Ambição



“Sonserina”


Meus ombros não relaxaram, retirei o chapéu da minha cabeça e o devolvi à professora. Levantei e caminhei devagar e com a cabeça em pé para a mesa da minha casa. Percebi que somente sonserinos e professores ( e a Suzana) me aplaudiram, e que mesmo eu indo pra “casa sangue-puro” meu primo e seus dois capachos me olhavam com raiva, como se eu estivesse sujando a mesa ao sentar. Me afastei de todos e procurei o olhar da única pessoa que não iria me julgar, Suzana. Ela conversava animadamente com seus novos amigos lufa quando seus olhos encontraram os meus e ela sorriu com um olhar que dizia “vai ficar tudo bem”.


O professor Dumbledore nos disse que não poderíamos entrar na floresta proibida e nem no corredor do terceiro andar, a não ser que quisessem sofrer uma morte dolorida. Percebi que essa última restrição causou espanto à quase todos os alunos, pelo visto ninguém estava acostumado a ser proibido de andar por determinada parte do castelo. Mas também – eu pensei – eu não iria querer entrar naquele lugar, ainda mais com um cachorro gigante de 3 cabeças. É claro, nenhum aluno sabia o que tinha lá, eu não deveria saber, mas sabia - graças aos minhas lembranças loucas e indistintas do futuro - então decidi que ficaria quieta. O diretor falou depois palavras sem nexo (pateta, chorão e beliscão)* e as comidas começaram a aparecer na nossa frente.


Enquanto comia sozinha no meu canto da mesa observava o castelo e parei para analisar a mesa dos professores. Eles eram bem diferentes entre si, mas dois em especial me chamavam a atenção, o homem com o turbante e o de cabelos longos e negros sentado ao lado deste. Mas eram coisas diferentes que me prendiam à eles. Professor Quirrel – de turbante – era bem esquisito, e me dava um medo que eu não entendia bem o por quê, não tinha lembranças claras em relação a ele...o que era bem estranho, já que eu tinha na minha cabeça várias imagens sobre várias pessoas diferentes, por que eu não conseguia me lembrar daquele homem? E por que ele me assustava dessa maneira?


O outro era o Professor Snape, sabia que ele era o diretor da Sonserina, dava aula de poções, que era temido pelos alunos e que privilegiava os alunos da sua casa. Ele parecia ser bem assustador mesmo, mas não conseguia deixar de achar que ele era interessante, ele poderia ser bonito se sorrisse. Mas não era a mesma falta de sorriso do pai do meu primo, ele parecia não sorrir por que seus olhos não conseguiriam sorrir...ele parecia um homem triste. De repente o vi olhar que ele dirigiu ao menino-que-sobreviveu, era estranho, não conseguia entender como ódio e alegria poderiam aparecer assim num olhar, o segundo sentimento somente passou pelos olhos do Snape. Harry Potter sustentou de volta com um ar curioso e ao mesmo tempo de dor. Dor? Por que dor? Que coisa mais esquisita...


Terminei de jantar e percebi que tudo o que eu queria naquele momento era dormir. Esperava os monitores levantarem para nos levar ao nosso salão comunal...Me perguntava onde ficaria e quanto tempo eu iria demorar para decorar o caminho. Dumbledore se ergueu e anunciou que era hora de irmos para a cama, afinal, as aulas começavam amanhã. Rapidamente saí da mesa e segui um monitor alto em direção às masmorras – pelo menos foi pra lá que ele disse que estávamos indo. Entramos em uma das masmorras e paramos na frente de uma parede – será que teríamos que sair correndo e passar pela parede como em Kings Cross? – , o monitor olhou para todos e disse para lembrarmos da senha: Ambição.


Quando ele falou isso, uma porta magicamente se abriu na parede de pedra. Será que todas as senhas seriam estúpidas assim ou somente as da Sonserina? Desci as escadas e me deparei com um salão imenso, achei tudo bem de acordo com as características atribuídas aos sonserinos, era tudo luxuoso, frio e meio distante. Umas luminárias verdes iluminavam o ambiente, ok a principio eu não gostava daquele clima, mas poderia passar a gostar, coloquei na minha cabeça naquele momento de que minha vida na Sonserina seria legal...

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