A manhã // (y)



Naquela manha ele já sabia o que o destino reservaria para ele naquele dia. Deu um suspiro, que o livrou de todo o peso que tinha carregado até então. Querendo ou não, por parte seria um alivio. A vida tinha judiado muito dele. Mas viveu bem. Até o final. Acompanhou as tramas, como um bom espectador. E às vezes, mesmo não querendo, participou de algumas aventuras. Não teria herdeiros de sangue – O que, por parte, o fazia ficar em lágrimas- mas tinha o seu aluno. Era um prodígio. E com o tempo seria melhor que ele. Isso o fez feliz.


Levantou da cama, e se olhou ao espelho. Pela sua idade estava bem mais que conservado. Lembrou de um grande amigo seu – Dumbledor - e pensou nas aventuras.


Teve sua paixão também: A sua profissão. Não se lembra de namoros, nem nada. Aliás, nunca quis: Seria uma grande perda de tempo para algum como ele. Nunca fora forçado a nada, viveu feliz.


Olhou o relógio: 06h00min. Levantou-se, se trocou e comeu. Pela primeira vez, depois que se mudou, reparou que tinha mesmo conseguido uma pequena fortuna. Enquanto fazia a sua rotina, observou cada detalhe da sua casa. Valeu à pena morar lá por tantos anos.


Além de que, cada gesto que fazia, começou a reparar como ganhará costumes. O jeito que abrirá a torneira para não vazar água de novo, a quantidade de sabonete que usa para no fim do mês, render sempre o mesmo. Riu sozinho. Só o que faltava, no fim da vida, ficar caduco.


Era feriado, mas não conseguiria ficar em casa. Hoje não. Precisava conversar. Se despedir. Mas não de uma maneira que todos saberiam sua verdadeira intenção: Queria parecer como alguém que apenas acordou de bom humor e quis ver os amigos. Em outras palavras, pensando bem, era isso mesmo que ele queria.

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