Cap 11



2021- Sétimo ano de James em Hogwarts


 


                Se tinha algo que James adorava, era o primeiro dia de aula, pois tinha toda aquela ansiedade do começo, toda uma expectativa, principalmente agora, que era o famoso ano, o seu último ano em Hogwarts, o ano dos seus NIEM’s. James como todo estudante do sétimo ano, tinha um certo receio do que estava por vir, ele conversou com seus primos mais velhos, questionou como era e se arrependeu...


 


-Você quer saber sobre o sétimo ano?!- disse Dominique estremecendo- Cara, foi um verdadeiro inferno...


 


                James ajeitava a sua gravata, enquanto lembrava-se das conversas que teve com os seus primos...


 


-Eu não tive vida social cara!- exclamou Louis pálido


 


                James olhou-se no espelho e sentiu um baita frio na barriga.


“Será que é esse pesadelo todo?”- questionou-se James saindo do seu dormitório


                Assim que James terminou de descer as escadas, ele quase teve um infarto ao dar de cara com a Michelle...


-Olá, meu amor!- disse Michelle pulando nos  braços do James que ficou constrangido e surpreso


-Bom dia Michelle- disse James se afastando da garota


-Eu estava pensando... Bem James, eu aceito namorar com você- disse Michelle surpreendendo James e quem estava por perto


-O James vai namorar, não é possível- disse uma aluna do quinto ano saindo correndo para espalhar a notícia


-O quê?!- disse James assimilando a informação


-Eu disse sim meu amor!- disse Michelle puxando James pela gravata


                James colocou a sua mão direita em cima da mão da Michelle, de modo afastar-se dela e impedi-la de beijá-lo.


-Michelle, eu não disse que queria algo mais sério com você. Você entendeu errado- disse James se afastando mais da garota que o olhava confusa


-Você...


-Sinto muito- disse James rapidamente e saindo o mais rápido possível do Salão Comunal


 


No Salão Principal...


                James estava na mesa da Sonserina, pois não agüentava mais falar que não tinha pedido a Michelle em namoro...


-Clair, me explica como que ela entendeu que eu queria algo mais sério com ela?!- questionou James indignado- A Lilian quase me matou à pouco no corredor! A voz dela ainda está ecoando na minha cabeça...


 


-JAMES SIRIUS POTTER- berrou Lilian fazendo o irmão parar de andar e aguardá-la


-Bom dia para você também- sorriu James


-Que história é essa de pedir em namoro aquela vadia da Michelle?!


-Bem eu...


-James, ela não tem um neurônio!....


 


-Ela falou outras coisas, mas eu só ouvi blábláblá...- disse James revirando os olhos- Você está rindo?


-Não- disse Clair contendo o riso


-Eu estou contando o meu drama pessoal e você está rindo!


-Não- disse Clair emitindo um leve sorriso


-Não pode ser...


-Eu não estou rindo- disse Clair começando a rir- Olha- disse Clair parando para respirar fundo e se conter- Você tem que concordar que esse seu drama pessoal é engraçado... Olha a Michelle só pode ter sérios problemas mentais para pensar que você queria algo sério com ela e quanto a Lilian, eu faria o mesmo no lugar dela, ou melhor, te azarava...


-Valeu pelo apoio moral- disse James irônico


                A primeira aula do James era de Transfiguração com o professor Alan Gliford. Ele foi para a aula conversando com a Clair, o Lorcan e a Lucy sobre as férias, expectativas do sétimo ano, quadribol... Até que finalmente chegaram à sala e...


-Ué cadê o professor? Já são 8 horas!- disse Lucy espantada


-Ele não chegou ainda- respondeu um aluno da Lufa- lufa


-Que estranho- disse Clair coçando a cabeça- Vamos sentar então...


Passado 5 minutos de papo furado...


-Ah, cansei!- disse James se levantando- Atenção! Quem vai dar aula hoje sou eu!- disse James provocando risadas e fazendo a turma prestar atenção nele


                James começou a imitar o professor Gliford que falava com sotaque, pois era irlandês, além de ter uma mania de falar “enfim” e “certo?”.


-Enfim, para fazermos essa gata se transfigurar em um cálice é só seguirmos as instruções que estão no quadro, certo? Porque se vocês lerem atentamente vai dar tudo certo, certo? É só ler com atenção, certo? Enfim, esquerda, direita, esquerda, direita, cima e baixo. Cerrrrrrrrrto?- disse James provocando risadas com a sua imitação


                James ficou imitando o professor Gliford por um tempo, só parando quando a porta se abriu...


-Sr. Potter, por favor, sente-se- pediu Rose entrando na sala


                James olhou para a Rose e sorriu levemente, mas como tinha um plano em mente, obedeceu-a do seu jeito, a modo James Sirius Potter.


-Sim, senhora!- disse James batendo continência e sentando-se na mesa do professor, provocando risadas da turma


-Sr. Potter senta na sua cadeira, imediatamente- mandou Rose com raiva


“Ele só pode estar me testando”- pensou Rose vermelha de raiva


-Está bem, me desculpa- sorriu James maroto, sentando-se na cadeira do professor e provocando ainda mais risadas


- Sr. Potter, saia imediatamente dessa cadeira se não...- disse Rose respirando fundo ao ver James colocando os pés em cima da mesa do professor- Basta! O senhor está de detenção e saia daí!


-Calma priminha, está nervosinha hoje- riu James se levantando e sentando-se do lado da Clair que como todos os alunos do sétimo ano, ela estava vermelha de tanto rir


-Gente, um minuto de atenção, por favor- pediu Rose- O professor Gliford, está com febre e não pôde dar aula hoje. Mas, ele me pediu para entregar esse exercício para vocês. Pode ser feito individual ou em dupla e você devem entregá-lo na próxima aula. Alguma dúvida?


                Ninguém questionou e Rose entregou os pergaminhos com as questões para cada aluno e saiu.


-Ela mal olhou para mim- disse James olhando a porta se fechar


-Por que será?- questionou Clair- Você tirou onda com a cara dela há pouco...


-O que vale é que já tenho uma detenção- sorriu James


-Ai, ai- suspirou Clair balançando a cabeça negativamente- Vamos fazer de uma vez esses exercícios?


-Claro!- disse James animado- Vamos lá! Madame Norra dá licença- disse James pegando a sua gata que estava em cima da mesa e colocando-a em seu colo


                James leu as questões e sorriu.


-As questões são de revisão da matéria, cerrrrrto?- disse James imitando o professor Gliford


-A James para, se não você me mata- riu Clair


                Os dois fizeram os exercícios juntos e saíram da sala assim que terminaram.


-Nós temos uma hora para ficarmos atoa até a aula de poções...- disse Clair olhando para o relógio


-Eu beijei a Rose ontem- disse James de repente


-O quê?!- exclamou Clair surpresa- Ah, saquei a detenção então... Safadinhos...


-Nossa Clair, mas que mente mais poluída!- riu James


-Falou o Gandhi- riu Clair- Mas me conta mais...


                James contou o que tinha acontecido.


-Aiiiiiiiiii! Que fofo!- exclamou Clair- Olha, James, você tem certeza dessa sua estratégia maluca de pegar detenções para ficar com ela... É que sei lá, a Rose é tão séria...


                James deu de ombros e mudou de assunto. Quando ele menos esperava, já estava na aula de Poções.


“Ai que tédio”- pensou James suspirando


-Com licença professor- disse James chamando a atenção do Slughorn que terminava de escrever a matéria no quadro- Poço ir ao banheiro?


-Certamente- respondeu Slughorn


-Obrigado, com licença- disse James saindo da sala


“Finalmente”- pensou James feliz por sair da sala


                James foi até o banheiro, lavou o seu rosto, pois estava morrendo de sono. Ele não sabia por que, mas as aulas de Poções o enchiam de tédio e sono. Ao sair do banheiro James escolheu o caminho mais longo para voltar para a aula, mas foi nesse caminho que por coincidência ou não passava pela sala do zelador, que James encontrou dois estudantes do primeiro ano chorando num banco um pouco depois da sala do mesmo.


  -Ei, o que foi? Vocês estão bem?- questionou James olhando para dois pequenos lufos


-Sim- respondeu a menina enxugando as lágrimas


-Nós estamos bem- respondeu o menino levantando e enxugando as lágrimas com a manga da blusa


-Por que vocês estavam chorando?- questionou James preocupado


-O Arnold achou a gente a pouco no corredor... É que nós estávamos perdido, sabe... Eu não sei onde é a estufa, sei lá...- disse a menina coçando a cabeça


-Aí, ele mandou a gente escrever 100 vezes que não vamos matar mais aula... Mas nós estávamos perdidos! Ele não acreditou na gente!- disse o menino indignado- A minha mão está doendo!


-A minha também!- disse a menina levantando- Eu quero ir embora daqui...


-Calma Evelyn- disse o menino abraçando a amiga- Nós vamos ficar bem...


-Não vamos não! Stuart, eu não quero mais vê aquele homem!- disse Evelyn chorando


-Calma Evelyn, Hogwarts é muito mais do que o Arnold, ele só é uma pequena parte desse imenso castelo mágico- disse James docemente- O que vocês acham de eu contar uma história para vocês, enquanto deixo os dois na aula de Herbologia?


                Os dois assentiram animados.


-Qual é seu nome?- questionou Evelyn curiosa


-James Sirius Potter- respondeu James com um belo sorriso


-Uau!- disse Stuart surpreso- Você é o famoso rei das detenções que o meu irmão tanto fala! É verdade que você quebrou todos os recordes?! Que você é amigo do Pirraça?!


-Sim e sim- riu James


-Legal!- disse Stuart com os olhos brilhando de admiração


-Que história você vai contar para gente?- questionou Evelyn


-Essa história é sobre um homem que se chamava Benjamin Gael, mas que era conhecido como o famoso Sr. Rabugencius, ele viveu aqui na Inglaterra do século XIX ...


Rabugencius era um senhor de idade que era temido por todos que viviam na pequena cidade bruxa de Ipswich. Ele tinha um olhar frio e sombrio que fazia as crianças pequenas correrem dele quando o encontravam por ventura no meio do caminho.


               Dentre as muitas características que valeram a fama desse senhor, as que mais destacaram foram: a ganância, o egoísmo e a frieza. Ele era o dono do banco da cidade e era sem dúvida o homem mais rico da mesma.


                Rabugencius não tinha amigos e só tinha uma pessoa em toda a cidade que o suportava, Luke Gael (20 anos) que era sobrinho do senhor Bejamin. Luke trabalhava com o tio no banco, desde que perdera seu pai (ele morreu por causa de uma tuberculose), ele era um jovem sonhador e amável que era admirado por todos da cidade, pois suportava todas as explorações do seu tio para cuidar da sua mãe (Margareth) e irmã (Helen, 10 anos), além de sempre manter um sorriso no rosto.


                Benjamin andava de um lado para o outro ansioso no seu escritório.


-Sr. Gael, me chamou?- questionou Luke batendo na porta


-O senhor está dez minutos atrasado!


-Me desculpe senhor é que eu tive que ajudar um pequeno garoto aleijado hoje cedo, sabe, eu comprei pão para ele coitado...


-E eu com isso? A única coisa que eu me importo é com o meu dinheiro! Você atrasou dez minutos e eu perdi dinheiro por isso! Vou descontar dez moedas de ouro do seu salário!


-Mas, senhor eu prometi que eu ia comprar um frango para esse final de semana...


-Não me importo, compre um coelho! E o senhor vai ficar até mais tarde aqui no banco! Dispensado.


-Mas senhor, por favor, é o aniversário da minha irmã no final de semana- implorou Luke- Da sua sobrinha...


-Pensasse nisso antes! Saia!


                Luke saiu desolado, apesar de tudo ele amava o seu tio e sentia pena dele. Assim que ele chegou em casa, ele encontrou a sua mãe sentada na sala preocupada.


-Meu filho, você demorou tanto, já são dez horas da noite!


-Luke- berrou Helen correndo e pulando nos braços do irmão


-Eu estava trabalhando mãe, tive que ficar até mais tarde hoje...


-Imagino que vai ganhar um aumento...


-Não... Acontece que cheguei atrasado e fui penalizado... - disse Luke explicando o ocorrido


-Isso quer dizer que não vou ter o meu prato favorito no sábado?- questionou Helen tristemente


-Eu não disse isso- disse Luke com um belo sorriso- Vou dar um jeito, eu prometo


-Helen, vai para o seu quarto dormir- mandou Margareth


-Sim, mamãe- disse Helen dando boa noite e indo para seu quarto


-Luke, não prometa o que não pode cumprir- censurou Margareth- E, meu filho, sente-se


-Mãe, eu imagino o que a senhora quer falar, mas...


-Deixa eu falar- pediu Margareth- Hoje não foi a primeira vez e provavelmente não será a última


-Mãe...


-Me escuta Luke Gael- mandou Margareth- O seu tio faz de tudo para diminuir o seu salário, atrasa um minuto menos uma moeda de ouro e por aí vai... Eu não agüento mais e não quero mais que o senhor trabalhe com ele!


-Mas mãe, eu ganho vinte moedas de ouro por semana e tenho conseguido chegar na hora, só hoje que eu...


-Não, para mim basta e eu tenho costurado para fora, dá para nós vivermos dignamente


-A senhora está trabalhando, mãe?! Desde quando?


-Desde que eu percebi que o seu tio é uma víbora e que não tem coração! Saímos do campo depois da morte do seu pai, viemos aqui para a cidade pedir ajuda e o que ele tem feito?


-Nos ajudado...


-Não ele tem te explorado!


-Mãe, ele é sozinho e nós somos a família dele, não posso deixá-lo...


-Ou o senhor pede demissão amanhã ou eu que vou tirá-lo de lá, nem que seja à força!


-Seja razoável, precisamos do dinheiro e eu estou cansado para ficarmos falando nisso hoje...


-Está bem, mas o assunto continua no domingo


-Sim senhora, boa noite mãe


-Boa noite, meu filho


                No dia seguinte o jovem Luke fez questão de chegar 10 minutos mais cedo com a esperança de receber o salário completo, mas foi em vão.


-Aqui está o salário dessa semana- disse Benjamin entregando as dez moedas de ouro para seu sobrinho


-Senhor, obrigado, mas eu pensei que...


-Pensou errado


-E a sua sobrinha? Ela não vai comer o prato favorito dela assim...


-Não é problema meu


-É o aniversário dela senhor, tenha piedade


-Saia


-Somos a sua família, mesmo que o senhor não queira. O que seu irmão ia pensar disso tudo?


-Ele foi fraco e casou com aquela mulherzinha sem classe e teve dois imprestáveis! Além de ter desgraçado o nome da minha família!


-Como?! Com todo o respeito senhor, eu não admito que o senhor desrespeite o nome do meu pai, da minha mãe e da minha irmã!


“A minha mãe tinha razão, ele não tem coração!”- pensou Luke


 -Para mim basta! Eu me demito!- disse Luke visivelmente transtornado e saindo do escritório do tio revoltado e acima de tudo decepcionado


                Benjamim ficou olhando para a porta que o sobrinho tinha acabado de sair e sorriu.


“Quero ver quanto tempo isso vai durar! Em breve ele volta e vou só dar a metade do salário dele!”


                Mas, passado um minuto uma grande ventania tomou conta do escritório, Benjamim ficou olhando assustado para a janela e olhou admirado para a bela fada que entrava através da mesma.

 


-Boa noite Benjamim- disse a fada docemente- Eu me chamo Lua e já faz um tempo que venho o observando...


-Boaaaa- gaguejou Benjamim- Noite


-O senhor tem uma história que me encanta, mas me espanta


-Como?


-O senhor se lembra dessa criança?- questionou a fada fazendo um leve movimento com a sua mão esquerda


                Benjamim se assustou, pois ele estava dentro da sua mansão (herdada com o falecimento dos seus pais), mas ele estava se vendo brincando com o seu irmão mais novo (Alan).


-O que aconteceu com essa criança? Ben? O que houve com ela e com a amizade entre essas duas crianças?- questionou Lua


                Benjamim olhava para o pequeno Alan que corria alegre pela mansão atrás do irmão mais velho.


-Ben, quando você for para Hogwarts você vai escrever para mim não vai?    


-É claro que eu vou!- sorriu Ben              


-E você escreveu, não escreveu?- questionou Lua


-Escrevi- disse Benjamim olhando para o Alan


-Vocês eram muito unidos em Hogwarts e você sempre o protegia...- disse Lua fazendo ela e Benjamim irem para Hogwarts


                Alan (11 anos) estava chorando num canto e Benjamim (14 anos) o consolava.


-O zelador me bateu- chorava Alan mostrando a mão direita vermelha- E depois me obrigou a joelhar no milho!


-Calma Alan, eu vou preparar uma poção e vai sarar...


-Os dois formaram e foram trabalhar com o pai de vocês no banco, mas algo aconteceu...


                Alan (20 anos) e Benjamim (23 anos) discutiam num beco...


-Você não pode fazer isso com a nossa família!- gritava Benjamim


-Eu a amo Ben! Eu não me importo com o fato dela ser trouxa! Eu só quero amá-la e ser feliz com ela!


-Você só pode estar maluco!


-Eu a amo, já peguei tudo o que tenho e vou morar com ela no campo e seremos muito felizes juntos! E espero que um dia nossos pais me perdoem... E você também...


-Se você for embora, você estará morto para mim! Você é a vergonha da família, manchou o nosso nome ao pedir aquela trouxa em casamento!


-Adeus Ben, eu sinto muito- disse Alan aparatando


 -Mas você também teve a sua paixão, não é mesmo?- questionou a Lua fazendo Benjamim ver a sua grande paixão


  -Marie...- disse Benjamim assistindo ao seu casamento


-Vocês foram felizes por um tempo, até que com a morte do seu pai, você passou a se interessar somente pelo dinheiro, ele aos poucos tornou a sua grande paixão...


                Foi então que Benjamim assistiu o último dia que ele viu Marie...


-Onde você pensa que vai?- questionou Benjamim (28 anos) que tinha acabado de chegar em casa do trabalho


-Estou indo embora, não agüento mais! Nesses 3 anos que ficamos juntos, você mal olhou para mim! Adeus Ben, case com o seu dinheiro!- disse Marie aos prantos saindo de casa


-Marie?!


-Ela te deixou, mas não saiu sozinha de casa...- disse a Lua fazendo Benjamim observar a Marie novamente


-Eu não posso ficar com uma filha desquitada e pior, grávida! Saia de casa! Você é a vergonha dessa família!- disse o pai da Marie


-A sua doce Marie foi expulsa de casa, pois estava grávida...- disse a Lua acompanhando os passos da Marie que chorava desolada, sem rumo


-Marie! Não, por que você não voltou?- disse Benjamim tentando segurar a Marie em vão


-Ela não te escuta, não te sente...


-Por que você está fazendo isso comigo?- questionou Benjamim fitando a fada com raiva


-Ainda não acabei- disse a fada pegando o braço de Benjamim e levando-o para outro local


-Onde estamos?- questionou Benjamim olhando para uma casa no campo humilde e aconchegante- Alan?! Ele está mais velho...


-Aí ele está com 25 anos, observe...- disse a Lua


-Por que um padre está saindo da casa dele, ai meu Deus... É um caixão, mas é tão pequeno...


-Ali está o seu sobrinho, ele tinha seu nome... E só viveu 1 ano... Pobre bebê e pobre família... E onde o senhor estava nesse momento? Alan era seu irmão, seu amigo, você o abandonou...


-Não, eu...- disse Benjamim com os olhos marejados


-Mas não foi só ele que você abandonou...- disse a fada levando Benjamim para outro local- Reconhece?


-Marie! Ela está...


-Numa casa abandonada tendo o seu filho às escondidas para poder voltar para a casa, mas assim que ela vê o bebê, não aceita, foge no meio da madrugada, pega o primeiro trem e sai sem rumo com 3 moedas de ouro e um crucifixo de prata...


-Marie, meu amor...- disse Benjamim chorando


-Sem saber o que fazer, fraca, sem dinheiro e com um bebê nos braços, ela caminha pela vila em que ela desembarcou...


-Ela está sangrando?- questionou Benjamim assustado


-Marie compra um cesto com as 3 moedas de ouro e continua a sua caminhada sem um rumo definido, até que ela vê um casal visivelmente apaixonado entrando na sua casa...


-A mamãe não está bem, meu anjo, mas você vai ficar bem, eu prometo- disse Marie docemente olhando para o filho


-Quem ela viu? Por que ela está pálida? Por que ela está chorando?


-Ela está chorando porque sabe que vai morrer e não vai mais ver o seu filho, o seu querido filho que ela acabou de ter


                Com aquelas duras palavras, Benjamim ficou pálido e chorou ainda mais ao ver a Marie deixar o cesto com o bebê em frente da porta de uma casa e sair às pressas. Lua fez o Benjamim ver Marie caminhar até cair sem vida no meio da floresta.


-Ela foi encontrada por um caçador e devidamente enterrada de baixo da árvore que fora encontrada... Mas e o seu filho? Ele está chorando em frente a porta de alguém...


                Benjamim ficou olhando apreensivo, esperando a porta ser aberta, até que...


-Não pode ser! Alan?!- disse Benjamim assustado


-Sim, Bem, Alan, quem diria...


-Ei, pequeno quem te deixou aqui?- disse Alan docemente pegando o bebê em seus braços e olhando à sua volta- Maragreth temos visita!- disse Alan sorridente


-Alan quem é?- questionou Margareth olhando surpresa para o marido


                Margareth olhou para o bebê e para o cesto e compreendeu tudo.


-Poço pegá-lo- questionou Margareth emocionada que desde que perdera o pequeno Benjamim sentia um imenso vazio no peito


-Claro!- disse Alan entregando o bebê para a esposa e pegando o cesto


-Ele está com fome, não é...- disse Margareth dando o seu peito, que até então ficava vazando, para o bebê mamar- Viu, ele está faminto!- disse Margareth chorando- Nós fomos abençoados hoje, Alan! Deus viu o nosso sofrimento e nos deu um de seus filhos para nós!     


-Só tem um crucifixo aqui dentro...- disse Alan que também estava emocionado- Você tem razão, meu amor, Ele quer que nós sejamos pais de novo... Como nós vamos chamá-lo?


-Luke- disse Margareth docemente


-O pequeno Luke encheu aquela casa de alegria, Alan e Margareth tinham muito orgulho do filho...


-Mãe- chamou Luke (9 anos) correndo pela casa até chegar à cozinha- Me conta de novo sobre o dia que o papai me achou?


-Você quer saber sobre o dia que eu e seu pai nos sentimos os pais mais abençoados do mundo?!- questionou Margareth fazendo Luke sorrir


-Sim!- disse Luke saltitando e só parando para sentar no colo da sua mãe e ouvir a história


-No ano seguinte, Alan e Margareth ficaram preocupados em como Luke ia reagir com o nascimento da irmã...


-Mamãe- disse Luke chamando a atenção da mãe que ajeitava as roupas da Helen- Você se lembra do que você sempre fala quando me conta a história do dia que você e o papai me acharam?


-Como?- questionou Margareth se aproximando do filho que estava balançando o berço da irmã


-Que vocês se sentiram os pais mais abençoados do mundo...


-Ah, sim- sorriu Margareth- Por quê?


-Porque, eu estou me sentindo assim mãe, o irmão mais abençoado do mundo!- disse Luke fazendo carinho na irmã


-Ah, Luke- disse Margareth abraçando o filho


-O Luque cresceu foi para Hogwarts entrou para a Sonserina como você e seu irmão, deu muito orgulho para a sua família, pois foi monitor e o aluno mais brilhante de Hogwarts...


-Pai- disse Luke (16 anos)- Espero que algum dia eu consiga ser médico para ajudar as pessoas, tem tanta gente que acaba morrendo por falta de assistência...


-Você vai conseguir meu filho, eu vejo isso nos seus olhos- disse Alan orgulhoso


-Pai...


-Sim filho


-Por que você não fala muito da sua família? Eu acho isso tão estranho...- questionou Luke olhando para o pai- Eu fiquei sabendo da morte da minha avó pelo jornal, isso foi tão estranho... Eu nunca tinha visto ela antes, nem o meu tio, como é mesmo o nome dele? Ah, Benjamim... Ele estava com um olhar estranho...


                Foi então que Alan contou toda a sua história para seu filho.


-Então, Luke foi por isso que no enterro da minha mãe e do meu pai...- disse Alan chorando- Que eu tive que ficar afastado e esperar não ter mais ninguém por perto para me despedir e pedir desculpas...


-Pai, eu sinto muito... Eu...- disse Luke constrangido e abraçando o pai


-Ele mal sabia o meu nome, o meu filho- disse Benjamim tentando encostar a sua mão no braço do filho


-Como ele ia saber? Você o abandonou como a mãe dele e o seu irmão!- disse Lua fazendo Benjamim se sentir ainda mais triste- O Luke se formou em Hogwarts, foi o melhor aluno do sétimo ano, monitor chefe e passou nos NIEM’s para entrar na Academia de Curandeiros. Lá, ele era um dos melhores estudantes, mas passado dois anos, ele recebeu uma carta falando do adoecimento do pai, não pensou três vezes e voltou para casa para cuidar da sua família, até o inevitável acontecer...


-Alan...- disse Benjamim assistindo o enterro do irmão


-Eles vieram até você para o senhor ajudá-los, e o que você fez?- questionou Lua


-Chega, eu não agüento mais!- gritou Benjamim atordoado


-Não acabei- disse a Lua- Veja, essa é de hoje...


-Filho o que você está fazendo?- questionou Margareth assustada


-Eu não preciso mais deles!- disse Luke que ainda estava nervoso por causa do ocorrido- Você tinha razão! Ele é um monstro e eu um idiota que acredita nas pessoas!


-Filho o que houve?


-Eu me demiti! Mãe, dá licença que eu vou vender esses livros para cumprir a minha promessa!- disse Luke com lágrimas nos olhos- É uma ilusão... Eu não posso sonhar que eu vou voltar a estudar... Eu tenho que cuidar de vocês, no próximo ano a Helen vai para Hogwarts... Não vai ser fácil...


-Filho...


-Dá licença mãe- disse Luke se controlando e abraçando a mãe


-Ele vendeu os livros?- questionou Benjamim


-Vendeu. Luke é um bom rapaz, ele é justo, honesto, determinado e tem um coração enorme, tanto que ele acreditava em você, acreditava que existia um homem bom dentro de você. Mas foi em vão...- disse a Lua- Você o decepcionou...


-Não fala assim... Estou me sentindo um monstro...- disse Benjamim


-Ben, você pode mudar a sua história se quiser, você pode ter a sua família de volta, pois se você está se sentindo assim é porque o Ben, o pequeno Ben ainda está no seu coração, liberte-o, deixa-o viver!- disse a Lua desaparecendo logo em seguida


                Benjamim não pensou três vezes saiu do seu escritório às pressas para comprar os livros que Luke tinha vendido, depois foi a uma loja de brinquedos para comprar um presente para sua sobrinha e a uma floricultura comprar flores para sua cunhada. Com tudo em mãos foi a casa de Margareth, bateu na porta e esperou ansioso por uma resposta.


“Isso é uma loucura...”- pensou Benjamim desanimando- “O que estou fazendo aqui?”


-Ra... quer dizer Benjamim?!- disse Margareth surpresa- O que o senhor está fazendo aqui?- questionou Margareth cruzando os braços


-Vim pedir desculpas pela forma que venho tratando a senhora e seus filhos, principalmente, o Luke- disse Benjamim sinceramente- A vida me fez um homem amargo, sem coração e ganancioso, venho aqui pedir uma chance para eu mudar.


-É... Bem... Por favor, entre- disse Margareth surpresa assimilando o que tinha ouvido


-Essas flores são para a senhora, por favor, aceite o meu pedido de desculpas- disse Benjamim


-Obrigada- disse Margareth envergonhada- E aceito sim, o Alan ia querer que eu te desse uma segunda chance- sorriu Margareth


-E o Luke?- questionou Benjamim


-Foi buscar a irmã na escola- respondeu Margareth- O senhor aceita um pouco de chá enquanto o espera?


-Certamente- respondeu Benjamim


                Enquanto os dois aguardavam, Benjamim percebeu o quanto Margareth era interessante, ela era charmosa e inteligente, então compreendeu por que seu irmão tinha se casado com ela. Mas assim que a porta se abriu, uma onda de ansiedade dominou-o.


-Mãe, por que esse homem está na nossa casa?- questionou Luke nervoso- Helen, vai para seu quarto- pediu Luke olhando para a irmã que saiu correndo da sala- Responda- mandou Luke


-Luke Gael, não fale comigo nesse tom- repreendeu Margareth


-Desculpe-me, mas a senhora deve compreender o porquê do meu tom- respondeu Luke


 -Luke, o seu tio veio até nós para nos pedir desculpas- disse Margareth aproximando do seu filho- Ouça o que ele tem a dizer Luke, vale a pena- pediu Margareth acariciando o braço do filho- Vou deixá-los a sós


                Luke sentou-se na poltrona que ficava à frente da que o seu tio estava sentando e ficou fitando-o com curiosidade e raiva.


-Então, a que devo a honra da sua visita?- questionou Luke ironicamente


-Vim pedir perdão pela forma que venho te tratando desde que chegou aqui- respondeu Benjamim com tamanha sinceridade que surpreendeu Luke


-Como?- questionou Luke surpreso


-Me desculpas por tê-lo decepcionado, por maltratá-lo, humilhá-lo... Fiz coisas que me envergonham e desejo ter uma segunda chance, se o senhor me permitir...


                Benjamim ficou olhando para seu filho a espera de alguma resposta, até que Luke sorriu.


-Tio, vejo que o senhor está sendo sincero, então o perdôo- sorriu Luke se levantando- Que tal passarmos uma borracha nisso tudo e começarmos do zero?


-Obrigado- disse Benjamim sorridente se levantando e abraçando seu filho- Tome esse pacote é para você


                Luke abriu o pacote e não conseguiu conter as lágrimas nos seus olhos.


-Mas como que...


-Eu quero que o senhor volte a estudar Luke


-Mas eu tenho que...


-Não, de agora em diante faço questão do senhor e a sua família morarem comigo. Há muito tempo moro em uma casa grande, mas sem alguém para dividi-la comigo... Ficaria muito agradecido se vocês aceitassem, afinal somos uma família, não?


-Eu não sei...- respondeu Luke olhando para mãe e a irmã que o observavam de longe


-Luke- disse Margareth entrando na sala- Por que não? Será melhor para nós e principalmente para você


-Está bem- disse Luke


                Benjamim sorriu e só parou quando sentiu alguém puxando levemente a sua calça.


-Senhor- chamou Helen


-Por favor, me chame de tio- sorriu Benjamim


-Tio, o que tem naquela caixa ali?


-Ah, aquilo é o presente adiantado de uma doce menininha que morava nessa casa- respondeu Benjamim fazendo Helen sorrir e correr até a caixa


-Posso abrir?


-Claro- respondeu Benjamim


-Mãe, Luke olham eu ganhei uma boneca!


                Daquele dia em diante os Gael passaram a viver juntos e felizes na maior mansão da cidade. Benjamim deixou de ser o famoso e detestável Sr. Rabugencius e reaprendeu a amar, enquanto que Luke conseguiu realizar o seu sonho de se tornar médico para orgulho da sua família.


 


-Calma aí, terminou?- questionou Stuart


-Não pode terminar assim!- protestou Evelyn- O Benjamim tem que contar que é o pai do Luke!


-Sim, concordo- riu James- Mas os dois tem aula de Herbologia naquela estufa ali e eu tenho aula de Poções


-Ah- lamentaram Stuart e Evelyn


-Mas o que vocês aprenderam até agora?- questionou James


-Que todos merecem uma segunda chance- respondeu Stuart


-E?- questionou James


-Não sei- respondeu Evelyn


-Que não devemos julgar ninguém, sem antes sabermos a sua história- disse James pensativo- Rabugencius tinha seus motivos, a sua história pessoal para ser do jeito que era.


-Ah sim- compreendeu Evelyn- Você se inspirou no nosso Rabugencius, o Arnold, certo?


-Certo- sorriu James- Por mais que ele aparenta ser tão detestável, ninguém é 100% mau. E ele deve ter uma história que explique todo aquele rancor e toda aquela frieza...- disse James pensativo


-Então, essa história também vale para você não?- questionou Stuart- O meu irmão me disse o que você  fez com o zelador ano passado...


-Sim- riu James- Essa história também vale muito para mim, mas se fiz o que fiz no ano passado é porque tive os meus motivos, digamos que não sou o tipo de homem que leva desaforo pra casa. Apesar...


-Apesar?- questionou Evelyn


-Que isso não tenha sido a melhor escolha...- disse James coçando a cabeça- O que vocês estão esperando para entrarem nessa estufa?


-Você vai continuar a história?- questionou Stuart


-No intervalo depois do almoço, quem sabe?- riu James batendo na porta da estufa- Professor? Professor Longbotton?


-Sr. Potter? O que o senhor está fazendo aqui?


-Encontrei dois alunos perdidos senhor e eles estão loucos para assistirem a sua aula- disse James se afastando da porta e deixando Stuart e Evelyn entrarem na sala


-Obrigado Sr. Potter, concedo 10 pontos à Grifinória por sua atitude e diga ao Slughorn para conversar comigo se o senhor tiver problemas com ele quando voltar


-Obrigado senhor, tenha um bom dia- respondeu James


                James foi correndo para a aula de Poções, chegando lá ele explicou tudo para o Slughorn e sentou-se no seu lugar.


-Onde você estava?- questionou Clair


-Depois eu explico- respondeu James


                Assim que a aula terminou James, Clair, Lorcan e Lucy foram para o Salão Principal para almoçarem. James e Lucy foram para a mesa da Grifinória, enquanto que Lorcan e Clair foram para as suas respectivas mesas. Durante o almoço James não conseguia tirar os seus olhos de Rose e não passou despercebido.


-Jay- chamou Lucy


-Hã?


-Jay


-Que foi?- questionou James olhando para a Lucy


-Você gosta dela, não gosta?- questionou Lucy baixinho


-De quem?- questionou James corando levemente


-Da pessoa que você não tirava os olhos- respondeu Lucy marota- E que te fez corar


-Por Merlin Lucy- disse James corando-se ainda mais- Está tão na cara assim?


-Relaxa Jay, eu sou a única dessa mesa com QI elevado- sorriu Lucy- Então?


-Então o que?


-Já falou para ela?


-Depois conversamos- respondeu James olhando para a Michelle que acabara de chegar e fez questão de sentar-se na frente do James e da Lucy


-Boa tarde- disse Michelle olhando significativamente para James- Então Jay com foi seu dia?


                James olhou assustado para a Lucy, de modo que ela lia “Não acredito que ela está na minha frente falando comigo”.


-Então James, como foi o seu dia?- questionou Lucy marota


-Ééé... Bem, foi..., bom- gaguejou James


-O meu também- disse Michelle desabotoando a blusa- Só não gosto desse calor todo, está quente não?


                James ficou olhando para as mãos da Michelle que desabotoavam a blusa, ficou acompanhando-as até que os seios da Michelle começaram a aparecer.


-Ai que calor- disse Michelle abrindo levemente a blusa e deixando um belo decote, chamando a atenção dos garotos do sétimo e sexto ano que estavam por perto


-Então por que você não toma um banho de água fria?- disse Clair surgindo do nada e lançando um jato d’água na Michelle


-Sua!- disse Michelle irritada e saindo da mesa para se secar


-Se quiser mais é só pedir!- disse Clair sentando-se do lado de James


-O que seria de mim sem você?- disse James abraçando a amiga- Você é meu anjo da guarda mesmo- sorriu James


-Ah Jay- sorriu timidamente Clair


                O restante do almoço foi tranqüilo, até que James começou a ouvir uns burburinhos tímidos, olhou para trás e viu um grupo de aluno do primeiro ano da Lufa- lufa e sorriu para eles.


-Então?- disse James se aproximando do grupo- Caramba jurava que conversei só com duas crianças...- disse James fazendo-se de bobo e provocando risadas


-Nós contamos para nossos amigos- disse Stuart


-Você quis dizer eu contei, certo Stu?- disse Evelyn provocando mais risadas


-Entendi- sorriu James- Vocês vão ter aula de que agora?


-Transfiguração- respondeu Stuart


-Então vamos para o pátio que fica em frente à sala de aula- disse James


                James foi até o pátio, sentou-se no chão juntamente  com as crianças, fazendo-se assim um círculo e retomou a história.


 


                Durante a sua formação na Academia de Curandeiros Luke sempre passava o final de ano com a sua família, mas assim que ele formou, ficou por um tempo trabalhando em Londres e depois decidiu voltar para Ipswich para trabalhar no hospital de lá.


                Benjamim, Margareth e Helen (13 anos- que estava nas férias de verão de Hogwarts) aguardavam ansiosos pelo trem de Luke na estação.


-Deve ser aquele!- disse Helen animada


                Helen estava certa, minutos depois Luke desceu do trem e foi até a sua família.


-Luke!- disse Helen pulando nos braços do irmão


                Luke abraçou a irmã, depois a mãe e depois Benjamim.


-Então tio como vão os negócios?- questionou James


-Bem- respondeu Benjamim que sonhava com o dia que ia ser chamado de pai


                Durante à noite Luke ficou conversando com Margareth e Benjamim, enquanto tomavam vinho.


-Luke, meu sobrinho, eu gostaria de pedir a mão da sua mãe em casamento- disse Benjamim de repente


-Vocês...


-Luke, meu filho, eu e o...


-Mãe- sorriu Luke- Eu notei que de um tempo para cá vocês se olhavam, no mínimo, diferente- disse Luke se aproximando da mãe e do Benjamim- É claro que vocês têm a minha benção, vamos brindar!


                No dia seguinte Luke começou a trabalhar no hospital da cidade bem cedo, ele cuidava dos pacientes com muita atenção e carinho, então logo ele foi cativando os seus colegas de trabalho e os moradores da cidade. Nos finais de semana, Luke passava de casa em casa das pessoas mais humildes e examinava cada família em situação de vulnerabilidade, o que lhe valeu o nome de “doutor do povo”.


                Margareth tinha muito orgulho do filho, mas estava preocupada com o futuro dele, pois ele já tinha 23 anos e não tinha uma namorada nem nada... Então, no domingo à noite Luke chegou em casa segurando, uma galinha, uma bolsa cheia de ovos e segurava um carneiro  preso em uma corda.


-Nossa Luke, ainda preciso me acostumar com isso- riu Margareth pedindo pra um empregado ajudar o filho- Luke venha aqui...


                Luke seguiu a mãe até a sala de leitura e sentou-se no sofá ao lado dela.


-Filho, eu estava pensando, acho que já está na hora do senhor começar a namorar- disse Margareth diretamente


-Namorar? Mas como mãe, eu não tenho tempo!


-Filho, eu andei conversando com seu tio e ele concorda comigo, isso não tem discussão!


-Está bem, vou me arrumar e sair, com licença- disse Luke saindo da sala de leitura


-Sair?! Para onde posso saber?


-Com meus amigos- respondeu Luke subindo a escada


                Luke ouviu mais algumas coisas enquanto subia a escada, mas continuou o seu caminho até seu quarto. Depois do banho, Luke se arrumou, pegou a sua cartola e bengala, e saiu. Entrou na carruagem e foi questionado pelo cocheiro para onde iria.


-Só siga em frente- disse Luke que queria respirar um pouco de ar e ficar sossegado


“Não acredito que a minha mãe quer arranjar um casamento para mim?!”- pensou Luke indignado


                Com os pensamentos a mil por hora, Luke pediu pra o cocheiro parar na praça e ficou feliz em ver que estava tendo uma apresentação de teatro ao ar livre. Ao se aproximar Luke percebeu que estava tendo uma apresentação de “Hamlet”.


-Eles são ótimos!- exclamou uma voz feminina ao seu lado


-Também acho- disse Luke olhando para o lado e se espantando com a beleza da moça- E você também- disse Luke baixinho, sendo ouvido pelo homem que estava ao seu lado entre ele e a moça


-Senhor, por favor, respeite a minha filha- repreendeu Arthur Sperb


-Desculpe-me senhor é que a sua filha parece um anjo- disse Luke envergonhado


-Espera, o senhor é o famoso doutor dos pobres- constatou Arthur


-Exato, sou Luke Gael e o senhor?


-E nem se apresenta como doutor- sorriu Arthur- Sou Arthur Sperb e essa é a minha filha, Esmerald


-Entendo- disse Luke hipnotizado pelos olhos verdes da Esmerald- É um prazer conhecê-los


-Igualmente- disse Arthur apertando a mão de Luke


-Encantada- disse Esmerald estendendo a mão


                Luke segurou delicadamente a mão de Esmerald e curvou-se, ao erguer-se admirou o rosto da dama que parecia ser de porcelana de tão delicado que era.


-A senhorita deve ter muitos pretendentes- disse Luke de repente


-Não muitos, cheguei da França ontem- disse Esmerald afastando uma mecha de cabelo loiro dos seus olhos


-Esmerald estava cuidando da avó em Paris, como uma boa neta- disse Arthur orgulhoso


-Eu não me lembro da senhorita em Hogwarts...


-Estudei em Beauxbetons e passei os últimos anos em Paris com a minha avó- disse Esmerald timidamente


-Com licença doutor, eu e a minha filha precisamos ir, foi um prazer- disse Arthur


-Mas pai a peça não acabou- protestou Esmerald


-A senhorita já sabe a história, vamos querida- disse Arthur pegando a mão da filha que deixou o seu lenço cair no chão


                Luke pegou o lenço, colocou no bolso e seguiu os dois.


-Sr. Sperb- chamou Luke fazendo Arthur parar


-Pois não?


-O senhor me permite ver a sua filha novamente?- questionou Luke ficando vermelho a cada palavra


-Se a minha filha assim desejar, por que não?- respondeu Arthur fazendo Esmerald sorrir


-Adoraria papai- disse Esmerald sorridente


-Aguardamos o senhor amanhã às 17 horas para um chá- disse Arthur


-Será um prazer


 


                James parou ao ouvir o relógio batendo.


-Está na hora da aula, amanhã continuo- disse James provocando murmúrios de lamentação


                À noite James foi para a sua detenção com a Rose depois do jantar, encontrando-a na sala dos troféus.


-Rose- disse James assim que chegou


-James...


                Os dois ficaram em silêncio si fitando, até que Rose começou a falar.


-Sr. Potter- disse Rose séria- Comece a tirar a poeira dos troféus, imediatamente!


                James se aproximou da prima e sorriu docemente.


-Rose, eu estou aqui porque eu quero ficar com você, eu te amo


                Rose estremeceu de nervosismo.


-Eu não estou brincando- disse Rose vermelha de vergonha


-Nem eu- disse James beijando a prima


-Sr. Potter se o senhor fizer isso novamente- disse Rose se afastando com dificuldade


                James beijou a Rose novamente e com mais intensidade assim que ela terminou de falar.


-Eu te amo Rose, com todas as minhas forças, eu te amo- disse James sinceramente


-Mas eu não!- disse Rose com firmeza e se afastando do primo


-Como? Fala isso olhando nos meus olhos- disse James incrédulo


-Eu não te suporto, você é um fora da lei arrogante!- disse Rose controlando as lágrimas


-Fala que não me ama, olhando nos meus olhos- disse James assimilando o que estava acontecendo


-Eu não te amo- disse Rose com dificuldade e olhando nos olhos do James


                James fitou a prima incrédulo.


-Que foi James Potter está surpreso por eu não cair aos seus pés?!- disse Rose contendo-se


                Rose esperou por uma resposta, mas ela não veio em forma de palavras. James simplesmente saiu, deixando-a sozinha na sala dos troféus.


“É o melhor para nós”- pensou Rose tristemente sentando-se no chão e chorando- “Eu te amo”


                James saiu da sala dos troféus, triste, desolado, decepcionado e só pensava em recolher a sua insignificância e sumir.


“Ela não me ama, disse com todas as letras que não me ama!”- pensava James andando sem rumo pelo castelo- “Eu preferia ter morrido a viver para ouvir isso!”

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.