Mansão Smith



Acordei na manhã do dia 31 muito animada... Daqui a pouco Blás e Draco estariam chegando na minha casa! Oba! Esse ia ser um ano novo mais legal que os outros só com meus primos chatos por parte de mãe... Depois de tomar café da manhã e meu banho fui pro quarto arrumar minhas coisas que estavam espalhadas, dentre elas as cartas com resposta dos meus amigos e dos meus não-tão-amigos-assim, ou seja, Potter e Granger.


Tinha rabiscado uma resposta pra carta do Potter, mas não mandei...Eu não tinha visto o espelho de Ojesed, não fazia a menor idéia do que veria ali então realmente não tinha como responder, e não ia mentir deslavadamente só pra ele ganhar uma resposta... Era melhor ele achar que eu tinha ignorado ele, aliás...acho que tanto a carta dele como a da Granger deveriam ser queimadas, mas não conseguiria fazer isso, minha mãe ia brigar comigo se sentisse o cheiro de fumaça, e talvez o Draco esteja certo, eu sou um tanto sentimental...


Resolvi que ia guardá-las dentro do meu caderno/diário que a minha mãe me deu, o tal aonde eu to escrevendo os flashes doidos da minha cabeça. É muito bom, por que ele é bruxo então não é como aqueles diários comuns que se compra em papelarias trouxas que qualquer um consegue ler depois de achar. Só eu posso ler o que tá escrito, se outra pessoa tentar ler vai ver apenas um livro de receitas e pensar que eu sou apaixonada por cozinhar (o que não deixa de ser mentira). Qualquer coisa que eu coloque ali dentro, como as cartas, vai ficar com cara de receita pra outras pessoas.


Eram 10:30 da manhã quando Blás chegou com a Sra. Zabini pela rede de flú, ela entrou conheceu nossa casa tomou um chá com meus pais e depois foi pra casa se arrumar, por que segundo ela ainda tinha que dormir mais 4 horas para o sono de beleza dela estar completo e ela ficar perfeita para a festa que ela teria de noite. Ela mal tinha saído quando os Malfoys chegaram também pela lareira. Eu não esperava que meu tio viesse trazer o Draco, pra mim só a Narcisa viria, afinal: Lucio Malfoy pisando em uma casa trouxa por livre e espontânea vontade... pelo o que eu percebi meus pais também ficaram surpresos com a aparição dele.


– Lucio, Cissa e Draco, bem vindos.


– Obrigada Nick, vocês tem uma bela casa. – ela disse claramente impressionada.


Com isso eu concordava, eu adorava a minha casa. Na verdade as pessoas chamam o meu tipo de casa de “mansão” e eu sabia que os Malfoys moravam na “Mansão Malfoy” como o Draco sempre ressaltava com um ar esnobe... Mas pra mim a minha mansão era simplesmente isso: minha casa. Apesar de ela ser muito grande a decoração fazia com que fosse um lugar aconchegante e, ainda que tivessem algumas pinturas feias de membros da família da mamãe (afinal, a casa era da família Smith há pelo menos 300 anos) o lugar permanecia com um ar de casa de campo, mesmo sendo no meio da cidade de Londres. O meu lugar favorito da casa era o jardim, ali tínhamos um pomar onde meus pais cultivavam plantas trouxas como macieiras, pés de laranja, grapefruit e outras coisas e plantas bruxas ( mais escondidas e protegidas das vistas dos trouxas por um simples feitiço desilusório), meu balanço ficava perto da piscina... Era realmente maravilhoso estudar em Hogwarts e passar os feriados e as férias em casa.


– Realmente, impressionante para um local trouxa. – Lucio falou isso bem baixo, mas eu consegui ouvir.


– Vocês aceitam um chá? Querem conhecer a casa?


– Obrigada Catherine, mas temos uma festa para organizar na Mansão Malfoy, meus elfos domésticos precisam de orientação. E você deve ter que organizar as coisas por aqui também para a sua festa.


– Claro claro, sem problemas. Na verdade não preciso organizar nada para a festa, a equipe de Buckingham chegará aqui as 15 horas e se encarregará de tudo, todos os anos é assim; eu realmente só preciso me arrumar e aparecer na festa.


– Bom, boa festa para vocês. Draco, comporte-se e não se exponha, qualquer coisa peça para seus tios entrarem em contato comigo ou com seu pai que viremos te buscar.


– Tá. Tchau mãe, tchau senhor. – Draco abraçou Narcisa e apenas olhou para o pai.


– Bom ano-novo. Draco.


Com essa despedida eles entraram novamente na lareira e voltaram para casa. Draco estava parado ainda perto da lareira ligeiramente sem graça segurando a mala verde e prata na mão. Meu pai pegou a mala dele e fomos juntos andando para o meu quarto.


– Então, vocês três vão dormir em quartos separados... – ele disse brincalhão


– Paiiiiiiiiii... Você disse que podíamos fazer um acampamento no meu quarto! Você prometeu!


– É senhor Rosier, deixa a gente dormir junto! Vai ser muito mais divertido, e a gente promete que não vai ficar acordado até tarde!


– Blás, você pode me chamar de Nicholas ou Nick, não precisa me chamar de senhor Rosier, é muito formal e isso vale pra você também Draco. Já basta o pessoal no trabalho me chamando de senhor, vou ficar me sentindo velho assim!


– Tudo bem sen...Nicholas – Draco ficou vermelho ao chamar meu pai pelo primeiro nome, e eu fiquei surpresa afinal ele não ME chamava pelo primeiro nome nunca – Vamos poder acampar no quarto da Giulia?


Certamente ele só me chamou de Giulia por que meu pai estava ali e tinha acabado de falar que chamar de Rosier era formal. Já estávamos no meu quarto quando meu pai respondeu o Draco.


– Vou pensar no caso de vocês... Giu, o que você vai fazer pra conseguir montar o acampamento? – ele olhou pra mim de um jeito muito conhecido, sabia exatamente o que ele queria.


– Eu vou fazer isso! – pulei em cima dele jogando ele na cama – Ataque de cosquinhasssss até você deixarrrrr!


– Giu...hahahah. Giu... hhahahhahhhaha Giulia! Hahahahhahahahahahhahha Ahhahaha Okok! Ahhahahahah Perséfone! - Perséfone era nossa palavra mágica para parar a cosquinha, eu adorava quando eu fazia ataque de cosquinhas, mas detestava receber, eu sinto muitas cócegas! Reparei que os meninos nos encaravam meio chocados – Tudo bem, você venceu essa batalha. – Dito isso ele pegou a varinha e fez um feitiço extensor no colchão da minha cama, fazendo ela triplicar de tamanho.


– Obrigada pai!


– Nada meu amor, acho melhor você ensinar pra esses dois algumas coisas sobre trouxas antes da festa...


– Claro claro, isso já estava nos planos.


– Lembra que a Elisabeth deve passar aqui, explique as regras sobre isso também, mostra uma foto dela pra facilitar o reconhecimento.


Não é que Elisabeth fosse uma tia chata ou qualquer coisa do gênero, era a Rainha Elisabeth II, a rainha da Inglaterra trouxa, então cumprimentá-la era completamente diferente de cumprimentar a Tia Beth, prima-irmã da minha mãe que também se chamava Elisabeth. Ficamos até uma hora da tarde brincando no meu quarto, jogamos snap explosivo com meu tabuleiro novo, mostrei pros meninos o meu uniforme das Harpias e o meu laboratório de poções que ficava escondido dentro de uma porta escondida dentro do meu armário. Eles obviamente ficaram mais empolgados com meu uniforme do que com o laboratório, mas isso já era esperado.


Descemos para almoçar e no caminho eu explicava pros meninos que empregadas domesticas e cozinheiros não eram como elfos domésticos, afinal Louise certamente já teria chegado pra ajudar com os serviços, todos os anos ela ajudava na festa de ano-novo, ela não trabalhava mais lá em casa, pois eu já não precisava mais de uma babá. Não que eles tivessem que se preocupar muito com ela, ela sabia que éramos bruxos. Obviamente não era nenhuma violação das leis do Ministério da Magia, Louise era uma bruxa abortada que nunca conseguiu ser aceita pela família dela por ser como é, mas foi super bem aceita pela nossa.


– Loulou!


– Giulia! Como você está grande! Está gostando da escola?


– Amando! Nossa, você iria adorar Lou!


– Com certeza! Fico feliz que você esteja gostando. – Ela olhou pros meninos – Você é Blás Zabini e você Draco Malfoy, correto?


– Sim senhora. – Os dois responderam ao mesmo tempo vermelhos, não era a toa, Louise era linda.


– Sem essa de senhora, eu tenho idade pra ser irmã mais velha de vocês. Então, almoço? Enquanto vocês almoçam vou coletar os porta-retratos para serem imobilizados pelos seus pais. – ela reparou que os dois estavam com cara de interrogação – Fotos trouxas não se movem, não podemos deixar nenhuma foto bruxa aparecendo.


Comemos e depois fomos para o jardim, mas estava muito frio do lado de fora da casa então voltamos pro meu quarto. Fiquei explicando pra eles tudo o que eu achava que poderia ser importante, assistimos dois filmes, contei a história de outros filmes pra eles. Blás me disse que ele e a mãe se divertiram muito assistindo o Esqueceram de Mim, e o Draco disse que ficou com medo de pedir pra ver o filme então não assistiu. Lá pelo final do dia fomos tomar banho, eu fui a primeira, por que eu sou menina e tenho cabelo grande então minha mãe ia ter que secar pra mim. Já estava arrumada no meu quarto de vestido e com o cabelo seco preso num meio-rabo lendo um livro de poções quando Draco entrou no quarto já com sua roupa de festa.


– Nossa Draco!


– O quê?


– Seu cabelo!


– Tá bagunçado por que eu acabei de tomar banho ué. Ainda não arrumei, por isso ele tá assim...


– Eu acho mais legal assim.... Você fica parecendo um porco-espinho!


– Mais um motivo pra eu pentear ele.


– Porco-espinho é um bicho fofo!


– O motivo pra eu pentear não é o porco-espinho, é você achar legal.


– Nossa, como você é irritante... não sei por que eu te chamei pra vir hoje aqui.


Ele deu a língua pra mim e nessa hora Blás entrou no quarto também com sua roupa de festa.


– Caramba Draco! Você tá igual a um ouriço com esse cabelo!


Eu e Draco nos olhamos e começamos rir e o pequeno desentendimento foi deixado de lado. Olhei pro meu relógio e vi que já eram 18:50, em 10 minutos os convidados começariam a chegar. Ensaiei novamente com os meninos a história de que estudávamos em um colégio interno na Suíça (afinal, essa era a explicação dos meus pais para muita gente sobre a minha saída da escola e meu sumiço de outros eventos), como eles dois eram bruxos vindos de famílias puro-sangue sabia que a educação recebida, pelo menos em termos de etiqueta, seria impecável e passariam por alunos de internato suíço tranquilamente. Guardamos rapidamente os livros de poções e quadribol que estavam em cima da minha cama dentro da porta secreta do meu armário (eu chamo essa porta de Nárnia, por causa do livro trouxa que tem uma história de um mundo mágico escondido dentro de um guarda-roupas) e descemos.

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