Fugindo



 


Narradora Pâmela On




-OK, quem pega a faca? –Débora disse e eu franzi o cenho.


 


-Ei! Calma, eu não fiz nada. –Me defendi, arrumando meu vestido e penteando meus cabelos.


 


-Não é você, por mais que eu quero te matar, é a Ginerva. –Cochichou e eu fiz uma expressão de compreensão.


 


-Tive uma ideia melhor, não quero parar em Azkaban, amiga. –Falei. –Primeiro penteia o cabelo que daqui a pouco um urubu pousa no ninho. –Falei indicando as madeixas enroladas da minha amiga.


 


-A flamenguista aqui é você. –Disse de mau humor, pegando a escova de minha mão e começando a pentear-se.


 


-Claro, tenho bom gosto. –Falei abrindo a porta do armarinho e pegando um lápis de olho.


 


-Muito bom gosto, gosta de comer carniça. –Caçoou e eu fiz uma expressão horrorizada.


 


-Falou a vascaína. –Resmunguei e ela me mostrou a língua.


 


-OK, times à parte, o que vamos fazer? –Perguntou me fitando através do espelho, dei uma bundada nela para ficar de frente ao espelho.


 


-Pensei em mostrarmos que ela não é o último sorvete da sorveteria, a coca mais gelada da lanchonete ou o maior brigadeiro da festa. –Disse enquanto passava o rímel.


 


-Essa conversa está me dando fome e eu ainda não entendi aonde você quer chegar. –Falou me devolvendo a bundada para escovar os dentes.


 


-Eu quero dizer – Mais uma bundada nela, há, quem que ficou com o espelho agora?! –para mostrarmos que ela não é tudo aquilo.


 


-Elha é meio shem shal. –Concordou com a boca cheia de espuma. –Mas explica isso melhor.


 


-Eita! Hoje você está à manivela, não? –Falei pegando um batom claro. –Vamos dar uns cortes nela para ver se ela fica mais humilde. –Sugeri, sei que é um plano podre, mas é melhor do que mata-la.


 


-Tá bom, fazer o quê. –Falou secando a boca e começando a passar uma maquiagem básica.


 


-OK! Tô saindo. –Avisei e abri a porta antes dela falar alguma coisa. –Então? Qual é o plano? –Perguntei batendo uma palma e indo até a mala, me agachei para pegar um sapato na minha mala.


 


-Que plano? –Perguntou Rony.


 


-Ué, para sair daqui, né? Vocês não vieram nos buscar? –Disse o óbvio, ele é lerdo.


 


-É. –Concordou Harry de uma forma vaga. –Acho que podemos ir com Pó de Flu. –Sugeriu.


 


-Boa ideia, Harry! –Elogiou Hermione. Tá rolando clima.


 


-Grande coisa, até um trasgo teria essa ideia. –Resmungou Draco indo até uma mesa com comidas e pegando uma garrafa de coca. –Que é isso?


 


-Uma bebida viciante, muito boa. –Déhh respondeu. –Só que tem um problema no plano, minha casa não tem lareira. Só um microondas, e nós não cabemos lá. –Disse e eu ri, enquanto colocava minha rasteirinha e prendia meus cabelos.


 


-O que é um microondas? –Gina perguntou, vi Hermione abrir a boca para começar explicar.


 


-Um treco que esquenta. –Resumiu ela.


 


-Outra ideia? –Perguntou Malfoy.


 


-Que tal a Pamy abrir as asas de urubu e levar a gente. –Alguém aí já percebeu que o assunto “futebol” é polemico entre nós duas?


 


-Epa! Parou ou quer que eu comece a falar dos títulos? –Ameacei e vi o sorriso de escarnio dela sumir.


 


-Do que vocês estão falando? –Hermione perguntou.


 


-Futebol. –Dissemos juntas.


 


-Sabia que o velhote estava nos metendo em encrenca, essas duas são malucas. –O loiro gostoso reclamou, eu revirei os olhos, ignorando a parte do “maluca”.


 


-Posso ser maluca, mas tenho uma ideia, ao contrário de você e dos seus neurônios loiros. –Alfinetei sorrindo para ele.


-Podemos saber qual é a ideia? –Perguntou Hermione.


 


-Uma tereza! –Exclamei feliz.


 


-O quê? –Perguntou Débora.


 


-Aquilo de amarrar vários lençóis e jogar pela janela. –Expliquei e ela sorriu.


 


-Beleza, vou buscar os lençóis. –Disse e saiu correndo pela porta.


 


-Você já fez isso? –Gina me perguntou.


 


-Nunca, mas eu já vi várias vezes em filmes. –“Tranquilizei-a”.


 


-Só que a teoria é bem diferente da pratica. –Avisou Hermione.


 


-Pensamento positivo! –Sorri. –E da próxima vez, tragam vassouras. –Pedi e vi minha amiga entrar no quarto, toda embolada nos lençóis, ela jogou tudo cima da cama e quando foi andar seu pé se enrolou no tecido e ela tropeçou, iria a cair estrondosamente se Harry não tivesse a pegado. Ela ficou coradinha e se soltou após eu pigarrear alto. –Coceira na garganta.


 


-OK! Valeu. –Agradeceu me fuzilando com os olhos. –Pamy, temos um problema.


 


-Outro? –Resmunguei indo até a cama e pegando um lençol.


 


-Guardas. –Falou me ajudando.


 


-Guardas? O que vocês são? Assassinas em potencial? –Chutou Rony, espantado.


 


-Nada não. –Desconversei. –Seu pai exagerou! –Falei me virando para ela.


 


-Você acha? Depois daquilo eu acho que ele pegou leve. –Comentou dando um nó nos lençóis. Abaixei-me para pegar a outra ponta do tecido quando a ouvi gritar: - Ei! Doninha albina, para de olhar a bunda dela! –Me levantei imediatamente, sentindo meu rosto esquentar. –E você vai trocar de roupa, não tem como descer a janela de vestido! –Ralhou ela.


 


-OK, mamãe! –Resmunguei e joguei o pano para o para o loiro. –Ajuda, e amarra bem forte porque eu não estou a fim de cair de mais de quatro metros de altura! –Resmunguei, indo até minha bolsa e pegando outra roupa, mostrando a língua para Débora antes de sair.


 


Vamos repassar:


 


Eu vejo o garoto que eu “gosto, um pouquinho de nada” se atracando com uma vadia qualquer da rua, fico de castigo por nada, venho para a casa da Déhh, ela abre a porta praticamente pelada, a galera mais foda do mundo (tirando uma certa cenoura) aparece no nosso quarto, o Draco olha pra minha bunda e o Harry pras minhas pernas (eles são tarados ou é impressão minha?), começo uma discussão muito importante com Déhh, discussão essa que pode gerar uma guerra nem tão fria assim, e descobrimos que somos importantes para a guerra.


 


“Só se for para deixar os Comensais surdos com seus berrinhos.” Uma voz muito parecida com a de Débora.


 


“Eu nem berro tanto.” Devolvi colocando uma blusa.


 


“Não, até o Papa, com toda a surdez dele, te escuta.” Retorquiu minha consciência, me senti particularmente ofendida. Até minha mente diz que eu berro. Eu vou entrar em depressão desse jeito. Peguei o short, ainda pensativa. Coloquei o short até a altura dos joelhos, beleza, foi. Mas agora não sobe mais! Momento pulinho pra vê se entra. Estou entalada! Socorro! Help me! Jesus! Socorre essa pobre alma entalada, quer dizer, coxa entalada. Meu santo pai, eu engordei tanto assim?


 


-DÉBORA! –Berrei a plenos pulmões, logo a porta foi aberta com violência.


 


-Onde está o maníaco sexual?! –Ela perguntou preocupada, pegando o tubo de pasta de dentes para usar como arma. É isso aí, se você procura uma arma mortal, pegue um tubo de pasta de dentes.


 


-Não tem maníaco nenhum, só que o meu short não entra! –Falei me escondendo para que os outros não vissem minha calcinha da Pucca. OMG! Tenho que queimar essa calcinha.


 


-Será que é porque é a bermuda da minha irmã de seis anos? –Sugeriu irônica, fitando minhas pernas. Imaginem a minha santa cara de tacho!


 


-Quê?! Eu estou me matando para entrar na bermuda da Maria Antônia?! –Eu berrei e ela tapou os ouvidos com as mãos.


 


-Não berra, oh Mulher Grito Supersônico! –Gritou de volta e eu fiz uma careta.


 


-Vai lá pegar um short para mim. –Pedi/mandei.


 


-Qual dos dezoito? –Perguntou irônica e eu abri a boca, em uma exagerada expressão de choque.


 


-Não são dezoito! –Berrei para suas costas. –São vinte e dois shorts, eu não te mostrei os que eu comprei essa semana? –Falei mais baixo.


 


-Não. –Disse simplesmente, jogando um short na minha cara, ela está brincando com o fogo. Tirei o short da irmã da minha amiga (que tem seis anos, por isso que não passa, eu não sou tão gorda assim) e coloquei o meu. Fiquei pulando no meio do banheiro para me ver de corpo inteiro, pulando que nem uma retardada, diga-se de passagem. Consegui! Yes! Estava com um short cós alto preto e uma camisa de manga curta branca, com uma estampa muito linda da bandeira dos EUA na frente. Só falta o chapéu, a botinha e o suspensório para ficar que nem a Miley Cyrus. Abri a porta e vi que já estavam na metade.


 


-Parece o mutirão da sopa comunitária que acontece aos sábados. –Comentei e Deby riu, os outros não tem senso de humor, não? –Tão dando nós fortes nisso aí? Eu nunca quebrei nenhum osso meu e me orgulho disso. –Disse pegando uma meia e colocando no pé.


 


-Se você ajudasse seria melhor. –Disse Débora.


 


-Ela é uma garota, não tem muita força, deixa isso com a gente. –Malfoy falou. OK! Hoje é o dia de ofender a Pâmela aqui?


 


-Você fala isso porque não a conhece. –Ofegou Déhh.


 


-Como assim? –Ecoou Harry.


 


-Vocês não prestam atenção? Ela disse que nunca quebrou um osso dela. –Hermione explicou, massageando o bíceps.


 


-E daí? –Rony disse.


 


-Eu já quebrei ossos de outras pessoas. –Simplifiquei amarrando meu Nike branco com vermelho. Levantei-me e fui até a janela. –Cadê aquele seu binóculos? –Pedi para Débora.


 


-Na prateleira de cima do PC. –Ela disse e eu olhei para cima de seu computador, cara de tacho on.


 


-Têm umas seis prateleiras aqui. –Eu avisei


 


-São cinco, procura minha filha. –Mandou enquanto dava um nó. Subi em cima da cadeira giratória.


 


-Missão Impossível. –Murmurei tentando me equilibrar na cadeira ao mesmo tempo em que procurava na bagunça que minha amiga chamava de prateleira um binóculo. Inclinei-me e fiquei na ponta dos pés para examinar a quarta prateleira, já ia colocar um pé em cima da mesa para ficar mais alta, quando:


 


-Procurando alguma coisa? –A voz arrastada de Malfoy me assustou, meu pé que ainda estava apoiado na cadeira escorregou e eu fechei os olhos, esperando pelo impacto, mas o único impacto que eu senti foi de duas mãos frias agarrando minha cintura. Abri os olhos e vi o rosto de Malfoy a centímetros do meu. –Eu juro que não estou olhando seu decote. –Falou me fitando nos olhos. –Mas estou fazendo um pequeno esforço para que isso não venha a acontecer. –Concluiu me colocando no chão delicadamente.


 


-Valeu. –Agradeci soltando um suspiro. –Achei que ia quebrar um osso.


 


-E seu orgulho não existiria mais? –Alfinetou.


 


-Existiria, mas não mais pelo mesmo motivo. –Devolvi. –Onde estava? –Perguntei vendo o binóculo na mão dele.


 


-Atrás disso. –Ele colocou o dedo no notebook da minha amada anfitriã.


 


-Isso é um notebook, um computador, PC, melhor invenção do planeta, como você preferir. –Falei pegando o binóculo das mãos dele e voltando para a janela. –Me dá um papel. –Mandei.


 


-OK. –Disse ele me dando um papel e um lápis.


 


-Segura. –Mandei de novo, empurrando o binóculo contra o peito dele, peito este musculoso, uma observação básica.


 


-Você gosta de mandar. –Ele observou.


 


-Um pouquinho. –Concordei enquanto desenhava no papel. –Aqui galera! –Chamei e me virei, vendo que eles tinham amarrado a “corda” em uma viga que tinha no quarto.


 


-O que é isso? –Perguntou Rony.


 


-Um mapa do terreno que teremos que enfrentar. –Falei.


 


-Que bonitinho. –Gina disse e eu sorri para ela, é o fim dos tempos.


 


-Ok! –Indiquei um risco que indicava a casa. –Aqui nós estamos, devido a árvore que tem meio na frente da janela, nós conseguiremos sair sem sermos vistos. –Expliquei. –Aqui tem três guardas. –Indiquei um pouco depois da árvore. –Então temos que fazer silêncio. No portão tem mais dois. Os outro cinco devem estar perto da entrada principal e do outro lado do terreno,. –Resumi e eles concordaram.


 


-Como nós passamos por esses três? –Harry perguntou.


 


-Tem o canteiro a trepadeira cheia de flores da minha mãe que da em cima da pequena estufa, se nós passáramos por cima dela conseguimos sair perto dos portões. –Déhh foi ouvida e eu ponderei.


 


-Só que é de vidro. –Lembrei-a.


 


-Mas tem as junções que são de ferros e o vidro é temperado, ou seja, mais resistente a pesos. –Disse e eu sorri para ela. Arrumei uma amiga inteligente!


 


-Temos que distrair os dois guardas do portão. –Falei.


 


-Harry, trouxe a Capa de Invisibilidade? –Perguntou Hermione e ele concordou.


 


-Ótimo, perfeito, eu já sei o que faremos. Vamos. –Chamei. –Lá em baixo eu explico. –Completei ao ver a expressão curiosa deles.


 


-Amarraram isso firme, né? –Perguntou Débora, puxando a corda para certificar-se que estava firme.


 


-Quase arrebentei meu braço para puxar o mais forte possível, acho que está firme. –Harry disse irônico.


 


-Quem vai primeiro? –Perguntei, fitando todos em expectativa.


 


-Belos grifinórios vocês. –Draco caçoou, antes de respirar fundo e passar uma perna pelo peitoril da janela.


 


-Boa sorte. –Eu disse, dando a “corda” para ele. Draco passou a outra perna e apoiou-as na parede de concreto, descendo aos poucos, quando faltavam apenas alguns centímetros para o chão, ele saltou.


 


-Pode vim que tá firme. –Cochichou e foi atrás do tronco da árvore.


 


-Quem vai agora? –Perguntou Hermione e viu Gina fazer a mesma coisa que Draco. Chegando ao chão rapidamente e dando lugar para Rony.


 


-Agora sou eu. –Resmungou Hermione quando escutou os pés do Weasley bater no solo.


 


-Me deixa ir primeiro, se você cair eu te pego. –Harry falou e eu lancei um olhar para Débora, que sorriu animada, assim como eu. O garoto começou a descer pela tereza calmamente.


 


-Vai com calma, Mione. –Disse Débora, ajudando-a a se posicionar do lado de fora.


 


-É. –Concordei e vi a cabeça dela sumir logo depois.


 


-Deixa que eu fico por último. –Débora falou e eu concordei, indo até a janela.


 


-Espera. –Falei indo até minha mala e pegando meu celular, encaixando meu fone de ouvido e procurando a música Take a Look Around e colocando para tocar em um volume alto e para repetir. (N/A: quem quiser ouvir ao decorrer do capítulo pode ir nesse site: http://www.youtube.com/watch?v=XAYhNHhxN0A&feature=related.)


 


-O quê...? –Começou minha amiga, mas parou ao escutar o som. –Tema do Missão Impossível? Sério isso? –Perguntou descrente.


 


-Seríssimo. –Concordei. –Me deixa entrar no clima, poxa! –Reclamei e ela riu. Respirei fundo e agarrei os lençóis. –Que Lady Gaga me proteja. –Murmurei e ela balançou a cabeça, rindo. Não a Lady Gaga, a Lady Chata, mais conhecida com Debinha.


 


Passei uma perna pela janela e depois a outra, apoiei as duas na parede e comecei a “andar” pela parede, em certo momento meus pés escaparam e eu tive que me aguentar apenas com os braços, respirei fundo novamente, acho que a música não foi a melhor ideia da minha vida, ela estava me deixando nervosa. Um trovão soou alto na noite sem lua. A minha sorte só não é maior do que uma formiga, porque pelo amor de Deus, né?


 


Algo me apavorou mais ainda quando olhei para cima. Débora começava a descer e eu só estava na metade!


 


-O que você ‘tá fazendo? –Perguntei em um sussurro berrante.


 


-Aproveitando que ainda não tá chovendo. –Ela respondeu no mesmo tom. Calma Pâmela, quando você estiver em terra firme você mata sua amiga, calma. Continuei a descer e, finalmente, graças a Deus, eu cheguei a terra firme. Mas meu alivio não durou muito, pois logo ouvi um grito agudo (camuflado por outro trovão) e senti um peso em cima de mim, logo meus joelhos cederam. OK! AGORA EU POSSO MATÁ-LA, NÉ?!


 


-Ops, foi mal Pamy. –Deby falou com a cara mais lavada possível.


 


-Tudo bem Debinha. –Respondi irônica, só que minha voz pareceu mais um gemido. Levantei tirando terra da roupa e fuzilando a minha “amiga”.


 


-Que ótimo Pamyzinha. –Devolveu ela, essa garota sabe como eu odeio ser chamada de Pamyzinha. Dei as costas para manter meu autocontrole e fui até o grupo que nos encarava, descrente. Fui até a pequena estufa e percebi que a porta estava aberta.


 


-Por que a gente só não atravessa isso aqui em vez de escalar? –Eu perguntei para a dona da casa.


 


-Achei que seria mais emocionante. –Ela falou dando de ombros.


 


-Você quer que eu quebre algum osso, né? –Rosnei e ela arregalou os olhos.


 


-Descobriram meu plano! –Falou antes de atravessar a estrutura, ficando próximo ao portão.


 


–OK, e agora? –Perguntou Hermione olhando para mim.


 


-Harry, me dá sua capa, eu distraio os guardas e a Débora abre o portão, já que ela sabe a senha. Espere quinze segundos antes de fechar o portão. –Eu completei olhando ela, que concordou.


 


-O que você vai fazer? –Perguntou Rony.


 


-Não sei. –Foi minha vez de dar de ombros. –Vocês vão saber. –Falei me cobrindo com a capa que Harry me entregou. –Pensando bem. –Coloquei minha cabeça para fora. –Vem junto. –Chamei Harry e ele franziu o cenho. –Vou precisar de ajuda. –Esclareci e ele entrou na capa. –Você tem que mandar aumentar isso aqui. –Eu falei para ele, que soltou uma risada baixa.


 


-O que você está ouvindo? –Perguntou em um cochicho e eu ofereci um dos fones para ele. -Sério?


 


-Vocês são contra minha pessoa entrar no clima. –Resmunguei seguindo até perto dos guardas. –Me desculpa ok? –Adiantei-me e fiquei perto do portão.


 


-Pelo quê?


 


-Por isso. –Falei e apertei a bunda dele, que soltou um protesto.


 


-O que você está fazendo maluca? –Sussurrou alarmado.


 


-Eles foram ordenados para investigar qualquer suspeita de garoto na residência. –Falei em seu ouvido.


 


-Quer que eu finja que estou te beijando?


 


-Basicamente. –Ri ficando corada. –Isso é estranho.


 


-Você acha? –Falou irônico, nós dois vimos o resto do pessoal na estufa. –Vamos logo. –Disse após um suspiro e eu lhe ofereci um sorriso. –O que eu faço?


 


-Não sei, improvisa. –Falei e ele riu.


 


-Ótimo plano.


 


-Obrigada. –Falei e dei uma risadinha alta, atraindo atenção de um dos guardas.


 


-Ouviu isso? –Falou um homem alto e careca.


 


-O quê? –Perguntou um homem loiro de cabelos raspados. Soltei mais uma risada, dessa vez mais alta. –O que foi isso? –Agora foi à vez de Harry soltar uma risada.


 


-Vem! Rápido, não podem nos ver. –Ele entrou no jogo e eu ri, dessa vez de verdade.


 


-Vou investigar. –Falou o careca e saiu rapidamente, nos olhamos e eu dei de ombros.


 


-Vem! A Débora está nos esperando no outro lado. –Harry disse e fingiu andar batendo os pés no lugar, rolei os olhos ao ver que aquele patético plano tinha dado certo, o loiro saia apressado do lugar. Déhh digitou a senha rapidamente e o portão abriu, eles passaram e logo nós fomos atrás. O portão fechou-se e ouvi Hermione:


 


-Cadê os dois?


 


-Aqui. –Nós saímos de baixo da capa e logo a morena pulava em cima do amigo.


 


-Qual é Mione, não foi a coisa mais perigosa que nós fizemos. –Falou retribuindo o abraço dela.


 


-Eu sei, mas foi a companhia que me preocupou. –Ela disse.


 


-Ei! Eu escutei! –Reclamei e ela ficou vermelha.


 


-Não quero estragar o momento, mas logo eles estão de volta. –Draco se fez ouvir.


 


-Tenho que concordar. –Déhh disse a muito custo, me puxando pela estrada, éramos seguidas pelos britânicos. –O que você fez, hein? –Perguntou desconfiada.


 


-Nada de mais.


 


-Eu te conheço! –Falou ela.


 


-Ainda bem, se não eu não estava dormindo na sua casa. –Devolvi e ela riu.


 


-É verdade. –Andamos uns cinco minutos em silêncio, até que um par de faróis nos cegou e um carro parou no acostamento.


 


-O que vocês estão fazendo aqui?! –Débora berrou, causando a extinção de meu tímpano.


 


-Sou eu quem deveria perguntar, achei que vocês não poderiam sair de casa por um bom tempo depois daquele acontecimento. –Fernando falou. Fernando era um gato, cabelo preto jogado para o lado, olhos azuis, da minha altura e musculoso no ponto.


 


-Isso não vem ao ponto agora. –Eu disse, sentia meus olhos faiscarem. Cara de pau reina na família Ferraz!


 


-Isso é a mesma coisa que aquilo que vocês falavam no quarto? –Perguntou Rony, tentando associar as coisas.


 


-Depende, se aquilo for o fato das duas irem para uma festa e voltarem bêbadas e quase sem roupas para casa, acompanhadas por dois garotos, é aquilo é isso sim. –Ian disse.


 


-Epa! Não foi bem assim Ferraz! –Débora interrompeu-o.


 


-Então como foi? –Perguntou mordaz.


 


-Não vamos tratar disso no meio da rua, Ferraz. –Falei o fuzilando com os olhos.


 


-Espera aí, Ferraz? –Ecoou Gina e viu os dois concordarem, os cinco soltaram suspiros de alívio.


 


-AÊ! Poupou-me de desfilar minha beleza por ai atrás de vocês, vamos logo que eu não estou com saco para DR no meio da rua. –Draco disse em um tom aliviado.


 


-Nos procurar? –Repetiram os gêmeos.


 


-É, temos que leva-los para Dumbledore. –Falou Harry.


 


-Nos levar como e para quem? –Indagou Fernando, o cara é lerdo.


 


-Ele disse que em uma palmeira perto de um barzinho em uma tal Pocabanaca. –Falou Draco, cerrando os olhos para forçar a memória.


 


-Copacabana. –Corrigimos.


 


-Só tem uma má notícia. –Começou Débora.


 


-Têm uns duzentos barzinhos com palmeiras em Copacabana. –Conclui e a cara de tacho dos grifinórios e do sonserino foi hilária.


 


-Sabia que Dumbledore...


 


-Vulgo velhote. –Interrompeu Draco.


 


-Estava dando informações demais. –Resmungou Gina, sem abalar-se com a interrupção do loiro.


 


-OK, mas ele também disse algo como a região do Plaza é movimentada, peguem a via azul. –Recitou Hermione.


 


-O Night Blue Club! –Falamos.


 


-Sei lá. –Rony deu de ombros.


 


-Vamos. –Disse Déhh.


 


-Mas isso é do outro lado da orla! –Protestei.


 


-E de carro é rapidinho. –Concordou olhando a limusine( é limusine, eles não são modestos) dos nossos “amiguinhos”.


 


-Oh! Boa Deby. –Elogiei quando a vi abrindo a porta do automóvel e entrando.


 


-E quem disse que vamos leva-los? –Perguntou Ian vendo todos entrarem.


 


-Eu, querido, e se vocês querem que nós desculpemos vocês, colaborem. –Falei estufando o peito e me aproximando dos dois, eles sabiam da minha fama de durona, e sabiam que isso não era um boato. –Ótimo. –Disse ao receber apenas silêncio como resposta.


 


-Por que elas estão bravas com a gente mesmo? –Perguntou Fernando para o irmão, que deu de ombros.


 


-Agora vocês podem contar a história? –Pediu Draco. –Fiquei curioso.


 


-Não vai interferir na sua vida se nós contarmos ou não. –Déhh disse.


 


-Vai deixar a versão deles como a verdade? –Perguntou Gina, jogando verde, minha amiga vacilou e me fitou, eu apenas dei de ombros.


 


-Ok. –Suspirou Deby.


 


~*~Flashback on~*~


 


-OK! Por que estamos aqui mesmo? Acho que eu deixei passar esse pequeno detalhe. –Comentei sarcástica para Déhh, que estava ao meu lado. Nós duas íamos para a piscina, quando a coisa que eu chamo de amiga que está me acompanhando, mudou de plano e me trouxe para cá. Nesse momento estávamos paradas na frente da mansão Ferraz, que ficava nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas, ponto nobre da cidade. Finalizando o momento geográfico, eu estava uma fera, porque eu amo ir à piscina do clube de noite e Débora me fez mudar de planos.


 


-Porque os mais gatos vão estar aqui. –Respondeu passando pelo portão.


 


-Os mais gatos moram aqui, e nós somos amigas deles. –Lembrei sarcástica e ela revirou os olhos.


 


-Mas é uma chance para conhecer outros mais gatos. –Falou e eu ponderei.


 


-OK, mas espera. –Puxei-a para trás de uma árvore e abri minha bolsa, tirando um espelhinho de lá e analisando meu reflexo nele.


 


-Você está linda, vamos. –Tranquilizou-me ela. Sabia que não era verdade, mas ignorei. Fite-a por inteira. Ela estava com um short de pregas preto e uma blusa com uma gola média, acompanhada com uma sandália de salto. Tentei me examinar, estava com uma saia curta demais, até para mim, também de cós alto e uma regata de seda branca soltinha e uma Ankle Boot preta 36 que estava esmagando um pouco meu pé, mas eu já estava acostumada. E é bom dizer, só de passagem, roupas emprestadas pela minha amiga vascaína aqui, porque se não eu teria vindo só e apenas de biquíni, que eu estava usando por baixo dessa roupa.


 


-Tá, vamos. –Concordei. Entramos naquela sala em que viramos a noite tantas vezes, mas em vez de um jogo de sofá e uma mesa para jogos, tinha um DJ, um globo de espelhos e muita, mas muita gente mesmo. Logo nós encontramos os garotos e batemos um papo rápido com eles, enquanto Ian ficava olhando o decote de Deby, o que já estava me incomodando, umas garotas se jogavam em cima deles, foi só o tempo de nós duas irmos ao banheiro e encontramos lá nossa amada colega de sala. Giulia. Oh, encarnação de vaca em corpo de vadia.


 


-Ih, as malucas da turma. –Falou a idiota que era acompanhada por Isabelle.


 


-Ih, as patricinhas mal desenhadas da turma. –Devolvi passando por ela e esbarrando em seu ombro de propósito.


 


-Escuta aqui sua maluca... –Começou a aumentar o tom de voz conosco, fiquei p da vida e devolvi.


 


-Escuta aqui você, seu projeto de Barbie falsificada! Não me mira hoje porque eu não estou boa! –Berrei para ela, com o dedo em riste para sua face. –Entendeu ou seus neurônios loiros precisam de um desenho? –Caçoei antes de sair do banheiro de vez, com Débora em meu encalço.


 


-O que foi aquilo? –Ela perguntou me fitando.


 


-Não sei. –Falei com sinceridade e ela gargalhou, eu não resisti e também comecei a rir, fomos até a mesa de bebidas e eu peguei uma batidinha.


 


-Pega leve aí. –Avisou enquanto me via sorver o liquido rapidamente.


 


-Fica tranquila, é só batidinha. –Tranquilizei-a e ela deu de ombros. Fernando se aproximou de nós e ofereceu-nos vodka, eu recusei, mas Déhh aceitou.


 


-Isso aí pega. –Eu avisei e ela deu de ombros, virando o copinho de uma vez só.


 


Festa vai, festa vem, sempre muito embalada por caipirinhas e vodka, até que chegou uma hora em que a música Promiscuous Girl começou a tocar e Déhh subiu em cima de uma mesa, com uma garrafa de uma bebida q eu não sabia o nome na mão, e começou a dançar. Ela rebolava com a garrafa na mão, ia até o chão e atraia atenção dos garotos. Ao vê-la começar a abrir o zíper da blusa eu subi na mesa.


 


-Para, Débora! Vem. –Chamei, puxando-a para cima, mas ela parecia não dar bola e em vez de parar de dançar, ela encaixou uma das pernas entre as minhas, como nós sempre fazíamos nas apresentações de dança, e começou a rebolar mais ainda. –Deby! Chega, vem. –Falei, não cedendo e tentando para-la.


 


-Vai lá Pamy! –Um garoto, que eu não identificava devido ao álcool no meu sangue, berrou e logo outros começaram a apoia-lo. Eu sempre gostei de dançar e isso somado as bebidas que havia tomado me incitaram a dançar.


 


-Vamos lá Pamy, eu sei que você dança bem! Vamos! –Disse Déhh, com a voz meio embolada, subindo de novo e se virando para seu “público”, acabando de abrir o zíper da blusa e tira-la, fazendo o tecido fino escorregar por seus ombros e cair na mesa, deixando a mostra seu sutiã rosa chiclete. Involuntariamente comecei a me mexer no ritmo da batida e aceitei quando Déhh me ofereceu a garrafa que tinha nas mãos, dando um longo gole e me sentindo mais solta. Meu quadril foi se soltando e os gritos masculinos aumentando conforme eu e Débora descíamos lentamente e subíamos com o quadril empinado. Dei um giro 90º e requebrei mais ainda. Virei-me para minha amiga e ela sorriu, novamente encaixando os joelhos entre os meus e rebolando, comigo acompanhando-a agora. Descemos lentamente e ela riu ao escutar algo parecido como um uivo vindo de algum lugar, nós duas subimos e Déhh puxou um pouquinho o tecido da minha blusa, eu entendi o recado e quando me virei novamente, puxei a blusa para fora do cós da saia e comecei a tira-la.


 


-Isso aí gatas! –Alguém berrou do fundo. Acabei de tirar a blusa, revelando um sutiã de biquíni meia taça roxo e preto. Girei a seda um pouco acima da cabeça. Continuamos dançando e bebendo, logo os caras formavam uma fila na frente da mesa. Não me importava que quando eu dava uma rebolada mais “solta” que fazia minha saia balançar mais, nem Deby parecia se importar em tirar seu short, o que ela estava fazendo agora, ela desabotoou a lateral do short, que caiu facilmente, deixando apenas com a sandália de salto preta, o sutiã rosa chiclete e uma calcinha preta com rendinhas da mesma cor do sutiã.


 


O volume dos berros aumentou e a música também, assim como a temperatura do meu corpo. Aquela bebida era forte, me deixava maluca, livre, leve e solta. Quando eu percebi, minha mão livre já fazia o caminho até o zíper da minha saia e a abria, mas ao contrário de Débora, tive que puxa-la um pouco, devido ao cós alto e apertado. Quando acabei fiquei apenas com o biquíni meia taça roxa e preta, a calcinha preta e com um detalhe nas laterais e uma Ankle Boot preta. A música acabava e eu senti meus joelhos serem envolvidos por braços e meu corpo ser jogado por cima do ombro de alguém, como um saco de batatas seminu. Como boa bêbada que sou eu não larguei minha garrafa e resmunguei ao ver o liquido quase ser derramado.


 


-Ai! –Ouvi a voz de Débora e percebi que ela estava na mesma situação que eu.


 


-Essa posição é constrangedora. –Falei com a voz embolada e ouvi uma risada rouca.


 


-Assim você me excita! –Avisei enquanto era retirada da casa, o calor me abandonou rapidamente ao sentir o ar fresco da noite. Fui colocada no chão, mas meus joelhos fraquejaram e eu fui segurada.


 


-Você é maluca. –Murmurou o garoto que havia me carregado e eu finalmente o reconheci.


 


-Fefê! –Comemorei ao ver que Ivan tentava deixar Deby acordada, mas ela apoiava a cabeça no ombro dele e babava.


 


-Coloca essa saia, rápido, vou te levar para casa. –Disse me entregando minha saia.


 


-Meuss paiss estão viajandjo, como ssempre. –Falei apontando o dedo para ele e me embolando para falar. Tomara que não façam o teste do bafômetro em mim, porque meu bafo deve estar horrível pela careta de Fernando. Ele se abaixou para colocar minha saia ao ver que eu não o faria. –Seu tarado! –Disse em um gritinho agudo.


 


-É, eu sou tarado. –Concordou. –Vamos. –Disse me puxando, depois de deixar a saia aberta, até sua limusine.


 


-UHU! Quero colocar a cabeça pelo teto. –Avisei apertando o botão que abria o teto solar e colocando a cabeça para fora do carro, abri minha boca e deixei minha língua para fora, como uma bela demente bêbada. Senti alguém se escorar em minhas pernas, provavelmente a outra bêbada.


 


-Vamos leva-las para a casa da Débora. O pai dela vai mata-las. –Escutei, provavelmente era Ian.


 


-OK.


 


***


 


Os dois tentavam tirar a mim e minha amiga do carro, nós duas havíamos dormido no banco, babando todo o couro preto.


 


-Vem! –Gemeu Fernando, conseguindo me tirar do carro.


-Uhu, quer subir pro meu quarto, gatinho? –Perguntou Débora, com a voz mais compreensível.


 


-Proposta tentadora, mas acho melhor não. –Falou enquanto ela rasgava a blusa social dele. Isso mesmo, rasgava.


 


-Ah, mass eu quero você lá em cima, para eu... –Ela se interrompeu quando virou para o lado para vomitar.


 


-Para vomitar em mim? –Completou ele, com uma careta.


 


-Não. –Garantiu gargalhando.


 


-Vamos. –Falou, apoiando-a em si. Eu olhei para Fernando.


 


-Você é muito bonito. –Falei e ele sorriu. –Só que é muito, muito galinha. –Completei empurrando-o de leve, mas quem se desequilibrou fui eu. Caí por cima dele e gargalhei. –UHU! Um show de fogos de artificio! –Gritei animada.


 


-Não, é chuva mesmo. –Corrigiu Fernando, me pegando no colo, eu apoiei minha cabeça em seu ombro e a próxima coisa que me lembrava era de ter sido acordado com berros.


 


Flashback off


 


-E daí vocês imaginam o ataque que meu pai teve. –Débora concluiu.


 


-Ow, isso foi... Inesperado. –Disse Hermione.


 


-É, mas quero deixar claro que a culpa foi dela, porque ela que subiu na mesa primeira e eu fui tentar para-la. –Disse apontando minha amiga.


 


-OH! CALÚNIA! –Gritou e uma discussão boba instalou-se entre nós.


 


-PAROU! –Berrou Draco.


 


-UI! Não faz assim que eu gamo. –Brinquei e vi Débora rolar os olhos.


 


-Nós chegamos. –Disse Fernando, “alheio” a briga.


 


-Até que enfim. –Murmurei antes sair do carro.


 


 


 


 


 


 

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Comentários (3)

  • Caderninho azul

     To gostando da fic,ansiosa para chegarem em Hogwarts!!  Hahahahah Me identifiquei muito no inicio que fala do Rio. Beijoooo Posta mais!

    2012-01-11
  • Dryka Jane M. Potter

    Ainda to no cap. 1...mais prometo ler e comentarbjssssssss

    2012-01-07
  • Evandro Bernardi

    CARACAS. QUERIA IR NESSA FESTA   *desvia das centenas de feiticos voando*   brincadeira amo voces.   mas mesmo assim quero meu nao relacionamento afetivo com serta pessoa da minha cidade continue existindo   eal é meio possisiva... Imagina *sarcastica* Mione, nao calunei a garota só dizendo a verdade PARO. COM.A.AUTORIZACAO.DE.QUEM.VOCES.INVADIRAM.MEU.COMENTARIO???? Nao estressa viu que ela gosta quando a gente entra fazendo a farra?? Quieto ou sobra pra mim SIM, a doninha Albina e o cabeça de fogo CALEM A BOCA sabe Déh voce é louca. e apamy é aimda mais.

    2012-01-05
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