Único



Bubble Gum

She's just like bubble gum, blowing up for any reason!  


            Era a décima vez que a observava nos últimos minutos. Os cabelos vermelhos que faziam com que ela se destacasse entre as demais, a risada escandalosa e sonora que ela apresentava a qualquer um que não ele. Os olhos verdes, únicos, disfarçadamente o fisgavam de tempos em tempos, e ela arrebitava o nariz em seguida, fingindo ignorar que o moreno a encarava.


            Seis anos sendo dispensado pela tal da ruiva, e ainda assim simplesmente não conseguia deixar de adorá-la. Não que não tivesse tentado! Pelo contrário. Inúmeras vezes decidira que colocoria Lilian bem longe de sua mente, mas a menina parecia ter comprado um lote entre os seus pensamentos, e se recusava a ser dispensada.


            No início era tudo um jogo, decerto. Não conseguia admitir que a garota o ignorasse tão redondamente, como nenhuma se atrevera a fazer antes. Perseguí-la tornou-se um passatempo quando percebeu como as bochechas vermelhas como os cabelos a deixavam ainda mais linda. Mas então, sem que planejasse, tornou-se impossível desistir de tê-la. E agora que se via completa e absurdamente apaixonado, simplesmente não podia deixar de olhar a ruivinha enquanto ela sorria, com plena certeza de que o torturava.


            _Eu acho que vou na Ala Hospitalar ver como o Remus está... – uma garota loira de cabelos longos e olhos castanhos disse às amigas, fechando os cadernos que trazia.


            _Deve estar bem, Emmeline... – Marlene, a morena de olhos azuis e feições marcantes comentou, apontado o moreno sentado na poltrona próximo a elas – Se o Jay já voltou...


            _É... – a loira voltou a dizer – Eu prometi que ia passar lá pra ver como ele estaria... Daqui a pouco eu volto, ok?


            _Não demora não, Emmy... – Lilian pediu como típica monitora, fazendo com que a loira risse de canto.


            _Onde tá o Sirius? – Lilian franziu o cenho, os olhos fugindo rapidamente e encontrando o olhar do moreno de olhos castanho-esverdeados que a observavam com avidez.


            _Deve estar com o Moony. – Marlene comentou, olhando para a passagem no buraco do retrato – Ai, como eu tô com saudade do meu cachorrinho... – ela suspirou, deitando sobre os braços em cima da mesa e fechando os olhos.


            Lilian riu, maneando a cabeça. Marlene e Sirius era o casal mais imprevisivelmente perfeito que conhecia. Queria muito encontrar um dia alguém –  não igual ao Sirius, por Merlin! Conquistador demais! – mas que a completasse tanto quando aqueles dois. Sem que ela pudesse raciocinar, seus olhos passaram pelo rosto de James, e Lily sentiu as bochechas corarem.


            O som da porta se abrindo fez com que a ruiva agradecesse pela distração e Marlene erguesse os olhos, esperançosa, encontrando a figura do namorado e sorrindo abertamente.


            _Que saudade de você, gata... – ele sorriu, abraçando-na e beijando a testa da menina. Quando Lupin estava passando pela transformação lupina, os amigos viviam às voltas com tudo, Lene acabava sendo deixada um pouco de lado, por mais que entendesse os motivos do namorado.


            _Eu também, amor... – ela sorriu, apertando os ombros dele e puxando-o para um beijo.


            _Vamo dar uma volta... – ele propôs, sorrindo, enquanto a puxava pela mão.


            Lene deu um sorrisinho breve para Lilian, que ria da expressão de Sirius. O casal saiu pelo buraco do retrato mesmo com a censura velada de Lilian que, pelo silêncio instalado na sala, percebeu-se sozinha ali com James.


            Ah, James! Karma de sua vida, aquele maroto de olhos arrepiados. Nunca se deram bem... Não enquanto ele se mostrava um tremendo moleque, irritando-a a cada dois segundos. Nos últimos tempos ele tinha concentrado suas investidas em chamá-la pra sair, e isso não era, de todo, terrível como antes. Agora James parecia mais sincero. Menos arrogante. Mais... apaixonado? A ruiva maneou a cabeça, buscando afastar o pesamento. James Potter não se apaixonaria. Não por ela. Fechou os livros com força, mascando um chiclete enquanto pensava, atordoada. Preparava-se para se levantar quando ouviu o som de James sentando-se na cadeira ao seu lado.


            _Potter, eu tô indo deitar, então... – ela começou, sem encará-lo, mexendo aleatoriamente em alguns papéis, apenas para evitar os olhos do rapaz.


            _Lilian, você me escutaria? Quero dizer... Só me escutar? Sem me interromper ou gritar comigo? – ele interrompeu, pedindo com sinceridade. Era seu último trunfo. Se ela não acreditasse, paciência. Teria tentado de tudo.


            _James... – ela respirou fundo, estourando uma bola de chiclete.


            _Ah, me chamou de James, isso é um progresso. – ele sorriu de canto e Lily não pode deixar de fazer o mesmo – Lily, por favor. – pediu.


            _Pode falar. – ela disse, sentindo o coração disparar sem razão.


            _Lil’s... – ele começou, nervoso e feliz por finalemente ter recebido uma resposta positiva da ruiva – Eu sei que você me acha um arrogante e galinha que não se importa com nada...


            _Mas você é! – ela disse, e James resmungou, irritado – Ok, desculpe. Sem interrupções. – ela sorriu de canto, estourando mais uma bola de chiclete.


            _Para de estourar essas bolinhas, tá me deixando mais nervoso! – ele pediu, desesperado com o som que a menina fazia, também de nervosismo – Você já é estourada, Lilian, não precisa de chiclete provando isso não.


            A ruiva revirou os olhos, sem conter um sorriso.


            _Fala logo, James... – mandou.


            _Lilian... – ele tornou-se sério novamente – Eu era assim mesmo... – ele disse, sincero – Inconsequente. Não me importava com quantas meninas ficaria e quantas dispensaria. Não considerava como é ser azarado sem razão. Lilian, eu sou novo. Eu erro. – ele disse, sorrindo de canto e segurando uma das mãos dela sobre a mesa, sem receber objeções – Erro muito. – corrigiu, rindo – Mas eu sei que quem me faz bem, me melhora sempre, é você.


            _James, não... – ela suspirou, puxando a mão que ele tocava


            _Você me faz querer te merecer, Lilian! – ele disse encarando os olhos verdes da garota, que baixou os olhos, fazendo uma bolinha de chiclete com nervosismo para se reservar ao direito de ficar calada.


            James segurou o queixo dela sutilmente, levantando o rosto sardento da ruiva que, num suspiro, escutou o som da bola de chiclete estourando, e com ela desapareceram todas as inseguranças e dúvidas. Os lábios de James se aproximaram dos dela, e no instante seguinte ela provou do beijo mais apaixonado que já recebera.


            _Eu te amo, estouradinha. – ele sorriu de canto, colocando os cabelos da menina detrás da orelha – Demais.


            ________________________


            N.A: Heyyy!


            Bom, é a primeira JL que eu escrevo, então peço desculpas por qualquer coisa, e pela possibilidade de ter sido uma perda total de tempo! hahaha Mas é que eu tinha taaaanta vontade de escrever uma fic sobre chiclete! hauahuhahahuauh Aí acabou saindo isso! kk


            Espero opiniões, então! :D


            Beijinhos. 

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