Capítulo 6



A primeira batalha entre bruxos e não bruxos que sem tem relato aconteceu.


É claro que, para os possuidores de magia havia a vantagem. Mas a contra-parte estava em maior número. Inúmeras luzes e gritos de feitiços eclodiram no campo e cavaleiros e cavalos caíam assim que eram atingidos. Porém, muitos bruxos também eram derrubados por serem atacados por vários ao mesmo tempo. Merlin gritava para não matarem ninguém, não queriam sangue em suas mãos e essa era mais uma desvantagem.


- Godric! – Henrique foi até o irmão que olhava abismado a sua volta sem saber como agir. – O que está havendo? O que faço?


- Ele está no comando. Droga! Os bruxos não querem atingir para matar. Apenas manter desacordado...mas Gaylord não se importa com isso!


- E você vai deixar isso acontecer? – Henrique dizia irritado. – Proteja-os!


- O que? Você quer dizer...lutar contra meu exército?


- Claro! Isso é um massacre desumano! Quem parece estar do lado mau agora?


Godric, concordando com seu irmão, ficou ao lado dos aldeões.


De início, seus homens não o atacaram, surpresos demais por estarem contra seu antigo capitão. Mas com um grito de Gaylord – "Ataque-o! Não fiquem parados! Matem-no!" – logo voltaram a si e o viram como mais um inimigo a ser derrubado.


Merlin ajudou uma criança que quase foi pisoteada por um cavalo e correu para deixá-la em um lugar seguro.


- Merlin! O que faremos? Há gente nossa morrendo. – Helga dizia com lágrimas nos olhos. – Não podemos mesmo atacá-los de verdade?


Ficou em silêncio pensando e olhando a batalha injusta que ocorria.


Não era para isso acontecer.


Por que era sempre assim? Mostravam-lhe o futuro mas não os detalhes? Se soubesse que isso aconteceria, jamais teria permitido que a cidade fosse mostrada. Agira como um tolo. Ele, o grande e poderoso Merlin.


- MERLIN! – Helga falou desesperada. – Diga alguma coisa.


- Mande todos aparatarem!


- Para onde? E nem todos sabem fazer isso.


- Quem não sabe, junte-se com quem sabe. Vão para a floresta. E sem fazer barulho. Agora!


- Você não vai? – Rowena agora chegava toda suja e arfando.


- Vou assim que me certificar que todos estão a salvos.


Elas concordaram e assim aos poucos foram sumindo.


Godric não percebera que aos poucos estava ficando sozinho na luta. Gaylord o olhou de longe e soltou um suspiro irritado. Veio por trás de seu antigo companheiro e bateu com o punho de sua espada, na cabeça do outro. Tudo escureceu e Godric caiu.




Seus olhos abriram vagarosamente. Sua cabeça doía e tudo a sua volta rodava.


Finalmente após sua náusea passar, conseguiu perceber que estava em uma tenda escura, amarrado firmemente a uma estaca fincada na terra.


- Bom dia, Bela Adormecida. – uma voz saiu das sombras e Gaylord sentou a sua frente sorrindo. – Como se sente, traidor?


- Eu? Traidor? Você virou meu exército contra mim. – falou com dificuldade. Como se há anos não saíssem palavras de sua boca.


- Você se virou contra nós. Mas conseguimos o que queríamos. Eles foram embora.


- A que preço? – ele falou cansado e abaixando a cabeça. – Poderíamos ter voltado e ninguém teria se machucado. Nem meus homens nem o povo deles.


- Seus homens? – ele disse sorrindo. – Não meu caro. Agora você e seu irmão estão condenados por irem contra o rei.


Godric sabia bem disso. Passaria o resto de sua vida em uma prisão nas masmorras do castelo.


A não ser que fugisse. Mas nesse caso sua família teria que ir junto ou seria perigoso.


- Não se preocupe. Esse fato não será dito ao rei. – sorriu. – Voltará como herói. Já avisei aos soldados.


- O que...? – disse confuso. – Por que está fazendo isso?


- Porque você será o grande herói! Irá receber os louros por essa batalha. Seu nome ficará gravado como: "o grande Gryffindor. O bruxo que se virou contra sua própria espécie de anomalias e matou vários inocentes." O rei vai lhe agradecer e você vai ganhar prêmios por essa coisa...terrível. – fingia tristeza.


- Vou dizer a verdade. Não quero essa vitória.


- Vão achar que é apenas modéstia. Isso vai lhe engrandecer ainda mais!


- Por que isso? Não ficaria ainda mais satisfeito se você recebesse isso e eu fosse preso? Você seria o famoso.


- Não. Claro que não. Eu sei muito bem que poderia fugir da prisão. – sussurrou como se confidecializasse um segredo. – Além do mais, não me importo com fama. Terei sido o seu braço direito. Aquele que ficou ao seu lado diante dos terríveis aldeões quando seu irmão morreu em batalha.


- Morreu na batalha? – falou Godric desesperado.


- Bom...na verdade não. Eu o matei. – falou parecendo uma criança que tinha sido pega fazendo uma traquinagem. – Mas não precisamos contar essa parte.


- Seu ridículo! Isso não vai funcionar! – gritava. Seu peito ardia de dor física e emocional. Seu irmão morto. Henrique morrera... – Eu vou contar a verdade! Vou dizer que és um assassino!


- Ah...esqueci de contar a sua história não é? Desculpe...fiquei bastante concentrado em mim. – riu. – Você infelizmente morreu também. Aqueles prêmios todos que disse, vão ficar para sua família como lembrança do seu grande feito!


- Como...? Do que você está falando?


- Disso. – Gaylord bateu novamente em seu rosto o que o fez apagar. Soltou-o da estaca e amarrou mãos e pés com grandes e pesadas correntes.


Na ponta de uma delas prendeu uma bala de canhão.


Estalou os dedos e dois homens entraram na tenda.


- Jogue-o no rio.


Os homens entreolharam-se surpresos.


- O que estão esperando?


- Mas...esse não é o capi...


- FAÇAM O QUE EU ORDENEI!


Rapidamente puseram-se a obedecer.


Godric acordou enquanto caía de uma imensa altura e sentia a água fria entrar em seus poros. Foi afundando cada vez mais e nada do que fizesse o soltava das correntes um centímetro se quer.


O pavor tomava conta de sua mente, mas tentou concentrar-se na varinha que estava em seu bolso. Provavelmente esqueceram-se de tirá-la. Ou não a viram. Conseguiu alcançá-la e mirou nas correntes.


Um feixe azul metálico, como algo elétrico, saiu da ponta da varinha e as correntes soltaram-se quebradas.


Repentinamente, a correnteza passou a agir sobre ele agora sem peso. Tentava se segurar em pedras cheias de limos e galhos que se quebravam. Tentava usar um feitiço, mas não conseguia se concentrar pois sua cabeça ficava submersa. Por fim, conseguiu uma corda saída de sua varinha. Prendeu o meio em uma pedra e cada ponta era segurada por uma mão. Com um forte impulso, subiu na rocha e pulou para a margem que não era muito distante.


Andou sem rumo o dia inteiro até que chegou a uma cidade.

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Comentários (1)

  • HiHeloise

    Maldito, ele matou o irmão do Godric! É por isso que eu gosto do Salazar. Ele teria mata do o Gaylord em um piscar de olhos!

    2012-07-29
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