Lembrando do Lembrol

Lembrando do Lembrol



Me retirei da sala de poções em um estado de choque completo, Snape, o professor carrasco e frio tinha me elogiado, não só isso. Como se não fosse suficiente me dizer que eu era talentosa tinha comparado o meu talento ao dele, o maior mestre de poções do último século. Andava completamente desnorteada na direção da minha segunda aula do dia, História da Magia com o professor Binns.


Acho que essa é a matéria mais chatinha que eu tenho, mas eu gosto mesmo assim. Pra mim é importante entender o passado, assim fica mais fácil ver o por quê das coisas que acontecem no presente e ajudam a prever o que pode acontecer no futuro (no momento eu achava que não precisava de muita ajuda com essa coisa de futuro, já que tava vendo várias coisas e tal..). Me sentei, tirei meu material e comecei a anotar a aula.


Conforme fazia isso eu tentava combinar as datas com os acontecimentos históricos que eu já tinha estudado antes, ou seja, do mundo trouxa... Aprendi que o Rei João – irmão do Rei Ricardo, coração de leão – só tinha feito as bobagens que fez por que estava sob uma maldição imperius feita pelo cardeal da cidade, achava isso engraçado por que os trouxas todos achavam que ele era um homem ruim que queria tudo pra ele mesmo e roubar os poderes do seu irmão enquanto ele estava numa cruzada, mal sabem eles da maldição imperdoável...


Ouvi o sinal indicando que a aula tinha acabado. Busquei na minha bolsa o horário, ainda não tinha conseguido decorar minhas aulas, e qual foi a surpresa quando eu não achei minha tabela nas minhas coisas?! Devo ter deixado em cima da minha cama...que droga! Ia ter que correr até as masmorras pra pegar o horário, pois todos os sonserinos já tinham saído praticamente correndo da sala do prof. Binns.


-       Rosier...


Ouvi uma voz arrogante me chamando enquanto eu andava na direção das escadas que me levariam às masmorras, mesmo de costas eu sabia a quem aquela voz pertencia.


-       Diga Malfoy, o que você quer?


-       Saber para onde você está indo – num tom ofendido, como se eu ser grossa com ele o atingisse de alguma forma – nossa próxima aula é de vôo – vi a alegria passar pelos seus olhos – nos jardins Rosier, exatamente na direção oposta da onde você estava indo...


-       Ah! Obrigada Malfoy...


-       Estava fugindo é? Tem medo de voar é? – um sorriso de canto e uma voz sarcástica me atingiram. Eu sabia voar desde os meus 2 anos! Meu pai tinha me ensinado contra a vontade da minha mãe e eu adorava aquela sensação do vento no meu cabelo. Argggg! Como esse garoto me irrita!


-       Claro que não Malfoy! Nunca fugiria de voar, afinal eu faço isso muitíssimo bem! Eu tava indo pras masmorras buscar meu horário no quarto, por que eu ainda não deco...ok, não lhe devo satisfação de nada!


-       Por que está dando então? – ele me respondeu no mesmo tom de antes.


Ignorei sua pergunta e comecei a caminhar ao seu lado na direção dos jardins. Diversas vassouras já estavam posicionadas no chão, e pelo o que eu percebi só faltávamos nós dois. Os grifinórios olhavam para as vassouras no chão com uma cara meio assustada, Hermione Granger parecia apavorada o que era natural: sendo trouxa ela nunca teria montado uma vassoura antes, e não era o tipo de conhecimento que se adquiria lendo um livro, mas não duvido que ela tenha ido até a biblioteca e devorado os livros sobre quadribol para entender melhor as coisas. Não consegui deixar de pensar que seria mais uma coisa que eu poderia ser melhor que ela, só esperava que ela não tivesse um talento nato para voar.


A professora, Madame Hooch começou a dar explicações e falou para nos posicionarmos ao lado da vassoura, esticarmos o braço e falarmos “suba”.  Rolei os olhos, essa história de “suba” era só pra detectar a possível habilidade, ou não, do piloto, afinal de contas: nenhum piloto em sã consciência mandava sua vassoura subir para montá-la, simplesmente passava a perna sobre ela. Encontrei os olhos de Zabini que parecia compartilhar do mesmo pensamento que eu. Ao mesmo tempo, eu, ele e Malfoy falamos “suba” (sem alterar a voz como alguns alunos que gritavam para os cabos de madeira ao seu lado), nossas vassouras imediatamente subiram e ficaram flutuando ao nosso lado. Para minha surpresa vários sonserinos encaravam vassouras imóveis no chão – achava que a maioria ali, como sendo de sangue puro, teria montado numa vassoura ao completar, sei lá, um ano de idade?! – Pansy Parkinson, uma colega da Sonserina com quem não tenho muita afinidade ficava com a cara de buldogue cada vez mais vermelha, ela gritava com a vassoura que simplesmente rolava de um lado para o outro.


Madame Hooch continuava incentivando os alunos a tentarem. Neste momento eu percebi que o único grifo que tinha uma vassoura estável ao seu lado era Harry Potter. A do seu amigo ruivo subia e descia como se estivesse na dúvida, ele certamente estava inseguro em voar, Hermione como eu tinha imaginado falava com a voz trêmula com uma vassoura no chão, e Neville...bom, sua vassoura nem tinha se movido. Acho que pela própria segurança ele não deveria montar aquela vassou...


Flash: Neville voava descontrolado na sua vassoura, quando caiu por cima do pulso. Madame Hooch e todos os alunos corriam até ele preocupados. “ Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo esse menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos antes de dizer quadribol”. Malfoy pegava o lembrol de Neville no chão, Harry Potter o desafiava, Malfoy ria dele, montava na vassoura, Hermione mandava o Harry não ir, Harry iria atrás mesmo assim. Draco arremessava o lembrol, Harry voava e pegava. McGonagall chamava Harry, ele seria o apanhador mais novo do século.


 


Meus olhos se iluminaram, ainda que eu estivesse um pouco mais próxima de Malfoy ele continuava sendo insuportável. Como eu ia com a cara do Harry, e achava irritante o jeito que Malfoy tratava ele resolvi que iria dar um incentivo a mais ao menino para que ele fosse atrás do meu priminho querido. Seria uma vingança pessoal que só eu teria conhecimento. E também...quem sabe assim eu também não ficava amiga de alguém além da Su e do Zabini?


Madame Hooch falou para montarmos na vassoura, dar um pequeno impulso e voltar. Seria agora, eu tinha que ficar perto de Harry para que ele pudesse ouvir a minha dica de ir atrás do Malfoy. A cena começava a se desenrolar na minha frente, Neville voava descontrolado de um lado para o outro quando de repente caiu estatelado no chão.


“Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer "Quadribol". Vamos, querido.


Neville, o rosto manchado de lagrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros.


Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Draco caiu na gargalhada.


— Vocês viram a cara dele, o panaca?


Os outros alunos da Sonserina fizeram coro.


— Cala a boca, Draco — retrucou Parvati Patil.


— Uuuu, defendendo o Neville? — disse Pansy Parkinson, uma aluna da Sonserina de feições dura — Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.


— Olhe! — disse Draco, atirando-se para frente e recolhendo alguma coisa na grama. — É aquela porcaria que a avó do Neville mandou.


Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.


— Me dá isso aqui, Draco — falou Harry em voz baixa. Todos pararam de conversar para espiar, Draco soltou uma risadinha malvada.


— Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?


— Me dá isso aqui — berrou Harry, mas Draco montara na vassoura e saíra voando. Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou:


— Venha buscar, Potter!


Harry agarrou a vassoura.


— Não! — gritou Hermione Granger — Madame Hooch disse para a gente não se mexer Vocês vão nos meter numa enrascada.” *


Cheguei perto do ouvido de Harry e falei baixo:


-       Se você for atrás dele e fizer tudo direito, eu te garanto: você será o apanhador da Grifinória, o mais novo apanhador do século.


Seus lindos olhos esmeralda encararam o meu por dois segundos, como se fosse impossível uma sonserina falar algo positivo, mas mesmo assim montou na vassoura e foi atrás de Draco. 

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