O segredo revelado



Scorpius Malfoy estava de férias na mansão de seus avós, Narcisa e Lucio Malfoy. Completara dois anos que Scorpius Malfoy entrara em Hogwarts e a cabeça do garoto se encontrava alienada pelos rumores que circulavam pela sua casa – A sonserina.


 Lucio falava pouco, já estava muito velho e apenas Narcisa conseguia dar um pouco de atenção ao menino. O casal havia perdido toda a sua riqueza logo após a queda de Voldemort e nunca conseguiram se reerguer. Draco era quem sustentava a família com o humilde emprego no ministério da magia, servia o ministro mas o que ganhava era pouco.


 Entediado na mansão dos avós, Scorpius tentava se entreter com o que podia. Mas naquela mansão velha era impossível se divertir. Ele resolveu então caminhar pelas ruas onde os trouxas se encontravam para observá-los discretamente para entender o que os diferenciavam tanto, seu avô sempre fora um anti-troxa e alertava que qualquer contato com trouxas faria de qualquer bruxo um trouxa também.


 Um grupo de amigos brincava com um aparelho estranho, e quando um manifestava a sua tristeza era obrigado a passar o aparelho para o outro. Scorpius não entendia o que aquilo fazia – Contudo, entendia que ambos gostavam de ver o outro mexendo e gostavam mais ainda quando seria o próximo a mexer na coisa.


 Ele não se contentou de curiosidade. Scorpius tinha que saber o que aquilo fazia, e não custava nada, não é? Ninguém estava ali para observá-lo e contar ao seu pai ou ao seu avô que chegara perto de trouxas. Discretamente ele foi se aproximando dos meninos e ficou parado olhando a coisa de perto – Ela era preta, em um formato retangular, eles pressionavam o dedo em sua tela e cores luminosas apareciam.


- Você perdeu! – Disse um dos meninos que observava o companheiro mexer na coisa, tomando para si o objeto.


- Quer jogar? – Perguntou o mesmo, mostrando o objeto para Scorpius, que apenas balançou a cabeça.


- Eu não sei... – Alertou Scorpius – Não sei mexer nessa coisa.


- Coisa? – Os meninos riram, e berraram – Isso é um celular, vai dizer que você não tem um.


- Não – Respondeu Scorpius.


 Os meninos zombaram mais ainda, e Scorpius não aprovou a situação. Ele sacou a varinha e conjurou:


- Wingardium leviosa!


 E o celular saiu aos poucos das mãos do menino, que ao ver aquela cena junto aos outros partiu correndo sem se importar com o brinquedo que deixara para trás.


Scorpius voltou para a mansão dos avós, ele ainda não havia conseguido encontrar a brincadeira que faziam aqueles meninos se divertirem tanto e ficava frustrado se debatendo com o celular na mão.


Lucio saiu do quarto para ouvir um pouco de rádio na sala e se deparou vendo Scorpius com o objeto trouxa em suas mãos.


- O que é isso Scorpius? – Perguntou ele com a voz tremula.


- É... Eu não sei direito vovô. – Respondeu o menino aflito, tentando esconder o objeto.


- Na onde você encontrou? Isso é um objeto de trouxas? O que eu e seu pai lhe falamos sobre os trouxas Scorpius? – Lucio agora gritava, tentando amedrontar o neto.


- Me perdoe vovô! – Pediu Scorpius jogando o celular no chão – Juro que nunca mais vou roubar um trouxa ou chegar perto de um.


- Devia ter pensando nisso antes de fazê-lo! Malditos trouxas... Chegaram perto do meu neto... Devia ter matado á todos quando tive oportunidade.


- Quando teve oportunidade? – Repetiu Scorpius intrigado.


- Sim! Eu já fui jovem Scorpius, respeitado. E agora, com essa nova ordem bruxa o que eu sou? Eles acabaram com nossa família, com tudo o que tínhamos... Não nos restou nada, só esse sangue puro que corre em nossas veias.


- A professora Amanda Percivel disse que não existem mais os bruxos de sangue puro, e que isso é uma ideologia errada de raça – Explicou Scorpius ao avô.


- Mentira! – Gritou Lucio furioso – Você, meu neto é um sangue puro. É isso que eles desejam acabar com a pureza dos bruxos... Misturando-nos a trouxas! Olhe aqui – Lucio levantou as mangas de sua camisa e apontou a marca negra á Scorpius.


- A marca dele? – Questionou o menino confuso. – O senhor foi um comensal?


- Sim. E não me arrependo, Scorpius. – Afirmou Lucio sentando-se ao sofá – Milorde me deu poder, podia controlar a tudo e a todos. E agora? Encontro-me nesse estado em que não posso fazer nada, se tivesse tal mentalidade de milorde dividira a minha alma também. Scorpius, nós fomos deixado de lado pela sociedade bruxa atual, eles nos destruíram, o que falam de milorde em Hogwarts é o que eles querem que vocês saibam, não é toda a verdade.


- Se o senhor está dizendo vovô, eu acredito. – Disse Scorpius com um olhar de orgulho do avô.


 Lucio puxou o neto para perto de si, e olhou no fundo dos seus olhos.


- Eu quero que você se torne um grande bruxo meu filho – Continuou ele – Respeitado, digno de sua magia, e maior do que Voldemort fora. Quero que me dê esse orgulho.


- Eu vou te dar muito orgulho vovô.


 


 

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