversei com ela. Vou descer. –e saí.


 


A sala estava cheia. Os Srs Weasleys, Molly e Arthur, e Gui, Carlinhos, Percy e os gêmeos estavam ali. E, para minha surpresa, Harry também.


 


--Oi Harry. –eu o cumprimentei.


 


--Mione. Tudo bem?


 


--Não, né. –Eu estava desanimada. –Queria sair com todo mundo, poxa.


 


--Eu também, Mione. Mas é por uma boa causa.


 


--Boa causa?


 


Eu vi ele engolindo em seco e estranhei.


 


--Quero dizer, Gina é uma boa causa, não é? E outra, assim você pode passar mais tempo com o Ron.


 


Ele sussurrou a ultima parte. Eu enrubresci. Harry era o único, além da minha mãe, que sabia da minha paixonite por Rony, ele era como um irmão pra mim. Eu até chamo os pais dele de tio e tia. Mas isso não conta, eles realmente são meus tios.


 


--Não diga isso, Harry. Você sabe que somos só amigos.


 


--Será mesmo?


 


Seu tom era misterioso, mas eu não pude me aprofundar no assunto, porque o Rony acabara de descer.


 


--Mãe, to indo. –ele disse.


 


--Tá bonitão, Roniquinho. –Um dos gêmeos comentou.


 


--Onde vai? –O outro continuou.


 


--Vou na sorveteria com a Mione. –ele novamente ficou vermelho.


 


--Só os dois? –Carlinhos entrou na conversa.


 


Rony assentiu. Eu e Harry apenas observávamos, sentados perto da porta. Já éramos de casa.


 


--Gina não vai? Até o Harry está aí! –Fred, ou Jorge, perguntou.


 


--Gina está doente. –Molly, a Sra Weasley, disse.


 


Todos olharam para a matriarca ruiva, e o Sr Weasley comentou:


 


--Estranho, até agora  pouco ela estava brigando com o Ronald pra ver quem ia lavar a lou...


 


Mas ele calou-se, pois Molly lhe deu um cutucão na costela. Eu estranhei.


 


--Mais alguma pergunta, gente?


 


Eles ficaram quietos.


 


--Estou indo então. Tchau.


 


Na porta, ele cumprimentou Harry e me puxou pela mão até a rua.


 


Sim, ele segurou a minha mão. E continua segurando! Acho que eu corei, porque ele me perguntou assim:


 


--Você tá bem, Mione?


 


Eu assenti e segurei forte a sua mão, mas ele não soltou.


 


--Vamos na sorveteria de sempre?


 


--Você escolhe hoje. –Eu respondi sorrindo.


 


--Tá bom.


 


Seguimos em silêncio até uma sorveteria que ficava quase no centro da cidade, mas não tivemos que andar muito. A sorveteria que ele escolheu era muito bem freqüentada, havia muitos casaizinhos e grupos de amigos. Ele me guiou até uma mesa no andar de cima.


 


Quando fomos nos sentar ele finalmente soltou a minha mão, e eu dei um suspiro triste, mas imperceptível. Fizemos os pedidos e começamos a conversar, ainda tomando o sorvete.


 


--Estranho sair sem eles, não é?


 


Tá, comentário infeliz esse que eu fiz. Mas eu tinha que começar a conversa de algum jeito, né!


 


--Já saímos sozinhos antes. –Ele disse sorrindo.


 


--A ultima vez foi quando tínhamos dez anos. Fomos no mercado e resolvemos fugir de casa. Nunca mais a mamãe deixou eu sair sozinha com você.


 


Rimos juntos. É, já aprontamos cada uma...


 


--Mas nós não temos mais dez anos, Mione.


 


Seu tom era sério, quase fomal.


 


--Eu sei Rony. Temos quinze.


 


Eu tentei dar uma risadinha e enfiei uma colherada de sorvete de morango na boca. Ele parecia estar corando, e suava um pouco.


 


--Temos quinze, Mione. Quinze. –ele suspirou. –Há quanto tempo nos conhecemos?


 


--Que pergunta, Rony! Desde que nascemos. Assim como o Harry. Nossas famílias sempre foram amigas e próximas.


 


--Não vamos incluir o Harry agora, tudo bem? Ele deve estar ótimo, aos amassos com a minha irmã.


 


--Aos amassos? Mas ela não está doente?


 


Ele desviou o olhar e comeu um pouco de sorvete. Eu respeitei, mas aquela conversa estava muito estranha.


 


Não conversamos muito depois disso, até terminarmos o nosso sorvete. Assim que acabamos, ele sugeriu um passeio e eu, é claro, aceitei.


 


Num acordo mudo, andamos devagar e pelo caminho mais longo até a minha casa, conversando sobre coisas do passado. É, realmente, esse passeio estava tedioso.


 


Quando estávamos chegando, um vento mais frio me fez estremecer.


 


--Vem aqui. –ele ofereceu os braços, nem acredito!


 


Eu me aproximei e me aconcheguei nele. Confesso que estremeci mais ainda. O perfume dele me inebriava, eu podia passar o resto da minha vida ali, nos braços dele.


 


--Chegamos.


 


Já? Sério, nem percebi.


 


--Está entregue, Mione.


 


--Obrigada, Ron. Foi um passeio agradável.


 


Muito, principalmente no final. Ai, ai... ainda bem que ele não lê pensamentos, né?


 


--Foi mesmo.


 


Aí ele se aproximou de mim e eu gelei. Ele fez uma coisa que nunca tinha feito antes: colocou as mãos na minha cintura e fixou os olhos dele nos meus. Juro, eu achei que fosse cair, de tanto que minhas pernas tremiam e meu coração batia forte.


 


--Até amanhã, Mione.


 


Ele se aproximou de mim de um modo suspeito, e eu podia jurar que ele ia me dar um beijo. Mas um beijo de verdade! Só que no ultimo instante meu pescoço se moveu por conta própria, e os lábios dele encostaram na minha bochecha.


 


--A-até.


 


Ok, eu não queria que minha voz tremesse, mas em algumas situações não conseguimos controlar o próprio corpo.


 


Ele me soltou e foi para sua casa, dando um ultimo aceno de cabeça. Eu, meio tonta, entrei na minha casa, perdida em pensamentos.

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