Capítulo 1

Fonte dos desejos

 

Dez minutos. Talvez mais que isso. Estava parada próxima a fonte, mas não perto o suficiente para que imaginassem o que ela estava planejando. Segurava firmemente uma moeda na mão direita. Parecia num enorme conflito interior, sem conseguir tomar uma decisão do que realmente faria. Enquanto isso, várias pessoas passavam e jogam suas moedas, despreocupadamente. A fonte dos desejos. Uma fonte velha com um anjo esguichando água em seu centro, visivelmente castigada pelo tempo. Ainda assim, as pessoas continuavam com a tradição.

Hermione, contudo, parecia sem saber se faria o mesmo. Há anos via aquela bendita fonte e nunca tivera coragem de se aproximar. Quando finalmente o fizera, não sabia se tinha coragem suficiente para jogar uma simples moeda. Suspirou, ainda mirando a fonte.

- Bobagem!

Deu meia volta, mas não conseguiu se afastar. Deu uma olhada em voltada, mas ninguém em Hogsmead parecia estar prestando atenção nela. Mirou o próprio relógio. Se não se apressasse, seus amigos a surpreenderiam ali. E definitivamente, ela não queria que isto acontecesse. Respirou fundo, e se apressou. Alcançou rapidamente a fonte, fechou os olhos com força e jogou sua moeda. Sorriu aliviada.

- Mione? – aquela voz fez com que um arrepio enorme percorresse todo seu corpo.

- H-harry... V-você não deveria estar me esperando na loja dos gêmeos? – disse sem coragem de se virar, mas nem por isso deixou de ouvir o riso dele.

- Sim, mas você estava demorando e o Ron estava muito animado com as novidades da loja. Então, resolvi te procurar. O que você...

- Ah. Certo, então, vamos... – antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, ela pegou sua mão e o puxou para longe da fonte.

- Eu vi! – disse, para infelicidade dela.

- Você não viu nada.

- Vi sim.

- Então, trate de esquecer.

- Jamais!

- Harry. – ela largou sua mão, parando no meio do povoado, séria, mas ele continuou sorrindo.

- Mione, você fez um desejo! A pessoa mais cética, que não acredita em adivinhações, superstições... Acabou de jogar uma moeda na “fonte dos desejos”. Isso é hilário. – ela bufou de raiva.

- Eu te odeio!

- Então, o que pediu.

- Não posso falar. – Harry gargalhou.

- Você está realmente levando isso a sério? Não posso acreditar.

- Eu definitivamente, te odeio! – ela revirou os olhos.

- Claro que não me odeia. Desculpa, Mione, mas é engraçado demais.

- Eu não acho.

- É engraçado sim, deixa só o Ron saber disso...

- NÃO! – ela queria esganá-lo.

- Por quê?

- Por favor, Harry... Já é humilhante demais você ter visto. Não preciso que Hogwarts inteira fique sabendo.

- Tem razão. Rony não é bom em guardar segredos.

- Exato. Podemos deixar isso entre nós?

- Só se você me contar o que desejou.

- Harry! Eu realmente não posso.

- Acredita mesmo que vai se realizar, Mione?

- Por que não?

- Seria fácil demais se fosse assim, não acha?

- É, eu sei. Mas diferente do que você e Ron possam achar, eu sou uma garota. E eu tenho meus desejos bobos também.

- Mione, eu sei que você é uma garota. Está acontecendo alguma coisa? Se precisar de algo, pode me falar.

- Obrigada, Harry, mas não é algo que você me ajudar.

- Duvido. – ela suspirou.

- Não é porque você derrotou Voldemort que você pode tudo, Harry Potter. – ela brincou – Mas obrigada. – eles voltaram a andar, em direção aos outros alunos. Estava quase na hora de voltarem para Hogwarts.

- Sério. Eu duvido que não possa te ajudar. Vamos lá, Mione. O que você quer?

- Um namorado.

- Ah, um namor... O QUÊ? Para que você quer um namorado? – ela revirou os olhos.

- Como eu te disse, Harry, eu sou uma garota. E como as outras garotas, eu tenho esse tipo de vontade. Encontrar um namorado, andar de mãos dadas...

- Você não é qualquer garota. E você tem o Ron e eu. Achei que não precisasse disso.

- Sem dúvidas, vocês são muito importantes para mim, mas em algum momento, isso iria acontecer. Talvez não agora, mas um dia, eu vou encontrar alguém, assim como você e o Ron.

Ela sorriu da expressão perdida dele. Parecia que nunca tinha pensado em nenhuma dessas possibilidades. Como se o “trio maravilha” fosse durar para sempre, inalterado.

- E você acha que a fonte pode te dar um namorado?

- Claro que não. Eu não acredito nessas coisas.

- Então, por que jogou a moeda? – ela estava começando a se irritar.

- Eu não sei, Harry. Deu vontade. Eu pensei... Por que não? Quem sabe isso acelera as coisas. Estamos terminamos nosso sétimo ano e eu devo ser a única garota que nunca teve um namorado.

- Não imaginei que pensasse esse tipo de coisa.

- Eu te disse, Harry. Apesar de você e Ron não acreditarem, eu sou uma garota. Eu ser estudiosa e autoritária não muda o fato de eu ter certas vontades.

- Mas eu não acho que precisa de um namorado. – ela respirou fundo, desistindo de continuar aquela conversa com Harry. Ele nunca entenderia.

- Certo. Vamos esquecer isso, então. Ron já deve estar chegando, vamos procurá-lo e voltar de uma vez para o cast... – ela foi interrompida ao se esbarrar com alguém. Estava conversando com Harry e nem prestara atenção no caminho.

- Desculpa. – o rapaz disse na mesma hora – Tudo bem com você?

- A culpa foi minha. Eu que não estava prestando atenção.

- Tranquilo. – ele sorriu, olhando-a nos olhos. Hermione corou na mesma hora – Eu sou o Robert. Robert Hall, da Corvinal.

- E eu sou...

- Hermione Granger. – ele completou sorrindo – Sei quem você é.

Harry olhou feio para o garoto. Ele estava se prolongando demais. Notou a inquietação da amiga, seu rosto ruborizado. Por que Hermione estava reagindo assim aquele garoto?

- Sabe?

- Claro. É um prazer poder finalmente ter tido a oportunidade de falar com você, Hermione.

- P-prazer o meu.

- Vamos, Mione? – Harry interrompeu.

- Sim.

- Nos vemos no castelo? – Robert perguntou.

- Com certeza.

- Até mais. – então, ele se afastou para próximo dos próprios amigos.

- H-harry!

- É, também achei ele um chato. Aquele tipo de puxa-saco, só porque você...

- Não acredito!

- O quê?

- Meu desejo!

- Ah, não, pelo amor de Deus, Mione.

- Claro. Isso nunca aconteceu comigo antes.

- Coincidência.

- Não existem coincidências, Harry.

- Quem é você e o que fez com minha amiga? – ele a segurou pelos ombros – Trelawney disfarçada?

- Estou falando sério, Harry.

- Não dá para te levar a sério, Mione. Realmente acreditar que isso é seu desejo sendo realizado. Por favor. Aquele cara foi só um idiota que esbarrou em você.

- É tão difícil assim achar que alguém pode se interessar por mim? – ela estava começando a se chatear.

- Claro que não, mas isso ser fruto da fonte dos desejos é um pouquinho demais.

- Ele ainda está olhando pra mim. – disse ao procurar Robert entre os outros alunos. Ele realmente continuava lhe lançando olhares e sorrisos.

- Impressão sua.

- Muito obrigada por seu apoio, Harry. – ela se afastou, mas ele logo a alcançou.

- Mione...

- Ron está ali. Não quero mais falar nesse assunto.

- Tudo bem.

Eles se aproximaram do ruivo e de outros alunos da Grifinória. Hermione não falou mais nada, e Harry percebeu que ela tinha ficado zangada. Ainda não conseguia entender para que ela queria um namorado, se tinha Ron e ele ao lado dela. Deveria ser suficiente não? Quando finalmente retornaram ao castelo, Hermione se apressou e se dirigiu para os dormitórios, sem permitir que Harry pudesse falar qualquer coisa.

- Que foi, cara? Aconteceu alguma coisa? – Ron perguntou, depois de ter chamado Harry várias vezes sem resposta.

- Quê?

- Estou te chamando há horas. Então, vamos comer alguma coisa?

- E a Mione?

- Ela não deve estar com fome.

- Ron, o que você acha da Mione?

- Como assim? Ela é nossa amiga, ué.

- E você acha que... Ela pensa como as outras garotas?

- Claro. Você está realmente estranho, Harry. Bateu a cabeça em algum lugar?

- Acha que ela pensa em namorados?

- A Mione? Claro que não. Ela só pensa em estudar, cara. Só isso. – ele riu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Você acha mesmo?

- Tenho certeza! Agora vamos comer, para ver se você pára com essa conversa estranha.

Harry deu uma última olhada em direção ao dormitório feminino, mas sabia que Hermione não apareceria. A resposta de Ron deixou claro que eles realmente não viam Hermione como uma garota normal. Aquilo o deixou perturbado.

 

N/A: Nossa... Há quanto tempo não escrevo uma fic... Estava com tanta saudade... Mas realmente estava difícil para mim. Essa idéia surgiu assim do nada, estava na verdade, tentando pensar num outro tipo de fic, mas saiu essa... É uma shortzinha, leve, para relembrar os velhos tempos. Estou enferrujada, por isso o capítulo não é muito grande, mas tento caprichar no próximo. Espero que curtam. Vou tentar continuar em breve. =D Beijos pra vocês!! Pink_Potter : )

 

 

 

 

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