Capítulo 1

Estava fazendo sol; o que era maravilhoso e, quase um milagre, afinal fazia duas semanas que não parava de chover. E até mesmo quem adorava chuva estava feliz por poder voltar a sair de casa, ainda mais porque só faltavam três semanas para as férias de verão terminar.

Então, como era previsto, em menos de dez minutos após o sol estar chamando para um passeio fora de casa, já se podia avistar na rua as pessoas passeando pela pequena Praça de Godric’s Hollow.

Lá estavam as irmãs Korballo, brincando de pique, com os irmãos Yummi; ambos de famílias bruxas, porém sem idade ainda para freqüentarem uma escola bruxa, como Hogwarts. Brincavam também num outro canto, de uma espécie de dança, duas das três meninas Iauton e o menino Friedder.

Tão logo como se esperava, chegaram à praça os Potter e os Weasley.

Sim, tanto os Potter – como era de se esperar – viviam naquele pequeno vilarejo quanto os Weasley. Foi uma decisão que ambas as famílias haviam tomado após a Guerra. Eram muito unidos para morarem longe demais um do outro.

- E aí gente, como estão se sentindo, faltando apenas três semanas para voltarmos para Hogwarts? – perguntou Lílian para o grupo.

- Ah, normal... – respondeu Hugo.

- Também estou me sentindo assim primo, normal.

- Ahaha, vocês falam isso porque ainda tem mais esse ano e o outro em Hogwarts. – falou Rose – Agora, eu e Alvo vamos cursar nosso último ano em Hogwarts. E tenho certeza que como eu, Alvo não está se sentindo normal.

- Verdade prima, estou feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por finalmente terminar a escola; triste porque é nosso último ano em Hogwarts. – respondeu Alvo.

Lílian e Hugo estavam indo para o sexto ano em Hogwarts e ambos pertenciam à Grifinória, enquanto Alvo e Rose estavam indo para o sétimo e último ano, porém eles não pertenciam à mesma casa; Alvo pertencia à Sonserina e Rose à Corvinal.

- Temos que fazer deste último ano inesquecível Rosie. – falou Alvo para prima, depois que sua irmã e seu primo saíram para ir conversar com dois irmãos que também freqüentavam Hogwarts.

- Concordo Alvo... Mas sinceramente não sei o que poderia acontecer de diferente este ano... – falou Rose rindo logo em seguida.

- O que foi?

- Acho que a coisa mais improvável que poderia acontecer jamais vai acontecer comigo... Ahahaha... Mas só vou te contar caso aconteça, mas como nunca vai acontecer... Jamais irei contar! – falou menina deixando o primo contrariado.

 

Enfim, as três semanas restantes finalmente estavam chegando ao fim. Foram ótimas três últimas semanas de férias, pois o que não faltou foi diversão. Os Potter e os Weasley foram ao shopping; foram a um parque de diversões trouxa em Londres; saíram para comprar vestes novas e uniformes e livros e todos os outros itens da lista de material que cada um havia recebido; e até mesmo num dia em que choveu eles se divertiram, pois todos os Potter foram para a casa dos Weasley para uma cessão de jogos de tabuleiro bruxos, que foi realmente divertida.

Mas havia acabado, faltava apenas um dia para voltarem à escola. Eles estavam todos hospedados no Caldeirão Furado, pois haviam aproveitado o dia de compras e por estarem cansados devido a isso, resolveram permanecer ali, já que faltava apenas um dia.

Logo ao amanhecer, eles foram tomar café e em seguida aparataram todos para a plataforma 9 . Então, depois de todas as despedidas e das devidas recomendações, Hugo, Lílian, Alvo e Rose embarcaram no Expresso de Hogwarts; porém não seguiram todos para a mesma cabine. Rose seguiu para a cabine dos monitores, afinal ela havia sido escolhida para ser monitora-chefe, enquanto Alvo seguiu para a cabine onde estavam os seus amigos da Sonserina, e Hugo e Lílian foram para a cabine da Grifinória.

 

Agora observemos um pouco como foi a trajetória de um outro aluno de Hogwarts até a entrada no Expresso de Hogwarts

 

Ele estava caminhando por entre os enormes jardins daquela mansão... Estava sozinho, sentia-se sozinho... Afinal seus pais quase nunca davam a atenção que ele achava que merecia receber. Seu pai, Malfoy, estava sempre ocupado com o trabalho e suas transações de dinheiro; era um administrador muito competente o pai de Scorpio Malfoy. E sua mãe, uma renomada estilista, estava sempre ocupada também; quase nunca saía de seu ateliê e estava sempre a viajar para atender aos desejos das mais ricas bruxas e trouxas de todo o mundo.

Nem mesmo um irmão ele tinha, para poder pelo menos conversar. Sua mãe já achava trabalhoso demais ter um filho, imagine dois... Quando ele tentou conversar com ela sobre isso, decidiu que jamais tocaria novamente naquele assunto, nem com ela, nem com seu pai.

Mas independente de tudo isso, ele conseguiu se divertir um pouco nas férias. Mas na maioria das vezes ia até o subúrbio trouxa para ver aquelas meninas skatistas, como elas se autodenominavam subirem num pedaço de madeira sobre rodas e fazer aquelas piruetas em cima de enormes rampas. Ele as achava muito bonitas e habilidosas, apesar de não saber exatamente o que elas faziam. Às vezes ia também num pequeno pub que havia ali perto, para ver os homens mais velhos jogar aquelas cartas, que chamavam de baralho; uma vez ele até tentou jogar e se deu bem, mas quando os velhos decidiram que ele deveria apostar a coisa ficou meio feia e os senhores o expulsaram do pub – aconteceu que quando ele pôs seu dinheiro sobre a mesa para apostar, os caras acharam que ele estava de curtição com as caras deles, afinal, o dinheiro de Scorpio era dinheiro bruxo.

Mas finalmente as férias acabaram e Scorpio não via a hora de voltar para Hogwarts, onde poderia rever sua namorada Tallie Fiaz e também seu melhor amigo, Alvo-Severo Potter. Mas, mais do que isso, estava empolgado para cursar seu último ano em Hogwarts, pois ele tinha para ele mesmo, que logo após o término da escola, ele iria viajar para a Bulgária, a fim de arranjar um trabalho e não ter mais que voltar para sua casa.

Assim sendo, ele foi com a mãe no penúltimo dia de férias comprar o material escolar e até esbarrou com Alvo na loja de quadribol e no dia seguinte, aparatou com os pais para pegar o trem.

Sua mãe lhe desejou um ótimo ano escolar e lhe pediu que escrevesse sempre – atitude qual lhe deixou surpreso, e seu pai também lhe desejou um bom ano escolar, e em seguida lhe entregou um saquinho com um punhado de dinheiro, mais do que suficiente para sobreviver dois anos inteiros na escola.

Assim ele também embarcou no Expresso de Hogwarts e, antes de ir para seu devido vagão, foi falar com Alvo.

- Fala aê brother! – falou Alvo rindo.

- Pô meu irmão... Tu não sabe que alívio é entrar nesse trem...

- Senta aí.

- Não dá. - falou Scorpio e mostrou a insígnia que carregava na blusa da escola.

- Ah, virou monitor-chefe também... A Rose também cara... – falou Alvo.

- Ah ninguém merece, de boa, eu sei que é sua prima, mas aquela ruivinha metida a sabe tudo me irrita cara.

- Bom sinto muito por você então. Até Hogwarts!

- Valeu. – falou Scorpio, e contra sua vontade seguiu para o vagão dos monitores-chefes.

Ao chegar lá, encontrou Rose lendo um livro muito antigo, que parecia ter anos e reconheceu por ser o livro Hogwarts, Uma História.

- Você não cansa de ler esse livro não Weasley? – perguntou Scorpio sarcasticamente.

- Você não cansa de ser idiota não Malfoy? – respondeu Rose que não conseguia suportar aquele idiota – Mas o que você está fazendo aqui Malfoy?

- Não sei se você reparou, mas fui escolhido para ser monitor-chefe junto com você. Infelizmente teremos que nos agüentar assim.

- Hum, tenho certeza que eu consigo dar conta do recado, já você... – Rose sentia um imenso prazer em irritar Malfoy.

Sem pensar no que dizer para responder a menina, sentou-se e começou a folhear um livro de poções. Ele realmente gostava daquela matéria e pretendia se especializar nela, mas desde as férias, tinha uma poção que ele não conseguia entender o que queria dizer, e parece que deixou isso transparecer alto demais, pois Rose virou para ele e respondeu:

- Você pode conseguir realizar essa poção com total precisão se amassar os ingredientes ao invés de cortar. Meu tio Harry Potter fez isso uma vez. Ele até me deu o livro que pertencia ao príncipe mestiço... se você quiser eu posso te emprestar. – falou Rose sem pensar, que só viu o que tinha feito quando percebeu que Scorpio a encarava como que se por acaso estivesse escrito na testa dela, metida-a-sabe-tudo.

- Olha aqui Weasley, acho que se um dia eu fosse querer alguma coisa sua, eu mesmo pediria... Mas como isso jamais ia acontecer... Não preciso de nada que venha de você. – falou ele totalmente desconcertado por causa da atitude dela.

Rose ficou olhando para ele e resolveu responder.

- Não entendo por que você tem que ser tão arrogante, tão ignorante... – falou ela, em seguida virando o rosto para que ele não visse que ela havia deixado escorrer uma lágrima.

Em seguida, totalmente arrependido do que havia feito, mas com vergonha de pedir desculpas, ele se levantou e foi até Rose.

- Olha... não sei como dizer isso... acho que nunca fiz isso na vida... bom, se você ainda quiser me emprestar seu livro do tal príncipe mestiço... bom, eu ficaria feliz em aceitar. – falou ele, mas em conseguir pedir desculpas, exatamente com essas letras.

- Nem pedir desculpas você não consegue... mas vou ignorar e esquecer a sua atitude... que na realidade é típica de um sonserino e de alguém da sua família. Assim que chegarmos a Hogwarts nós iremos conhecer o dormitório dos monitores-chefe, aí você pode passar no meu quarto para pegar. – falou ela com certo desprezo na voz.

- Obrigado. – falou ele olhando com seus lindos olhos acinzentados diretamente nos olhos mel de Rose.

Sempre foi daquela forma que eles se trataram. Sempre brigando, discutindo... Cada um querendo mostrar que era melhor que o outro. Talvez não soubessem exatamente o que sentiam um pelo outro, mas achavam que sabiam e realmente pensavam que se odiavam... talvez isso se devesse ao fato de ele ser um Malfoy e ela uma Weasley... talvez fosse porque o que realmente sentiam um pelo outro não era ódio, mas algo que eles não sabiam ainda o era, ou sabiam, mas tinham vergonha de admitir para si mesmos o que era.

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