Satisfações



Hermione, mesmo desconfortável por se ver tão exposta, guia Gina até o quarto do filho, batendo na porta duas vezes e então entrando. O quarto ainda não estava decorado, havia caixas nos cantos, uns livros sobre a mesinha a frente da cama e uma bola de futebol perto de um par de tênis.


-Querido, sei que quer ficar quietinho, mas tem uma amiga que veio me visitar e gostaria de te conhecer. Tudo bem? -Pergunta torcendo para que ele recusasse.


-Claro! Eu estou ansioso pra conhecer seus amigos! Não conheço mesmo ninguém aqui. -Diz animado, nem parecendo ter se machucado aquele dia.


-Já gostei do garoto. –Gina fala, empurrando levemente Hermione, abrindo espaço até a cama de Adryan e o olhando com atenção. –Oi meninão, eu sou Gina Weasley. –Se apresenta com um sorriso carinhoso. –Sou a melhor amiga da sua mãe e a mais legal, diga-se de passagem. –Brinca passando a mão pelo cabelo do garoto.


-Ué, sua melhor amiga não era a Laura? -Pergunta em referência a uma antiga companheira de trabalho da mãe.


Gina se vira e a olha de lado, esperando uma satisfação.


-Laura é outra grande amiga da mamãe, que se tornou tão especial quanto a Gina já era. Afinal só conheci Laura quando estive na Itália, longe dos meus amigos da Inglaterra. -Explica de modo terno, senando-se ao lado do filho e o aconchegando em um abraço.


-Exatamente –Concorda Gina –O meu posto ninguém rouba, eu sou a melhor amiga. –Decreta animada.


-Você é engraçada! -Adryan diz com uma risada leve.


-Você não viu nada. –Sorri Gina. – Mas será que posso saber o nome desse garotão? -Pergunta interessada. Talvez conseguisse uma pista do pai do garoto pelo nome.


-Adryan Christopher Granger! -Diz em um tom formal e orgulhoso, se aproximando para apertar a mão dela.


-Prazer em conhecê-lo senhor Granger. –Cumprimenta mantendo o tom formal de brincadeira, mas olhando de lado para Hermione.


-Vocês eram amigas de escola? -Pergunta curioso.


-Sim, éramos boas amigas. –Responde animada. –A sua mãe até namorou meu irmão por um tempo. –Revela, surpreendendo o garoto.


-Namorou? -Pergunta com uma careta, observando a mãe olhar para Gina como olhava para ele quando fazia arte.


-Coisa boba de juventude. Não seja ciumento. -Diz se abaixando e lhe beijando o topo da cabeça.


-Isso mesmo, sem ciúmes. –Pede Gina bagunçando o cabelo de Adryan. –Isso foi há muito tempo, antes mesmo de sua mãe ir a Itália –Conta, logo depois mudando de assunto. –Mas me conte sobre você Adryan, como era sua vida na Itália?


-Sei lá, eu só estudava durante a manhã, tocava à tarde, a noite ajudava mamãe com o trabalho. Nos fins de semana mamãe me levava pra jogar bola com uns amigos dela e me ensinava magia e línguas. -Diz pensativo, sem achar nada de tão interessante para dizer.


-Amigos? -Ressalta interessada. –Vocês deixaram muitos amigos por lá?


-O que é muitos pra você? -Pergunta concentrado.


-Depende de quantos amigos de verdade você tem. –Explica Gina. –Você pode conhecer muita gente, mas não ser amiga de nenhum ou você pode conhecer dois que valem a pena.


-Então, acho que dois. -Diz dando de ombros.


-Amigos seus ou de sua mãe?


-Não poderia ser de um, sem ser do outro. Somos uma família! -Diz firme, totalmente à-vontde no papel de homem da casa.


-Entendo. –Sorri carinhosa para o menino. –E eles não ficaram tristes por vocês virem para a Inglaterra?


-Sim, mas era o melhor pra mamãe. A proposta era muito boa e estariamos com a família! -A fala responsável não escondia o carinho e preocupação com a mãe.


-Claro que sim. – Gina concorda frustrada com as respostas pouco aproveitáveis que o garoto oferecia. –Você é o verdadeiro homem da casa, não é mesmo?


-Claro, claro. -Diz bastante orgulhoso de si mesmo.


-Mas que tal vocês irem lá em casa? -Pergunta desistindo, por hora, de tirar informações do garoto. –Eu tenho muitos irmãos, você vai adorar eles! –Conta Gina –Dois deles, que são gemeos, tem uma loja de genialidades que você não pode deixar de conhecer. Tem de tudo que você possa imaginar.


-A gente pode ir lá quando for comprar meu cachorro? -Pergunta animado.


-Eu não sei, pode ser um pouco assustador pro seu filhote. –Hermione diz tentando evitar aquela ideia.


-Podemos ir antes de comprar o filhote. –Adryan diz como se fosse algo lógico.


-Exatamente. –Concorda Gina animada –Até porque eu amo filhotinhos –Fala com os olhos brilhando –Vou querer ir com vocês.


-Mas a Toca com tanta gente pode assustar um filhotinho, não sei se seria bom ir até lá. Talvez daqui uma ou duas semanas. -Explica com calma.


-Que nada Mione –Descarta Gina, percebendo que a morena tentava fugir da visita –Lá tem um quintal enorme, o bichinho vai amar e o Adryan vai poder ficar correndo com ele. Você gostaria disso, não é mesmo Adryan?


-Sua mãe não se importa? Filhote pode fazer sujeira. -Diz um pouco sem jeito.


-Ela só vai se importar se você não quiser ir conhecê-la –Sorri docemente –Você quer ir? -Pergunta diretamente ao garoto, como se a opnião de Hermione já não importasse.


-Claro… er… tem crianças lá? -Pergunta receoso.


-Tem os do Gui –Conta –Eles vão adorar brincar com você e o filhotinho.


-Quantos anos eles tem? -Pergunta incerto.


-Tem uma menina chamada Belle que tem a sua idade –Sorri ao lembrar-se da sobrinha –E também tem um menininho chamado Adam. Ele tem quase dois anos.


-Ok, Gina, você venceu! -Hermione diz rapidamente. -Iremos até a Toca. Agora precisamos voltar ao trabalho, certo?


-Ae! –Comemora Gina –Mas você está certa Mione, hora do trabalho –Se levanta beijando a testa de Adryan –Tchau garotão, adorei te conhecer.


-Até domingo então! -Acena com o braço bom.


Gina sorri e acena de volta, acompanhando Mione até fora do quarto.


******************************************************************


Hermione, Gina e Adryan entraram na loja Empório das Corujas, local conhecido como o melhor e mais completo não só em espécies de corujas, lá se podia comprar os melhores e mais variados animais domésticos. Assim que entraram no amplo espaço, um senhor de cabelos grisalhos e algumas cicatrizes, as quais ganhou nos anos de trato a animais, se aproximou prestativo.


-Bom dia! Chegaram no dia certo, acabamos de receber uma remessa excelente de corujas. –O senhor, cujo crachá indicava o nome Willians, fala apontando para um local espaçoso, onde diversas corujas estavam enfileiradas.


-Não viemos comprar uma coruja, mamãe vai me dar um cachorro! –Adryan se adianta em falar, sem conseguir conter sua empolgação.


-Mas seria ótimo que ela também comprasse uma coruja para se manter em contato com os amigos. Não acha Hermione? –Gina fala primeiro olhando para Adryan e depois para Hermione.


-Realmente seria útil, até para o trabalho. –Hermione concorda depois de pensar por um momento. –Adryan, o que acha de ir olhando os cachorrinhos para escolhermos entre os que você mais gostar? –Hermione sugere ao menino que sorri radiante.


-Certo! Onde os cachorros estão? –O garoto pergunta ao olhar para os lados e ver apenas corujas e gatos.


-Basta seguir aquele corredor e virar à direita. Procuramos deixá-los longe dos gatos. –O senhor comenta sorridente, ao que Adryan agradece rapidamente e sai em disparada para o local. –Então, que tipo de coruja a senhora deseja?


-Uma jovem, forte, ágil e principalmente, muito inteligente. Não posso correr o risco de perder correspondência ou de ter alguma extraviada. –Hermione fala de modo sério. O senhor pensa por alguns instantes, olhando para as corujas e sorri ao ver uma.


-Tenho um espécime de primeira aqui. O preço é um tanto alto, mas tenho ótimas referências dos pais. É de um criadouro muito respeitado e conhecido por oferecer excelentes corujas. –Hermione o segue até perto do balcão, onde uma coruja branca dormia calmamente, ignorando a agitação das demais.


-Uma coruja das neves! –Hermione exclama ao se lembrar de Edwiges, uma coruja que a muito não via.


-Sim. Um macho muito forte, com amplas asas e olhe só o peito musculoso e olhar atento. –O vendedor fala enquanto pegava a coruja e mostrava as asas e o corpo forte do animal.


-Sim, me parece muito bom. O que acha Gina? –Hermione pergunta à ruiva, que tinha mais experiência que ela com corujas.


-Acho que é muito boa sim. Além disso, ela tem ótimas referências de origem. –Gina apóia a compra olhando a etiqueta do poleiro, onde havia informações do criador.


-Ok. Vou levá-lo, Sr. Willians. –Hermione fala sorrindo para a coruja, que a olhava desconfiado.


-Então vamos deixá-lo aqui e ver que cachorrinho seu filho vai querer. –O vendedor fala simpaticamente, enquanto coloca a coruja no poleiro e depois as guia até o local onde o menino deveria estar com os cachorros.


Os três passam pelos gatos e visualizam os cachorros ao fundo, mas surpreendem-se ao ver que Adryan estava perto de um grande aquário, onde uma serpente verde se enrolava em um galho artificial e tinha a cabeça levantada, sibilando na direção do menino.


-Hermione, o Adryan é ofidioglota? –Gina pergunta ainda sem acreditar no que via e ouvia. A mente da ruiva parecia girar enquanto encaixava peças de um quebra-cabeça em sua mente.


-Parece que sim. –Hermione ainda não acreditava no que via, jamais imaginara que o filho pudesse ter tal habilidade. –Adryan, deixe essa cobra e vamos ver os cachorrinhos. –Hermione tenta desviar a atenção dos outros adultos do filho, já que Gina parecia estar pensando demais e o vendedor tinha uma cara estranha, havia ficado pálido e parecia estar de frente para um comensal.


-Ah, não, mamãe! –Adryan tinha os olhinhos pidões e parecia não querer sair do lugar. –Eu quero ele! Quero levar o Joaquim pra casa! –Hermione olha para a cobra que o filho apontava e pisca tentando compreender aquilo.


-Querido, não podemos levar mais um bichinho para casa. Cachorros não gostam de cobras... –Hermione tinha um tom compreensivo, mas não pretendia deixar que o filho ficasse perto de cobras.


-Mas eu não quero mais um cachorro, mamãe. –Adryan fala como se aquilo fosse óbvio. –Agora eu quero o Joaquim. Nós ficamos amigos! –O menino apontava para o aquário e sorria para o réptil.


-Mas querido, cobras não tem pernas ou pés, elas não podem correr com você, jogar bola ou brincar como você queria que um cãozinho fizesse! –Hermione explica com calma, mas Adryan revira os olhos como se a mãe não estivesse entendendo.


-Eu sei que elas não podem brincar assim, mas eu também não falo com cachorros. Eu quero um amigo com quem conversar e sei que posso arranjar outro jeito de brincar com Joaquim. –Adryan se mostrava resoluto e Hermione sabia que quando o filho metia algo na cabeça, conseguia ser tão teimoso quanto o pai.


-O deixe levar a cobra, Hermione. Afinal, ele quer um companheiro, alguém com quem conversar e compartilhar segredos. –Gina intercede a favor do menino, que retribui com um grande sorriso de agradecimento.


-Tudo bem, vamos levar o… Joaquim. –Hermione fala derrotada, já não havia mesmo como esconder o fato do menino ser ofidioglota.


-Eu s-sinto m-muito, m-mas já est-tá vendida. –O vendedor informa gaguejando, seus olhos analisando Adryan e pela primeira vez notando seus estranhos olhos.


-Podemos encomendar outra? –Gina pergunta ao notar que Joaquim era a única serpente do local.


-C-claro. V-vou p-pegar o Ca-catálogo. –O Sr. Willians fala e rapidamente se afasta em direção ao balcão.


-Porque ele estava com medo? –Adryan pergunta inseguro, olhando de onde o homem estava para a mãe. –Ele não gostou dos meus olhos, não foi? –Hermione abraçou o filho e beijou-lhe na testa carinhosamente.


-Não é isso querido. O problema é que não é normal pessoas falarem com cobras. Por isso você deve me prometer que só falará com seu amiguinho, quando não tiver ninguém por perto. Você promete? –Hermione fala seriamente, mas sendo sincera, já que sabia que não adiantaria tentar suavizar a situação.


-Prometo. –Adryan tinha os olhos úmidos e os lábios colados como se estivesse se segurando para não chorar.


-O que foi, meu amor? Não vai ficar triste só por ter que guardar um segredo, não é? –Hermione fala tentando disfarçar o quanto doía ver o filho triste.


-Não é por causa do segredo... só que é muito ruim ser tão diferente... queria ser igual a todos os garotos, não queria que ninguém ficasse me olhando com medo ou raiva. –Não era a primeira vez que Hermione ouvia aquele discurso e sabia que quanto mais habilidades singulares Adryan descobrisse, mais difícil seria.


-Eu não tenho medo de você e o acho um menino admirável! –Gina interfere sabendo que aquela demonstração de afeto, poderia significar mais que qualquer palavra de consolo. –Você é um garotinho lindo, inteligente e muito fofo, e um dia quero ter um filho igual a você! –Adryan sorriu e se jogou nos braços da ruiva abraçando-a bem apertado.


-Eu também gostei muito de você! E como não tem um filho, pode ser minha tia, o que acha? –Adryan propõe animado, como se fosse uma ótima solução para os dois “problemas”.


-Acho uma ótima idéia! Posso ser sua madrinha bruxa, o que acha? –Gina fala para Adryan, mas olha discretamente para Hermione, que suspira sabendo o que viria.


-Ótimo! Então posso te chamar de tia Gina? –Havia um brilho tão raro no olhar de seu filho, que Hermione preferiu não interferir naquela maluquice toda.


-Claro! Pode me chamar como quiser, gatinho. –Gina responde bagunçando o cabelo dele e depois lhe dando um beijo estalado no rosto.


-Com licença. Aqui está o catálogo, escolham à-vontade, enquanto atendo a outro cliente. –O Sr. Willians fala ainda hesitante, entregando uma pasta cheia de fotos a Hermione.


-Fique à-vontade. Quando nos decidirmos, passaremos no balcão. –Hermione responde e o vendedor sai rapidamente, evitando olhar para o menino.


Vários minutos se passaram enquanto Adryan olhava as fotos com Hermione e Gina, sempre perguntando a opinião de Joaquim, quando via alguma cobra mais interessante. Então depois de observar todo o catálogo, ele pegou uma foto onde uma serpente de pele branca amarelada e com manchas vermelhas de contornos negros.


-Quero uma igual a essa! –Adryan dá a foto à mãe, que a pega e vira para ler no verso sobre a serpente escolhida.


-Querido, não acho que seja uma boa escolha. Ela pode alcançar de três a cinco metros! –Hermione fala observando a ficha de dados da serpente.


-Mas quando ela tiver grande, eu também vou estar! –O tom era óbvio, o que fez as duas mulheres rirem.


-Adryan, por mais que você cresça, mal irá ter metade do tamanho da cobra! –Gina fala sem conseguir conter o riso, mas isso não o abala.


-Acontece que ele não tem pés e nem mãos, então nem vai parecer ser tão grande assim. E eu gostei da cor dele, é a única espécie que não é verde ou cinza e que também não parece pequenina. –Hermione suspirou, o filho estava decidido.


-Você não gosta de verde? –Gina perguntou tentando ajudar Hermione.


-Não é que eu não goste. –Adryan fala olhando para Joaquim. –É que eu queria algo diferente. Verde é muito comum.


-Tudo bem querido, vai ser como você quer. –Hermione se levanta resolvendo realizar o desejo do filho, afinal ela havia prometido o bichinho que ele quisesse.


Assim que os três se aproximaram do balcão, o vendedor pareceu ficar pálido e Hermione reparou que suas mãos tremiam. Ela então se aproximou e mostrou a ficha com a espécie Boa constrictor, ao que o homem perguntou se havia preferências e ela pediu que fosse um filhote, de modo a se acostumar bem com o filho, além disso, Adryan pediu que fosse um menino, alegando que se fosse menina, não poderia conversar com ela como queria fazer com o “novo amigo”. Hermione fora informada que a cobra deveria chegar da Amazônia em duas ou três semanas e seria entregue em sua casa.


******************************************************************


Gina estava empolgada com a surpresa e esperava que toda a família estivesse em casa. Assim que Hermione estaciona, Gina abre a porta empolgada, ajudando Adryan a sair do carro, enquanto Hermione tirava a coruja do banco de trás.


-Cesar, esta é a Toca, a casa dos Weasley, a casa da Gina. –A morena diz a sua coruja, fazendo-lhe um carinho na barriga. O bichinho apenas gira a cabeça olhando para os lados.


-Pode deixá-lo dar um passeio por aí, daqui a pouco ele acha as outras corujas. –Gina indica e Hermione assente, liberando a ave para se divertir um pouco. –Preparado pra rir e se divertir um bocado?


-Sim! –Adryan responde animado.


Gina os guia até a porta, a qual abre devagar, sorrindo ao ver quem estava na sala e só depois escancarando a porta gritando “Surpresa” assustando os presentes e chamando atenção para Hermione e Adryan, que possuíam as faces coradas.


-Hermione! –Fora um grito estrangulado que partira de Molly Weasley, cujos olhos começaram a verter lágrimas imediatamente.


Antes que todos saíssem do choque, Molly corria para abraçar a jovem, que a esta altura também possuía muitas lágrimas nos olhos. O momento de emoção durara alguns minutos, quando os demais adultos também foram cumprimentar a jovem, Arthur, Gui, Fleur e, por último, Harry.


-Achei que nunca mais a veria. –Sussurra ao abraça-la forte, os olhos também úmidos. –Estou muito feliz por estar enganado.


-Eu também. –Responde trêmula, não esperava encontrar Harry e tão pouco ser tão calorosamente recebida pelos Weasley.


-Agora todos se afastem para que sejam apresentados ao pequeno príncipe. –Gina diz e chama a atenção de todos para o menino impecavelmente vestido e arrumado.


-Eu antes queria dizer que é maravilhoso estar aqui, novamente com vocês. –Hermione diz, entendendo o olhar da amiga. –Este é meu filho, Adryan Christopher. –Diz orgulhosa, indo até o filho e tocando-lhe o ombro carinhosa.


-E estes são minha família Minha mãe Molly, meu pai Arthur, meu mano mais velho Gui, minha cunhada Fleur, meus sobrinhos Belle e Adam e, bom, esse você sabe quem é, certo?


-Claro! Todos sabem quem é o grande Harry Potter. –Diz com profundo respeito e admiração.


-Sua mãe nunca disse que éramos amigos, certo? –Harry pergunta percebendo o jeito impessoal do menino, que chega a ficar espantado com a pergunta.


-Eu preferi não falar muito da época em que morava na Inglaterra. Seria complicado responder a algumas perguntas que viriam naturalmente, Adryan era muito novo. –Hermione se justifica com calma.


-O importante é que agora Hermione vai morar Londres e todos teremos bastante tempo para nos conhecer. –Gina diz sorridente.


-Belle, porque não leva seu irmãozinho e Adryan para dar uma volta? Mostre ao seu novo amiguinho a hospitalidade Weasley, enquanto os adultos conversam. –Arthur sugere a neta, que assente um pouco tímida, os olhos miravam os estranhos olhos do rapaz.


-Eu adoraria ficar, mas já comprei o ingresso pro jogo do time do Rony e ele está contando comigo na torcida. –Harry diz sem jeito.


-Tudo bem, teremos outras chances de conversar. –Hermione diz e Harry sorri de lado.


-Até mais Adryan, estou ansioso para te conhecer melhor. –Diz ao se despedir do menino, que apenas assente timidamente.


***************************************************************


Deixando as crianças brincando na sala, os adultos se dirigem a cozinha, onde poderiam conversar com mais privacidade. Molly já parara de chorar e, assim como os demais, parecia ansiosa e curiosa.


Hermione temia o que poderia acontecer desde que aceitara voltar ao país, ficava antecipando o que aconteceria no dia que encontrasse com algum deles. No entanto tudo fora muito rápido, não pudera se planejar direito e, apesar do medo inicial da rejeição ter passado, ainda temia as perguntas que sabia que viriam.


-Então, porque sumiu? Porque não manteve contato? -Molly pergunta parecendo magoada por aquela atitude.


-Eu estava magoada, nunca havia imaginado que depois de todos aqueles anos, de tudo pelo que passamos, pudessemos enfrentar uma crise como aquela. Nós três erramos, porém nenhum deles parecia disposto a fazer algo para reverter a situação. Sei que vocês não tinham nada com isso, mas era inevitável pensar que se soubessem de algo, Rony também saberia… enfim, eu só queria esquecer, deixar as feridas cicatrizarem. -Admite medindo as palavras, não queria ser muito dura, mas queria que vissem que estava ferida demais para continuar ali, como se nada houvesse acontecido.


  -Entendo o seu ponto –Tranquiliza Arthur –Mas todos sentimos muito a sua falta.


-Também senti a de vocês e estou feliz por voltar. -Garante com um sorriso doce.


-Mas vemos que você teve seus motivos pra estar tanto tempo longe –Começa Fleur com uma voz melodiosa –Pelo Adryan já percebemos que o pai dele deve ser muito bonito.


-Falando nisso, onde está seu marido, Hermione? -Molly pergunta curiosa, mirando um anel na mão da jovem.


  -Ah, não, isso é um anel de família. Era do pai do meu pai, ele passou pra mim quando viajei. -Explica observando o anel grande e belo, que trazia uma arte delicada do brasão dos Grangers. -Eu não me casei. O pai do Adryan foi alguém que a vida levou. -Diz perdida em seus próprios pensamentos.


-A vida levou? -Gui pergunta cauteloso. -Adryan é órfão?


-O pai não teve sequer tempo de saber que ele viria a existir.


-Lamento Hermione –Interrompe Arthur olhando para o filho em reprovação –Meu filho não quis ser indelicado –Se desculpa por Gui.


-Mas confessa aí, Mione, não teve mais nenhum italiano gato que te prendeu por lá? -Pergunta Gina tentando aliviar o clima.


-Que homem vai querer algo com uma mulher que tem um filho e ainda nunca se casou? -Responde com bom humor, mostrando que não se importava com aquilo.


-Você se tornou uma mulher muito bonita, díficil acreditar que está sozinha. -Gui diz incrédulo.


-Muito bonita mesmo –Concorda Fleur olhando de lado para Gui.


-Você foi gentil, mas não realmente funciona dessa forma. Eu no início saí bem pouco, mas logo fiz uma amiga no trabalho, Laura. Depois que Adryan já estava grandinho ela me convenceu a sair um pouco, eu não queria me envolver então apenas dizia que era mãe e mostrava uma foto do meu bebê. Era engraçado ouvir as desculpas. De toda forma, as coisas não mudaram com o tempo.


-Mas se prepara que isso vai mudar –Fala Gina animada –Agora você vai sair comigo.


-Não quero me envolver com ninguém, ainda estou ajeitando as coisas por aqui. Revendo pessoas, arrumando a casa, você viu que ainda há muita coisa em caixas.


-Você não deve criar um menino sem um pai, é importante. Talvez, deva justamente aproveitar o momento de mudança para achar alguém. Gina tem muitos bons amigos. -Molly a incentiva com certo ar preocupado.


-Entendo que as coisas funcionam de um modo mais rigido entre bruxos, mas para trouxas tal situação não é tão incomum. Além disso, minha família é muito presente e tem muitos homens que podem ser uma ótima referência para meu filho.


-De qualquer forma você vai sair comigo –Decreta Gina –Mesmo que seja só pra se divertir.


-Adryan não sente falta de um pai? -Molly insiste ainda preocupada com aquela situação.


-Não. Nunca pergunta sobre. -Diz de modo tranquilo.


-Você tem certeza que ele não se importa? -Alfineta Fleur –Garotos nessa idade sempre são tão grudados nos pais.


-Adryan não é só especial, é inteligente e amoroso, com um grande senso familiar. -Explica com cuidado. -Ele sabe que falar disso me deixa triste ou algo semelhante, ele ainda é muito novo para entender todas as emoções que uma pessoa pode sentir, mas ele vê que eu fico com uma aura ruim quando o assunto vem. Ele quer me ver feliz, além disso, já disse que há homens na minha família que cumprem bem a função quando eu não posso. Também comprei um bichinho de estimação para ele hoje, deve chegar em alguns dias.


-Aura? Como assim aura? -Gui pergunta curioso e confuso.


-Os olhos dele permitem que ele veja as emoções das pessoas e inclui quando metem ou são falsas. Não sabia que olhos assim existiam, parece que é algo tão raro quanto ser metamorfo, animago ou ofidioglota.


-É por isso que os olhos dele são daquele jeito –Entende Arthur –Ele tem algum problema por causa dessa habilidade?


-Só o de relacionamento. Não é como se as crianças entendessem ou não tivessem algum preconceito. Assim como a Belle, a primeira reação é estranhar, depois há os desdobramentos. Geralmente eles acabam sendo agressivos com Adryan, por isso ele não vai a escola, é educado em casa.


-Imagino que a pior parte seja ele saber da reação das pessoas. -Supõe Gui e Hermione assente.


-Já pensou em "esconder", os trouxas podem estranhar muito olhos como esse, chega a ser perigoso. -Molly diz preocupada.


-Adryan usa óculos com um feitiço que criei para confundir quem vê, mas sabe como é criança. Primeiro ele não gosta de usar óculos, principalmente quando a visão é perfeita, segundo é um menino agitado que gosta de brincar e correr, os óculos acabam caindo. -Diz um pouco desanimada. -Lentes não funcionam, os olhos as repelem, como se rejeitassem ser encobertos.


-Mas agora ele vai estar mais no mundo bruxo, então vai ser mais facil pra ele –Comenta Gina, observando Adryan e Belle, brincando entretidos na sala, pela porta da cozinha –Eles gostaram um do outro.


-No início é mais fácil, mas depois, quando as coisas estranhas forem acontecendo, acaba por magoá-lo. -Hermione diz e então se vira para Gui e Fleur. -Por favor, conversem com Belle, expliquem pra ela que às vezes ele pode ver coisas nas pessoas, "advinhar intenções" o que pode acabar soando muito estranho. Seria muito ruim pra ele, se ela acabasse o olhando como uma aberração, como as outras crianças que ele já conheceu, bruxas e trouxas.


-Eu falarei com ela –Promete Fleur sincera –Minha filha vai entender, não se preocupe. –Fala com orgulho da filha.


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N/A: Depois de um longo tempo de hiatos e mudança de dupla de escrita, cá estamos novamente com a fic.


N/A(may33): É pessoal, O inesperável aconteceu e a Nay conseguiu me fazer escrever ainda mais o.O' Estamos trabalhando em conjunto -é o que ela diz- e estou fazendo o meu melhor -o que não é muito rsrsrs Espero que gostem e comentem a fic. Obrigada ^^


N/A²: Nesse capítulo vemos Hermione e Adryan começando a reencontrar o passado dela, descobrimos um pouco mais sobre o menino. Agora a grande pergunta é: Qual o nome que Adryan deve dar para seu novo bichinho?


freya: Agora tudo mudou, a May não vai me deixar mais ficar sem att! O Adryan já apareceu bem nesse cap, acho que já deu pra conhecer um pouco da personalidade dele, não? Nesse cap um pouco dos Weasley com Mione e Adryan, os demais da família aparecem nos próximos caps rsrs.


hellen granger: Pronto, eis o novo cap, espero que continue com a boa impressão.


Anna Przybitowiscz: Que bom que gostou, espero que continue acompanhando e comentando.


Punkeeslaw Potter: Nossa que gigante! Rsrsrs deve ser quase um recorde! Sério que já te arranquei muitas lágrimas? Na verdade já não começou bem, então nem poderia terminar bem né? Quem disse que ela estava grávida do Harry? Ela mentiu? Quando? E já vem você apelidando o personagem: Little Granger? Srsrs A may gostou, então pode pegar. Tema muito mais pela May que por mim! Não estava na primeira página, mas certamente é algo notório. A Gina não inventa matéria, ela é boa jornalista. A pulseira é um comunicador eficiente, depois falo mais dela, de todo modo o Adryan quebrou o braço, mas a Wink deu um jeitinho mágico nisso. Harry fez uma pontinha, mas terá mais dele e de Rony no próximo cap. May pediu que acrescentasse: Você é muito perva por querer um italiano!

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Comentários (3)

  • Jéssica J

    ps: não demorem a postar, *-*

    2011-10-09
  • Jéssica J

    Adorei esse cap! Adryan é tão fofo que dá vontade de matar! kkk =) Uma pergunta, Harry e Ron voltaram a se falar?

    2011-10-09
  • Tito Shacklebolt Finnigan

    Cara... que fantástico! Ofidioglota?? Interessante... interessantíssimo!! =) Bom, parece que esse talento não veio do Rony, certo?? Nossa... eu não vejo a hora do próximo capítulo... e sem comentar que o passado precisa aparecer... principalmente como que a Hermione fez para encontrar o Harry depois de Hogwarts... para onde ele havia partido...  Vocês duas tem muitas coisas para contar!! =) Uma dúvida, esse talento do Adryan, dos olhos... é familiar também? Ou é apenas um dom raro?  Vocês estão de parabéns!! Bjus!

    2011-09-29
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