Capítulo I



Era noite, mas não era uma simples noite. Era a última do primeiro semestre, e isso significava que havia uma festa acontecendo, e não uma simples festa.


O professor Horácio Slughorn, recém-chegado a Hogwarts estava dando uma de suas habituais festas de fim de ano, com o grupo formado pelos seus alunos prediletos, chamado “Clube do Slugue” pelos que não participavam.


Entre os alunos participantes, estavam Harry Potter, Hermione Granger, os dois estudantes do sexto ano, Córmaco McLaggen, um aluno do sétimo ano e Gina Weasley, aluna do quinto ano, que ao contrário dos outros que estavam lá por serem famosos ou conhecerem famosos, ela estava lá simplesmente por uma azaração de rebater bicho-papão que havia feito no Expresso de Hogwarts contra um aluno de seu ano.


Apesar da barulheira da festa, nas salas comunais das Casas o silêncio era absoluto, e os ambientes eram desertos, menos um. A Sala Comunal da Grifinória estava silenciosa como as outras, mas não vazia.


Já passava de 2 horas da manhã, mas Rony Weasley ainda não havia dormido. O motivo? A festa.


Hermione Granger, sua melhor amiga, havia ido à festa com Córmaco McLaggen, o grifinório mais irritante que eles já haviam conhecido, mas que estava apaixonado por Hermione desde o começo daquele ano.


Quando o relógio bateu 3 da manhã, Lilá Brown, que acordara repentinamente no meio da noite, sem sono algum, fora à Sala Comunal pra fazer um dever de Poções que deveria ser entregue no primeiro dia após as férias, num repentino desejo de fazer o dever, que surpreendeu até ela mesma.


Qual não fora sua surpresa ao encontrar com o namorado sentado no sofá em frente à lareira, com uma expressão que poderia torna-lo facilmente confundível com uma parede.


- Meu Uon-Uon! O que você está fazendo acordado agora? Está tudo bem?


Rony parecia ter sido despertado de um transe.


- Hã? O que houve? Ah, oi Lilá! Eu estou bem sim, mas ainda não consegui pegar no sono.


- Coitado! Você tem que ir para o seu quarto! – disse Lilá sentando ao lado do ruivo e se jogando em cima dele – Como pretende estar de pé amanhã se não dormir?


- Não sei, então me deixe sozinho para eu tentar descobrir e pegar no sono, ok?  - Rony disse sarcasticamente.


- Claro, mas antes você tem que me dizer porque está assim.


- Assim como? Eu já te disse que estou ótimo, então se não se importa, vou dormir.


- Sim... Boa noite – Lilá disse, mas não sem antes puxá-lo pela gola da camisa que estava vestindo dar um longo beijo em Rony, quase engolindo o garoto.


Para felicidade de Lilá e McLaggen, este e Hermione entraram na sala exatamente durante o beijo, rindo de um quadro que fazia palhaçadas no corredor. Hermione, ao chegar, teve que se conter para não começar a chorar ali mesmo. “Como assim eles estão acordados até essa hora para ficarem se beijando em plena Sala Comunal! E se algum primeiranista desce?!?!?! Hermione, se toca! O que você está pensando! Você não está nem um pouco preocupada com os primeiranistas, eles iam fingir que não viram nada! Você que está se importando demais com uma pessoa que não merece tanto!”


Quando o ruivo e a loira se separaram, Lilá subiu para seu dormitório com um enorme sorriso maroto nos lábios um pouco inchados, e Hermione falou, fazendo questão de ser ouvida.


- Boa noite, Córmaco! – e após isso, beijou Cómaco como nunca havia beijado ninguém antes, querendo convencer a si mesma que não valia a pena se preocupar com Rony, mas por mais que tentasse se esquecer do ruivo, mais se lembrava dele.


Uma voz começou a praticamente gritar dentro de Hermione. “Hermione! O que você está fazendo? Não pode beijar esse... esse... canalha! O Rony está do seu lado! Corre logo pra ele e espere que um milagre de Natal aconteça!”


Hermione logo percebeu o quanto beijar Córmaco era errado e se separou do grifinório. Correu os olhos pela Sala Comunal à procura de Rony, mas só viu o fogo quase extinto da lareira, e um Córmaco com uma expressão um tanto quanto tarada no rosto.


- Uau! – foi a única coisa que Córmaco conseguiu dizer após o beijo.


- O que foi? – Hermione falou grosseiramente.


- Nossa! Se soubesse que você beijava assim, teria ido logo com você ao baile de inverno dois anos atrás!


- Vê se não enche, McLaggen!


- Ah... entendi seu joguinho. Você queria me beijar, conseguiu e agora tá se fazendo de difícil, né? – McLaggen falou com uma expressão de sabe-tudo.


- Não, e não encoste em mim, ou você vai sofrer as consequências! – Disse Hermione empunhado a varinha em direção a Córmaco, que ficara estático, tentando descobrir de onde a varinha da garota viera.


- Claro! Você é como minha ex, Melanie Bishop. Se faz de difícil, mas no final se rende! Tudo bem, Hermione. Por você eu espero, já que beija tão bem.


Hermione ficou estática diante de tal afirmação, com uma raiva e um ódio incontroláveis correndo por suas veias.


- É mesmo Córmaco? – disse Hermione com a voz mais gentil que pôde – então espera sentado, que de pé vai cansar! – e, dizendo isso, pisou no pé de Córmaco e saiu em direção à Sala Precisa.


Precisava pensar um pouco e, estando lá, ninguém iria atrapalhá-la, já que não saberiam nem que ela estava lá, nem o que ela pediria para a Sala.


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Ao mesmo tempo em que essa cena acontecia, Rony saía andando pelos corredores, com uma fúria enorme dentro de si. ”Como assim aquela era Hermione?!?!?!? Não, não podia ser!” Rony pensava, andando para onde seus pés o levassem.  “Ela não gosta do McLaggen! Mas... então por que ela parecia tão certa de que era aquilo que ela queria mesmo? Ah... desisto de entender as mulheres!”


E Rony saiu andando ainda mais raivoso.


Após meia hora quase correndo pelos corredores, Rony esbarrou em algo, ou melhor, em alguém.


Era uma figura maior do que ele, muito barbuda. A princípio, Rony pensou ser Hagrid, o guarda-caça de Hogwarts, mas levou um susto ao levantar sua cabeça para se desculpar e encontrar o Professor Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts, parado à sua frente!


O primeiro pensamento de Rony foi “Estou frito!”, mas logo se acalmou ao ver o diretor gargalhando à sua frente.


- Bo... Boa... Boa noite, sr. Weasley. – disse Dumbledore em meio às risadas que tentava em vão controlar.


- Com licença senhor, mas o que é tão engraçado assim?


- A sua expressão de medo quando esbarrou em mim foi hilária! – explicou Dumbledore após parar de rir, e com uma calma na voz realmente surpreendente, que fez Rony se perguntar como ele conseguia se acalmar tão rapidamente após quase, literalmente, morrer de rir.


- Ah... imagino. – comentou Rony dando uma leve risada no final.


- E agora... vamos ao que interessa! – falou Dumbledore energeticamente – Por que está perambulando pelo castelo sozinho, com esse frio, à essa hora da noite?


- Bem eu... eu precisava pensar um pouco.


- Sim... e eu suponho que nenhum desses seus pensamentos tenham ido muito longe de uma jovem morena da Grifinória, chamada Hermione Granger. – Dumbledore disse olhando por sobre seus óculos de meia lua para Rony como quem diz “Eu vi isso, hein!”


- Está tão óbvio assim? – Rony falou quase sussurrando.


- Me perdoe em dizer, sr. Weasley, mas se estivesse um pouquinho mais óbvio seria como se você saísse por toda Hogwarts gritando “Eu amo Hermione Granger”, e ainda segurando uma placa enorme com esse escrito.


“Era o que me faltava! Um velho que nunca se apaixonou por ninguém querendo me dar lição de moral sobre amor!” Rony pensava, com raiva.


- Sr. Weasley, você não deveria pensar assim. – Dumbledore disse com uma voz paternal. – Eu posso nunca me ter envolvido amorosamente com ninguém, mas exatamente por isso eu sou o mais apto a dar conselhos, porque, quando choravam pelos relacionamentos mau sucedidos, eu apenas escutava, para depois transmitir os meus conhecimentos a jovens como o Sr... que amam suas melhores amigas e não têm a mínima coragem de assumir em público.


- Como eu devia ter reagido? Ela estava beijando o Córmaco na sala comunal depois que e beijei a Lilá e... ah! – Rony falou com uma expressão de compreensão passando por seus olhos – Ela só beijou ele para me dizer que ama ele e que não era pra eu ficar surpreso amanhã quando ela saísse andando de mãos dadas com Córmaco, assim como eu e Lilá ficamos!


- Sr. Weasley, me desculpe, mas tenho que admitir... – o professor falou pensativo – Como o senhor ainda não foi reprovado em nenhuma matéria? Ela estava claramente te falando que ver você com Lilá a machuca e queria fazer você ter a mesma dor! A dor de um amor não correspondido! – Dumbledore quase gritou.


- Você acredita mesmo nisso? – o professor fez que sim com a cabeça – Então... eu deveria ir atrás dela... e explicar tudo... afinal, só estou com a Lilá porque não quero magoar os sentimentos dela, porque essa loira já me irritou! – Rony falou tudo bem rápido, mas sem engasgar nenhuma vez. – Eu vou lá! – Rony disse triunfalmente e saiu andando na direção da Torre da Grifinória.


Voltando um pouco gritou:


- Obrigado, diretor!!!


- É sempre um prazer ajudar! – disse Dumbledore se encaminhando a sua sala, com uma voz que lembrava, e muito, Luna Lovegood.


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Apesar de estar andando normalmente, como se nada estivesse acontecendo, muitas coisas borbulhavam no cérebro de Harry Potter.


Ele estava na sala do professor Horácio Slughorn, que fora magicamente ampliada para a festa. A decoração não deixava nada a desejar.


Era composta por várias cortinas coloridas e espessas que cobriam todo o local, bloqueando toda a passagem da luz exterior para o interior da sala, além da clássica mobília da sala do professor e algumas toalhas cobrindo as mesas, feitas de rendas que mudavam constantemente de cor.


A acompanhante de Harry, Luna Lovegood, estava numa conversa louca com a professora de Adivinhação, Sibila Trelawney. As duas se interessavam pelos mesmos assuntos, então poderiam ficar conversando durante toda a festa.


E foi aproveitando essa deixa que Harry foi até uma certa ruiva na sala, famosa por suas azarações para rebater bicho-papão, conhecida como Gina Weasley.


- Oi Gina! – disse Harry calmamente, mesmo estando sentindo até a última célula vibrar com o aroma floral que vinha da garota.


- Oi Harry! Bela festa, né?


- É sim... – concordou Harry meio sem jeito. A menina lhe causava arrepios, e o deixava bobo de uma forma que ninguém nunca antes conseguira, nem mesmo Cho Chang. – Então... soube que você está indo muito bem em feitiços, ainda mais com sua azaração.


- É mesmo... – Gina corou quando Harry perguntou sobre isso a ela. “Calma garota! Ele só perguntou e você está indo bem na escola, o que é normal! Não se distraia. Você veio com o Dino...” dizia uma voz um tanto exasperada na cabeça de Gina. “Mas queria ter vindo com o Harry!”, argumentou outra voz, a voz que geralmente fazia Gina tomar suas decisões mais irracionais. “Mas veio com o Dino! Não! Não se deixe levar por esses olhos incrivelmente verdes! Foco! Você namora o Dino”  “O Dino nem está aqui agora. Aproveita menina!”


E, ouvindo sua voz irracional, Gina continuou a conversa, tentando não ligar para o fato de que estava muito mais vermelha do que um tomate.


- Acho que estou um pouco zonza... podemos dar uma volta pelos jardins?


- Ah, claro! – exclamou Harry surpreso, mas muito feliz por Gina ter tomado a iniciativa que estava tomando coragem para tomar desde que chegou à festa. – Mas e o Dino?


- Ele vai ficar bem... – disse Gina apontando para o garoto, que conversava animadamente com algum professor.


Assim que saíram da festa, Harry os cobriu com sua Capa de Invisibilidade, que sempre trazia consigo.


- É para o Filch não nos pegar andando por aí. Agora vamos!


E então os dois jovens saíram em direção aos jardins. Andaram em silêncio até chegarem à frente do lago.


- Eu preciso falar uma coisa pra você. – falaram os dois ao mesmo tempo, virando-se um de frente ao outro. – Você primeiro. – e continuaram nesse “joguinho”. – Não você.


- Tive uma ideia! Falamos os dois ao mesmo tempo, certo? – Gina fez que sim com a cabeça. – Um... Dois... Três...


- Eu estou apaixonado por você – falaram os dois ao mesmo tempo. Após se olharem por um tempo, começaram a aproximar-se até que seus corpos estavam colados e então, de repente, os dois se beijaram.


Foi um beijo calmo, como se um tivesse medo de machucar o outro, mas ao perceberem, os dois já pediam passagem para aprofundar o beijo, o que não foi negado por nenhum deles.


Ficaram ali se beijando por um bom tempo... para eles pode ter sido talvez até dias... semanas... meses... mas o importante é que estavam juntos e ninguém poderia separá-los. Pelo menos não ali, não naquela hora.


Quando se separaram, os dois ofegantes, eles se olharam surpresos com o que haviam feito.


- Desculpa, Harry! Eu fui uma idiota. Desculpa! É claro, você nunca disse que queria um beijo, mas eu fui lá e...


- Calma, Gina... – disse Harry pacientemente, contrastando, e muito, com o humor de Gina. – Calma... Você não fez nada que eu também não quisesse, - começou Harry, mas nem conseguiu terminar, pois Gina o puxara para outro beijo, ainda mais intenso que o primeiro.


- Harry, eu só queria te pedir uma coisa.


- Claro. Peça o que quiser – disse Harry com um sorriso maroto.


- Para Harry! Não é nada do que está pensando. – disse Gina fazendo uma pequena pausa. – Eu queria pedir pra gente ainda não falar nada sobre... você sabe... pra ninguém. Eu acho que a gente devia esperar um pouco antes de falar pra todo mundo.


- Sim, claro. Eu não quero estragar o Natal de mais da metade das estudantes de Hogwarts por saberem que não têm mais nenhuma chance com O Menino Que Sobreviveu, também conhecido como O Eleito.


- Peraí... para tudo! Você disse que você é O Eleito? Quer dizer O Eleito? Quer dizer que os boatos não são pura especulação do Profeta Diário?


- É isso mesmo. Lembra quando fomos ao Ministério no final do semestre passado? – Gina fez que sim com a cabeça – Então, quando voltamos, Dumbledore me mostrou a profecia que o Malfoy queria. Ela falava que o menino com poder para destruir o Lorde das Trevas, Voldemort, terá um poder que o Lorde desconhece, que segundo Dumbledore, é o amor, e esse menino será marcada pelo Lorde das Trevas como seu igual, o que me sugeriu a cicatriz em minha testa. Outra coisa que a profecia dizia é que um não pode viver enquanto o outro sobreviver. Essa é a parte que me assusta.


- Entendi... ah, Harry! Não se preocupe com isso. Como os trouxas dizem: “Viva a vida!”. Esquece isso por enquanto. Se concentre na escola e em tudo que tem que fazer por aqui, como não deixar uma ruiva, que no caso está falando com você, sozinha na Sala Comunal.


- Certo, mas essa própria ruiva me disse que quer distância por enquanto, então... te vejo mais tarde! – disse Harry dando um leve beijo na bochecha de Gina e saindo correndo em direção à sala de Slughorn, deixando uma Gina um tanto confusa para trás.


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 N/A: Oiiii!!!! Gente, essa é minha primeira fic. Espero que gostem. Por favor, não esperem uma obra-prima. Quem ler, por favor comenta, para eu saber se está bom, e se devo continuar, ok? Obrigadaaaa!!!!!!!!

Bjs,
Ana 

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Comentários (1)

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