London Eye



            Meus olhos começaram a arder e resolvi deitar no sofá para descansar os olhos. Senti dois longos braços envolverem meu corpo e o aninharem. Um arrepio involuntário percorreu minha espinha e, mesmo de olhos fechados e um tanto sonolenta, sabia que aqueles braços pertenciam ao Fred.  Logo um calor intenso preencheu o mínimo espaço entre nós a tal ponto que fiquei aquecida. O frio veio assim que ele me soltou na cama e passou a mão em meus cabelos. Disfarçadamente, abri um só olho para observá-lo. O que eu não sabia, entretanto, é que seus olhos azuis celeste me encaravam profundamente.



            - Oi. – respondi envergonhada ao ser pega no flagra – Obrigada por me trazer aqui, não precisava. – e com um longo bocejo – Boa noite.



            - Ei, precisamos conversar. – disse ele sério



            A proximidade entre nós possibilitava que eu ouvisse sua respiração – baixa e demorada – e permitiu que eu analisasse cada detalhe de seu rosto. Suas bochechas eram pouco rosadas e altas, seu nariz era perfeitamente bem modelado e simétrico, seus olhos eram como duas meia luas com cílios curvilíneos e,então, detive-me em sua boca. Rosada e delineada, os lábios eram moderadamente carnudos e pareciam tão convidativos. Ah se ele soubesse o pecado que era deixar os lábios entreabertos...



            - Podemos fazer isso amanhã – respondi e minha voz, involuntariamente, saiu grossa e sedutora – Vou dormir, Fred.



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            As cobertas baixaram e uma pressão foi feita ao lado de minhas pernas. Tentei puxá-las para cobrir os braços e uma mão encostou em meus dedos . Era a mão dele. Fred não havia esquecido a tal conversa e, por mais que eu quisesse postergá-la, sabia que agora tudo seria colocado em “pratos limpos”.



            - Bom dia, dorminhoca. – ele disse sorrindo



            - Que horas são? – perguntei assustada ao ver o sol adentrando o quarto



            - Hm, acho que umas nove horas. – respondeu e, com um estalido de dedos, uma bandeja de café da manhã pairou na cama – Que tal tomarmos café juntos?



            - O que está acontecendo?



            - Você é assim sempre que acorda? – ele questionou, ainda sorrindo, e ao ver minha expressão confusa, continuou – Quis me referir as suas incessantes perguntas.



            - Foram apenas duas. – falei incrédula



            - Venha, vamos comer.



            - Quando você vai me ensinar a fazer essas coisas?



            Fui obrigada a questioná-lo assim que percebi a enorme bandeja repleta de bolinho inglês, geléia, suco e tortinha de abóbora, cookies com gotas de chocolate e algumas frutas.



            - Quando você quiser. – seu sorriso diminuiu – Temos que conversar sobre ontem.



            - Desculpa, a culpa foi minha. Eu não queria ouvir, eu juro.



            - Quem deve pedir desculpas sou eu. Não quero que você fique chateada tampouco magoada com a Angelina. Ela é explosiva, ciumenta e não gosta que eu tenha amigas, sabe? Depois disso, talvez você queira ir embora.  – depois de uma pausa, seus olhos encontraram os meus e brilharam – Quero que você fique. De verdade. Nos conhecemos faz tanto tempo e só agora viramos amigos e eu não quero perdê-la por causa das crises idiotas da Johnson.



            - Fred, sinceramente, eu fico feliz que você queira continuar sendo meu amigo mas eu não posso estragar seu relacionamento com ela. – a cada palavra que eu proferia, sentia um cinismo e me odiei por senti-lo



            - Hermione. Olha para mim. – encarei os olhos cintilantes a minha frente e o brilho deles me refletiam – Eu e ela somos alguma coisa. Eu e você somos amigos. Não é muito difícil perceber qual das duas eu prefiro, não é verdade? – dito isso, ele se retirou e, antes de fechar a porta, lançou-me um olhar reprovador – Vamos lá, levanta porque Londres nos espera!



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            Só entendi o que Fred queria dizer com “Londres nos espera” quando George chegou e avisou que a Verity e a Louise – uma nova empregada – tomariam conta da loja. Os gêmeos fizeram questão de passear por toda a Londres trouxa para que eu pudesse explicar exatamente como tudo funcionava e, durante grande parte do passeio, servi de guia turística. Por volta das cinco horas da tarde,  George foi a um encontro com Katie – que recém havia chegado de viagem – e, eu e Fred, ficamos a sos.



            Pegamos o metrô de Westminster e fomos até a London Eye. Entramos em uma cabine e durante uns trinta minutos ficamos apenas observando nossa cidade. Londres sempre foi um sonho. O choque entre o presente e o passado, os prédios antigos bem adornados contrastando com aqueles um tanto quanto futuristas lembravam meus sentimentos: com Rony tudo era velho e antigo, com Fred, entretanto, tudo era novo e mágico. Estar ali com ele era tão perfeito quanto poderia ser.



            Seus olhos procuraram os meus e, ao encontrá-los, tornaram-se doces. Sua mão retirou uma mecha do meu rosto, colocando-a atrás da minha orelha e, uma leve carícia foi feita em minha bochecha. Sorri tanto a ponto de comprimir meus olhos e fui correspondida com um sorriso a altura. Nos aproximamos, sua mão – antes em minha bochecha – agora estava no meu pescoço. Ele puxou meu corpo de leve pela cintura e meus braços pousaram em seu pescoço. Nossos lábios se encostaram e meu coração passou a bater incessantemente. Mordi seu lábio inferior e ele pressionou minha cintura. Entreabri meus lábios e dei espaço para sua língua – quente e macia – e, durante segundos, me senti no céu. Minhas pernas estavam bambas e minha vontade era não quebrar nunca o nosso contato.



            Estávamos quase sem fôlego quando nos separamos. Ele sorriu e eu encostei minha cabeça em seu peito. Ficamos assim muito tempo. O passeio que eu achei ser perfeito, agora, era um conto de fadas: estávamos de frente para a imensa Londres e, o melhor, juntos.



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            Naquele dia minha noite foi, no mínimo, inquieta. Deitada, repassei todos os detalhes do nosso beijo: seu sabor de hibisco que continuava em minha boca, o contato de nossas línguas que acelerava meu coração, o toque que ele fazia em minha cintura – arrepiando-me até a raiz dos cabelos -, a leve fricção em meu pescoço que amolecia minhas pernas e seus olhos brilhantes.  Ele fora o único que causara tantas sensações em apenas um beijo. E, para mim, ele continuaria sendo o único por muito tempo.



            Como em um contrato silencioso, não tocamos no assunto. Nos olhávamos com mais freqüência e sorriamos sempre que isso acontecia. Nas últimas tardes ele passou a me ensinar feitiços dos mais variados possíveis. E, como sempre, conversávamos sobre tudo – exceto o beijo. Para mim, isto estava demasiado bom. A sensação de tê-lo por perto me deixava completa e isso bastava. Pelo menos enquanto eu estivesse no apartamento dele.



N/A: Desculpa pela demora mas o colégio está cada vez mais difícil...são provas e provas, tarefas a mil e eu não tenho tempo nem de entrar aqui. Espero que gostem. Obrigada pelos comentários e boa leitura!

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Comentários (3)

  • MarianaBortoletti

    Que lindo! Gostei desse primeiro beijo, ainda mais na London Eye. Fico imaginando como vai ser com a Angelina agora, simplesmente vai sumir ou vai aprontar alguma? Eu aposto no aprontar alguma... Até!

    2011-08-21
  • Tonks Fenix

    Sou apaixonada pela London Eye, sério, acho que é o lugar que mais amo no mundo... e perfeito para um primeiro beijo... sem contar que a companhia ajuda muito... amei, ficou muito romântico esse cap... espero que consiga se dar nos estudos.. Bjinhus! 

    2011-08-21
  • CacauJones

    Duas palavras: Lindos e perfeitos!

    2011-08-20
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