O Novo Fiel dos Potter



Capítulo Nove - O novo Fiel dos Potter



- Sirius... Sirius, acorda... - Sirius abriu os olhos e viu seu quarto iluminado pela suave luz do sol matinal que entrava pela janela, agora que as cortinas estavam escancaradas. Gillian estava sentada na beira da cama, já toda agasalhada. Apesar de ser início de primavera, ainda fazia bastante frio de manhã.

Sirius se sentou na cama. Ela começou a falar num tom um pouco mais alto do que usara para acordá-lo.

- Eu não sei como você consegue ficar na cama por tanto tempo, Sirius... Aqui, chegou uma carta pra você. - ela pegou um pedaço de pergaminho que estava sobre a mesinha de cabeceira.

- Há quanto tempo você está acordada? - ele falou quando pegou a carta de sua mão.

- Há uma hora mais ou menos. Eu te acordei porque o café da manhã já está pronto. Eu vou te esperar na cozinha, é melhor você se agasalhar, tá muito frio lá fora.

Sirius abriu a carta que estava em suas mãos, era de James. Ele dizia que tinha conversado com a Lílian e eles concordaram em confiar em Pettigrew o seu segredo. Ele pediu que Sirius fosse na casa dele naquela tarde para desfazer o feitiço e colocar outro em Pettigrew.

Sirius se arrumou e foi para cozinha. Gillian lhe deu um beijo e eles foram se sentar à mesa.

- A carta era de James, ele concordou em trocar o Fiel do Segredo. Eu vou lá hoje a tarde.

Gillian ficou em silêncio olhando para sua comida, até que falou:

- Ah, Sirius... Sinceramente, eu não acho que seja uma boa idéia você deixar de ser o Fiel deles.

- Eu já falei com você sobre isso... Se você não tem noção do que ele pode fazer para conseguir o que quer é melhor nem entrar para a Ordem! A gente tem que despistar Voldemort... - ele parou de falar quando percebeu que estava falando num tom aborrecido com ela. - Desculpe, Gillian, mas você tem que entender.

- Tudo bem. - ela começou a falar um pouco mais animada: - Já que você vai lá, manda um abraço pra todo mundo e dá um beijo no Harry por mim, tá?

- Pode deixar. Mas você não quer vir junto?

- Não, eu vou da próxima vez. Remus vem passar as férias aqui na Inglaterra e ele disse que viria aqui hoje lá pelo final da tarde. Enquanto ele não chega eu vou dar uma volta por aí.

- Eu não vou chegar tarde, diz pro Remus pra me esperar chegar, se ele puder. Faz um tempão que a gente não se fala. - por mais que tentasse, Sirius não conseguia deixar de sentir um pouco de ciúmes de Gillian quando ela estava com Remus. Sirius sabia que Gillian gostava muito dele, mas o fato dela ser muito próxima e amiga de Remus, desde o quinto ano dele em Hogwarts, é que despertava esse ciúme.

Eles almoçaram em Hogsmead mesmo e voltaram pra casa um pouco antes da hora que Sirius tinha combinado de chegar na casa de James. Ele se despediu dela e foi para a casa do amigo com a sua moto. Estacionou nos fundos da casa. Lilian abriu a porta para ele entrar.

- Oi Sirius! James está lá na sala. Eu vou acabar de fazer um chá e daqui a pouco eu levo pra vocês.

James estava sentado numa poltrona com Harry no colo. Ele mostrava ao filho um livro de Quadribol para crianças que em cada página que se abria, os bonequinhos montados em vassouras que ilustravam o livro saíam voando. Harry tentava pegar os bonecos de papel, mas eles sempre se desviavam das mãos dele.

- Oi Sirius! - James falou todo animado - Peter ainda não chegou. Senta aí, Lilian já deve estar vindo com o chá que está fazendo... Olha só, o Harry adorou este livro, quer brincar com ele toda hora...

Sirius ficou admirando o afilhado brincar por uns instantes. Ele ficou muito feliz de ver James todo alegre com o filho mesmo estando passando por tudo aquilo de estar sendo perseguido por Voldemort.

Lilian chegou com algumas xícaras e um bule de chá flutuando na sua frente. Ela pousou os objetos em cima de uma mesinha e perguntou se Sirius iria querer beber chá.

- Sim, pode deixar que eu me sirvo. E antes que eu me esqueça: Gillian mandou um abraço pra vocês.

- Ah manda um para ela também!

Eles ouviram alguém batendo na porta.

- Deve ser o Peter. Abre lá a porta, James, eu vou levar o Harry pro quarto dele.

James foi abrir a porta e Sirius o acompanhou. Era Peter. Todo nervoso e estabanado, quase levou um tombão no degrau da porta. Eles entraram na sala de estar. James falou:

- Nós só temos que esperar pela Lilian, ela já deve estar descendo. E lembrem-se de que vocês não podem contar isso pra ninguém. Todo mundo tem que pensar que o Sirius ainda é o Fiel, está bem? É mais uma maneira de despistar Voldemort. Só eu, vocês, a Lílian e a Gillian é que sabemos. Nem o Remus sabe, vocês não...

- A Gillian sabe? Por que ela tem que saber? - Peter interrompeu James.

Sirius ficou meio aborrecido quando Peter disse aquilo e respondeu:

- Ela sabe porque nós estávamos juntos quando conversamos com James e Lílian sobre trocar o Fiel. Ela até seria a Fiel no seu lugar, só que a gente concordou que ela ainda é muito nova para se arriscar desse jeito. E além disso, ela ainda está estudando e não faz parte da Ordem.

Peter riu esquisito, como se achasse graça no que Sirius acabara de dizer.

- Tudo bem Sirius. Eu só perguntei porque achei... estranho ela saber.

Lilian já tinha chegado na sala. Eles se reuniram, James pegou sua varinha e falou:

- Eu vou desfazer o feitiço de você, Sirius e logo depois botar outro em Peter.

Ele desfez o feitiço de Sirius com sua varinha e pôs o mesmo em Peter.

- Pronto. Agora tente dizer onde estamos, Sirius, só pra ver se está tudo certo.

- Os Potter estão em... - ele não conseguiu terminar de falar.

Os quatro terminaram de tomar o chá e ficaram conversando até escurecer. James e Lílian convidaram os amigos para jantarem com eles. Peter aceitou, mas Sirius não.

- Eu tenho que preparar os exames finais e eu só tenho esse fim de semana. Eu disse a Gillian que chegaria cedo em casa.

Ele pegou sua moto voadora e foi para casa. Ele chegou e ouviu as vozes de Gillian e Remus na cozinha. Eles estavam conversando enquanto alguma coisa cozinhava no forno.

- Oi Sirius! - ela falou quando o viu entrar na cozinha - Eu não pensei que você fosse demorar tanto. Eu e Remus fizemos o jantar hoje.

Remus e Sirius se cumprimentaram com um abraço e se sentaram à mesa.

- E aí? Como está indo a vida, Remus?

- Nada mal. Eu estou na antiga casa dos meus pais, na Hungria, por enquanto. Em uns dois meses eu devo voltar pra Inglaterra definitivamente.

- Eu pensei que seus pais moravam na Romênia! - disse Sirius.

- E moravam, a gente vendeu aquela casa, aí sobraram as duas menores: uma na Hungria e outra mais ao sul da Romênia, que ficou para o meu irmão. Fora isso, não tinham mais muitas heranças.

Uns dez minutos mais tarde eles começaram a jantar. Conversaram bastante até Remus ir embora. Sirius passou o resto do fim de semana preparando os exames finais para seus alunos. Aquela seria a última semana que os alunos passariam em Hogwarts antes das férias de verão.

No primeiro Domingo de férias, Gillian chegou com suas malas na casa de Sirius. Ela estava planejando comprar uma pequena loja que estava a venda em Hogsmead para vender e cuidar de animais mágicos e não-mágicos com o dinheiro que ela tinha no banco. Ela tinha conseguido ótimas notas em seu último ano em Hogwarts e ia estudar mais para se especializar em criaturas mágicas.

- Essa é a primeira noite que você vai estar oficialmente morando aqui! A gente tem que comemorar!

- E como você quer comemorar? - os dois estavam muito animados por irem morar juntos.

Gillian enlaçou Sirius, com a cabeça inclinada para o alto para olhá-lo, já que ele era uns dez centímetros mais alto que ela.

- Como você quiser, minha dama – disse Sirius teatralmente – Estou ao seu comando.

Eles decidiram ficar em casa. Comeram e beberam (uma bebida deliciosa que Sirius havia inventado: rum com cerveja amanteigada) enquanto conversavam sentados no tapete em frente à lareira, acesa somente para iluminar a sala. O crepúsculo lá fora estava violeta. Quando já era bem tarde e eles já estavam subindo, ouviram uma voz de mulher chamar da sala.

- SIRIUS!!! Sirius!!! Você está em casa?!!

Eles chegaram na sala e viram a cabeça de Lilian na lareira, entre as chamas, chamando por eles com a voz fraca e os olhos cheios de lágrimas.






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