A Seleção

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                                                A Seleção



Realmente o pai de Albus tinha razão, com toda certeza Minerva McGonagall era uma pessoa a quem não se devia aborrecer. Ela fitou cada uns dos trinta e quatro novatos por alguns segundos, antes de pedir para que eles a seguissem, até uma salinha vazia ao lado do Salão Principal, aonde rolava uma balbúrdia geral.

- Bem vindos a Hogwarts. – Repetiu a Diretora McGonagall. – O banquete de abertura do Ano Letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados para suas Casas, pelo Chapéu Seletor.
Alguns dos alunos nascidos trouxas, começaram a discutir sobre o que a Diretora acabara de anunciar, mas se calaram ao perceber o olhar severo que a mesma lhes direcionava.

- Em Hogwarts – Continuou – suas casas serão como suas famílias. Vocês assistirão a aulas com os outros membros de sua casa, dormirão no dormitório de sua casa e passarão o tempo livre em seus respectivos Salões Comunais. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxos extraordinários.

Scorpius, que estava ao lado de Albus, gritou “Exceto a Lufa-lufa!” e a Diretora McGonagall imediatamente se virou para o garoto. Albus teve que conter o riso.
- Sr. Malfoy... Deseja começar o ano letivo perdendo pontos para sua futura casa e com uma semana de detenções? – Perguntou ela e Scorpius pareceu encolher um pouco e murmurou um “Não, senhora”.
- Muito bem... – Retomou a Diretora Mcgonagall. – Enquanto estiverem em Hogwarts, seus acertos irão render pontos para suas respecitvas casas, enquanto o descumprimento das regras a fará perder. E no fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça das Casas, o que com certeza é uma grande honra.

Ela novamente encarou cada um dos novos estudantes por alguns segundos, demorando-se um pouco mais em Albus e Scorpius que estavam lado-a-lado.
-Certo... Acho que tudo já está em ordem para a Seleção. Sigam-me.

Então ela saiu da salinha e seguiu para o Grande Salão, com os estudantes nervosos atrás dela. O Salão Principal era exatamente como Harry o descrevera, mas mesmo assim, era totalmente diferente vê-lo pessoalmente. Albus fitou o loirinho ao seu lado que parecia compartilhar de sua opinião. Albus, enquanto se organizava em fila com o restante dos alunos, fitava o teto do Salão que o permitia ver o céu lá fora. “É enfeitiçado para aparecer o céu lá fora.” Albus ouviu Rose murmurar para um garoto loiro, dos olhos azuis, com o cabelo encaracolado, aparência que o deixava parecido com uma daquelas representações de anjos trouxas.

- Quando eu chamar seus nomes, venham até a frente. Eu colocarei o Chapéu Seletor em suas cabeças e ele os selecionará para suas casas. – Eles ouviram uma voz arrastada dizer. Scorpius imediatamente gelou. Quem estava ali a frente era Draco Malfoy, seu pai. Albus não entendeu o porque de ele estar daquela forma, até que chegou a sua vez de se sentir assim. Quando o garoto olhou para a mesa dos docentes, viu seu pai ali, Harry Potter. Ambos os garotos não sabiam o que seus pais estavam fazendo ali, mas não tinham como perguntar agora.

- Allod, Lucas. – Chamou Draco. Um garoto alvo e de cabelos negros caminhou a passos firmes e se sentou no banquinho. Draco mal havia colocado o Chapéu em sua cabeça e o mesmo anunciou “SONSERINA”. A mesa da casa explodiu em palmas, é claro, todos sabiam que a família Allod era uma tradicional família de sangues-puros em que todos estavam na Sonserina a várias gerações. Mais quatro alunos foram selecionados para a Sonserina, sete para a Lufa-lufa,  cinco para a Corvinal, um deles Morpheus Lettus, o garoto que estava conversando com Rose e outros três para a Grifinória. Até que finalmente...
- Malfoy, Scorpius.

Albus deu algumas palmadinhas de encorajamento no ombro do amigo, que parecia mais pálido do que o normal. Scorpius caminhou até o seu pai e o Chapéu Seletor e sentou-se no banquinho.
- “Ora... Veja só, um Malfoy... A muito tempo não seleciono um de sua linhagem, jovem Scorpius. O último foi seu pai, que mandei para a Sonserina. E então jovem... Vejo aqui que você deseja seguir os passos de sua família e que tem as qualidade pra tal coisa, então...” SONSERINA. - O Chapéu Seletor anunciou a última palavra para todo o salão e a mesa da Sonserina prorrompeu em aplausos. Draco direcionou um sorriso afetuoso para seu filho enquanto tirava o Chapéu dele e o garoto foi se sentar com seus companheiros de casa.

- Potter, Albus. – Chamou Draco logo em seguida. Harry abriu um largo sorriso, enquanto via seu filho caminhando em deireção ao Chapéu Seletor. Não tinha dúvidas de que ele cairia na Grifinória. Albus então sentou-se no banquinho e viu todos os olhares direcionados para ele, até que o Chapéu caiu sobre seus olhos e tudo ficou escuro.

- “Parece que hoje as surpresas não terminam... Mais um Potter! Lembro-me do dia em que selecionei seu pai e seu irmão como se fosse ontem. Seu irmão é um verdadeiro Grifano. Mas seu pai... Ah seu pai, eu continuo achando que ele teria se saído melhor na Sonserina.” – O Chapéu Seletor falava dentro da cabeça de Albus, que estava bastante calmo naquele momento. – “Você parece muito com seu pai. Coragem, vejo muita... Lealdade aos amigos, um grande senso de justiça... Sabedoria, ah sim... E a astúcia. Você tem qualidades que poderiam facilmente lhe designar para qualquer uma das quatro casas. Mas onde vou coloca-lo?” – O Chapéu continuava a falar, quando Albus subitamente se pronunciou. – “Sonserina.”
O Chapéu Seletor não pareceu surpreso, pelo contrário, pareceu extremamente satisfeito.

- “Ora... Acho que é uma boa escolha. A Sonserina exploraria seu potencial completamente mas, se me permite perguntar... Por que? – O Chapéu perguntou.
- “Antes daqui, sempre fiquei na sombra de meu pai e de meu irmão. Não quero ser mais um Potter na Grifinória. Quero traçar meu próprio caminho... Sair da sombra deles.” – O Chapéu Seletor pareceu ainda mais satisfeito com a resposta.
- “ Muito bem, então a sua casa será...” SONSERINA.

James Potter imediatamente se levantou e começou a xingar o Chapéu Seletor, juntamente com alguns de seus colegas da Grifinória. Harry parecia perplexo. Albus ao perceber a expressão de seu pai, colocou no canto da boca um sorriso e seguiu para a mesa da Sonserina que o aplaudia entusiasticamente. Apesar de alguns Sonserinos serem descendentes de Comensais, todos pareciam satisfeitos em ter um Potter em sua casa.
- Já chega Sr. Potter. E irei descontar 10 pontos da Grifinória por sua conduta e a de seus colegas. – Disse Draco, acenando com a varinha e fazendo todos eles se sentarem e colando o traseiro deles nas cadeiras. – Continuemos então.
A Seleção continuou até que restou somente uma pessoa a ser selecionada. Rose.
- Weasley, Rose. – Draco chamou a garota e ela caminhou até o banquinho. Após alguns segundos...
- CORVINAL.

- E isso encerra a Seleção. Sr. Filch, se puder... – Começou Draco, mas foi interrompido quando a porta do Grande Salão se abriu e entraram o Ministro Shacklebolt e Abeforth Dumbledore, acompanhados por três garotos, dois deles gêmeos.
- Ainda temos mais garotos para selecionar. – Anunciou o Ministro. A Diretora McGonagall sorriu e compreendeu, ele os havia encontrado.

- Muito bem. Professor Malfoy, por favor. – A Diretora falou e o homem assentiu. Logo os três alunos restantes formaram um fila. Primeiro um garoto de óculos e cabelos mais ou menos compridos, seguido dos gêmeos idênticos, pele alva, cabelos compridos e uma única coisa que os diferenciava: um tinha olhos cinza, quase brancos e o outro tinha olhos vermelhos.
- Seu nome? – Perguntou Draco ao primeiro da fila, quando este se aproximou.
- Benjamin Wulfric Brian Dumbledore. – Todo o salão prendeu a respiração. Os professores se entreolharam, atônitos. Draco parou, encarando o garoto, e sentiu como se tivesse levado um soco no estômago.
Benjamin se sentou e Draco, apesar do choque, colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça. Após alguns segundos...
- GRIFINÓRIA. – Anunciou o chapéu, e a mesa da Grifinória foi a loucura. Todos os alunos se levantaram e aplaudiram de pé, exceto James, que apenas aplaudiu educadamente. Alguns até gritavam: “GANHAMOS DUMBY, GANHAMOS DUMBY!!!”

Logo que os Grifanos se aquietaram, o gêmeo de olhos vermelhos caminhou até a frente e disse seu nome. – Avada Servolo Gaunt.
Foi então que Harry Potter perdeu o fôlego. Aqueles garotos eram parentes de Voldemort? O Lord das Trevas teve filhos? Como aquilo era possível? Os outros professores também pareciam partilhar da mesma perplexidade. Draco colocou o Chapéu na cabeça do aluno e imediatamente ele anunciou: “SONSERINA”
A Sonserina aplaudiu o garoto enquanto este caminhava até a mesa. Logo Draco chamou o segundo garoto e perguntou seu nome.
- Kedavra Servolo Gaunt

Foi então que a Diretora teve seu sorriso apagado. Ela percebeu o significado do nome dos gêmeos. Ambos unidos formavam uma das Maldições Imperdoáveis. A Maldição da Morte. Mais uma vez os professores seguraram a respiração. Parecia que também tinham entendido.
- SONSERINA. – Anunciou imediatamente o Chapeú. Mais uma vez a mesa da Sonserina aplaudiu e o garoto foi se juntar ao seu irmão.
Logo após o fim real da Seleção, Argos Filch recolheu o Chapéu Seletor e o banquinho, levando-os para uma sala lateral. Então a Diretora mais uma vez se levantou e pigarreou para chamar a atenção dos alunos.
- Bom, antes do banquete tenho alguns avisos a dar. Gostaria de lembrar que a floresta na propriedade da escola é proibida a todos os estudantes. É proibida a prática de magias nos corredores durante o intervalo das aulas. E o nosso zelador, o Sr. Filch, pediu para lhes lembrar da lista de objetos mágicos proibidos que está pregada no quadro de avisos em cada Salão Comunal, se vocês quiserem ler. Acho que por enquanto é só. Bom Apetite.

 

Após todos os pratos ficarem limpos, Albus e Scorpius já haviam se levantado e seguiam para fora do Salão, quando James veio seguido por Gabriel Ollivander e um outro colega, que Albus não conhecia. Ele empurrou Albus contra a parede, tinha uma expressão enfurecida no rosto.
- Sonserina, Albus? Você é retardado? – James socou a parede com raiva, enquanto Albus mantinha a face inexpressiva. – Você é uma desonra para a nossa família. Não merece o nome Potter.

- JAMES! – Ouviu-se a voz de Harry. – Deixa seu irmão. Albus, depois conversaremos.

Albus empurrou o irmão e saiu andando, com as mãos enfiadas nos bolsos e Scorpius correu para acompanha-lo.
- Cara, seu irmão é um babaca. Ignore ele. Você vai honrar o seu nome, na Sonserina. – Disse Scorpius, em uma tentativa de fazer o garoto se sentir melhor. Mal percebia ele que Albus não dava a mínima para a opinião de James.
- Eu não ligo. Eu sei que vou me destacar melhor na Sonserina. – Disse Albus dando de ombro. – Vou ser reconhecido por Albus Severus Potter e não como o filho de Harry Potter ou o irmãozinho de James Sirius Potter. Eu farei meu próprio nome.
Scorpius sorriu para Albus. Procurava não demonstrar, mas naquele momento, o Malfoy passou a admirar o Potter.

 

Já no Salão Comunal, Albus e Scorpius conheceram seus colegas de dormitório: Lucas Allod, o garoto extremamente branco e com cabelo preto arrepiado que era bastante convencido e Avada e Kedavra Gaunt, os gêmeos do cabelo comprido e negro, com olhos vermelhos e brancos, respectivamente, não falavam muito. Mais quatro garotas foram selecionadas para a Sonserina, eram elas Allana Zabini, loira e muito linda, na opinião de Albus, Selene Goyle, uma garota muito gorda e folgada, Lyca Ulrich, uma garota de pele escura e Demetria Mulciber, uma garota que ficava babando quando o Scorpius passava.

No Dormitório, antes de dormir, cada um dos garotos arrumou seu espaço com suas coisas. Albus e Scorpius penduraram pôsteres do Puddlemere United e sorriram um para o outro. Logo após fazerem isso, Allod resmungou que estava com sono e pediu para apagarem as luzes e irem dormir.

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