A chegada



                                                Scorpius Malfoy


 


O trem seguia sobre os trilhos e a paisagem lá fora mudava à medida que seguiamos. Na nossa cabine eu, Alvo, Rosa e Julieta conversávamos entusiasmados sobre diversos assuntos. Nos demos bem a viagem inteira. Potter não é como meu pai havia me descrito, era um menino legal. Weasley era inteligente e divertida. Miller não entendia metade das palavras que falávamos, como por exemplo “Azkaban” (prisão dos bruxos) ou  “animago” (bruxos que podem se transformar voluntariamente em animais), mas também me parecia muito inteligente, para uma nascida trouxa.


Quando começou a escurecer, vestimos nossos trajes de Hogwarts e arrumamos nossa bagagem. Quando o trem parou, descemos na estação em meio à alunos mais velhos, que já sabiam que caminho seguir. Estávamos os quatro desorientados, seguimos a multidão até que ouvimos uma figura alta (enorme, para ser sincero) gritando:


--Alunos do primeiro ano! Alunos do primeiro ano, por aqui! Primeiro ano! – Eu me virei para os três, e nós seguimos em direção à fila de alunos do primeiro ano que se formava na frente da grande figura.


--Hagrid! Como vai? – Alvo se dirigiu à ele do meu lado.


--Oho! Vejamos se não é o pequenino Alvo! E Rosa! Como cresceram! Venham, temos um longo caminho pela frente. Seguimos Hagrid até a margem de um lago, onde haviam vários botes acourados. Subimos nos botes em pares: Eu e Julieta , Alvo e Rosa.


--Quem é aquele? – Julieta me perguntou apontando para Hagrid.


--Não sei, nunca o vi. Deve ser o Guarda-caça e professor de Trato das Criaturas Mágicas, a quem meu pai mencionou outro dia. Não tenho certeza.


Ela assentiu olhando para os lados curiosamente. Os botes fizeram uma curva, até que se escutava vários “Oooh” de uma vez. O motivo de tanta agitação foi a escula, que finalmente estava à vista. Me lembrava levemente um castelo enorme. Tinha várias torres altas, e era construida com vários tijolos acinzentados. As luzes laranjas e amarelas aconchegantes iluminavam as centenas de janelas, e podia-se ouvir o pio das corujas, que voavam ao redor da escola.


Os botes  pararam no píer, e os alunos sairam. Hagrid nos guiou até o portão enfeitado com javalis alados. Havia um gatinho parado do outro lado os portões. Ao nos havistar, o gato se transformou em uma senhora usando um vestido verde-musgo e um chapéu pontudo da mesma cor.


--Essa deve ser a professora Minerva McGonagall. Ensina transfiguração – Rosa anunciou baixinho ao meu lado, e eu me senti confortável de ouvir sua voz. Estava muito nervoso.


A professora fez um aceno com sua varinha, e os portões se abriram imediatamente.


--Sejam bem-vindos, alunos, à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! Se puderem me acompanhar, por favor – Depois que todos nós entramos, ela fez outro aceno com a varinha, e os portões se fecharam com um estrépito. Nos guiou por uma parte gramada, até que entramos em um corredor com um pé direito alto, cheio de bagagens (as quais eu julguei serem dos alunos que chegaram antes de nós). A professora parou em uma grande escadaria de mármore, e quando se virou, todos fizeram absoluto silêncio. – Nessas portas que tenho atrás de mim, está o Salão Principal. Quando adentrarmos-nos-o, vou chamá-los individualmente para serem sortiados para sua respectiva casa. Sigam-me, por favor.


Ela se virou novamente e nós entramos em um grande salão, com quatro mesas ao longo, e uma grande mesa no final. Os alunos dos outros anos já estava assentados, e olhavam-nos fixamente. Eu estava muito nervoso, e mal conseguia tirar o pé do chão. O salão era iluminado por milhões de velas que flutuavam magicamente acima de nossas cabeças. O teto era muito alto, e dava a impressão que podíamos ver o céu lá fora.


--Não é o céu de verdade, foi encantado para parecer assim. Eu li em “Hogwarts: Uma História – Eu olhei para o lado, ao ouvir a fala de Rosa. Ela sorriu muito satisfeita consigo mesma, e eu não pude deixar de ficar impressionado com o quanto ela era inteligente. Os alunos que andavam na minha frente pararam, e todos nós assistimos a professora McGonagall pegar um banquinho de três pernas e um chapéu velho e esfarrapado. O Chapéu Seletor.


Meu pai já havia me falado muitas vezes do Chapéu Seletor. Tinha sido escolhido para entrar na Sonserina antes mesmo de o chapéu lhe tocar a cabeça. McGonagall colocou o chapéu sobre a cadeira. Houve uma inquietação entre os alunos do primeiro ano (principalmente os nascidos trouxas) quando um corte na lateral do Chapéu se escancarou e ele se prontificou a cantar.


Um novo ano se inicia


Os seus estudos irão iniciar


Mas antes que se dediquem


À uma casa devo sortear


Grifinória é lar de bravos bruxos


Lá não há o que temer


Sonserina é lugar dos sábios


Os espertos ali vão viver


Corvinal é o lar dos bondosos


Os bons vão te ajudar


Lufa-Lufa morada leal


Neles sim, pode-se confiar


Hogwarts, ó Hogwarts


Em que casa devo ficar?”


--A canção até que foi curta. Meus pais costumávam falar que era enorme e cansativa – Eu comentei. Alvo concordou com um aceno de cabeça e voltou a olhar para frente. McGonagall ergueu uma lista e pigarreou. O silêncio no salão foi absoluto.


--Allen, Erin – Minerva anúnciou, e uma menina loira da primeira fila levantou a mão. A professora fez um gesto com a mão, e a menina seguiu a diante. Sentou no banco e o Chapéu Seletor foi posto em sua cabeça. Depois de o que me pareceram alguns segundos, o Chapéu Seletor anunciou em alto e bom som: Lufa-Lufa. Mais alunos foram sorteados depois de Erin. Dois meninos e uma menina foram sorteados para a Sonserina, casa a qual eu teria que pertencer. Eu ser da Sonserina sempre foi um dos maiores desejos de meu pai. Eu não gostaria de decepcioná-lo. Depois de sortear mais duas meninas para a Corvinal, McGonagall levantou a lista de novo.


--Malfoy, Scorpius – Eu me enchi de nervosismo e por um instante fiquei pregado no chão. Finalmete me dei conta de que todos procuravam por mim, e caminhei em direção à frente, pedindo licenças à quem estava na minha frente. Sentei-me no banco e senti McGonagall colocando o chapéu em minha cabeça.


“Vejamos oque temos aqui. Um pequenino sangue puro. Acho que eu já sei exatamente one colocá-lo.”


--Grifinória – Pude ouvir o Chapéu Seletor anunciar para todos no salão. A mesa da Grifinória se encheu de palmas entusiasmadas, e o pânico me tomou completamente. Me levantei e caminhei em direção à mesa da minha nova casa de cabeça baixa, evitando o olhar dos meus novos amigos. Sentei-me em meio de vivas e aplausos. A professora levantou levemente o braço direito e a mesa enquietou-se novamente.


Eu havia falhado. Não fui para a Sonseria como meu pai queria, fui para a Grifinória, rival da Sonserina. Meu pai vai ficar furioso, não quero nem ver. De qualquer maneira, vou ter que mandar uma carta para ele. Levantei a cabeça ao ouvir chamarem Rosa. Se sentou no banco e o Chapéu foi posto em sua cabeça: Grifinória. Me juntei aos aplausos e, de repente, a Grifinória me pareceu uma ótima casa.

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