A Bela História



- Harry, acalme-se por favor. É só um quadro, não é ele de verdade... - dizia Ron, enquanto entravam no elevador e se dirigiam ao Nível 1, para se alargarem pela chaminé que levaria à Hogwarts.

- Não me diga isso, Ron... Você se lembra muito bem por quantas vezes conversamos com Phineas na casa Black, e ele estava totalmente consciente de seus atos em vida!

Era esta a única teoria que segurava Harry para buscar respostas. Ele lembrava de cada segundo que havia conversado com Phineas, e Hermione também... Hermione! Isso! Ela também deveria vir, afinal, a mais inteligente deles saberia o que fazer, e como confortá-los além de tudo.

- Não acha que Hermione deveria ser chamada? - perguntou Harry à Ron, quando ganhavam o átrio e observavam a movimentação nas chaminés, exceto uma: a chaminé 5, direcionada à Hogwarts.

- É verdade... Mas como posso chamá-la? - disse, um confuso Ronald Weasley.

Harry parou em frente a chaminé de mármore, olhou para o fogo verde que crepitava no interior, e passou a mão nos cabelos. Tudo aquilo era muita informação... Olhou para a fonte, e viu, ali, um pequeno homenzinho, de olhos grandes e bem saltados, orelhas pontudas e nariz cumprido e tortuoso, olhando atentamente para o "Harry" estátua: Dobby, que saudade sentira Harry dele. Quando uma voz lhe soou familiar.

- Senhor Harry Potter! Aqui, deste lado! - gritava, esperneava, uma pequena criatura se avantajava por entre a multidão de bruxos, e quanto mais chegava perto, mais dava para ouvir a criatura reclamando.

- Monstro! O que faz aqui?! - disse Harry, surpreso, mas um tanto agradecido.

- Monstro trabalha em Hogwarts, mas sabe reconhecer quando seu ex-dono lhe clama! Mesmo se não for por seu nome! - e olhou, de olhos esbugalhados para Harry - Monstro pediu permissão ao senhor Neville e veio ver Harry Potter!

Monstro havia mudado muito, e isso há tempos, desde quando Harry, Hermione e Ron começaram a lhe tratar bem, no período em que se instalaram na casa Black para traçar planos e caçar as Horcruxes. Faz cinco anos que deixou a casa Black por ordem de Harry, fora libertado por ele, e começou a trabalhar como "Guardador de Artefatos Importantes" em Hogwarts, sua especialidade.

- Obrigado, Monstro! De verdade! - sibilou Harry, agaxando-se para o Elfo e lhe abraçando - Preciso de um favor seu, como amigo, apenas, não como seu dono! - falou Harry, e Ron riu-se as suas costas.

- Pode falar, senhor Harry Potter! - disse, orgulhoso, Monstro, arrumando o terninho púrpura que vestia, e se ajeitando com a gravata verde musgo que lhe apertava o pescoço.

- Quero que vá até A Toca, lembra-se? A casa dos Weasley's? - e o Elfo assentiu - A casa ao lado, no mesmo terreno, é a casa de Ron! Chame Hermione, e aparate em Hogsmeade! Diga que é urgente! Fale para ela ir o mais rápido que pode para o gabinete de Neville! - e, com um BAQUE surdo, o Elfo desapareceu das vistas de Harry e Ron.

Os dois se entreolharam, e Harry se jogou para dentro da chaminé, sendo rapidamente sugado por um cano. Ron estava logo abaixo de Harry, pois desta vez eles estavam subindo pela tubulação. Passaram por algumas casas, todas de chaminés bloqueadas, subiram mais alguns tubos, foram arremeçados para outro que descia fortemente, até serem cuspidos para fora, e caindo em uma almofada.

- Wooaah! - exclamara alguém.

Harry se levantara, batera em suas vestes negras de auror para expulsar a poeira e olhou em volta, Ron às suas costas encabulado.

- O que fazem na minha... Potter! Weasley! Que bom vê-losL - e um abraços lhes cercara, dois oclinhos se chocaram e Harry só pôde ver um enorme chapéu negro em meio a tanto "carinho", a roupa verde num emaranhado, e cabelos bem vermelhos; finalmente, libertos.

- Olá! Professora, McGonagall! Como vai? - soltou Harry, arrumando novamente a roupa que vestia e pondo os óculos no lugar, Ron somente sorria sem jeito.

- Vou muito bem! Mas deixemos de besteiras, vamos logo ao gabinete do diretor! Sei porque está aqui, Harry! - exclamou a vice-diretora, se encaminhando até a enorme porta de madeira de carvalho da sua sala, e ganhando o caminho do pátio de Hogwarts.
Harry e Ron se entreolharam, e decidiram seguir a professora. Passaram por dois andares, chegaram até a escadaria que se movia, esperaram uma ou duas escadas que tomaram rumo diferente, até chegarem na escadaria de mármore.

- Albus já deve estar quase na metade do caminho, Potter... Deve estar muito orgulhoso por ter conseguido ser um auror, como desejava - disse McGonagall, abrindo os portões e ganhando o Hall de entrada.

- Sim, é hoje, professora! E estou muito orgulhoso, claro.. Graças à senhora! - disse Harry, sorrindo para a professora, e se lembrando da discussão que Minerva teve com Dolores Umbridge quando ele estava no quinto ano.

Mais algumas largas passadas, e chegaram a um corredor com algumas gárgulas. Harry percebera como era estranho estar em Hogwarts sem a companhia de Hermione e seus amigos, e estava tão vazia a escola, que nem se localizava direito. Das vezes que veio, nunca tinha vindo antes da chegada dos alunos, sempre parava multidões de pequenas crianças e adolescentes por onde passava na escola.
Harry viu que uma gárgula não tinha a parte esquerda do rosto, e se lembrou... Como fora difícil e demorada a reconstrução de Hogwarts. Todos os bruxos do Ministery of Magic, todos os bruxos da Dumbledore's Army e da Order of Phoenix se juntaram, em uma enorme corrente todos juntos conjurando o feitiço Reparo, até que finalmente, depois de quase dois dias com poucos intervalos, todos muito cansados, a escola pôde receber seus alunos. A gárgula era uma fonte da história da escola... Da segunda Guerra Bruxa.

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