A Melhor Dupla



Fazia um lindo dia. Ro acordou animada. Pelo visto, era a primeiro do dormitório a se despertar, pois Gabrielle ainda roncava e Kate parecia estar tendo um sonho muiiito bom... Então, Rosa pegou seu exemplar de “Hogwarts, uma História” e o levou para a sala comunal, que estava bem vazia.


 Aos poucos, os alunos da Grifinória foram se levantando. Afinal, eles não poderiam perder o horário das aulas, certo?  A primeira do dia era de poções. Rosa, ao contrário de muitos, adorava a disciplina. Era, sem dúvida, a melhor da classe. 


  Uma hora depois, ela e Gabrielle já estavam sentadas na sala do professor James York. James ou “Professor J”, como era carinhosamente chamado pelos alunos, era um bom e respeitado professor.


  Assim que ele entrou na sala, a conversa cessou.


   “Bom dia alunos! Pois bem. Hoje eu quero que vocês façam um trabalho em dupla. Não, não irei aceitar trios! D-U-P-L-A-S. Entenderam bem? E eu irei escolhê-las, a propósito. Bom, quero que vocês façam a ‘Poção do Morto Vivo’. Já falei sobre ela, lembram? A dupla que, em menos tempo, fizer uma poção no mínimo razoável ganha um vidro de Felix Felicis, conhecida popularmente como sorte liquida. Também já falamos sobre essa poção.”


A turma fez um sonoro “oooh”. Estava claro que todos queriam ganhar o tão cobiçado prêmio.


 James começou, então, a dividir a turma. Rosa estava nervosa. Ela não gostava de fazer trabalhos em grupo. Funcionava bem melhor individualmente. Até porque, geralmente, o parceiro sempre copiava todo o trabalho dela. A exceção foi quando, em um trabalho de herbologia, Rosa fez par com Alvo Severo. Eles se deram muito bem.


 Muitos ficaram satisfeitos com suas duplas, outros não. Gabrielle, sortuda, ficou com Alvo Severo. Kate também teve sorte e fez dupla com um dos meninos mais inteligentes do ano, Carl Portman. E, enquanto Ro ia abrindo seu livro de poções, o Professor J. anunciou:


 “Última dupla! Rosa Weasley e Scorpius Malfoy. Boa sorte a todos!”


 Rosa ficou perplexa. Ela nunca, nunca, nunca tinha feito um trabalho com Malfoy. Realmente mal falava com ele.


 Scorpius também pareceu surpreso. E, lentamente, se sentou ao lado de Ro. A mesa era só deles.


 Depois de dez torturantes minutos de silêncio, Malfoy fez uma pergunta inusitada. Ou não.


“Você quer trocar de dupla?”


“Eu? Por quê?” – Rosa perguntou, desnecessariamente, já que ela sabia muito bem o por que.


“Bom, eu sou um Malfoy... Sei que os Weasley não se dão muito bem com os Malfoy.”


“É. Mas... Bom, podemos tentar, não?”


“É, podemos...”


“Bom, então vamos! Pegue seu livro. Estamos atrasados.”


 Os dois começaram, então, a preparar a tal “Poção do Morto Vivo”. Estavam se saindo muito bem. Rosa ficou surpresa ao ver como Scorpius era talentoso. Ele estava se empenhando muito. Ela, logicamente, não ficou pra trás.


 Sem dúvida nenhuma, formavam a melhor dupla do trabalho.


 E depois de vinte minutos, a poção de Ro e Malfoy estava pronta. E perfeita.


“Você é brilhante, Rosa.” – Murmurou Scorpious. Ela corou.


“Eu... Ah, muito obrigada. Você também é muito bom! Quer dizer, tirando Alvo Severo, você foi minha melhor dupla até hoje! Nossa poção está perfeita!”


“Sim, está.”


 Os dois abriram um largo sorriso.


 Nesse mesmo minuto, Ro percebeu que a poção de Alvo e Gabrielle, que estavam na mesa ao lado, já estava quase ficando pronta. Eles não tinham tempo a perder.


“Professor, professor James! Professor, aqui! Terminamos.” – Gritou a menina.


James ficou, obviamente, surpreso. Ele não esperava que nenhuma dupla terminasse a tarefa em menos de uma hora. Não esperava mesmo.


 Depois de cinco minutos examinando atentamente a poção, J. exclamou:


“Uau! Não tenho o que dizer. Está perfeita. Como prometido, aqui está a Felix Felicis!” e depois, abaixando um pouco a voz, completou – “Não sei se vocês sabem, mas Harry Potter, sim, o famoso Harry Potter, ganhou o mesmo prêmio do antigo professor Horácio Slughorn. É, ele também fez uma ‘Poção do Morto Vivo’ brilhante e ganhou uma Felix Felicis. Inspirador, não? Parabéns mesmo! Façam bom uso, certo?”


“Certo.” – Os dois disseram.


 A aula terminou, e, acompanhada de Malfoy, Rosa deixou a sala de aula.


 Ela não resistiu, e, gentilmente, ofereceu:


“Malfoy... Você pode ficar com a Felix Felicis. Seu desempenho no trabalho foi nota mil!”


“Rosa, você está brincando, certo? É claro que você é quem deve ficar com a Felix Felicis!”


 Meu Deus, como era bom estar tão perto de Scorpius... Ele era surpreendentemente adorável. Rosa se sentia aquecida.


“Bom... Vamos dividi-la em outro frasco então, combinado?”- Ela propôs.


 E foi isso que fizeram. Rosa guardou seu frasco dentro de um nécessaire, bem escondida em sua mala. Ela não queria deixa-lo em qualquer lugar.


 Mais tarde, depois do jantar, Rosa se encontrou com Hugo, seu irmão, na Sala Comunal da Grifinória, que, dessa vez, estava lotada. Muitos alunos estavam estudando, outros, simplesmente batendo papo.


 “Fiquei sabendo que você fez um trabalho fantástico na aula de poções hoje. Parabéns!” – Disse Hugo, que acabara de se sentar em uma poltrona vermelha, ao lado de Ro.


“Obrigada, Hugo. Na verdade, não fiz o trabalho sozinha. Malfoy me ajudou, e muito. Ele é muito... Muito talentoso. E gentil.”


 “Hum... Sabe Rosa, eu acho, só acho, que papai não ficaria contente em saber que você está ficando amiga de Malfoy. Não vou contar para ele, relaxe. Mas... Você tem certeza? Malfoy?”


“Desculpe Hugo, mas eu tenho direito de fazer amizade com quem eu quiser. E ele é uma ótima pessoa, por sinal.”


“Ele é da Sonserina, você sabe que o papai não é, digamos, fã de membros da Sonserina...”


“Não é bem assim. Por favor, não generalize. Existem pessoas de coração muito bom na Sonserina.”


“Aham... Bem, falando em coração... O que você sente por Malfoy é só amizade, certo?”


 Rosa ficou mais vermelha do que nunca. E sentiu uma súbita e inexplicável vontade de rir.


“Lógico Hugo! Lógico! Que ideia mais... Patética.”


“Sei...” – Replicou o garoto, desconfiado.


 E foi aí que ela caiu na gargalhada. Estava nervosa.


“Vamos mudar de assunto, por favor?” – Sua face ainda parecia uma pimenta, daquelas bem vermelhas.


“Já que você insiste...”
 

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