Only.

Já era tarde da noite, meia noite, dez, três horas, não importava! Peguei meu malão, o arrumei de qualquer jeito. Peguei outra mala e coloquei as roupas e coisas que mais gostava.

Minhas costas doíam muito, e ardiam, como se tivesse pegando fogo. Troquei de roupa, vendo um pouco de sangue na camiseta. Coloquei uma calça jeans, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preta.

Fiz um feitiço em uma mochila e coloquei as malas nela, peguei minha vassoura e sai de casa. Assim que cheguei à calçada, levantei vôo com a vassoura... Só que, chovia muito, muito, muito forte!

A dor só parecia aumentar, com o passar do tempo e minha vontade de chorar também, mas isso eu não iria fazer! Parei na varanda da casa da família que considerava ser minha. Mesmo com o barulho da chuva, dava pra ouvir musica alta de dentro da casa.

Entrei, sem ao menos bater na porta, e fui para a sala, de onde vinha o som. Era uma música trouxa, de uma banda que a vocalista era loira, se eu não me engano...

James Potter, com seus cabelos espetados em todas as direções, consideravelmente alto, olhos verde-castanhos, olhos fundos de garrafa, pulava e tentada dançar.

Marlene McKinnon, prima do meu melhor amigo James, alta, com seus cabelos negros levemente encaracolados descendo até o meio das suas costas, pele clara, lindos olhos azuis claros, um corpo com curvas mais que perfeitas, fazia passos mais sensuais, fazendo o primo a olhar com as sobrancelhas levantadas.

-Make Me Wanna Die de novo! –Ela pegou o controle e o clipe começou a passa na VT (NA: TV, Six...). Me encostei no batente da porta e cruzei os braços.

Ela pulava, girava, fazia os solinhos de guitarra com uma guitarra invisível, bagunçava os cabelos, fazia uns passos mais sensuais... É, Sirius Black! Quem diria, você apaixonado pela prima do seu melhor amiga e sua melhor amiga!  Claro que n... Nem adianta negar, ambos sabemos a verdade, e cá entre nós, meio impossível não se apaixonar por Marlene McKinnon! Você tem razão!

-Six? O que você esta fazendo aqui... Assim? –Só então eu fui perceber que estava pingando e molhando tudo.

-Bom... É que... Hã... –Suspirei cansado e abaixei a cabeça. Não ia chorar! –Aconteceu... Eu... Casa... Aqui... –Senti os pequenos e delicados braços da minha morena em volta do meu pescoço e retribui o abraço fortemente, escondendo meu rosto em seus cabelos... Ela tem um cheiro tão bom... –Valeu, morena!

-O que aconteceu? ‘Ta me deixando preocupado, cara! –Ouvi a voz do James.

-Você não é o único, ‘ta? –Ela me soltou. –Sirius... –Suspirei cansado.

-Eu já falei que odeio minha mãe, meu pai, meu irmão, toda a família Black e aquela droga de casa? Então, eu odeio minha mãe, meu pai, toda a família Black e aquela droga de casa!

-Faltou seu irmão! –Lene lançou um olhar assassino a ele. –Foi mal! –Sorri de canto e me joguei no sofá.

-Meus pais e meu irmão estavam discutindo algo, aí à coisa esquentou entre meu pai e minha mãe e sempre é culpa do Sirius por não ser igual, né?

-O que fizeram dessa vez? –Ela sentou do meu lado.

-Digamos que minhas costas foi o alvo... Primeiro foi meu pai, que estava bêbado e depois minha amada mãe... Eu não agüento mais aquele inferno de casa, foi por isso que peguei minhas coisas e vazei!

-E veio direto pra minha casa! Admite que me ama e que isso foi só uma desculpa pra passar mais tempo comigo! –Ele sentou do meu outro lado e Lene deu um tapa na cabeça dele. –AI! Meu cérebro saiu do lugar, Lene!

-Você tem um? –Ela colocou as mãos na boca, fingindo surpresa. –Devia usá-lo com mais freqüência, sabe... –Sorri.

-Não vou passar uns tempos aqui, foi só o primeiro lugar que veio na minha cabeça, mas...

-Cala a boca, porque você vai ficar aqui! –Eles disseram juntos.

-E seus pais?

-Juntos com os meus em uma missão... –Ela deu de ombros.

-Exemplo de pais presentes e muito inteligentes de deixar a Lene no comando! –Ele falou e recebeu outro tapa na cabeça da Lene. –AI, MARLENE!

-Imagina a zona que isso não estaria se te deixassem no comando! –Trocamos olhares cúmplices e sorrimos maliciosamente. O que rendeu um tapa na cabeça minha e do James.

-AI, MARLENE!

-Seus frouxos! –Ela levantou e foi até os VDD (N/A: É DVD, Six... ¬¬) que tinham na estante. Ela usava um short curto, e uma regata branca que ficava na altura do umbigo mais ou menos.

-Para de babar, Siriuzinho! –James me deu uma cotovelada. Eu lhe dei um soco, ele veio revidar, mas Lene virou. Paramos e nos sentamos comportados.

Assim que ela virou, voltamos a bater um no outro. Quando ela se virou pra gente, nos separamos. Ela riu.

-Vocês precisam aprender a disfarçar, sabe...

-E você entende muito desse assunto, né?

-Mais do que vocês dois juntos! Sirius, por que você ainda não se secou? –Ela saiu da sala e voltou com uma toalha na mão. –toma! –Ela jogou a toalha e eu peguei.

-Valeu! –Fiquei de costa para a porta, onde ela estava e tirei a jaqueta.

-Tira agora a camiseta, Sirius! –Ela disse com um tom de terror e se aproximou. Ainda estava virado.

 -Cof! Cof! Safada! Cof! Cof! –James “tossiu”.

-Pra que? –Perguntei.

-Agora! –Ela se ajoelhou atrás de mim, no sofá.

-Se quiserem que eu saia da sala... –James disse, sorrindo maliciosamente.

-Para de graçinhas é sério! BLACK, TIRA LOGO A PORRA DA CAMISETA! –Tirei rapidamente, depois de uma dessa. Senti a dor nas costas se intensificar e um grito abafado. –James, minha varinha, AGORA! –Ele pegou em cima da mesa de centro e lhe entregou. –A toalha! –Lhe entreguei. Ela passou a mesma o mais delicado possível, mas ardeu.

-Ai, Lene! –Disse, manhosamente.

-Sirius, seja homem pelo menos uma vez na vida! Sua costa está horrível!

-Legal que ela esfrega na casa, né? –James disse. Sorri e assenti. Senti um tapa no meu ombro.

-Ai, Marlene!

-Eu sou mais durona que vocês dois juntos... Six...

-Sim?

-Vai doer... –Ela puxou algo e eu urrei de dor. Ou seria lati?

-O que foi isso? –James perguntou.

-Um pedaço de vidro, espelho... –Ela entregou ao James. –Vai guardar de lembrança?

-O dia que eu mais... Arght... Senti dor e felicidade por me livrar dos Black... AI!

-Sirius, isso ‘tá feio! Me desculpe! James... Prepara uma comida reforçada e um tônico! O Six vai precisar...

-OK, general! –Ele saiu da sala marchando.

-Não ‘tava doendo?

-’Tava...

-Você perdeu bastante sangue! Devia ter falado quando chegou! –Dei de ombros. –Essa vai doer de novo... –Urrei de dor novamente, quando ela puxou algo. –Desculpa... Eu vou limpar... Vai arder... –E como ardeu! As feridas ainda estavam abertas e parecia que ela estava jogando álcool na minha costas.

-Vai ser curandeira, morena?

-Gostaria...

-Você leva jeito...

-Valeu! –Ouvi ela murmurar alguma coisa e passar a varinha pelos cortes. –Era só nas costas?

-Acho que sim... –Ela sentou na minha frente e girou meus braços, passando os dedos.

-É... Perai! –Ela se aproximou. –Você fez um corte no canto da boca...

-Talvez dói o soco do meu pai... –Dei de ombros. Ela passou a toalha com sei lá o que ali. Ardeu e eu me afastei. –Pior que criança! Fica quieto que passa! Pronto!

-Agora um beijo pra sarar mais rápido! –Colei meus lábios no dele, acabando com a mínima distancia entre nós, coloquei uma das mãos em sua nuca, a segurando firmemente.

Mas, em vez de se separar de mim e começar a gritar, como esperava que fizesse, quando pedi passagem, ela concedeu mais que prontamente.

Eu só queria beija-la, toca-la ainda mais, tê-la mais perto, poder senti-la em meus braços, e saber que ela sentia o mesmo que eu.

Quando nos separamos, completamente ofegantes, ela sorriu, se levantando.

-Antes de casar sara! –E já estava saindo da sala.

-Volta aqui, minha curandeira! Achei outro corte na boca!

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