end



Era brilhante, claro, ligeiramente dourado. Assim que era morrer? Lily não sabia. E soube que não ia entender não cedo quando sentiu dor na cabeça. Não, não estava morta.


 


-Lily? Você acordou? Lily querida! – A voz era de sua mãe. Quando conseguiu focalizar, viu-se em um quarto de hospital, com sua mãe e seu pai, duas enfermeiras, Marlene e Dorcas. A garota ergueu-se par abraçar a mãe.


 


-Que bom que está bem, Lil – Marlene disse e Lily sorriu para ela – Remus e Sirius estavam preocupados com você. Conseguiram te tirar de baixo da terra a tempo – Ela sorriu – Na verdade, James conseguiu.


 


-James? Como? Onde ele está? – A garota sobressaltou-se, ereta na maca, a mãe soltando-a do abraço.


 


-Ele está na sala de recuperação ao lado com Sirius e Remus, que estão se re-hidratando, comendo e ganhando curativos – Dorcas passou a mão pelo rosto de Lílian.


 


– Você ficou muito tempo sem ar. Deve descansar um pouco – A enfermeira disse preocupada, mas Marlene e Dorcas riram.


 


-Não vai conseguir impedi-la de ver James agora. – Marlene disse sorrindo serenamente.


 


-Nenhuma de nós poderia – Riu a Senhora Evans vendo a filha corar enquanto levantava-se da maca.


 


Lily, ainda corada, colocou as pantufas de hospital e caminhou apressadamente até a sala ao lado, onde estava escrito “Sala de Recuperação”. Abriu-a, mas estava vazia. Então foi para o outro lado do corredor, achando ao outra sala de recuperação.


 


Sorriu em frente à porta, sentindo-se boba. Seu coração pulava e suas mãos suavam, e não era culpa do esforço que fizera.


 


Abriu a porta devagar. O quarto estava bem iluminado, Sirius e Remus estavam de pé e viraram-se para ela. James estava deitado na maca e sorriu docemente para ela, estendendo-lhe a mão.


 


Lily não pôde agüentar e colocou a mão sobre a boca, as lágrimas se formando pesadas em seu rosto. Caminhou até James, que a abraçou com apenas um braço, aninhando-a contra o peito. Ele beijou o topo de sua cabeça e sorriu.


 


-Eu sempre soube que você ia me buscar – Ele disse rindo – Acabei sendo eu a donzela na torre, não é mesmo? – James olhou para frente. Remus e Sirius já tinham saído da sala, mas ele apostaria que tinham as orelhas grudadas na porta.


 


Lily negou com a cabeça, limpando as lágrimas – Não... Sempre fui eu. Era pra nós ficarmos juntos, eu sabia disso. Sabia disso e evitei – Ela fitou-o, os grandes olhos verdes fazendo o coração dele pular uma batida. Como fazia antes.


 


James sorriu, sentindo-se morno. Morno como não se sentia há muito tempo. Beirara a loucura no claustro com aquele monstro torturando-o, mas aquele olhar dela, de fragilidade, de saudade... Voltava a ser James Potter de novo.


 


Por ela. Sempre era por ela. Sabia desde o colégio que só era o que era por causa dela, das críticas dela, de querer agradá-la. E gostava do que era. Só não admitia pra si mesmo, se envolvia em tristeza para mascarar. E, agora, se envolver em tristeza parecia inútil.


 


Ela não tinha medo de mostrar fragilidade. Ela não tinha medo de mostrar que se importava – e, bem, se importava muito já que quase morrera para salvá-lo. James não teve dúvidas quando puxou-a pela nuca suavemente, unindo seus lábios aos dela devagar, sendo correspondido imediatamente.


 


O coração de Lily pulou algumas batidas. Ela acariciou o rosto dele com as mãos e se ajoelhou na borda da maca, beijando-o como bem queria, sem ligar se antes foram inimigos ou se tinha gente olhand-...


 


- Foi a Marlene – Sirius apontou para a esposa quando James olhou-os, todos pendurados na porta do quarto. Lily olhou-os e corou imensamente, voltando a virar frente para James, que riu.


 


Marlene deu um tapa no braço de Sirius, que deu uma risada também.


 


-Somos a prova da resiliência – Remus disse entrando no quarto sem mais cerimônias, sentando-se em uma cadeira e puxando Dorcas para seu colo. – Depois de tudo que rolou, aqui estamos, como se ainda estivéssemos no colégio e nada tivesse acontecido. – Sorriu.


 


-Conseguimos nos apaixonar pelas mesmas garotas que queriam vingança de nós – Sirius deu de ombros – Somos bestas, isso sim.


 


-Bestas felizes – Marlene observou e beijou Sirius rapidamente.


 


-Qual o próximo passo então? – James brincou, deslizando a mão pelos cabelos ruivos, fazendo Lily corar mais uma vez – Você vai enfartar assim, Lily – Ele avisou-a divertido, fazendo-a virar e dar um tapa nele, o que o fez rir.


 


Remus deu de ombros – Quem sabe o que mais vocês crianças podem trazer de desgraça pra esse mundo. – Eles riram, mas um arrepio passou pelo braço de Lily, que se encolheu.


 


-De qualquer jeito, estaremos todos aqui pra resolver – Marlene completou.


 


O quarto ficou em silêncio por alguns instantes, até James tossir falsamente para chamar a atenção de todos.


 


O moreno assanhou os cabelos e sorriu, ligeiramente sem jeito.


 


-Lily... Quer sair comigo? – A vaia e as risadas foram gerais. Lily sorriu, corou e revirou os olhos, fingindo-se de braba.


 


-Não. – O queixo de James caiu ante a resposta da ruiva.


 


-Não? – Ele indagou, tentando confirmar.


 


Lily negou com a cabeça. – Você vai sair comigo. Eu ainda sou eu, Potter – Ele riu e puxou-a pela nuca, surpreendendo-a com um beijo.


 


-Claro que é – A garota corou e ele riu. – Claro que é. E é por isso que eu te amo.


 


-Me ama? Alguém tem um bastão de quadribol aí? – Lily riu quando James a puxou para beijá-la de novo, fazendo-a corar novamente. – Também o amo. Senão não teria feito tudo isso que fiz. Nem teria virado malvada, se quer saber. – James fez bico.


 


-Mas eu gosto malvada.


 


Lily arqueou uma sobrancelha.


 


-Gosta, é? Veremos...


 


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FIM!

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