Entra em Cena Derek Mason



CAPÍTULO 3


 


ENTRA EM CENA DEREK MASON


 


 


 


 


Acostumado com os solavancos a cada desaparatação do Nôitibus, Lalau se locomovia com desenvoltura entre os leitos, até aquele em que Harry havia se instalado:


_Harry, então eu estava certo e você não estava louco. O Você-Sabe-Quem realmente voltou. E agora, como é que vai ser?


_Não sei, Lalau, mas eu vou continuar chamando o cara pelo nome dele, por mais que vocês tenham medo. Para mim não há o menor problema em dizer “Voldemort


Lalau ficou branco até a ponta das orelhas de abano:


_Cara, me deixa pelo menos preparar o espírito. Vai ser difícil me acostumar a ouvir esse nome e sei que não serei o único.


_É verdade. Mas ele está aí e agora será preciso que cada um defina sua posição. Ele vai tentar de tudo para retomar o poder.


_Já vi que teremos a reprise dos Dias Negros, comentou Ernesto Prang lá da frente, sentado no banco do motorista.


Lalau perguntou:


_Você se lembra daquele tempo, Ernesto?


_Como eu haveria de esquecer, Lalau? Acha que eu sempre fui motorista? Foi um feitiço dos Death Eaters que me deixou manco e quase cego, tendo que usar estes óculos de fundo de garrafa. Eu tinha uma livraria especializada em livros raros e eles queriam uma coisa que eu já não tinha mais.


Harry perguntou:


_E o que era?


_Um livro de feitiços em sânscrito que, supostamente, tinha um feitiço capaz de defletir o Avada Kedavra.


_Não seria, por acaso, uma coisa assim como “Olho de Shiva”?


_Isso mesmo, Harry. Como você sabe? Esse feitiço está perdido e todos acreditam que é uma lenda.


Não querendo falar sobre o seu sonho, Harry apenas disse:


_Também ouvi falar da lenda, só não me lembro onde.


_Bem, o fato é que eu já não possuía mais o tal livro, mas os Death Eaters não quiseram nem saber. Me torturaram até que fiquei assim, manco e com essa baita deficiência visual. Nem mesmo no St. Mungus conseguiram dar jeito. O fato é que nem me lembro mais onde foi parar o tal livro. Cara, nem perguntamos para onde você vai.


_A Toca, em Ottery St. Catchpole.


_A propriedade dos Weasley? É para já.


BANG! O Nôitibus desaparatou e aparatou em Abergavenny, para deixar Madame Marsh, uma habitual passageira que desceu, não sem antes cumprimentar Harry e dizer:


_Eu também me lembro dos Dias Negros e espero que os Aurores não permitam que ele se fortaleça novamente. Boa sorte no seu sexto ano, Harry.


_Obrigado, Madame Marsh. Boa noite.


Lalau disse:


_Não cheguei a vivenciar os Dias Negros da mesma forma que os mais velhos, mas também perdi parentes nas mãos dos bruxos das Trevas, o que me faz odiar o V-V-Voldemort (e Lalau suou frio ao dizer o nome) tanto quanto vocês.


_Pelo menos você já está perdendo o medo de dizer o nome dele. Já é um bom começo.


_Harry, estamos quase chegando a Ottery St. Catchpole. Você ainda nem tomou seu chocolate.


_Vê se não vai derramar em cima de mim, como daquela vez.


Lalau serviu o chocolate a Harry, que o tomou e disse:


_Uma coisa é certa. Não há chocolate trouxa que se compare ao dos bruxos.


_Este aqui é especial. O cacau vem do Brasil.


_Uma delícia. Quanto mais até chegarmos?


_Já, já. Só mais uma aparatada e...


BANG! O Nôitibus parou bem em frente à entrada da Toca. Harry desembarcou com sua bagagem e, imediatamente, ouviu:


_HARRY!!! Mamãe, Harry chegou! _ ouviu-se a voz de Fred, que logo aparatou ao lado dele, para ajuda-lo com a sua bagagem.


_E aí, Harry, como foram as férias? Curtiu o discman?


_Bastante. Sabe que uma das melhores coisas foi que os Dursley passaram a me respeitar mais, principalmente quando o condicionamento físico do Duda começou a melhorar.


_Ele deixou de fumar? Tínhamos preparado um cigarro que faz o cara soltar fumaça pelas orelhas por dois minutos, cravados.


_Sim, ele largou. De outro modo não conseguiria me alcançar na corrida.


_Costume de trouxa que não entendo...


_Acredite, acho que vai me ajudar no Quadribol.


_Então parece que a taça vai continuar na Grifinória por mais um ano. _ a voz de Hermione se fez ouvir, no instante em que ela corria para abraçar Harry, que desapareceu debaixo da cabeleira fofa da amiga.


_Mione, que legal te ver. Obrigado pelos óculos, são sensacionais, o visual da Oakley é incrível.


_Achei que você fosse gostar. Mas que beleza, como você está “sarado”.


_Não sabia que ele estava doente, Mione. _ disse Rony, que chegou em seguida.


Revirando os olhos para o alto, Hermione disse:


_Ora, Rony, “sarado” é uma gíria para dizer que alguém está em boa forma física.


_Gíria de trouxa, eu sei. Um dia eu aprendo. Vamos lá para a sala, Harry. Mamãe e papai estão lá, com visitas que estão te esperando.


_Me esperando? Por que será?


_Não sei, mas venha logo. Vamos servir o jantar.


Foram para dentro e Harry ficou surpreso quando Percy Weasley aproximou-se dele e disse, sem aquele seu habitual tom pomposo:


_Harry, eu estava esperando que você chegasse, para pedir desculpas. Não acreditei em você, deixei que minha ambição profissional me cegasse, preferi puxar o saco do Fudge e acabei brigando com minha família. Agora fico feliz porque me aceitaram de volta.


_E o Fudge?


_Não me demitiu. Me manteve como Assistente Júnior e está valorizando o departamento do papai.


_Acho que o ano passado foi bem difícil para todos nós, Percy. Se eu não tivesse participado dos acontecimentos, também acharia que era loucura se alguém me dissesse que Voldemort (procurou não ligar para a careta que Percy fez ao ouvir o nome) havia voltado. Simplesmente não acreditaria. Aceito suas desculpas, Percy, mesmo tendo visto aquela carta que você mandou para o Rony. Só acho que é meio forçado achar que a Umbridge é “realmente encantadora”, não acha?


E, aos risos, juntaram-se aos outros. Na sala, sentados em poltronas, estavam o Sr. e a Sra. Weasley, além de um outro, que Harry não conhecia.


_Boa noite, Sr. Weasley.


_Boa noite, Harry. É muito bom te ver.


A Sra. Weasley abraçou Harry, daquela maneira que só ela sabia e que fazia com que ele se sentisse amado, assim como amava aquela família, como se fosse a sua própria.


_Harry, querido. Você está com uma aparência ótima. Bronzeado e em boa forma. Parece que os Dursley estão virando gente, até que enfim.


_É verdade, Sra. Weasley. Me trataram muito melhor neste verão. Mas se não fosse pelo “empurrãozinho” de vocês...


_Ninguém pode ser tão ruim, nem mesmo eles. Acho que só precisavam de um pequeno incentivo. Venha, Harry. Há alguém aqui que deseja conhecer você.


O homem que ele não conhecia levantou-se e se aproximou. Deveria andar pelos quarenta anos, embora somente os cabelos curtos, em estilo militar, fixados para trás com gel, algo grisalhos, com entradas e um pouco ralos no alto da cabeça denunciassem sua idade. Os olhos, por detrás de óculos com lentes retangulares estreitas em uma armação leve, em metal jateado, eram castanhos, brilhantes e penetrantes, como os de uma águia. O nariz, mediano e bem-feito, encimava uma boca com lábios não muito grossos nem finos demais, onde havia um sincero e gentil, porém alerta, sorriso. Com estatura de mediana para alta, talvez uns 1,78 m, ombros largos e compleição atlética, porém não exageradamente musculoso. Trajava-se como trouxa, mas com roupas que eram, de longe, reconhecidas como de grifes famosas, desde os mocassins Gucci modelo College, passando pelos jeans Hugo Boss até a camisa azul-clara remangada, com a marca Tommy Hilfiger no bolso. Em sua mão esquerda, um relógio Omega Seamaster Professional no pulso e, no dedo anular da mão esquerda, um anel com o brasão da Grifinória, igual ao de Harry. Era, com certeza, egresso de Hogwarts mas capaz de transitar com desenvoltura entre os trouxas, sem despertar a menor suspeita. Com um aperto de mão firme, cumprimentou Harry e apresentou-se:


_É um prazer conhecê-lo, Harry. Fui colega de turma de seus pais em Hogwarts e estive no seu batizado. Meu nome é Derek Mason.


_Da mesma forma, Sr. Mason. Então foram da mesma turma?


_Sim, Harry. Perdemos um pouco o contato quando fui fazer o curso na Escola de Aurores, mas depois nos reencontramos, na festa do seu batizado. Foi a última vez em que os vi. Estava em uma missão quando soube que Voldemort os matara. Primeiro eu pensei, como quase todo mundo, que o traidor tivesse sido Sirius mas, depois da suposta morte de Wormtail, me lembrei de que não poderia ser ele.


_Por que? _ perguntou Harry.


_Porque, certa vez, os Marotos precisaram, sei lá por qual razão, fabricar uma certa quantidade de Veritaserum e a cobaia foi Wormtail, meio que obrigado, é claro. O fato é que eu estava passando e não pude deixar de ouvir o final, onde perguntaram a ele se seria capaz de se sacrificar pelos amigos e ele disse que não.


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"Derek Mason, o Auror"


_Ratazana podre. _ comentou Rony. Wormtail passara doze anos disfarçado como rato, tendo sido animal de estimação de Percy e, posteriormente, de Rony, quando descobriram a verdade sobre ele e souberam que Sirius era inocente, tendo passado doze anos preso injustamente em Azkaban. Rony odiava Wormtail tanto ou talvez até mais que Harry, pois não se conformava em ter dado abrigo àquele maldito Death Eater durante todo aquele tempo.


_Calma, Rony. Ainda o pegaremos. _ disse Hermione.


_Espero que essa oportunidade esteja reservada para mim.


_Não se preocupe, Rony, _ disse Mason. _ acho que os próprios Death Eaters não estão lá muito satisfeitos com ele. Wormtail é bastante malvisto, por ser um bruxo medíocre e covarde. Embora , de certa forma, seja perigoso, porque ele está sempre tentando provar sua lealdade a Voldemort e, por causa disso, sempre bolando planos malignos.


_Eu gostaria de encontrar aquele verme cara a cara, para detoná-lo à maneira trouxa, moê-lo de pancadas, pois ele não merece um duelo bruxo.


_É aí que o perigo aumenta, Harry, porque Wormtail agora possui aquela mão mágica que Voldemort conjurou para ele.Isso dá a ele um aumento de força física e canalização de poderes, como uma varinha. Existe apenas uma maneira de neutralizar essa vantagem dele.


_E qual é?


_É ter um Ki bastante forte, para criar uma aura de proteção para o corpo.


_???


_Ki é o nome em japonês para energia espiritual ou energia interior. Quem consegue controlá-la e canalizá-la, pode aumentar sua força física, ampliar poderes mentais, proteger seu corpo de danos físicos e, recentemente, descobri que se for combinada com a oclumência, pode até esconder sua presença.


_Como assim?


_Você pode estar cercado de pessoas e elas não percebem sua presença. Se o seu Ki for realmente forte, nem mesmo um dementador te perceberá, ainda que esteja do seu lado.


_Como sabe disso tudo, Sr. Mason? _ perguntou Harry.


_Vivi grande parte da minha vida no Japão. Durante os Dias Negros, quando Voldemort estava começando a adquirir poder, eu era uma criança e vivia em Londres. Meus pais foram mortos por Death Eaters e passei a viver com o pai adotivo de minha mãe em Tóquio. Logo ele se tornou meu Shidoshi.


_???


_Ele era Sensei do Ryu de Togakure.


Hermione perguntou:


_Seu avô adotivo era um mestre Ninja?


_Sim, Srta. Granger. Era o sucessor de Togakure.


Curioso, Rony perguntou:


_Ninjas? Aqueles mascarados peritos em lutas? Certa vez vi um filme trouxa onde aparecia um Ninja. O ator era um tal de Kosugi...Sho Kosugi.


_Ele é um mestre, mas os Ninjas eram e são muito mais do que lutadores. Com seus conhecimentos de química, psicologia, arte de disfarce e outros mais, eram os mais fortes e temidos guerreiros do Japão. Muitos até acreditavam que fossem feiticeiros, por conseguirem fazer coisas aparentemente impossíveis. Seu conhecimento de venenos e remédios obtidos na natureza é quase páreo para o de Snape. O fato é que ninguém os superava no combate corpo-a-corpo, fosse desarmado ou com alguma arma.


_Existiam escolas Ninja do mal, como nos filmes? _ perguntou Harry.


_Sim, Harry. Mas foram destruídas. O problema é que sempre sobra algum mestre ou aluno adiantado que passa adiante os conhecimentos negros. É mais ou menos como bruxos das Trevas. Você desmantela um grupo e logo surge outro. A última escola negra de que se tem notícia foi destruída na década de 1980, o Ryu de Kuji-Kiri, onde ensinavam técnicas proibidas, principalmente uma chamada “Corte-de-nove-espadas”. Atualmente as escolas existentes não ensinam esse tipo de técnica.


_E o senhor foi aluno de seu avô adotivo?


_Sim, Rony. Ele me ensinou muita coisa, principalmente a não envenenar meu coração com sentimentos de vingança.


_Como assim?


_Meus pais foram mortos por Death Eaters quando eu tinha cinco anos. Meu avô me adotou e me treinou, ensinando-me a manter puros meu coração e meus objetivos, caso contrário é mais difícil para controlar e utilizar o Ki. O resultado é que, aos dez anos, eu recebi o grau de mestre. Quando fui para Hogwarts, continuei treinando em segredo, para manter a forma. Ficou muito melhor quando encontrei a Sala Precisa, pois pude treinar mais adequadamente.


_O treinamento é muito difícil? _ perguntou Jorge.


_Sim, Jorge, mas notei que bruxos têm uma grande facilidade para controlar o Ki quando treinados, o que facilita muito. Porém bruxos das Trevas, até onde sei, nunca conseguiram.


_Por que seria, Mason? _ perguntou o Sr.Weasley.


_Eu acredito, Arthur, que isso se deve ao fato de os seus corações não serem puros, estando envenenados com ódio e preconceito, inclusive desprezam as artes marciais, considerando-as “bobagens de trouxas”. Por isso teremos essa vantagem.


_Como “teremos”? _ Harry manifestou-se.


_Uma das razões da minha vinda é que devo ensinar vocês a controlar o Ki, bem como iniciar com fundamentos básicos de Ninjutsu. Dumbledore acredita que, com isso, teremos um trunfo contra aquelas serpentes e eu concordo com ele.


_Então, quando começaremos?


_Amanhã, após uma corridinha. Afinal de contas, Harry vai se chatear se não tiver companhia. Eu irei com ele.


 


Na manhã seguinte, ao retornar da corrida, Mason e Harry encontraram os outros no terreno dos fundos, todos com confortáveis abrigos. Harry alongou-se e entrou para um banho, enquanto Mason permaneceu. Tirou a camisa e começou a executar uma série de movimentos que deixaram todos curiosos.


_O que é isso? _ perguntou Gina.


Mason respondeu:


_Chama-se Kata. É uma seqüência de movimentos de ataque e defesa. É uma característica de estilos de Karate.


Enquanto Mason concluía seu Kata, os jovens perceberam as tatuagens no seu corpo: uma águia sobreposta a uma serpente no braço esquerdo, uma arraia-manta no direito e caracteres japoneses nas espáduas. Ele percebeu e explicou:


_Como tatuagem é uma coisa que fica para sempre, que até com feitiços é difícil de tirar, deve ser muito bem escolhida. A arraia é um peixe fantástico, pelo qual desenvolvi verdadeira fascinação depois de fazer um curso trouxa de mergulho, sem contar que sua carne é deliciosa. Na minha espádua direita, mandei tatuar caracteres que formam o meu apelido em Togakure: Tetsu-Ki, “Espírito de Aço” e, na esquerda, MeiYo: “Honra”. No braço esquerdo, homenageio meus pais. Minha mãe era da Corvinal e meu pai, por mais estranho que possa parecer a vocês, era da Sonserina.


_Realmente, soa meio estranho. _ disse Hermione.


_Meu pai sempre desprezou as artes das Trevas. Foi selecionado para a Sonserina por causa de algumas características, tais como: obstinação, perseverança, astúcia, etc as quais, normalmente, os seguidores de Slytherin utilizam para o mal. O fato é que meu pai não era dos mais populares em sua própria Casa. Na verdade, dava-se muito melhor com os da Corvinal. Foi onde conheceu minha mãe. Casaram-se uns cinco anos depois da formatura e logo eu estava vindo ao mundo.


_Sua mãe também praticava artes marciais?


_Sim, Srta. Weasley. Inclusive isso foi muito útil no Quadribol. Nenhum dos outros apanhadores tinha reflexos iguais. Com ela no time a Corvinal venceu por quatro anos seguidos. Chegou a receber propostas dos Wimbourne Wasps e da Seleção, mas preferiu se casar e administrar uma rede de academias de artes marciais, as quais herdei. Esta é a minha fachada para os trouxas e me permite bancar o playboy, como o proprietário das Academias Dragão de Prata.


_Renata Wigder? _ perguntou Hermione. _ O senhor é filho de Renata Wigder, a lenda do Quadribol? Há um capítulo sobre ela em “Hogwarts, uma História”.


_Sim. Wigder era o seu sobrenome de solteira. Nunca deixou de treinar e ensinou muito a meu pai, Hiram Mason. A prova disso é que, quando foram mortos, três Death Eaters nunca mais se levantaram e outros cinco ficaram bem arruinados.


_Devem ter resistido bravamente.


_Como dois leões. Bruxos das Trevas desprezam o combate corpo-a-corpo, como eu já disse. Então ficam em desvantagem, pois são muito dependentes da magia, pouco podendo fazer sem suas varinhas. Ora, aí está Harry.


_Perdi alguma coisa?


_Não, nós íamos começar agora. Bem, para começar a controlar o Ki, a mente deve estar limpa e tranqüila. A Oclumência ajuda bastante. Tentem visualizar como uma pequena esfera luminosa entre as suas mãos.


Todos começaram e, de repente, surgiram pequenas esferas de luz entre as mãos deles. A de Hermione era azul. As de Fred e Jorge amarelo-claras e idênticas. A de Rony era vermelho-vivo, como seus cabelos. A de Gina era de um rosa suave. Quanto a Harry...


_O que houve, Harry? _ perguntou Mason.


_Não sei, Sr. Mason. Por mais que eu tente, não consigo atingir o estado ideal. Sinto que estou perto, mas não alcanço.


Mason sentou-se em frente a Harry, encarou-o e disse:


_Você ainda está meio preso. Feche seus olhos. Agora pense no ar, na sensação de voar. Visualize seus problemas ficando no solo. Esqueça-se do medo, não há Death Eaters até onde você possa ver. Abandone a raiva, o rancor que Malfoy nutre por você. Esqueça-se do ódio por Voldemort e por Bellatrix Lestrange e, sobretudo, abandone a tristeza, a dor e qualquer sentimento de culpa quanto à morte de Sirius. Sua mente é plana e limpa, tal como o lago de Hogwarts, seja o lago, apenas espelhe a imagem que passa por você, alcance a paz.


Harry sentiu sua cabeça ficar cada vez mais leve, ficando mais relaxado e, paradoxalmente, alerta e consciente, até que viu formar-se um pequeno globo luminoso entre suas mãos, que foi crescendo até alcançar o tamanho de uma bola de tênis dourada, ante os olhos espantados dos amigos. Nenhum deles havia concentrado tanta energia.


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"Controlar o Ki não é fácil" 


_Muito bem, agora tentem expandir e contrair , depois mudar a forma dessa manifestação do Ki. _ orientou Mason, satisfeito com o progresso de todos. _ E agora tentem concentra-lo em volta das mãos, como se fosse uma aura.


Assim que todos obedeceram à sua última instrução, Mason pegou uma tora de lenha, chamou Gina e disse a ela:


_Soque essa tora, com força e não se assuste. Confie em si mesma.


Gina obedeceu e socou a tora de lenha, que se rachou em vários pedaços.


_Bela maneira de economizar um machado _ comentou Jorge.


_Também deve servir para fabricar palitos de dente. _ disse Fred.


_Sentiu alguma dor, Gina? _ perguntou Rony.


_Não, Rony, nenhuma dor. Mas como é possível? Rachei a tora e não senti nada.


_A aura formada pelo Ki aumentou sua força física e protegeu seu corpo de ser ferido. Você poderia derrubar uma parede, Gina, e sua mão sequer sairia arranhada. Agora quero que cada um pegue uma tora e faça o mesmo.


Todos pegaram toras e praticaram. As toras racharam-se em vários pedaços quer dizer, quase todas, pois as de Hermione e Harry transformaram-se em lascas.


_Falando em palitos de dente... _ Fred comentou admirado.


_Uau, Mione, eu não queria ser o seu adversário em uma luta para valer. _ ponderou Harry.


_Olha só quem fala. Sua tora também virou lascas.


Mason explicou:


_O Ki protege a integridade física e aumenta a força. Quando você atinge o seu alvo, a energia o atinge primeiro, impulsionada pelo punho, com os resultados que vocês viram. Pode ser canalizada para os pés, podendo ser usada para golpes ou para aumentar a impulsão, proporcionando saltos de alturas espetaculares, vejam só.


Mason saltou, utilizando o seu Ki e ,atingindo cerca de seis metros, executou um perfeito chute Ushiro-Kakato, retornando suavemente ao chão e caindo em Zenkutsu-Dachi ante os olhos espantados dos jovens.


_Eu me excedi na altura para provar o que dizia, mas vocês poderão saltar mais alto do que o normal. É bastante útil, principalmente para surpreender o adversário, que não estará esperando um gesto inusitado para padrões humanos. Tentem.


Eles tentaram e, facilmente, atingiram entre dois e três metros com pequenos impulsos. O Sr. Weasley observou da porta, de queixo caído.


_Derek, como é que pode?!


_Eu sei, Arthur. Também estou admirado pois eles conseguiram, em um dia, fazer algo que normalmente leva-se meses ou mesmo anos para conseguir. Devem ser os corações mais puros que já vi.


E assim os dias foram passando e, cerca de três semanas depois, uma coruja chegou à Toca com uma mensagem.


_Arthur, é do Ministério. _ disse Molly _ Querem que todos nós compareçamos esta noite, às 19:00 h, em traje a rigor.


_Mas para que, Molly?


_Aqui não explica a razão, Arthur, mas há uma nota pessoal de Fudge, dizendo: “Por favor, Arthur, Venham todos. É muito importante. Cornelius”.


_Se é assim, vamos lá. Trouxeram suas vestes a rigor, jovens?


_Sim, Sr. Weasley. A que horas sairemos? _ Perguntou Harry, bastante curioso pelos motivos da convocação.


_Poderemos sair em cima da hora. Vamos de pó de Flu.


Vendo a cara que Harry fazia, Hermione veio em seu socorro:


_Acho que tenho a solução para seu problema. Tome este comprimido.


_O que é isso? _ perguntou Rony.


_É Dramin-B6, um remédio trouxa para enjôos de mar. Comigo resolveu para as viagens de Flu. Até a hora de irmos ele deverá estar fazendo um bom efeito. Só não se deve tomar mais de um, pois pode provocar sonolência.


Harry tomou o comprimido e sentiu-se mais animado, imaginando que, finalmente, poderia fazer uma viagem com pó de Flu sem sentir todo aquele mal estar depois.


Às 18:45, estavam todos em frente à lareira, envergando suas vestes a rigor. Rony olhou para Harry e perguntou:


_Como conseguiu domar esse cabelo?


_O Sr. Mason me emprestou um pouco de gel.


_Às vezes, em ocasiões mais solenes, Tiago filava o meu gel, mas ele preferia seu cabelo arrepiado, dizia ser sua marca registrada.


_E era. Tanto que eu a recebi de herança.


Todos riram e se prepararam para a viagem. Harry pegou um punhado de pó, atirou-o na lareira e disse, claramente: “Ministério da Magia, Átrio”! As chamas verde-esmeralda rugiram e ele entrou. Sentiu-se deslocar rapidamente, mas sem a náusea e vertigem que sempre sentia. Então, de repente, a viagem terminou e ele saiu por uma das lareiras do corredor que ficava no Átrio do Ministério. Logo em seguida, pelas outras lareiras, os outros chegaram. Harry ficou satisfeito porque não estava se sentindo como um peru bêbado pronto para ser abatido. “Que bom. O remédio funcionou perfeitamente. Assim eu não vou pagar mico, todo cheio de vertigens”.


O Ministro da Magia, Cornelius Fudge, estava no corredor, à espera deles:


_Arthur, que bom que vocês receberam logo minha coruja. Olá, Harry. Esta noite vai ser muito importante para todos nós. Vamos descer ao Décimo Tribunal. Todos já estão à nossa espera.


_Décimo Tribunal? _ perguntou Arthur. _ Algum julgamento importante?


_Muito mais do que isso, Arthur. Você verá por si mesmo.


Desceram ao Décimo Tribunal, onde vários bruxos e bruxas, inclusive Dumbledore, já se encontravam, todos a rigor, ocupando os assentos. O Ministro chamou:


_Percy Weasley, ocupe seu lugar, por gentileza.


Assim que todos estavam em seus lugares, Fudge deu início aos trabalhos:


_Senhoras e senhores, nesta noite damos mais um passo em nossa guerra contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e suas forças, reabilitando um bruxo que, por quinze anos, sofreu injusta perseguição, tendo passado doze desses anos encarcerado em Azkaban. Hoje, graças a um ex-Death Eater que estava foragido e se entregou aos Aurores, temos a prova definitiva de que esse bruxo era inocente. Façam entrar a testemunha.


Dois Aurores saíram da sala e logo retornaram, ladeando um bruxo de cabelos brancos e barbicha, trajando vestes azuis surradas, já conhecido de todos. Eles o acompanharam até a cadeira dos réus onde, assim que ele se sentou, as correntes retiniram e enrolaram-se nos seus braços. Fudge então disse:


_O senhor tem a palavra e a atenção de toda a assistência. Queira repetir para nós, espontaneamente, o depoimento que lhe foi tomado em particular com Veritaserum, Sr. Igor Vassilievitch Karkaroff.


O ex-diretor da Escola de Magia de Durmstrang olhou para a platéia e, em voz baixa, porém bastante clara e audível, disse:


_Não tenho vergonha em dizer que me entreguei ao Ministério para garantir a minha vida. Minha cabeça está a prêmio entre os Death Eaters e, só sob a custódia do Ministério eu tenho alguma chance de sair vivo. Declarei anteriormente quem era o espião que, durante um ano, passava informações ao Lorde das Trevas e repito frente a essa audiência. Eu estava presente quando ele chegou e disse ter sido escolhido como Fiel do Segredo do paradeiro dos Potter, dois dos mais fiéis aliados de Dumbledore, que eram empecilhos aos planos do Lorde. Ele então revelou que os Potter estavam em uma das propriedades da família, em Godric’s Hollow. Naquela mesma noite, o Lorde das Trevas dirigiu-se à casa e, bem, o resto todos nós sabemos. Ele matou Tiago e Lílian e foi derrotado pelo pequeno Harry. Posso agora dizer quem foi o traidor dos Potter.


_E quem foi, Sr. Karkaroff?


_Peter Pettigrew, de apelido Wormtail. Posteriormente forjou a própria morte e incriminou Sirius Black. Com o passado da família Black, não foi difícil que todos acreditassem que Tiago e Lílian tivessem sido traídos pelo padrinho do seu próprio filho.


_E o senhor confirma seu depoimento, Sr. Karkaroff?


Sem dúvida, Sr. Ministro. Inclusive já assinei e já foi protocolado. Perante Deus e, em nome de Merlin, o que eu disse aqui é tudo verdade.


_Então, senhoras e senhores, em vista das provas apresentadas, só me resta, pelos poderes a mim concedidos pela Constituição dos Bruxos da Grã-Bretanha, considerar Sirius Black inocente das acusações que lhe foram imputadas e, postumamente, declara-lo reabilitado perante os povos mágicos da Grã-Bretanha e do mundo, devolvendo-lhe seus títulos e posses, a serem concedidos ao seu herdeiro legal que, na falta de descendentes diretos, vem a ser o jovem Sr. Harry Tiago Potter, seu afilhado e tutelado legal, residente à Rua dos Alfeneiros, número quatro, em Litlle Whinging, Surrey, Inglaterra. Com esse golpe de malhete eu, Cornelius Oswald Fudge, Ministro da Magia, dou por encerrada a presente Sessão Solene.


As correntes soltaram Karkaroff e ele foi conduzido de volta à cela, pelos Aurores Dawlish e Shacklebolt. Sentindo sede, pediu um pouco de água. Imediatamente, Shacklebolt conjurou um copo cheio para ele. Naquele exato momento, uma sensação semelhante a um arrepio foi sentida por Mason, Harry, Hermione e pelos quatro jovens Weasley e eles, a um só tempo, levantaram-se e gritaram: “KARKAROFF, NÃO BEBA!!!” Mas já era tarde. Ele havia tomado um bom gole. Enquanto andava, começou a sentir espasmos na garganta, como se algo o estivesse asfixiando. Imediatamente caiu ao solo. Percy gritou:


_Ajudem o homem, rápido!


_Meu Deus, ele está morto.


Amélia Bones percebeu uma coisa e, com sua voz trovejante alertou:


_Shacklebolt está fugindo, peguem-no!


_Aquele não é Shacklebolt. _ gritou Hermione. _ Não o deixem sair, pois fora do Tribunal ele poderá desaparatar.


Dois bruxos que guardavam as portas tentaram detê-lo, mas ele foi mais rápido e, gritando “ESTUPEFAÇA!”, incapacitou os dois. Nesse momento, ouviu-se um zunido e ele caiu. Prendendo suas pernas, via-se uma boleadeira. Mason aproximou-se e disse:


_Não é um Feitiço das Pernas Presas, mas acho que resolveu. Incarcerous! _ disse ele e, imediatamente, o bruxo com a aparência de Shacklebolt estava amarrado como um salame.


Dawlish ficou vigiando o suspeito, enquanto Mason aproximou-se do cadáver de Karkaroff, dizendo:


_Alguém vá procurar o verdadeiro Shacklebolt, enquanto tento descobrir o que foi que o matou.


Encontraram-no em um armário de vassouras, estuporado e amarrado. Dumbledore juntou-se a eles e o reanimou.


_Enervate! _ imediatamente ele abriu os olhos e disse:


_Ele entrou em minha sala com a minha aparência, há mais ou menos umas quatro horas e, enquanto eu fiquei surpreso, ele me estuporou. Acho que quer matar Karkaroff, se é que já não matou.


_Infelizmente já o matou _ disse Harry. O Sr. Mason está tentando descobrir com o que foi que o envenenaram.


_Já descobri. _ Mason vinha chegando e juntou-se aos outros _ Ele usou Acqua Tofana, um veneno muito em moda entre os trouxas, durante a Renascença. É incolor e praticamente indetectável, podendo ser adicionado a saladas ou bebidas sem despertar suspeitas. Nesse caso o impostor conjurou um copo de água contendo uma boa dose de Acqua Tofana. Karkaroff não teve nem tempo de pedir socorro.


_Mas se Karkaroff já havia confessado, por que mata-lo?


_Como exemplo ou, talvez, queima de arquivo _ sugeriu Hermione _ Talvez ele tivesse alguma outra informação que Voldemort (e não se importou com os arrepios e caretas à menção daquele nome) não quisesse que fosse revelada.


_Vamos ver quem é ele _ disse Fudge. E, sacando sua própria varinha, o Ministro apontou-a para o impostor e disse: “Revertere ad Forma Tua”! Nada aconteceu. _ Se ele não está usando uma Transfiguração Completa, só pode ter tomado Poção Polissuco. Vamos aguardar que o efeito passe e veremos seu verdadeiro rosto.


Passados uns vinte minutos, a aparência do sujeito amarrado começou a mudar, diminuindo de tamanho e transformando-se em...


_Carpenter! Phillip Carpenter, do Departamento de Esportes Mágicos! _ exclamou Fudge. Por que? Diga para nós, por que juntou-se aos Death Eaters?


Carpenter apenas sorriu e disse:


_Jamais me forçarão a trair o Lorde das Trevas. _ e, contraindo os maxilares, engoliu alguma coisa. Imediatamente seu rosto se contraiu e sua cabeça pendeu para o lado.


_Meu Deus! _ exclamou a Sra. Weasley _ também está morto!


_Dente falso com veneno _ explicou Mason _ vamos ver qual é. _ e, tocando o dente falso com um instrumento, olhou para um pequeno mostrador no painel dele e disse: _ Saxitoxina. Um veneno existente em certos moluscos. Rápido e mortal em cem por cento dos casos. Acho que os Death Eaters têm um especialista em venenos exóticos.


Fred cochichou para Jorge:


_Sei que não é o momento mais apropriado mas, se Shacklebolt é careca, de onde o impostor tirou cabelos para a Poção Polissuco?


Hermione, que havia ouvido, disse:


_Tem razão, Fred, não é o momento. Melhor não pensar muito (Eca!) nisso.


Levantando a manga esquerda das vestes do cadáver, Gina exclamou:


_Veja, papai!


_Por Merlin! A Marca Negra. Ele realmente é um Death Eater!


Dumbledore discretamente perguntou a Harry:


_Como é que vocês sabiam que não era Shacklebolt?


_Convivemos com Shacklebolt durante boa parte do ano passado. Quando o impostor ofereceu a água envenenada para Karkaroff, sentimos que o Ki dele vibrava de uma maneira diferente. Daí concluímos que não era ele. Infelizmente foi tarde demais. Por mais que eu não gostasse de Karkaroff, ninguém merece morrer assim.


_Então vocês foram bem orientados por Mason, como eu já esperava. _ e, virando-se para Fudge, disse _ Cornelius, agora você está vendo que eu tinha razão. A guerra começou e acabamos de presenciar as primeiras baixas.

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Comentários (2)

  • Caio R Silva

    Cara, estou adorando a história, pena que tem muita propaganda.   Zueira. Gostei. Te invejo por ter esse talento para escrever histórias, coisa que, embora  leia muito, não tenho. História perfeita! Abraços Caio

    2011-09-07
  • Bárbara JR.

    _Achei que você fosse gostar. Mas que beleza, como você está “sarado”. _Não sabia que ele estava doente, Mione. _ disse Rony, que chegou em seguida.   #EURI.

    2011-08-29
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