Desejos



Naquele dia haveria reunião dos Comensais da Morte. Voldemort estaria presente. Severo Snape sempre sentia um pouco de apreensão em estar na presença do Mestre. Não se sentia seguro.



Durante todo o tempo da reunião, Severo sentia que alguém o observava. Olhava para os lados, mas não via ninguém. Até que finalmente a reunião acabou. O Mestre se retirou. Severo queria sair dali, ir para casa, mas não podia. Os outros Comensais costumavam continuar por ali, conversando, comentado… e se divertindo, também. Se simplesmente fosse embora, teria que dar satisfações.



Enquanto conversavam, Severo continuava com a sensação de estar sendo observado. Olhava para os lados, procurava… mas nada. Aquilo já estava irritando. Com a desculpa de que ia ao banheiro, saiu pelo salão a procura do par de olhos que o observava.



Foi em direção à escada. Ao lado dela havia uma porta entreaberta. Resolveu entrar. O ambiente estava fracamente iluminado, mas ele pôde perceber um vulto correndo pelo corredor à sua frente. Foi atrás. No final, havia mais uma porta. Esta também estava entreaberta.



Quando entrou na sala, pôde perceber que o vulto que perseguia era a mulher de Lúcio, Narcisa Malfoy. Era uma bela mulher: alta, esbelta, cabelos longos e loiros, olhos verdes. Vestia um vestido longo, preto e bem justo, que mostravam suas lindas formas. Severo perguntou sem rodeios por que ela o estava observando.



- Desculpa, não tive a intenção de perturbá-lo com meus olhares - Narcisa disse olhando-o enquanto lágrimas caíam em seu lindo rosto.



- Por que chora, Narcisa?



- Não me pergunte isso. Não poderia responder.



- Se não quiser falar, tudo bem. Eu respeito sua vontade. - Severo ia saindo da sala quando sentiu a mão delicada de Narcisa em seu braço.



- Fique aqui comigo. Por favor.



- Não posso… - mas Severo não pôde completar a frase. Narcisa colara seus lábios ao dele, deixando-o surpreso.



Ela o abraçara. O beijo estava ficando mais intenso e mais perigoso.



- Por favor, Narcisa - falou Severo tentando se desvencilhar dos braços dela. - Não podemos.



- Eu sei. Mas não suportaria mais um dia em minha vida se não puder ser sua nesse momento - respondeu ela ainda com lágrimas escorrendo pela sua face.



- Você é louca? Lúcio está aqui!



- Lúcio? Ele nunca se importou comigo. Faz tempo que ele não me ama. Ele me amava apenas na época da escola… depois que nos casamos, tudo mudou. E sei que ele tem várias amantes. Por favor, Severo, não me deixe aqui com todo esse desejo que sinto por você! Tenho tentado negar isso, mas não consigo.



Severo olhou bem para o rosto daquela mulher, era obvio que ela estava desesperada.



Bem que Lúcio merece isso… tão prepotente, cheio de si… seria uma vingança e tanto.



Severo, já decidido, passou as mãos pela cintura de Narcisa, conduzindo-a até um sofá. Sem muita cerimonia, a jogou ali e começou a despi-la. Ela, por sua vez, gemia baixinho, enquanto beijava o pescoço do amante. Rapidamente ele tirou o vestido dela e ficou observando, fascinado. Estendeu a mão e começou a alisar as coxas, subindo até os seios rosados e rijos. Isso a fez gemer mais alto. Ela estava tendo sensações que nunca sentiu com Lúcio ou com qualquer outro homem.



- Shhh… tenha calma, Narcisa - sussurrou Severo, já despindo sua camisa. - Eles vão te ouvir.



Sem dizer palavra alguma, Narcisa se levantou e começou a tirar a camisa dele. Ela deslizou suas mãos pequenas e brancas pelo peitoril forte, passando pelo abdômen definido, até chegar aos botões das calças.



Nesse momento, ela parou e olhou para Severo. Parecia pedir permissão… que foi concedido com um olhar carregado de desejos e um beijo ardente. Então Narcisa abriu a calça e enfiou sua mão dentro dela. Encontrando o que procurava, começou a massagear, delicadamente, e Severo sentiu que não agüentaria por mais tempo.



- Vamos… logo com isso… Narcisa… hummm - dizia ele entre gemidos. - Tire esta… maldita calça!



Sorrindo com malícia, ela arrancou as calças, e ele a cobriu com seu corpo. Ele a tomou carinhosamente, evitando que ela desviasse seus olhos dos dele. Sentiram todo o fogo da paixão, até que o prazer supremo os tomou por completo. Ficaram por um momento se encarando, um sorriso de satisfação estampando o rosto de ambos.



Foi então que ele percebeu que há muito estavam ali. Levantou-se rapidamente, vestiu suas roupas e olhou para Narcisa. Ela parecia, agora, mais triste e abandonada do que antes, nua sobre aquele sofá. Ela o encarou e uma pergunta brotou de seus lábios vermelhos.



- E agora Severo? O que vamos fazer?



- Não sei, Narcisa. Por um momento eu pensei em Lúcio… ele acha que é o maioral. Senti como se estivesse me vingando. Eu não devia ter pensado assim. Não fui honesto com você.



- Preocupa-se à toa, Severo. Eu sei que você detesta meu marido. Eu também já não o suporto mais. Ele pensa que sou propriedade particular dele. Mas a verdade é que eu amo você.



Severo ficou sem resposta. Estava claro que Narcisa o desejava, mas daí à dizer que o amava era realmente surpreendedor. Ele nunca pensou que ouviria isso dela. Não sabia mais o que dizer. Apenas a encarou, tentando achar as palavras.



- Narcisa… eu… não sei o que dizer…



- Eu imaginei uma reação dessas - respondeu ela desanimando. - Eu só queria que você me desse uma chance.



- Mas você é casada! E não pode se divorciar de Lúcio.



- Eu sei… Droga! Se eu não tivesse assinado aquele maldito papel! Onde eu estava com a cabeça quando aceitei me casar com Lúcio sem ter direito ao divórcio? Eu sou muito burra!



- Você não é burra, Narcisa. Apenas estava apaixonada.



- É, eu estava. Mas não estou mais. Me arrependerei pelo resto da vida por ter assinado aquele contrato. Mas agora não adianta me lamentar. Está feito. Só me resta aceitar… Mesmo assim, eu me acho no direito de querer ser feliz. Por isso que eu te peço só uma chance, Severo!



- Não sei o que te dizer, Narcisa. Não me sinto bem nessa situação… Mesmo que Lúcio não seja digno de confiança, não acho certo fazer isso com ele e nem com você mesma.



- Severo…



- Eu não queria dizer isso, Narcisa, mas eu não a amo. Você sabe quem amo…



- Infelizmente eu sei. Mas ela não quer você. Ela ama o marido. Já eu não amo o meu marido. Droga, Severo! Eu detesto ter que me humilhar por qualquer coisa! Mas estou aqui pedindo que você não me deixe! Por favor!



Ele a encarou por um momento. Analisava tudo em sua cabeça. Narcisa era uma mulher linda, com certeza. E era casada. Mas por mais que ele tentasse, sabia que agora não conseguiria mais esquecê-la. Nunca ninguém havia se declarado assim para ele, ele nunca havia se sentido amado. Não iria perder essa oportunidade. Caso preciso fosse, ele lutaria por ela.



- Tudo bem, Narcisa. Você venceu. Admito que isso o que fizemos há pouco foi maravilhoso. E eu adoraria repetir.



Ela sorriu. Ergueu-se e aproximou-se de Severo de modo sensual. A camisa não havia sido abotoada, então ela passou a mão pelo peito dele. Deu beijos em seu pescoço e ombros e outro mais ardente na boca.



As mãos de Severo passeavam pelo corpo ainda nu de Narcisa. Estava se sentindo excitado novamente, mas era arriscado continuar.



- Não se preocupe, Severo, iremos repetir várias vezes.



- Que bom. Agora é melhor eu ir, Narcisa, antes que sintam minha falta. Depois nos falamos.



- Certo. Pode me mandar uma carta, se quiser. Vou aonde você estiver.



- Tudo bem. Até depois, então.



- Até.



Eles se beijaram longa e ardentemente novamente. Então Severo seguiu pelo corredor na mesma direção que veio e sumiu depois da porta. Narcisa suspirou e se sentou, catando suas roupas do chão. Não podia acreditar que teve coragem de fazer aquilo com Severo, alguém que sempre foi seu amigo. Mas Lúcio talvez tivesse razão no que disse. Era melhor obedecer.





******





Lúcio estava sozinho, sentado em uma grande poltrona que havia no salão, quando Severo chegou.



- Snape, por onde andou? Todos já foram, como pode reparar - disse sem se voltar para o outro homem.



- Perdão, Malfoy, mas acabei entrando em outro cômodo… sem querer.



E isso não é mentira.



Depois de um silencio mortal, Lúcio finalmente se virou para Severo. Olhou-o atentamente e deu um sorriso que fez os pêlos da nunca de Severo se arrepiarem.



- Sente-se, Snape, ou pretende criar raízes na minha escada?



Automaticamente, Severo se sentou em uma poltrona, ficando de frente para Lúcio.



- Você está diferente, Snape.



Severo estava tão mergulhado nos seus pensamentos que quase pulou.



- O que houve, encontrou o ouro dos duendes? - Lúcio riu ruidosamente.



- Impressão sua, Malfoy - Severo disse com sua frieza habitual. - Bem, preciso ir, Malfoy, até logo.



Se levantou, e antes de aparatar, viu o olhar de Malfoy em si.



Ele sabe. Merlin, não sei como, mas ele sabe.







******







Narcisa estava em sua luxuosa penteadeira quando a porta se abriu violentamente. Era Lúcio Malfoy, seu marido.



- Ele já foi - disse o homem. Ela não respondeu e continuou a pentear os cabelos. Ele se aproximou dela, e acariciou os ombros dela - Você fez um ótimo serviço, Narcisa. - De longe se via a satisfação dele. Agora ele subia as mãos até a nuca dela. - Você sempre consegue… - Ele pegou os longos cabelos da mulher e os puxou com violência, arrancando um leve grito dela. - Com todos você consegue, mas nunca comigo, Narcisa. Por que, hein? - Ele puxava com mais força enquanto sussurrava no ouvido dela, - Ah… esse seu cheiro…



- Você está me machucando, Lúcio - reclamou Narcisa. Mas ela sabia que não adiantaria. Sabia também o que estava por vir.



- Eu sei que estou, minha querida, eu sei. - Ele a arrancou da cadeira ainda com seus cabelos na mão e a jogou violentamente na cama. Abriu seu roupão, rasgou sua camisola e a tomou sem nenhum carinho.



Narcisa ficou impassível. Não sentia Lúcio a penetrando violentamente, nem mesmo as eventuais mordidas e tapas. Ela pensava em Severo, em como ele fora carinhoso com ela. Por um instante, ela se sentiu a criatura mais suja e baixa da face da terra.



Após o ato, Lúcio sentou numa poltrona e começou a falar.



- Bem, Narcisa, agora você terá que ser a confidente de Snape. Faça-o contar tudo, absolutamente tudo.



- Lúcio, não sei se vou conseguir… Nós dois sabemos que Severo é a pessoa mais fechada do mundo. - O olhar ameaçador de Lúcio a fez calar.



- Você vai conseguir… Senão, será como a última vez… - Um sorriso doentio brotou dos seus lábios.







******







Severo Snape estava em frente à sua lareira pensando no que iria fazer de agora em diante. Ele pensou no desespero que viu nos olhos de Narcisa e pensou que tudo que ela disse foi da boca para fora. Por que, dentre todos os Comensais, ele seria escolhido? Logo ele, o mais fechado de todos, o menos apessoado, seria escolhido por aquela mulher fantástica? Era tudo muito estranho. E o olhar que Malfoy lançou para ele? Aquele olhar ainda lhe provocava arrepios. Lúcio desconfiava de alguma coisa.



Estou imaginando coisas… Os culpados sempre imaginam que serão pegos a qualquer momento. E isso não vai acontecer no meu caso.



O som de duas batidas o fez sair de seus pensamentos. Ele olhou para a janela e viu uma grande ave vermelha. Fawkes, a fênix de Dumbledore. Severo abriu a janela e pegou um pergaminho que estava amarrada na perna da ave. Nesse momento, a Fênix abriu as asas e saiu voando majestosa e velozmente pelo céu. Severo imaginou que Dumbledore, o dono da ave, não estaria esperando uma resposta imediata, então.

Voltou até sua poltrona. Sentou-se e abriu a carta.







“Caro Severo,





Sei que deve estar muito confuso. Nossa última conversa foi um pouco dura, mas acho que serviu para que você refletisse sobre o que está fazendo da própria vida. Servir Voldemort não vai trazer glória e poder a você. Entenda isso de uma vez, por favor, e volte para o lado da Luz, o único lado que pode trazer a você paz e consciência limpa. Não digo que sofrimento não exista, mas ao menos você estará livre. Será dono da própria vida.


Estou te escrevendo isso porque não me deu resposta alguma depois da nossa conversa. Por isso espero que agora você tomo uma decisão. Não precisa responder agora, mas seja rápido. O mundo bruxo está prestes a entrar numa guerra, talvez decisiva. Precisamos de você.







Um abraço,


Alvo Dumbledore”








Severo ficou pensativo. Dumbledore tinha razão. Fazia algum tempo que pensava em desistir daquela maluquice de servir ao Lorde das Trevas. No começo, tudo ia muito bem, só festas e mulheres. Mas depois vieram as “missões”. Matanças, torturas… Severo ainda ouvia os gritos desesperados das vítimas ecoando em seus ouvidos. Não queria mais aquilo para si. Os pesadelos. As noites mal dormidas. As dores. As más lembranças.



Responderia à Dumbledore. Mas não naquele momento. Seu Mestre marcara uma reunião dali cinco dias. Um encontro, melhor dizendo. Apenas os dois. Voldemort dissera que o assunto era demasiado importante e confidencial, que mudaria a vida de Severo para sempre. Ele tinha que saber o que era para, quem sabe, decidir de uma vez por todas de que lado ficaria.



Passados os cinco dias, ele foi para a Mansão Malfoy. Nem estava se lembrando de Narcisa, pois estava um tanto ansioso. Ao chegar lá, levou um susto ao ver todos seus colegas em festa, então se lembrou de que Lúcio realmente tinha marcado um encontro com eles apenas para diversão, sem tratar de trabalho. Bruxos bebiam, conversavam e comiam. A um canto ele avistou o dono da festa. Ele conversava e ria com outros dois Comensais. Olhou mais a sua volta, até que viu seu Lorde. Ele estava sentado em uma majestosa poltrona, com um copo de whisky em uma mão e várias bruxas e trouxas prostitutas a sua volta fazendo coisas que Severo preferia não ter visto.



Bellatriz Lestrange veio até ele e começou uma conversa chata. Quando Narcisa apareceu, veio até os dois.



- Olá, Severo! - disse a loira com um sorriso encantador.



- Olá, Narcisa. Está passando bem?



- Estou, sim - e deu umas piscadela para ele. Depois se virou para Bellatriz e as duas entraram em uma conversa que nada interessava a Severo.



Ele reparou no corpo de Narcisa. Parecia mais bela a cada dia. Depois afastou-se e serviu-se de um pouco de vinho.



Só para começar… uma taça de vinho. Não há nada melhor.



Ele bebeu um pequeno gole do vinho, se deliciando com o sabor, quando Lúcio veio ao seu encontro.



- Severo, que bom que veio.



- Pois é, Lúcio. O Lorde marcou uma reunião comigo. Senão eu nem viria.



- E posso saber o porquê? Por acaso as festas em minha casa lhe desagradam?



- Não é nada disso. Não se preocupe, Lúcio. Acontece que hoje eu estou particularmente cansado e tenho coisas para fazer.



- Entendo. Com licença, Severo, e boa sorte em sua reunião.



Severo apenas fez um gesto com a cabeça e tomou um longo gole de sua bebida.



Ele continuou observando tudo a sua volta. Os bruxos se divertindo com o sofrimento dos outros. Apesar de já ter torturado muitos, agora ele não conseguia mais entender como as pessoas conseguiam continuar com isso. Era revoltante. Não via mais graça naqueles gritos desesperados e sangue sendo esparramado. E era por isso que apenas ouviria seu Mestre e iria embora. Para sempre.



Alguns minutos depois um Comensal veio até Severo dizer que o Lord o chamava em seu escritório particular. Acrescentou que o Mestre parecia um pouco bravo além da conta e, por isso, desejou sorte ao colega.



Severo foi sem medo. Estava determinado a apenas ouvir e ir embora. O que ele não sabia é que talvez não fosse ser tão simples como imaginara.



- Com licença, Mestre.



- Que bom que veio, Severo, preciso mesmo conversar com você.



- E do que se trata?



- Sente-se, Severo. Sente-se - falou Voldemort apontando para a cadeira que havia à sua frente, do outro lado da mesa.



Severo não sabia se era o fogo da lareira que crepitava vívido ao seu lado ou o que era, mas ele estava sentindo um calor estranho. Um nervosismo. Como se, do nada, ele tivesse absoluta certeza que algo ali não estava certo. Seu Mestre estava demasiado gentil e com um sorriso de grande satisfação no canto da boca.



- Então, Severo. Chamei-o aqui porque quero propor-lhe algo.



- E o que seria?



- Bem… Eu o convido para ser meu assistente, meu braço direito.



- Braço direito? - falou Severo arqueando uma sobrancelha.



- Sim, meu caro, braço direito.



- E o que isso significa exatamente?



- Significa que o prazer de matar os Potter será todo seu.



O Comensal ficou em silêncio. Não contava com aquilo. Ver Tiago Potter morto era o maior sonho de sua vida. Mas Lorde Voldemort dissera “os Potter”. Isso incluía Lílian. E ele jamais mataria Lílian. Ele a amara muito um dia. Mas ela se casara com Potter. Então Lílian foi esquecida por Severo. Mas mesmo assim ele nunca teria coragem de matá-la.



Nesse momento ele percebeu que estava há muito tempo em silêncio. Sua cabeça estava longe. Notou algo estranho. Estava se sentindo meio nauseado. Foi quando viu que seu Mestre tentava ler seus pensamentos. Apressou-se logo em “fechar” sua mente. E conseguiu. Era perito nisso.



- Eu… não sei o que dizer, meu Lorde.



- Não diga nada, apenas aceite.



- Desculpe, mas não posso dizer nada agora…



- É claro. Você precisa de tempo para pensar. Dou-lhe o prazo de uma semana.



- Obrigado. Eu realmente preciso pensar sobre isso. É uma proposta tentadora.



- Mas se é, então por que não aceita simplesmente?



Severo sentiu-se desconfortável. Não sabia o que responder. Tinha de tomar cuidado com as palavras para não deixar seu Mestre perceber que matar Potter não era mais prioridade em sua vida, e que estava pensando em abandonar a vida de Comensal.



Nesse momento sentiu uma leve saudade de Narcisa.



- Lorde… eu acho que não sou a pessoa mais indicada para tal missão.



- E posso saber o porquê?



- Porque… não quero deixar Lílian viúva. E eles acabaram de ter um filho!



- Acho que você não entendeu, Severo. Todos os Potter devem morrer. E é claro que o mais novo membro da família seria a sua prioridade.



- Eu não teria coragem de matar Lílian.



- Está me saindo um completo covarde, Severo Snape!



- Por favor, preciso pensar sobre isso. Não tenho condições de tomar uma decisão agora!



Voldemort fitou Severo direto nos olhos. Os olhos do Mestre refletiam o fogo ávido da lareira. Era o próprio demônio. E mais uma vez Severo sentiu-se desconfortável.



- Ótimo. Pense. Mas pense muito. Eu quero que você faça esse serviço, e ninguém mais.



- Pensarei.



- Pode se retirar, agora.



Severo saiu da sala do Mestre. Estava parado no corredor, ainda em estado de choque pelo pedido que o Lorde fizera. Iria logo aparatar para casa, quando Narcisa apareceu pelo corredor.



- Severo!



- Olá, Narcisa.



- E então, como foi a reunião? - perguntou ela se aproximando e passando a mão pelo rosto de Severo. Este se afastou.



- Tudo bem. Nada de especial - mentiu ele.



- Sei… Mas então, querido, não gostaria de ir até meu quarto?



- Por Merlin, Narcisa, você parece não ter juízo! Não estou afim de arranjar uma briga com Lúcio, principalmente estando dentro da casa dele. Fora que acabei de voltar de uma reunião com o Mestre.



- E daí?



- E daí que estou cansado. Quero ir para minha casa.



- Posso ir com você? - perguntou ela docemente, fazendo cara de inocente.



Severo a fitou. Pensou na idéia. Realmente seria ótimo deitar-se com Narcisa em sua cama tão macia. Mas não. Precisava pensar. Não que pensasse em considerar a proposta de seu Mestre, mas precisava pensar em como se livrar dele sem sofrer as conseqüências. Precisava falar com Dumbledore.



- Não, Narcisa, estou realmente cansado. Preciso dormir.



- Deixe-me ir com você, Severo, por favor! Eu prometo que lhe faço uma massagem que vai deixá-lo bem relaxado.



Severo suspirou. Então finalmente cedeu.



- Mas e Lúcio?



- Lúcio a essa hora está cercado de prostitutas e bem bêbado. Antes do meio-dia de amanhã ele não acorda.



- Tudo bem. Vamos.



Os dois aparataram para a Mansão Snape. Seria realmente ótimo uma massagem bem feita e uma noite de amor. Depois de mais relaxado, ele pensaria melhor em seus problemas.



Mas na verdade a intenção de Narcisa era apenas ganhar a confiança de Severo. E ganhou totalmente.



N/A/Leblack: Pessoal! Espero que gostem da nossa fic, escrevi com duas amigas especiais, por favor comentem, digam-nos o que vc´s acharam dessa parceiria....

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