Baby!Harry



Little Baby
by Malu Chan


Harry Potter era "uma gracinha!" e "um bebê muito lindo!".


Apesar dele não saber exatamente o que aquilo significava, parecia que era uma coisa boa. A moça-de-cabelos-bonitos-e-abraço-quente sempre sorria quando alguém falava isso.


Ele gostava de vê-la sorrir.


Ela costumava apontar para si mesma e dizer "mamãe". Harry não sabia o que era, mas deveria ser algo muito engraçado, talvez uma brincadeira de gente grande. Nessas horas, ela ria muito.


Naquele momento, ele estava sentado no chão-fofinho-peludinho, bem confortável entre as almofadas no chão, brincando com a bolinha dourada com asas e que fazia um barulho legal. O moço-de-cabelos-bagunçados-e-coisa-engraçada-no-rosto estava sentado no sofá. Às vezes ele ria e passava a mão em sua cabeça, mas não muito. Na maior parte do tempo ele ficava olhando para aquela coisa branca com riscos pretos e não ria.


Ele também gostava da brincadeira estranha da moça, porque apontava para si e dizia algo como "pa-pai". As vezes os dois faziam juntos, produzindo ruído ainda mais estranhos. Harry achava muito engraçado quando isso acontecia.


A moça estava longe dos dois, naquele lugar branquinho e escorregadio. Era de lá que ela tirava aquelas coisas realmente boas de colocar na boca – eram as únicas coisas que ele podia colocar na boca. Harry queria que ela estivesse perto dele, pois sua bolinha tinha luzes tão bonitas que o faziam sorrir. E ele achava que elas iam fazê-la sorrir também – já faziam alguns dias que ela quase nunca sorria, com a cara quase sempre meio enrugada no meio da testa. Ele se esticou, abrindo e fechando as mãos, mas mesmo assim ela não viu. O moço também não prestou atenção nele.


Ele se esticou novamente. Talvez se ele conseguisse ficar sobre suas perninhas como os dois faziam, ele poderia chamar a atenção dela.


Fez força, se apoiou no sofá e tentou levantar. Quase lá... Vai, vai, vai... ah! Ele estava de pé!


Mesmo assim, nenhum o viu.


Frustrado, o garotinho pensou de novo. Ele tinha de chegar mais perto do moço. Ele precisava se mover.


Ali, apoiado no sofá, ele tentou mexer as pernas – uma de cada vez – na direção que queria.


- Harry!


Ele viu dois pares de olhos brilhantes virados para ele e perdeu a concentração. Caiu de bumbum no chão, mas pelo menos a moça estava perto dele novamente, embalando-o nos braços. E ela sorria.


Ele gostava quando ela sorria.

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