Belatriz Lestrange



Desta vez, a presença dos Dementadores foi quase inútil. Eu mesma tinha apagado quase todas minhas memórias felizes e estava afundando. No momento em que o bebê Potter matou meu amado, tive vontade de apenas... Morrer. Mas em vez disso, aparatei. Nunca senti tanta necessidade de ficar só.
Então, quando cheguei a uma praia deserta e nebulosa , que nem eu sabia o nome, eu olhei para minha varinha. Achei-me louca, da primeira vez que o pensamento me veio à cabeça, mas queria mais que tudo aliviar da dor de meu coração.
Apontei a varinha para mim mesma e sussurrei ofegante “Crucio!”. Doeu, mas não o bastante. E fiquei repetindo o sussurro até me sentir convencida de que estava bem. 
No dia seguinte, quando acordei a beira do mar, me deparei não com a superação da morte de Milorde. E procurava vingança. Acima de tudo, vingança. Meus pés saíram do chão e senti algo me puxando, quando eles encontraram o chão novamente, estava na Inglaterra.
Não sabia onde Potter estava, mas estava disposta a descobrir. Andei pelas ruas de Hogsmeade durante dias, esperando Potter aparecer. Mas não apareceu. 
Fui então para Little Whinging, esperando que os tios estivessem em casa. Só depois de chegar lá descobri que se mudaram. Então fui para Londres. A muito sabia da antiga existência da Ordem da Fenix no Largo Grimmauld, 12, então supus que bebê Potter se mudaria para lá por causa do idiota do Sirius. Mas errei. Não sabia onde procurar, quando a resposta bateu em meu rosto.
 Lá estava ele... Na página principal do Profeta Diário, uma cara séria, mas o sorriso em seus olhos. Estava feliz! Minha raiva aumentou. Dizia no topo em letras garrafais: “Fim da Segunda Era de Voldemort, Hogwarts explode” e outra vez, mais embaixo “Família Malfoy Foge” e ao lado “Aurores a procura de Comensais”. Me escondi rapidamente e fiquei escondida por meses, mas perdi a esperança quando vi o meu nome no quadro de avisos dos jornais, semanas depois: “Lestrange procurada, recompensa de 1.000 galeões para quem a denunciar”. Depois disso, pouco me importei. 
Voltei para Hogsmeade. Ás vezes, via estudantes de Hogwarts passear pela cidade até o dia em que um deles me viu e sem fazer segredo, me denunciou. Lá, fui capturada por um auror que não sei o nome, mas me parecia familiar. Não senti vontade de fugir de Hogsmeade, fiquei apenas esperando meu auror especial. 
Fui jogada numa cela em Azkaban... Novamente.
Um a um, vi outros Comensais chegarem. Alguns deles se viravam para mim e sorriam satisfeitos, e eu os desejava um Bom Retorno. Outros, que considero que nunca mereceram receber o cargo, eu os via... Arrependidos. Trastes!
Depois de anos, eu vi Malfoy chegar a Azkaban. Eu rosto como sempre esteve, com medo. Fraco.
Devo dizer que já estou muito tempo aqui, mas por ele, eu ficaria mais. Sou muito orgulhosa para admitir que estou com fome e com sono. Eu não durmo desde o dia que Malfoy chegou. Ele despertou minhas piores lembranças. Quando caio no sono, ou acordo com seus gritos de agonia, ou acordo com a voz dele em meu ouvido. E sorrio, eu tenho certeza.

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