Cap 6



 


-O meu verão estava ótimo, primeiro porque fui o melhor aluno de Hogwarts nos NOM’s, eu simplesmente fechei todas as provas, mas na segunda semana do verão, recebi uma notícia que acabou comigo....


 


                Um advogado bateu na porta da Mansão dos Potteres em uma sexta feira à tarde.


-Sra. Potter, gostaria de conversar com seu filho James Sirius Potter- disse o advogado


                Gina deixou-o entrar e foi até o quarto do filho.


-James- disse Gina entrando no quarto sem bater a porta e encontrando o filho desenhando- O que você aprontou com o seus amigos ontem à noite? É só seu pai viajar e o senhor já sai mostrando as asinhas?


-Hã?- questionou James confuso


-Tem um advogado esperando-o lá na sala!


-Então vamos descer- disse James calmamente


Minutos depois...


-Sr. Potter, serei direto- disse o advogado- O seu amigo Argus Filch faleceu semana passada


-Como? – interrompeu James desolado- Eu nem fiquei sabendo! Ele foi enterrado?


-Infarto e teve uma cerimônia só para amigos em Hogwarts e...


-Mas eu sou amigo dele! E nem fiquei sabendo!- disse James revoltado


-Filho se acalma- pediu Gina


-Sr. Potter, sinto muito pela sua perda, mas estou aqui porque o Sr. Filch colocou-o como único herdeiro e deixo-o essa carta


                James pegou a carta com dificuldade, pois a sua mão tremia.


-Por favor, assinem esses papéis- disse o advogado


                James assinou com dificuldade e depois a sua mãe assinou.


-E antes que me esqueça tem essa gata aqui- disse o advogado deixando a Madame Norra II, que estava dentro de uma gaiola, no chão- Os demais bens o senhor precisará completar dezessete anos para desfrutá-los. Boa tarde- disse o advogado


-Espera- disse James impedindo o advogado de sair- Onde ele foi enterrado?


-No Cemitério Central de Hogsmeade- respondeu o advogado aparatando


                James pegou a gata que estava tão triste quanto ele, a tal ponto de não se importar em estar presa naquela gaiola e nem perceber que foi James que a retirara. Do lado da gata tinha uma carta do Hagrid falando que ela não comia desde que Filch falecera.


-James, sinto muito filho- disse Gina percebendo a tristeza do filho


-Eu e a Madame Norra II precisamos ficar sozinhos mãe... E obrigado- disse James indo para seu quarto, o único lugar que ele podia chorar


                James chorou abraçado à Madame Norra II durante horas, ele ouviu os irmãos chegarem animados da Toca e depois os ouviu chamando-o, mas ele não abriu a porta, permaneceu trancado em seu quarto, lembrando-se das longas conversas com o Filch, de como o zelador mudara desde que se tornaram amigos, de como ele ficou tão cheio de vida...


-Madame Norra- disse James olhando para a gata- Imagino que você também não se despediu do Argus


                A gata olhou para James e lambeu o rosto, o que o fez interpretar como um sim. Então, ele levantou-se da cama com a gata em seus braços, abriu a porta e desceu a escada indo até a cozinha onde encontrou a sua mãe e seus irmãos.


-James!- disse Lilian correndo até o irmão e abraçando-o- Eu sinto muito


-É nós sentimos muito- disse Alvo abraçando o irmão


-Mãe, tem como você me levar até o cemitério quando você puder?


-Claro filho, vamos agora, que tal?


-Obrigado mãe, a Madame Norra pode ir também?


-Certamente


                Dito isso, os três Potteres foram até o cemitério em que Filch estava enterrado. Assim que James encontrou o túmulo do amigo, depositou uma rosa branca e colocou a Madame Norra no chão.


-Argus, obrigado por ter me aturado em Hogwarts- sorriu James contendo as lágrimas- Obrigado por ter aceitado ser meu amigo, pelas conversas, pelos chás, por ter me mostrado o livro de detenções, por me fazer rir, por me contar as histórias dos meus pais e dos meus avós, principalmente do meu avô James que segundo você é como eu... E não se preocupe cuidarei muito bem da Madame Norra, se a diretora não deixar eu levá-la junto com o Dobby, eu tenho certeza que o Dobby não irá se importar, eu explicarei tudo para ele, ele irá entender...


-Ah, James- disse Gina abraçando o filho emocionada


                James observou a Madame Norra II, ela estava sentada em frente à lápide do ex dono, fazendo James ter certeza que os animais pensavam e tinham sentimento.


-Madame Norra, está na hora de irmos- disse James acariciando a cabeça da gata que o deixou carregá-la- Argus, obrigado por tudo meu amigo, você sempre será um herói para mim... 
 


-Que triste papai... A diretora deixou você levar o Dobby e a Madame Norra?


-Acabou que eu nem pedi filha, não seria justo eu levar os dois, e os demais aluno só irem com um animal para lá, então decidi levar a Madame Norra naquele ano e os meus pais sempre respondiam as minhas cartas com o Dobby


-Menos mal né? E a Madame Norra ficou bem?


-Ficou, ela me seguia por Hogwarts que nem fazia com o Argus. O único problema que eu tive foi com o zelador novo que fez questão de me mostrar quem era logo de cara...


 


-Ora, ora o famoso Potter, o rei das detenções e a sua rainha- disse Arnold Niest olhando para James e Clair que estavam sempre juntos, pois faziam as mesmas matérias- Ah, e a gata pulguenta!


-Limpa a sua boca para falar da minha gata!- disse James tirando a varinha do bolso


-Ora Potter, se esqueceu que eu não sou um aborto!


-Se esqueceu que eu sou o capitão do Clube de Duelos da Grifinória?


-James não vale a pena- disse Clair preocupada fazendo com que James abaixasse a sua varinha


-Ouve a sua namoradinha, pois eu sou o zelador, Potter! Menos 40 pontos da Grifinória por você ter me ameaçado! E detenção amanhã á noite!


-Espera, mas amanhã eu vou treinar o meu time?!- disse James apavorado


-Oh, que pena que o senhor se esqueceu que era capitão do time de quadribol- disse Arnold sarcasticamente- Até amanhã Potter!


-Se eu pudesse... Eu o azarava!- disse James assim que o zelador saiu da sua vista


-Eu também, mas quem disse que não podemos importuná-lo? E tenho certeza que o Pirraça irá adorar nos ajudar!


-É por isso que eu te adoro, sabia?


-Não fala assim se não eu acho que posso abusar de você- riu Clair


                Os dois riram por um tempo.


-James, eu estava doida para te falar algo, mas com a correria dessa primeira semana eu esqueci!


-Diga então


-Eu estou orgulhosa de você, sabe- sorriu Clair- Por você ter parado de ignorar a sua prima


-Obrigado, mas eu só falo o mínimo dos mínimos, “Oi”, “Bom dia” e por aí vai...


-Mas eu vi você conversando com ela e com a Katherine ontem?


-Eu estava conversando com a Kate, não com a Rose...


-Mas já é um começo e eu estou orgulhosa!- disse Clair aconchegando-se no braço do amigo- Vamos procurar  o Pirraça?


-Certamente minha cara- sorriu James


-Ah, nossa, Jay! Por que não trocamos os horários dos treinos dos nossos times?! A sonserina vai treinar no domingo à tarde!- disse Clair alegremente


-Se você não se importar...


-Fala sério- riu Clair- Está combinado então!


-Obrigado, o que seria da minha vida sem você- disse James sorrindo  fazendo Clair rir


-Você já estaria em um hospital psiquiátrico- riu Clair


                Minutos depois, os dois amigos encontraram o Pirraça.


-Ei Pirraça!- disse Clair animada


-Olá milady- disse Pirraça curvando-se- E Sr. Potter é um prazer revê-lo


-Igualmente, nós viemos á negócios. Imagino que o senhor já deve ter esbarrado com o novo zelador...


-Aquele maldito!- disse Pirraça quebrando as vidraças do corredor- Ele me congelou outro dia!            


-Então, o que você acha de nós três o ensinarmos uma lição?- questionou Clair


-Adoraria- disse Pirraça animado


                No domingo á noite, Clair e James invadiram o quarto do zelador e o transformaram num pântano, enquanto o Pirraça distraia Arnold. Tudo acabou bem, assim que James deixou a amiga nas masmorras, ele decidiu dar uma volta com a sua gata pelos arredores de Hogwarts e ficou surpreso quando viu uma fumaça ao longe.


                James saiu correndo até a fumaça e deu de cara com a cabana, que o atual zelador utilizava para guardar os objetos que ele confiscava dos alunos, em chamas. Ele ouviu ruídos e uma voz sufocada que dava o seu último suspiro.


-Socorro


-Fica!- mandou James olhando para a sua gata


                James não pensou três vezes e arrombou a porta.


-AQUAMENTI- brandou James lançando um jato de água poderoso que tinha a  forma de um leão abrir um caminho entre as chamas


                James andou pela passagem que criara, tampando o seu nariz, até que ele encontrou o dono da voz e reconheceu Scorpius Malfoy desacordado no chão.


-Malfoy!- chamou James em vão, olhando á volta e se assustando quando parte do telhado caiu bem à sua frente- Não temos tempo- disse James pensativo e tossindo- BOMBARDA- disse James destruindo a parede ao lado e pegando Scorpius no colo e saindo da cabana com dificuldade, pois a sua capa ficou presa em um prego e ele teve que rasgá-la- Droga!- exclamou James assustando a gata que o observava de longe


                James levou Scorpius até um lugar seguro e não pensou muito na beirada da sua capa que tinha ficado para trás, pois ela ia acabar queimando...


-Malfoy?! Acorda! Assim você não me deixa escolha- disse James lançando um jato d’água na cara do Scorpius- Boa noite bela adormecida- riu James olhando para a cara de assustado do sonserino


-Eu não morri?!


-Bravo- riu James- A sua inteligência é de se admirar... Vamos levanta homem!


-Você me salvou?


-Elementar meu caro Watson, mas daqui a alguns minutos o Hagrid, o Arnold, a MacGonagall e o Neville estarão aqui- disse James puxando Scorpius pelo braço- Podia deixá-lo à míngua, mas o seu parentesco com a minha melhor amiga o salva...


-Obrigado, serei eternamente grato


-De nada, agora vamos logo! Venha Madame Norra


                James deixou Scorpius nas masmorras e finalmente foi até a torre da Grifinória, onde encontrou Rose adormecida no Salão Comunal e sorriu.


“Ela está tão bonita”- pensou James observando-a e distraindo


-Potter!- exclamou Neville irado- Acompanha-me!


                James seguiu Neville que estava nenhum pouco amigável.


-Você se superou dessa vez! O que você fez é criminoso! O que direi aos seus pais?!- disse Neville transtornado


               


-Naquela noite, eu vi que não era só a minha prima que esperava o pior de mim, e tudo era por causa da minha fama...


 


                James deu de ombros pensativo, o que ele podia fazer afinal, eles tinham a parte que faltava em sua capa, tudo indicava que era ele... Quando eles finalmente chegaram a estátua da fênix, James despediu-se da sua gata e subiu a escada logo atrás de Neville. Assim que James entrou na sala da diretora, o seu estômago gelou assim que viu o seu pai em pé fitando-o.


-Professora aqui está o Sr. Potter- disse Neville


-Obrigada professor Longbotton- disse MacGonagall


-Basta!- gritou o zelador entrando na diretoria- Esse moleque insolente!


-Sr. Niest, isso são modos de entrar na minha sala?!


-Desculpe-me diretora, mas esse garoto acabou com o meu quarto também! Aí não há calmante que me segure!


-Acalma-se Sr. Niest e me diga o que houve com o seu quarto?- questionou a diretora


-Ele o transformou num pântano fedorento!- disse Arnold olhando para James com fúria


                James andou para trás instintivamente, mas não parou de olhar nos olhos do zelador.


-Sr. Potter foi o senhor o responsável por isso também?- questionou a diretora


-Certamente- respondeu James fitando Arnold


-E você fala isso olhando na minha cara?! Seu moleque insolente!- disse Arnold transtornado retirando a varinha do bolso e ameaçando James que ao perceber o movimento de Arnold fez o mesmo no mesmo instante


-Não ouse ameaçar o meu filho!- disse Harry colocando-se na frente de James e fazendo-o guardar a sua varinha


-Senhores, por favor, acalmem-se- mandou MacGonagall- Professor Longbotton, por favor, leve o Sr. Niest para a enfermaria


-Sim senhora- disse Neville


-Agora senhores Potter, por favor, sentem-se- disse a diretora conjurando duas poltronas em frente à sua mesa


                Harry e James esperaram apreensivos, a diretora se acomodar em sua poltrona.


-Então James- disse a diretora pegando a borda de uma capa da Grifinória- Reconhece? Não precisa responder- disse MacGonagall fazendo James fechar a boca- Pois, pelo seu estado, é evidente que o senhor esteve na cabana do Sr. Niest esta noite, agora a questão é por quê?


                James encolheu-se em sua poltrona e fitou o chão, sem perceber a sua perna direita começou a tremer e o fato do seu pai estar ao seu lado não ajudava muito.


-Está bem, percebo que não tem nenhum motivo a não ser atacar o pobre coitado do zelador...


-Ele não é um pobre coitado!- disse James revoltado interrompendo a diretora – Ele atacou á mim a minha melhor amiga, á minha gata e o Filch! Ele só teve o que merece! Quem ele pensa que é afinal?! Eu estava quieto na minha e ele veio mexer comigo!


-James contenha-se, eu não sei o que houve entre você e o zelador, mas nada justifica o que o senhor fez- disse a diretora calmamente fitando  o estudante que fitava os seus olhos com medo e curiosidade- Acredito que o seu pai concordará que devo dá-lo uma punição exemplar...


-Você vai... me expulsar?- questionou James amedrontado interrompendo a diretora novamente


-Não James, não irei expulsá-lo, o que o senhor fez hoje foi colocá-lo a si mesmo em risco, você poderia ter se machucado gravemente com o incêndio o vento podia ter levado as chamas até o senhor  ou até a sua amiga? Imagino que ela deve ter ficado presa lá dentro e o senhor teve que arrombar a porta e depois abrir caminho pela parede?


                James engoliu em seco cada palavra.


-Ela não estava comigo- respondeu James firme- Estava sozinho


-Se você colocou fogo na cabana só para se divertir, por que você entrou nela?  


-Porque eu não coloquei fogo na cabana só para me divertir- respondeu James- Foi um acidente...


-Sim, então por que você entrou lá? Conversei com o zelador e ele não confiscou nada do senhor nem de seus amigos


                MacGonagall não retirava seus olhos de James o que o amedrontava, pois os olhos dela eram penetrantes como os de seu pai.


-Silêncio... O que o senhor está escondendo?


                James abaixou a cabeça e colocou a suas mãos em seu rosto.


-Está bem...- disse James respirando fundo e começando a contar sobre o quarto do zelador (omitindo a participação da Clair) e por fim, descrevendo o que tinha acontecido depois que transformara o quarto do zelador em pântano-  Foi isso, se não acreditam, perguntem ao Malfoy


                Depois que James terminou de falar fez-se silêncio, até que MacGonagall escreveu um bilhete para Slughorn.


-Vamos aguardá-lo, em breve ele chegará com o Sr. Malfoy


                Minutos depois.


-Professora aqui está o Sr. Malfoy e essas vestes, achei importante trazê-las


-Obrigada Professor Slughorn, pode se retirar


-Com licença


-Venha Malfoy, sente-se ao lado do seu colega- pediu MacGonagall relatando o que James tinha acabado de falar- Então?


-Ele salvou a minha vida professora, serei eternamente grato por isso- disse Scorpius que apresentava alívio em sua face- O Potter é tão corajoso quanto o pai...


-Obrigado, mas pode me chamar de James- disse James esquecendo que os dois não estavam sozinhos e estendendo a mão para Scorpius


-Está bem James, então para de me chamar de Malfoy, essas rixas familiares nunca fizeram sentido para mim...- riu Scorpius apertando a mão do James


                A professora MacGonagall esboçou um leve sorriso e Harry também, aquela noite mostrou claramente que o mundo dava volta, anos atrás Harry tinha salvado a vida do Draco de um incêndio, agora o seu filho tinha acabado de fazer o mesmo e mais, Draco quando tinha onze anos ofereceu a sua amizade para Harry que negara, mas agora ele via o seu filho oferecer amizade para Scorpius e esse aceitá-la.


-Rapazes- disse a diretora chamando a atenção de James e Scorpius que riam da rixa entre as suas famílias- Agora Sr. Malfoy, por que o senhor entrou na cabana do zelador á noite?


-Eu queria a minha vassoura de volta! O meu pai vai me matar quando descobrir que ela evaporou... Eu tentei apagar o fogo, mas estava tão apavorado que eu fazia o feitiço todo errado... Eu acho que esbarrei num lampião sei lá e o fogo espalhou tão rápido...


-Está tudo bem Malfoy, já é o suficiente- disse MacGonagall percebendo o terror do jovem ao falar o que tinha ocorrido- Bem vamos falar das punições. Sr. Potter pelo senhor ter transformado o quarto do zelador em pântano, vou retirar 60 pontos da Grifinória, mas pelo seu ato de bravura e iniciativa, concedo 100 pontos à Grifinória.


                James ficou aliviado e esboçou um grande sorriso, mas mesmo assim não ousou olhar para o seu pai que não tirava os olhos dele.


-E Sr. Malfoy, retiro 50 pontos da Sonserina por você ter invadido a cabana e por ter sido responsável pelo incêndio.


-Justo- assentiu Malfoy- Vou recuperá-los nas aulas


  -Agora, pelo ato de amizade que acabei de ver, concedo 50 pontos à cada casa- sorriu levemente MacGonagall


                James e Scorpius se olharam animados.


-Cara! Isso quer dizer que não perdi nenhum ponto!- disse Scorpius animado


-Pra mim ainda sobrou pontos de crédito!-sorriu James


-Senhores não se animem muito, ainda falta a punição- disse MacGonagall fazendo Scorpius e James calarem-se- Bom, decidi que os dois reconstruirão juntos a cabana do zelador, vocês decidem os dias em que trabalharão, a cabana só tem que ficar pronta até março do próximo ano, entendido?


-Sim senhora!- disseram James e Scorpius


-E Sr. Malfoy, conversarei com o seu pai amanhã de manhã e você estará presente


-O quê? Mas...- disse Scorpius amedrontado


-Ora Sr. Malfoy, o seu pai restituirá os bens perdidos. Agora, por favor se retire, imagino que o Sr. Potter aqui presente deseja falar com seu filho a sós.- disse MacGonagall levantando-se


-Até mais James- disse Scorpius saindo da diretoria


-Volto daqui a pouco- disse MacGonagall subindo até seus aposentos


-Pai, eu sinto muito- disse James criando coragem para olhar o pai


-Você poderia ter se machucado- disse Harry calmamente para espanto de James


-Mas... Você faria o mesmo, não?- questionou James- Você não enfrentou um bando de inferis com a minha idade e comensais da morte?


- Sim eu faria o mesmo James, mas quanto aos inferis e comensais da morte eu não tive muita escolha, eu tinha que enfrentá-los, mas se fiz tudo o que está escrito nos seus livros de história filho, foi para te dar um mundo melhor para viver... E James, uma coisa é se colocar em risco, outra coisa é ver o próprio filho se colocar em risco, eu me preocupo com você James, apesar do senhor não acreditar nisso... Às vezes eu queria saber o que passa na sua cabeça...- disse Harry pensativo e sério- Por que você faz essas coisas James? Transformar o quarto do zelador em pântano? Transfigurar as estátuas de Hogwarts? Dentre outras coisas... Você quer chamar a minha atenção e da sua mãe?


-Desculpa pai... Eu sinto muito... É que... Sei lá, eu sou assim mesmo... Eu gosto de aprontar, da adrenalina... E...


“Eu gosto de ficar com a Clair”- pensou James


                Até que James se lembrou de quando era pequeno, ele sempre foi uma criança travessa e independente, mas os seus irmãos não, eles precisavam de mais atenção do que ele... Era algo natural, eles eram menores e tal...


-E?- questionou Harry


-Você está certo- disse James levantando-se- Talvez, comecei por essa razão, mas hoje mudei, eu faço por mim- disse James apontando para seu peito- É assim que eu me divirto! No mais, quem se importa afinal?! Você fala que vocês se importam comigo, mas é mentira que eu sei!


-James, por Merlin, do que você está falando?!


-Eu só estou me lembrando de todas as vezes que eu fui para a Toca e fiquei de castigo! Vocês nunca se perguntaram em como eu ficava! Qual é? Vocês acham que eu gosto de brigar com a Rose?! Não eu não gosto! Vocês acham que eu não me ofendo quando ela me chama de garoto prepotente e mimado?! Sim, eu me ofendo!- desabafou James- Droga o que eu estou falando?! Por que você não me deixa em paz?!


                James sentou-se no degrau que dava para a sala e colocou as mãos na cabeça, ele estava envergonhado do que acabara de dizer.


-James- disse Harry calmamente- Eu nunca vou te deixar em paz


                Harry abraçou o filho, James tirou as mãos do rosto e olhou para o pai que estava estranhamente calmo.


-James, eu e sua mãe nos importamos e muito com o senhor, se não nos importássemos, nós não teríamos pago uma escola boa para o senhor estudar até entrar em Hogwarts, não nos lembraríamos do seu aniversário... Nós o deixaríamos largado pela casa... James, até os castigos e puxões de orelha, mostram o quanto nós nos importamos com você!- disse Harry suspirando- Quantas vezes eu e sua mãe dissemos o quanto nós te amamos, até quando o senhor não quer ouvir...?


-Pai, foi mal... Eu não queria ter falado aquilo- disse James olhando para o pai que fitava o horizonte pensativo e preocupado- Pai, eu sinto muito de verdade, eu sou um filho ingrato que quer algo que já tem... Me perdoa?


-Claro James- sorriu Harry abraçando o filho- Quanto à Toca...


-Eu mereci cada castigo pai, sou mais velho e tinha que ser mais responsável, além de controlar o meu gênio...


-Eu sei James- riu Harry- Só quero saber por que você briga tanto com a Rose?


-Aqui! Não estou numa sala de interrogatório estou?!- questionou James rindo e acrescentando rapidamente- Estou brincando... Ah, sei lá? Acho que me preocupo com o jeito estranho dela... Às vezes acho que sou o único que se importa com ela, sabe?- disse James fazendo o pai rir


-Como?


-Ora pai, você acha que a Rose é normal?! Ela não se diverte! Só fica lendo...- disse James sério- As pessoas aqui não gostam muito do jeito sabichão dela e eu tenho que ficar tomando conta dela...


-Tomando conta?


-Ora pai, noventa por cento das pessoas que azaro ou transfiguro são por causa da Rose... Só ano passado que parei com isso no segundo semestre, estava com raiva dela, você sabe o porquê, e pedi para a Clair protegê-la...


-Você estava com raiva, mas pediu para a Clair protegê-la?- questionou Harry com um leve sorriso, James teria percebido se não estivesse olhando para os livros à sua frente


-Olha pai- disse James sério olhando para o pai- Eu me importo com ela, me preocupo e tal, porque eu apesar de tudo eu gosto e muito dela! Eu a amo, oras?! Ela é minha prima, não é?


-Está bem- sorriu Harry, até que olhou para o seu relógio- Nosso tempo está acabando. James, por Merlin, não se esqueça do quanto eu e sua mãe te amamos e nos importarmos com você!


-Não se preocupe- sorriu James abraçando o pai- Vou ficar de castigo no final do ano?


-Não- riu Harry- Só sofrerá uma recessão econômica


-Está bem- riu James   


-No mais, estou orgulhoso por tudo que você fez com o Scorpius


-Ah, obrigado pai- disse James envergonhado


-Boa noite filho, faz um esforço para eu só vê-lo em dezembro


-Vou tentar- riu James- Ah, pai só mais uma coisa...


-O que?


-Você vai contar para a mamãe?- questionou James temeroso


-Claro filho- respondeu Harry


-Imaginei... Tem como você pedir para ela não me enviar um berrador?


-Não se preocupe com isso


-Valeu pai!- disse James abraçando o pai animado


 


-Você recebeu um berrador da vovó?- questionou Sophie curiosa


-Não- respondeu James


-Ah...- lamentou Sophie


-A senhorita gosta do mal feito, feito, né?- riu James fazendo cócegas na filha


-Para papai- pediu Sophie no meio das risadas- E eu sou sua filha, não sou? Eu adoro o mal feito, feito!


-Agora vamos dormir- disse James levantando-se da cama da filha e cobrindo-a com as cobertas


-E a Madame Norra? Por que ela não mora com a gente?


                James suspirou tristemente.


-Ela faleceu uma semana depois que a sua mãe morreu, ela não agüentou perder outra pessoa querida...


-Que triste papai... E não fica com essa carinha se não vou fazer cócegas em você!


-Você tem que crescer muito para fazer isso- riu James


-Está bem Sophie- riu James colocando a filha na cama


-Viu?- riu Sophie


-Vi. Agora boa noite- disse James docemente


-Boa noite papai




 NA: Cap 7- sétimo ano de James em Hogwarts

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