Um beijo



JUST A KISS


 


 Marlene McKinnon saiu da casa de Hagrid e se surpreendeu ao notar que a garoa havia se tornado uma chuva tão forte que chegava à dificultar a visão. Indignada, ela avançou pela chuva, tentando se concentrar onde estava indo e xingando baixinho.


 Seu cabelo já estava encharcado e a roupa quase tão molhada quanto ele, mas ela continuou andando, porque sabia que se corresse, iria escorregar. Ao chegar na beira do lago, Marlene percebeu que estava indo na direção errada. À essa altura, seus materiais estavam tão encharcados, que ela tinha certeza de que sua redação de Transfiguração teria que ser refeita.


 Dando as costas para o lago, Marlene tentou enxergar pela chuva, sem saber exatamente onde estava a entrada para o castelo.


 - Perdida, McKinnon? – perguntou uma voz não tão familiar.


 Marlene se virou em direção à voz e deu de cara com Sirius Black, olhando-a com um sorriso maroto no rosto. Ele estava encharcado até os ossos, a camisa grudando no corpo de atleta/jogador de quadribol, a gravata jogada de qualquer jeito em volta do pescoço. Bonito, gostoso... e galinha. A garota desviou os olhos ao perceber que o sorriso dele alargara ao notar o olhar cobiçoso dela.


 - O que você quer, Black? – perguntou rudemente.


 - Um beijo.


 - Não.


 Sirius suspirou, parecendo terrivelmente decepcionado. Marlene voltou à olhar em volta.


 - Está perdida, não? – ele voltou à perguntar.


 - Na verdade... estou. – admitiu, constrangida.


 Sirius riu. E riu mais ainda quando os olhos de Marlene voltaram à se cravar nele, como se ele fosse um sorvete em um dia de calor.


 - Pode continuar olhando. Eu não me importo. – disse, se desviando da conversa.


 - Se eu estivesse enxergando alguma coisa, talvez continuasse olhando. – ela ironizou. – Mas, antes, gostaria de voltar para o castelo. – acrescentou.


 - Está pedindo minha ajuda? – perguntou Sirius, com as sobrancelhas erguidas.


 - Se puder me ajudar... – Marlene resmungou, abaixando a cabeça.


 - Posso te ajudar à fazer muitas coisas. – respondeu, enlaçando-a pela cintura e colando seus corpos.


 Marlene ofegou sem querer quando ele fez aquilo, pega de surpresa. Logo em seguida, ela corou. Sirius riu alto, achando graça da reação dela.


 A morena o empurrou com violência, fazendo-o soltá-la.


 - Não encoste em mim! – berrou, apontando o dedo indicador para ele.


 - Uau, que mudança repentina é essa?! – perguntou com sarcasmo. – À um segundo atrás, queria que eu a levasse para o castelo...


 Marlene tirou uma mecha molhada de cabelo dos olhos e bufou, ajeitado a mochila ao lado do corpo e dizendo:


 - Eu encontro o caminho sozinha, já que o problema é esse.


 - O problema realmente é esse. – Sirius concordou colocando as mãos nos bolsos, sem parecer se importar com a chuva que o deixava ainda mais molhado, se é que isso era possível.


 A grifinória parou em meio à um passo ao ouvir aquilo. Fechando os olhos e respirando fundo, ela lembrou à si mesma que ainda estava na chuva e que o melhor era voltar ao castelo o mais rápido possível. Mas virou-se novamente para Sirius.


 - O que quer dizer?


 - Nada, nada... absolutamente nada.


 - Sirius Black!


 - Sim?


 - Diga-me agora.


 - Dizer o que?


 Marlene fechou os olhos e voltou a tirar a mecha de cabelo molhada de seus olhos.


 - Diga-me o que quis dizer com aquilo.


 - A mesma coisa que você quis dizer quando disse que esse era o problema.


 - E o que eu quis dizer?


 Sirius sorria marotamente agora, observando a garota atentamente, reparando pela primeira vez em como sua pele ficava bonita naquele tom de vermelho.


 - Você quis dizer que o problema era você voltar sozinha.


 - E daí?


 - E daí que esse é realmente o problema, já que não consegue.


 - Não consigo o que?


 - Voltar sozinha.


 A garota crispou os lábios e ficou ainda mais vermelha, os olhos azuis opacos brilhando perigosamente.


 Ela abriu a boca para retrucar e apontou o dedo indicador para o peito de Sirius novamente.


 - Escuta aqui...


 - Porque não guarda o dedo no bolso? – Sirius a interrompeu.


 - O que?


 O garoto tirou o dedo dela de seu peito e afastou-o, chegando perigosamente perto e sussurrando:


 - Guarde o dedo no bolso, porque você não tem moral alguma para apontá-lo para mim.


 Marlene abriu a boca uma, duas, três... umas cincos ou seis vezes para falar, mas não achou resposta à altura. Assim, ela apertou a boca em uma linha fina e voltou à se virar para voltar ao castelo.


 Mal havia dado dois passos, Marlene escorregou e caiu na grama. Sua camisa branca (já encharcada) estava com respingos de lama e ela sentiu gosto de terra na boca. Sem contar que sentia seu tornozelo doer.


 Atrás dela, Sirius começou a rir. Não. Rir é uma palavra muito relativa. Ele gargalhava. Descontroladamente.


 Marlene bufou e fez uma careta de dor ao tentar se levantar. Seu tornozelo estava doendo demais. Sirius riu ainda mais. A garota o ignorou e tentou se levantar mais uma vez. Mas caiu novamente. O grifinório gargalhou mais alto.


 - Merda, Black! – berrou Marlene, tentando se fazer ouvir no meio da chuva que parecia aumentar. – Dá para parar de rir e vir me ajudar?! Acho que quebrei o tornozelo...


 Sirius pareceu paralisar ao ouvir aquilo. Uma preocupação angustiante atingiu-o direto no peito (N/A: desculpe atrapalhar sua leitura, mas eu tenho que fazer um comentário: que frase melooooosa!). Ele se dirigiu com pressa até a morena estatelada no chão.


 - Lene, você está legal? – perguntou se ajoelhando junto dela.


 - Eu pareço legal?!


 - Desculpe, desculpe... não sabia que era tão sério assim, Lene. – disse, passando o braço dela pelo seu ombro e pegando-a no colo. (N/A: estilo princesinha, sacas?)


 Marlene sentiu seu corpo deixar a grama gelada e molhada. Sirius a mantinha colada ao seu corpo e a carregava sem dificuldades pelo jardim, como se ela não pesasse mais do que sua mochila de escola. A garota olhou para o rosto concentrado de Sirius que parecia saber exatamente onde estava indo. Ela havia notado que Sirius a havia chamado pelo apelido. Ele realmente parecia preocupado com ela. O que era uma surpresa sendo ele quem era. Sua testa estava franzida e os olhos, semiserrados, para enxergar entre a chuva.


 Quando finalmente encontraram a entrada para o castelo, Sirius colocou a garota sentada em um daqueles bancos espalhados pelo castelo e postou-se de joelhos à sua frente, ajeitando cuidadosamente o tornozelo dela, para que não doesse. 


 - Está doendo muito? – perguntou, carinhosamente, tirando o sapato dela com gentileza.


 - Está. Mas é suportável. – respondeu ela, fazendo careta quando Sirius fez um movimento brusco ao tirar a meia. Ele percebeu.


 - Desculpe, Lene. – disse, pegando o pé dela e examinando atentamente. – Acho que está quebrado mesmo. – acrescentou.


 Sirius realmente não queria, mas ainda assim, seus olhos se moveram do pé para o tornozelo quebrado, chegando ao joelho e notando a saia um tanto curta da garota. O olhar dele subiu um pouco mais, notando a camisa molhada dela, grudada em seu corpo. Por último, Sirius olhou para o rosto da morena, molhado e corado, uma mecha de cabelo pendendo em seus olhos.


 O moreno levantou a mão e tirou a mecha do rosto dela, depositando-a atrás de sua orelha. A mão dele se encaixou no rosto dela, acariciando com o polegar.


 Marlene levantou os olhos de seu tornozelo e encarou os olhos negros de Sirius.


 - Você é linda. – ele sussurrou e um sorriso maroto surgiu em seu lábios.


 Marlene sorriu timidamente para ele.


 - Não acha que esse não é o momento para cantadas? – perguntou, baixinho.


 - Não foi uma cantada.


 - O que foi, então?


 - Foi a simples declaração da verdade.


 - Não acredito em você.


 - Então comece a acreditar...


 Sirius colou seus lábios nos de Marlene, beijando-a.


 


X&X


N/A: sem criatividade? É, eu também achei. Mas gostei bastante da fic, porque ficou fofa! (eu acho, neah...)


Quem curtiu, por favor comente.


Quem não curtiu, olhe as minhas outras fics, nem todas são desse jeito.


Enfim, esse é um presente todo especial, com gostinho de romance para Isa Black, que pediu uma SM. Beijos pra você, Isa!

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Comentários (1)

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