Prólogo



De monstro à
Aluado: Ano Um.



Fanfic By: miss_lily_lupin.



Traduzida by: Lany Granger.



Disclaimer: O maravilhoso trabalho da JK Rowling
não me pertence, e se pertencesse, eu estaria o vendendo para uma editora ao
invés de postar aqui. Não quero ofender ninguém, é claro.



Sinopse: Remo Lupin um dia foi um garoto normal,
mas uma noite trágica mudou tudo isso...



Notas da Tradutora: Essa fic foi traduzida e para
quem quiser saber onde está a sua versão original, é só entrar no site
Sugarquill (www.sugarquill.net),
e procurar pelo título original: "From Monster To Moony- Year One", autora,
miss_lily_lupin.


Os nomes dos personagens originais não foram traduzidos,
porque eu achei melhor assim^^"


A fic ainda não está completa, por isso talvez a demorar
de novos capítulos, já que eu dependo de quando a autora for atualizar...


E, uma última coisa: Muito Obrigada à Nana, que betou
essa fic!!! Muito obrigada mesmo, por tudo!!!



Prólogo




A família Lupin era uma família adorável, todo mundo
que os conheciam pensava assim. A sempre alegre Amélia Lupin era uma ótima
cozinheira e uma jovem devota mãe. Edwin, seu esposo, sempre estava fora por
causa do trabalho, mas ele amava muito sua família e sempre mostrava muito amor
por eles quando estava em casa. E o pequeno Remo era um garoto charmoso, muito
bem educado e maturo para a sua idade.



Era uma
família de bruxos altamente respeitada. No Mundo Mágico, muitos sorriam quando o
nome da família era mencionado. Eram muito conhecidos e até mesmo as antigas
famílias mágicas (que regularmente censuravam qualquer bruxo que se quer
pensasse em ter alguma relação com os trouxas), os respeitavam de alguma forma.



Ninguém
poderia desejar uma maldição para essa família que não pudesse ser curada ou
parada. Certamente, ninguém poderia adivinhar que naquele dia 13 de Agosto de
1962 uma tragédia iria cair sobre Remo Lupin, que tinha mais ou menos quatro
anos naquela época. Essa foi a noite em que a vida dos Lupin mudou para sempre.



***





- Você
está tão bonita, mamãe! Porque você está tão preocupada? - o ansioso garoto de
quatro anos de idade perguntou.





- Ah,
Remo, - Amélia Lupin suspirou para o seu filho enquanto arrumava suas roupas, -
seu pai já deve estar chegando em casa! Eu só estou antecipando a chegada dele,
só isso.





-
Antecipando? - Remo repetiu confuso - O que isso significa?





Amélia
riu.





- Eu
quero cantar, dançar, arrumar a casa e cozinhar o melhor jantar de todos de uma
só vez, e tudo isso só porque o seu pai finalmente está voltando para casa. -
explicou enquanto envolvia Remo nos seus braços.





- Oh! -
Remo balançou a cabeça em sinal de entendimento - Bem, então eu também estou
antecipando a chegada dele também.





Amélia
sorriu e concordou:





- É o que
estamos fazendo, meu pequeno príncipe de Roma. - ela colocou Remo no seu quadril
e o olhou de rabo-de-olho - Portanto, nós queremos estar muito bem arrumados
para o seu pai, não queremos?



- Eu estou muito bem arrumado! - Remo falou desafiadoramente.





Ela
levantou uma sobrancelha para ele enquanto usava a sua mão livre para apertar
uma de suas bochechas sujas de chocolate.



- Oh, você está, não é mesmo? - Amélia perguntou descrente, mas Remo só
concordou com a cabeça vigorosamente. Ela colocou Remo de volta ao chão,
voltando para o seu cabelo. Ela sentiu duas pequenas mãos fazendo cócegas nos
seus lados, mas tudo o que ela fez foi sorrir - Eu não sinto cócegas aí, meu
pequeno príncipe, mas infelizmente, você sente.





Virando o
rosto para a sua entusiasmada criança, Amélia imediatamente começou a fazer
cócegas nos lados dele. Ela foi respondida com vários gritinhos agudos. Fazendo
Remo ficar cansado de tanto ir, ela parando, se dirigindo à ele - Quem é o
senhor de fazer cócegas?





Remo
colocou um dedo do seu queixo pensando:





- Papai?





Amélia
fez uma cara de muito sentida. Fazendo cócegas nas suas costelas, Remo começou a
dar gritos agudos de novo.





- É a
mamãe! É a mamãe!





Suspendeu
a camisa dele, enterrando a cabeça dela na barriga exposta dele e assoprando.
Amélia olhou para o seu filho que estava totalmente cansado de rir. Aproximou-se
dele mais uma vez para dar um beijo de borboleta, depois esfregaram seus narizes
juntos em um beijo de Esquimó e por último, deixou um beijo grande em sua
bochecha. Remo colocou sua pequena mão na bochecha dela e deu um pequeno
beijinho em retorno.





- Daqui a
pouco, - Amélia suspirou tristemente - Você estará muito velho para eu fazer
isso.





- Eu
nunca estarei muito velho, mamãe. - Remo falou seriamente.





- Não
estará agora? - disse Amélia, levantando uma sobrancelha para ele.



- Eu não estarei!!! Eu prometo!





Rindo
alegremente, Amélia ajudou o seu filho a ficar em pé corretamente - Eu vou
cobrar essa promessa de você quando estiver indo para a escola.





-
Primária ou de Bruxos? - perguntou Remo inocentemente.





- De
bruxos. E você é muito inteligente até para você mesmo, sabia disso? - Amélia
revirou os olhos enquanto pegava o seu lenço, umidecendo-o com a sua saliva
antes de tentar livrar o rosto dele do excesso de comida.





- Não, eu
não sou! - Remo riu. Ele fez um barulho com o seu nariz, mostrando desgosto ao
sentir o dedo de sua mãe esfregando a sua bochecha para remover as migalhas. Ele
tentou desvencilhar-se do aperto da sua mãe.





- Pestinha bochechudo. - Amélia implicou enquanto continuava a tirar o
excesso de comida do rosto do seu filho. Ele continuou a se retorcer nos braços
dela - Remo, fique parado, eu preciso tirar essa gosma do seu rosto. - ela olhou
de cara feia. Remo suspirou. Revirando seus olhos para o seu filho cabeça dura,
Amélia continuou limpando-o - Você entenderá quando for mais velho e tiver seus
filhos, que não é bom ficar sujo.





- Quando
eu tiver filhos eu não irei me importar. Além do mais, - Remo falou imitando a
voz de superior da sua mãe - eu não consigo esperar para ser velho.



- Oh, você não pode, não é mesmo? Bem, quando você estiver mais velho, você
terá que fazer tudo o que um adulto faz. Como... comprar comida--





-
Chocolate!



- Cozinhar o jantar--





- Você
precisa cozinhar chocolate?





- Limpar
a casa--





- A casa
parece legal para mim.





- Ir ao
banco--





-
Dinheiro!





- E todas
as outras coisas horríveis.





- Não tão
horríveis para mim. - Remo disse balançando os seus ombros enquanto sua mãe
retirava o lenço de seu rosto - Parece ser divertido.





-
Divertido? - Amélia bufou - É por isso que eu amo as crianças. Agora, - ela
falou naquela voz de não-tente-me-contrariar - vá se divertir lá fora e
brinque enquanto eu termino aqui. Mas não vá muito longe, você me escutou?





- Sim,
mamãe! - Remo deu um grito agudo enquanto corria para fora da casa em direção ao
riacho.






Suspirando para si mesma, Amélia olhou para a coruja que os estava observando.






- Nylon,
vá vigiar o Remo. Tenha certeza de que ele não vá para muito longe e me chame se
alguma coisa acontecer. Você sabe que eu irei escutar.




A coruja fez uma leve reverência com a sua cabeça como se
tivesse entendido as suas palavras e voou para fora atrás de Remo.

***





- Remo!
Está na hora de entrar! - Amélia gritou da porta enquanto procurava seu filho no
terreno. Um chamado alto da coruja fez ela olhar para uma árvore que tinha uma
vista panorâmica do riacho. Seus olhos encontraram o de Nylon um momento antes
de ela olhar para baixo. Debaixo do galho onde o pássaro, com cores da meia
noite, estava empoleirado, Remo estava ajoelhado. Ele estava imitando um sapo.
Sorrindo, Amélia repetiu o seu chamado - Remo! Está ficando escuro!





Remo,
entretanto, tinha outras idéias. Ele parecia estar bem satisfeito imitando um
novo amigo que ele fez no riacho. Roger, ele o nomeou: Roger, o Sapo. Amélia
suspirou, limpou suas mãos no seu avental e caminhou até ele. Ela o colocou em
seus braços.





- Mãe, o
Roger vai ficar sozinho! - Remo protestou enquanto ele tentava se livrar em vão.





- Roger? -
ela olhou sobre o seu ombro enquanto ele ia em direção ao chalé e achou o
pequeno sapo - Oh, Roger! Eu tenho certeza de que o Roger ficará bem. Ele gosta
mais do riacho do que de nosso chalé e você não quer que ele fique triste, não é
mesmo?





Remo
balançou sua cabeça lentamente.





- Você
pode visitar o Roger amanhã, ele não se importará. De fato, - Amélia disse,
entrando na cozinha, e lavando as suas mãos - ele irá preferir que você faça
assim. Como eu também. Seu pai estará em casa a qualquer minuto e o jantar ainda
não está pronto.





- Ele não
se importará. - Remo falou docemente enquanto Amélia virou-se da direção do seu
filho para o forno. - Ele nunca se importa.



Se ele estava falando sobre Roger ou sobre o seu pai ninguém sabe, mas Amélia
somente deu um pequeno sorriso.





- Remo,
vá para o seu quarto e se distraia enquanto eu termino o jantar; isso realmente
iria me ajudar muito. - ele concordou e ela continuou - Obrigada, meu pequeno
príncipe. - ele foi embora antes que ela pudesse falar outra palavra.





Era quase
meia hora depois, quando Remo entrou novamente na cozinha e começou a puxar a
bainha do vestido de sua mãe. Olhando para baixo para ver o seu filho, ela não
pode fazer nada a não ser sorrir.





- O que
foi, Remo?





- Está
escuro lá fora.





Amélia
levantou uma sobrancelha para o seu filho e concordou lentamente.





- Sim, eu
sei disso. É porque está tarde, meu pequeno príncipe.





- Roger
não gosta do escuro. - Remo fez beiço - Posso pegá-lo rapidinho?



Amélia olhou de uma forma nervosa para a lua cheia.





- Não,
Remo. É muito tarde e você sabe como as coisas aparecem e são à noite.



- Esse é o porquê de eu querer trazer ele para dentro! Ele fica com medo de
todas as outras criaturas. Por favor, deixe-me trazer ele aqui pra dentro! -
Remo implorou.



Amélia balançou sua cabeça com força.





- Não,
Remo. Ele pode esperar mais uma noite. Você pode trazê-lo amanhã, só não pode
hoje. Entendeu?



Remo fez um som de protesto e moveu o seu lábio inferior fazendo beiço.





- Sim,
mamãe.





- Esse é um bom menino, agora vá lavar-se. Nós iremos comer daqui a pouco,
mesmo que o seu pai não chegue.





Amélia
deixou um pequeno suspiro escapar por seus lábios enquanto seu filho novamente
desaparecia da cozinha. Ela ocupou-se mexendo o cozido e olhou mais uma vez para
a lua cheia.





Cantando para si mesma enquanto ela mexia despreocupadamente o cozido, Amélia
fechou os seus olhos por causa do ritmo devagar com que ela o mexia. Ela quase
levou um susto quando dois braços enlaçaram-se em sua volta. Ela escutou uma voz
suave murmurando alguma coisa em seu ouvido. As palavras eram muito baixas para
serem coerentes, mas ela sabia o que ele havia dito. Esquecendo do ensopado, ela
virou-se e ficou nos braços de seu marido.





- Eu
também senti saudades sua!





Quando Amélia e Edwin Lupin se separaram do abraço, Edwin sorriu e suspirou.





-
Hummm... Cheira maravilhosamente bem. - ele a olhou, seus olhos brilhavam de
prazer - Quando estará pronto?




- Mais ou menos... - ela deixou rastros enquanto conferia - Agora. - apagando
o fogo, ela chamou, virando para dentro de casa - Remo! Jantar! - ela colocou
três tigelas cheias de ensopado em cima da mesa - Remo estava tão ansioso para
te ver. - Amélia se aproximou para pegar a mão de Edwin - Ele realmente precisa
de você mais perto.





- Eu sei.
- Edwin recuou enquanto ele recostava em sua cadeira. -Eu sei. É tão difícil me
livrar do trabalho, de qualquer forma, você sabe disso.





- Eu sei.
- Amélia falou, desanimada - Remo! Jantar! - balançando a sua cabeça, ela olhou
para Edwin e forçou um sorriso - Como foi a sua viagem?





- Foi
boa. Desculpe-me por estar atrasado, Bobby que me atrasou, você sabe, ele é o
funcionário em treinamento. Ele estava cheio de perguntas sobre a missão, como
sempre. Eu não posso deixá-lo sozinho porque ele é minha responsabilidade, mas
eu consegui convence-lo a escrever todas as suas dúvidas e me mandar pelo
correio coruja. A carta será divertida de responder.



- Oh, ele não pode ser assim, tão incômodo. - Amélia riu - Remo! JANTAR!





- Você
não tem idéia. - Edwin serviu-se de uma colher cheia de cozido - Hummm...
Perfeito.



Ela sorriu com gratidão.





- Sempre
o melhor para você.





Ele olhou
para cadeira vazia.





- Onde
está esse garoto?





Eles
foram respondidos por um horrível grito. Amélia e Edwin olharam um para o outro
e pegaram suas varinhas. Eles saíram correndo do chalé; o grito parecia ecoar no
ar mesmo depois que foi silenciado pela noite. Amélia sentiu uma mão em seu
ombro e pulou: era somente o seu marido.





Havia um
ruído nos arbustos; os dois viraram para onde vinha o som. Amélia deu um meio
passo para frente, mas Edwin a segurou no ombro apertando enquanto ele apontava
sua varinha nos arbustos.



- Fique
aqui. - ele começou a caminhar, mas antes de chegar aos arbustos, um lobo muito
grande moveu-se na direção deles.





Uma
jorrada de luz vermelha saiu da ponta da varinha de Edwin, acertando o focinho
do lobo. O lobo uivou de dor enquanto caía no chão, aturdido. Edwin olhou sobre
o seu ombro para Amélia e a chamou:





- Vamos.





Amélia
deu um pequeno aceno, já dando um longo passo atrás de Edwin.



Debaixo do murmúrio do calmo vento de verão, a noite ficou estranhamente
quieta. O sussurro, o rangido de seus próprios pés e o som incômodo de suas
respirações ásperas, era o único barulho que Edwin e Amélia conseguiam ouvir.
Aumentando o seu passo, Amélia segurou o braço de seu marido. Ela queria ter
certeza de que tudo ficaria bem. Ela sentiu desespero nesses pensamentos, e
havia uma parte sua, que já sabia que as coisas nunca ficariam "bem" outra vez.





Alguns
passos na frente estava o seu filho. A sua cabeça estava para um lado, braço
esquerdo em uma direção esquisita, braço direito flutuando na superfície do
riacho. Sua perna esquerda estava um pouco virada, seu pé descoberto quase
arranhava a margem da água, mas a sua perna direita estava de uma forma que fez
Amélia e Edwin quererem chorar de agonia: estava bastante deformada. A carne
parecida que havia sido rasgada e o sangue estava derramando livremente no
riacho.





Amélia soltou um som abafado enquanto virava-se com uma mão cobrindo a boca.
Edwin só pode ficar observando a visão; suas mãos arredondaram-se nos punhos,
queixo caído e olhos queimando por causa de algumas lágrimas que os enchiam.



Nenhum dos dois se moveram ou disseram alguma coisa. A respiração pesada de
Edwin e o choro reprimido de Amélia eram o único som que poderiam ser escutados.
Edwin finalmente ajoelhou-se e colocou as suas mãos em seu rosto, chorando
abertamente pela vida de seu filho. Não havia nenhuma dúvida em sua cabeça de
que Remo estava morto, e ele não conseguia suportar ver o corpo imóvel. Até
mesmo quando ele fechou os olhos, de qualquer forma, ele ainda conseguia ver
perfeitamente a situação do seu filho. Amélia finalmente ajoelhou-se ao seu
lado, suas costas ainda de costas para Remo. Nenhum dos dois viram os olhos do
garoto abrirem ou escutaram a sua pequena respiração profunda. Nenhum dos dois,
no entanto, poderiam estar errados sobre a lamúria de dor no som do vento.





Edwin arfou e olhou rapidamente; sua esposa pulou e chorou, "Remo!" Isso o
trouxe de volta à realidade e ele correu para o lado de seu filho, puxando-o
para os seus braços. Ele o balançou um pouco enquanto sussurrava no seu ouvido
para o deixar acordado.



- Amélia, - Edwin arfou enquanto ele tirava o cabelo do filho para fora de
seu rosto - Chame a Madame Julie pelo Pó de Flu rapidamente, nós não podemos
perder tempo."





- Tudo
bem. - ela murmurou enquanto se abaixava para dar um beijo na testa do Remo -
Fique acordado, meu pequeno príncipe.





- Mãe? -
Remo falou sonolento.





- Eu
estarei logo de volta, Remo. - Amélia respondeu de uma forma instável antes de
correr pelo o quintal.





Remo respirou profundamente, com dificuldade, antes de olhar para Edwin e
sorrir sonolento.





- Papai,
você está em casa.



- Sim, Remo, estou. E é melhor que você não durma logo agora que cheguei em
casa, você me escutou? - Edwin pegou a mão do seu filho e a segurou fortemente.



- Eu não irei. - Remo lentamente fechou os olhos.





- Remo! -
Edwin falou mais alto do que pretendia, fazendo Remo levar um susto nos seus
braços - Você tem que ficar acordado, entendeu. Você tem que ficar acordado.



- Mas eu estou tão cansado.



Edwin não falou nada; ele apenas esfregou o braço de Remo numa forma de
mostrar conforto. Ele suspirou, olhou para o céu e viu uma estrela cadente que
passava. Mesmo com tudo o que estava acontecendo, Edwin deu um pequeno sorriso e
falou baixo no ouvido do seu filho.





- Olhe
lá, Remo, uma estrala cadente. - Remo abriu seus olhos e também sorriu
fracamente quando a estrela desapareceu atrás de uma árvore - Peça alguma coisa
rapidamente. - Edwin observou enquanto Remo apertava seus olhos em muita
concentração - Já fez o seu pedido?





-
Mmm-hmm! - Remo disse enquanto olhava para o céu procurando a estrela que estava
fora do seu campo de visão - E você, fez?





- Eu fiz.
Eu pedi que você ficasse acordado até que a gente consiga fazer você ficar
melhor. - Edwin olhou para o rosto de seu filho.





Remo
engoliu em seco e reprimiu um bocejo antes de falar em um sussurro:





- O seu
desejo se realizará, papai.





- E qual
foi o seu desejo? - Edwin perguntou e Remo abriu a sua boca para falar enquanto
passos apressados vieram no alcance de seus ouvidos.





- É um
segredo. - Remo sussurrou enquanto Amélia apareceu e ajoelhou perto de Edwin.
Madame Julie, uma Medibruxa com um longo cabelo castanho claro correu atrás
dela, pálida e ofegante. Ela encarou a pequena família Lupin por um minuto.





- Nós, er... - ela engoliu em seco e recompôs sua postura - Vocês fizeram a
coisa certa em me chamar, mas a gente tem que levá-lo para o meu escritório. Não
há nada que eu possa fazer aqui.





Com um
movimento da sua varinha, Remo estava deitado em uma maca na frente de Edwin e
Amélia. Ela virou rapidamente e começou a andar de volta para o chalé, a maca
seguindo-a magicamente. Amélia e Edwin ficaram de pé e a seguiram ligeiramente
enquanto Madame Julie falava:





- Edwin,
quando a gente chegar em casa, eu precisarei que você faça uma Chave de Portal
temporária para o meu escritório. Eu não acho necessário outra Chave para
voltarmos. Também, eu acredito que nós iremos... - ela parou dando um meio passo
e seus olhos se arregalaram enquanto encarava alguma coisa através do jardim
onde o lobo estava imobilizado - Quem... O... O que é aquilo?





- Esse é
o lobo que m-m-mordeu o Remo.





Amélia
gaguejou na palavra "morder". Ela escutou Madame Julie dar um rápido suspiro. A
Medibruxa virou-se para ela com os olhos arregalados.





- Lobo? Mordida? Mas isso pode significar... - o seu rosto estava duas vezes
mais branco do que estava antes.



- O que isso pode significar? - Amélia perguntou hesitante.



Sem responder, a Medi Bruxa balançou a sua varinha de novo e o lobo apareceu em
uma outra maca. Ela mordeu o seu lábio inferior e engoliu em seco antes que
fosse correndo em direção da casa, calada. Edwin e Amélia trocaram olhares
preocupados antes de seguirem.





- Edwin,
faça a Chave de Portal para que transfira duas pessoas. Nós precisamos que o
lobo vá para a clínica também. Por tudo o que sabemos, o lobo pode ser alguém
que você conhece.





- Alguém que nós conhecemos...? - Amélia começou fracamente, os seus olhos
arregalando em surpresa - V-você não quer dizer... Você não pode dizer... Não! É
impossível! Os trouxas são as únicas pessoas que vivem a milhas daqui!





- Trouxas
podem pegar a maldição de virar um lobisomem assim como os bruxos, Amélia. -
Madame Julie parecia voar enquanto fazia a porta do chalé ficar aberta. Ela
correu apressada pela casa com as duas macas e os pais nos seus calcanhares.



- Você realmente acha que isso é um... um lobisomem, Julie? - Edwin pegou um
objeto qualquer sobre a lareira. Olhando bem, ele viu o que era o objeto: uma
foto do dia em que Remo nasceu.





- Eu acho que é muito possível.





Edwin ficou
encarando a foto, perdido em pensamentos.





- Chave
do Portal, Edwin. Rápido.





Balançando
sua cabeça, ele lançou o feitiço "Portis" na moldura. Edwin bateu sua varinha
três vezes na moldura antes de dar a foto para a Medibruxa.





- Será
ativada em um minuto. - ele colocou a sua varinha de volta em seu cinto. Sem
esperar por uma reposta, ele caminhou para a sua esposa, que encarava seu filho
com preocupação.



Madame Julie ajoelhou-se ao lado da maca de Remo, dando-lhe um pequeno
sorriso de conforto.





- Remo,
eu preciso que você escute tudo o que eu falar e que faça o eu disser, entendeu?
- Remo hesitou um momento antes de dar um leve aceno - Você vê essa foto aqui? É
de quando você era apenas um bebê. Eu preciso que você segure essa foto sem
deixa-la cair, certo? Se você a deixar cair, nós iremos perder a foto e os seus
pais ficarão muito tristes.





Remo deu um pequeno sorriso com uma leve inclinação de sua cabeça.





- Tudo
bem.



- Agora, não fique preocupado, a sua mamãe e o seu papai vão estar logo lá
com você assim como eu. - Remo concordou vagarosamente.





Julie
sorriu de um modo assegurador antes de virar para Edwin e Amélia.





- Eu
preciso que um de nós pegue o lobo para que ele seja transportado com a gente.
Tudo bem?





Remo
virou sua cabeça um pouquinho para olhar a criatura em questão, seus olhos
ficando arregalados. Ele ficou boquiaberto.





- Não.



Julie virou-se para ele, assustada.






- Não, o
quê?





- Não vou
fazer nada com essa coisa.





Ele
estava tentando soltar a moldura, querendo que ela questionasse, mas Edwin deu
um passo para frente. Ajoelhando ao lado da maca dele, Edwin olhou diretamente
para os olhos de Remo.





- Remo,
eu me assegurarei que esse animal não encoste em você, tudo bem? Não tem
necessidade de ficar com medo. Nós estaremos com você o caminho inteiro, certo?
- a expressão de Remo dizia claramente de que não estaria, no entanto, ele
concordou vagarosamente. Edwin sorriu, despenteando o cabelo dele - Esse é o meu
garoto.



Julie moveu a outra maca para perto do Remo. Edwin checou o seu relógio
enquanto todo mundo observava silenciosamente.





- Agora.
- todos rapidamente, se aproximaram para tocar na moldura que Remo segurava,
Edwin segurando a pata do lobo nesse processo e então eles sumiram.



Eles todos apareceram na sala de espera da clínica. Os três adultos repuseram
a sua compostura enquanto Remo permanecia com seus olhos fechados com força, a
moldura ainda sendo agarrada fortemente por suas pequenas mãos. Lentamente, a
moldura escorregou da sua mão, tiniu contra o lado da mesa e caiu quebrando no
chão. Amélia correu para o lado da maca, colocando uma mão suave na testa de
Remo.





- Ele
está tremendo feito um louco e está quente. Ele não estava assim antes. Julie, o
que há de errado com ele?





- Perdeu
sangue, está em choque. Não há tempo para perder. Eu terei que começar a
trabalhar imediatamente.





Julie
levou Remo e a maca para outra sala. Edwin andou atrás de Julie e ela apenas
balançou a cabeça veementemente em sinal de "não".





- Edwin,
fique aqui; eu preciso trabalhar sozinha. - Edwin queria reclamar, mas a
Medibruxa repetiu as palavras - Espere aqui, Edwin. Eu não quero você aqui me
distraindo enquanto eu trabalho. Isso serve para você também, Amélia. - Edwin e
Amélia olharam um para o outro com olhares ansiosos enquanto Julie e seu filho
desapareciam atrás da única barreira que os separavam.



***





O sol já
havia nascido, mas os Lupin tinham acabado de pegar no sono quando Julie entrou
na sala. Com o som da porta fechando suavemente, Edwin forçou os seus olhos a
abrirem, sentando rapidamente quando ele viu Julie. O movimento inesperado fez
Amélia acordar também, momentaneamente confusa.





- Como
ele está? - Amélia perguntou, o seu lábio inferior tremendo em antecipação.



- Ele está dormindo. A mordida não fez nenhum dano permanente a não ser uma
feia cicatriz na pena, mas... - a voz de Julie falhou; ela não conseguia olhar o
casal nos olhos.



- Mas... - Edwin continuou para ela, hesitante.





- Mas...
Eu tenho certeza de que não foi um lobo qualquer que mordeu o seu filho. Foi um
lobisomem e ele realmente passou a maldição para o seu filho.





- E-então, Remo é um lobisomem? - Amélia perguntou fracamente, tentando ficar
calma.





- Sim, mas isso não é tudo. Remo é capaz de se curar com uma rapidez
incrível. Mesmo sem minhas técnicas, os ferimentos da perna dele estão
completamente curados. Vocês poderiam até leva-lo para casa essa manhã sem
nenhuma preocupação...





- Nós podemos? - Amélia interrompeu.





- Mas eu
não recomendo isso. - Julie continuou com uma voz severa - Eu entrei em contato
com o Ministério da Magia. O Departamento de Regulação e Controle das Criaturas
Mágicas estará aqui para ver o lobisomem - ela hesitou - e... e seu filho.



- O quê? - Edwin falou alto.



Amélia colocou uma mão suave no braço de seu marido, virando-se para a
Medibruxa.





- Por
que?





Sem
responder, Julie virou-se e entrou de novo no quarto do paciente. Amélia correu
atrás dela, pegando Julie pelo braço e apertando forte.





- Eu te
fiz uma pergunta. Por que você chamou o Ministério para vir pegar o meu filho?



Olhando por cima do ombro dela, Julie olhou para o casal como se não
estivessem lá.





- Eu não
chamei o Ministério para vir pegar o seu filho. Eu chamei o Ministério para vir
pegar o lobisomem. Eles me perguntaram porque e como eu o tinha pegado. Eu tive
que contar para eles, e foi isso o que me falaram, que eles estavam vindo e
queriam voltar para o Ministério com o Remo.





Amélia largou o braço de Julie, balançando a cabeça em descrença. Edwin deu
um passo para frente.





- Amélia
- ele falou docemente, mas ela não olhou para ele - Amélia, olhe para mim! - ele
repetiu, dessa vez utilizando sua mão livre para segurar o rosto dela - Eu não
irei deixar que nada acontece ao Remo. Eu prometo - Amélia o olhou sem
responder. Ela balançou a cabeça vagarosamente - Escute-me, Amélia. Eu não irei
deixar que nada aconteça. Eu tentarei falar com Dippet. Depois nós podemos-





- Dippet? O que ele pode fazer? - Amélia perguntou em uma voz baixa.





Edwin deu
um pequeno sorriso.





- Muito
mais do que eu e você juntos, isso com certeza. - ele abaixou-se, dando um beijo
rápido na bochecha dela, antes de olhá-la nos olhos - Não se preocupe; eu
estarei de volta logo quando eu puder.





Ela não
respondeu, mas concordou furiosamente com a cabeça. Mordendo a parte de dentro
da sua bochecha, Amélia olhou silenciosamente enquanto Edwin aparatou. Ela
virou-se para a Medibruxa.





- Eu
posso vê-lo?





- Claro.
- Julie respondeu rapidamente, acenando para a porta - Ele ainda não está
acordado, mas eu tenho certeza de que sua presença irá acalmá-lo.





Julie
observou quando Amélia entrou na sala, levando a cadeira para perto da cama.
Fechando a porta depois de ter presenciado essa cena, a Medibruxa saiu da sala
para o seu escritório, dando privacidade para mãe e filho.



***





Já tinha
passado a tarde quando Edwin aparatou de volta na clínica mágica. Ele esperava
ser recebido por sua esposa ou a Medibruxa, mas nenhuma das duas estavam lá.
Edwin andou pelo o abandonado centro de saúde, o silêncio enervante. Ele entrou
no quarto do seu filho apenas para achá-lo vazio. O seu coração ficou cheio de
preocupações quando ele viu Nylon empoleirado no parapeito da janela, uma
carta presa na sua pata. Edwin rapidamente atravessou a sala enquanto o pássaro
piscou para ele. Nyon deu um pequeno pio e esticou sua perna, deixando
Edwin desamarrar a carta.





Edwin leu a carta rapidamente. Soltando rapidamente um "droga", ele pegou a
sua varinha e aparatou em outro lugar. Ele reapareceu no meio de um Salão
Principal, rapidamente correndo até o elevador e somente parando para dar a sua
varinha na mão do inspetor e depois para pegá-la de volta. Ele colocou as mãos
na cintura enquanto esperava impacientemente; o elevador parou onde parecia ser
a cada andar. Ele já estava até saindo do elevador quando parou no seu andar, as
portas mal começando a abrir. Ele passou correndo por diversos Oficiais do
Ministério, todos que deram olhares de desprezo.



- Sr. Lupin? - a secretária o chamou enquanto Edwin se aproximava - Descendo
esse corredor é à direita, sala 3004. A sua esposa está te esperando.





Edwin
acenou em forma de entendimento na direção dela antes de descer o corredor. Um
sentimento frio rapidamente passou por suas veias. Ele conseguia ver as figuras
de criaturas das trevas que estavam a cima das portas, seu coração ficando mais
pesado. Os números impressos acima das portas em letras grandes e em negrito,
apareciam em cada sala que ele passava. Edwin manteve o seu olhar na maçaneta
enquanto ele se dirigia para a sala 3004, recusando a olhar para a placa que
estava no alto.





Sua
esposa estava sentada em uma cadeira com três Oficiais do Ministério. Ele
conseguia ouvir seus resmungos quando ela entrou.





- Deve
ter alguma coisa que podemos... Edwin! - ela pulou da cadeira e envolveu seus
braços ao redor dele.





- O que aconteceu?





- Eles simplesmente não querem nos deixar vê-lo. Eles não deixarão a gente
ver o Remo. - Amélia balançou sua cabeça em descrença, seus olhos parecendo
estranhamente sem vida.





- Por que
não? - ele moveu o seu olhar de Amélia para os Oficiais do Ministério.



- Eles não iriam me falar enquanto você não chegasse aqui. Foi isso o que
eles falaram. - ela encarou o chão como se não acreditasse nas suas próprias
palavras.





- Bem?



Ele olhou
para os três oficiais, examinando-os pela primeira vez. O que estava mais perto
dele, era duas cabeças mais baixo do que Edwin. Ele parecia se achar importante.
Usava óculos de aros escuros e cabelo loiro escuro também com alguns fios
brancos e um fino bigode. O oficial do meio era mais ou menos da mesma altura
que Edwin, porém era mais corpulento. O seu cabelo marrom escuro estava preso
com um rabo de cavalo, sua longa barbicha de bode estava trançada e estava com
um cachimbo na sua boca. O que estava mais longe dele era uma mulher, mais baixa
do que o segundo homem, porém mais alta do que o primeiro. O seu cabelo marrom
claro estava colocado atrás das orelhas, seus lábios vermelhos e carnudos
estavam dando um sorriso cruel.





O homem
mais baixo arrumou a sua veste cinza, limpou a sua garganta antes de se dirigir
à ele.





- Lorcan
Kennedy. Eu sou um dos oficiais responsáveis pelo o caso envolvendo o lobisomem.





- Meu filho, você quer dizer? - a voz de Edwin era áspera.



- Ele não é mais filho seu muito mais do que ele é meu.





A mulher
intrometeu-se na conversa enquanto dava um passo para frente, um crachá
brilhando muito, contrastando com o seu vestido roxo pálido, onde dava para ler
"Reilly, Treasa". Ela continuou:





- Ele foi
transformado em um monstro. Ele poderia ser o seu filho vinte e quatro horas
antes, mas eu posso te dar a certeza, de que agora, ele não é mais.





- Onde ele está? - Edwin tentou ignorar ao máximo os comentários da mulher.
Ele colocou uma mão no ombro da sua esposa para, silenciosamente, acalmá-la.





- Ele era seu único filho, certo? - Reilly perguntou enquanto circulava em
volta deles, seus olhos os revistando de cima a embaixo como se tivesse
examinando uma presa - E ele não tinha nenhuma irmã, se eu me lembro bem? - ela
o olhou com seus olhos cinza tempestuosos - Me interrompa se eu estiver errada.





Edwin
olhou para a sua esposa, encontrando o olhar dela. Nenhum dos dois iria dizer
alguma coisa. Kennedy bufou.





- Parece
que você os assustou muito bem, Reilly. Eles não irão nem responder as suas
perguntas. - ela sorriu ao comentário dele, dando um passo para perto do casal.





- Talvez,
mas eu ainda quero respostas-





- Reilly!
- o homem mais alto falou suavemente com uma voz profunda, fazendo Reilly levar
um susto - Não. - ela virou-se para olhá-lo, mãos na cintura. Ele andou para
frente como se fosse tomar o lugar dela em examiná-los, mas antes, tirou o
cachimbo da boca - Vocês querem ver o seu filho?



- Sim. - o casal disse em coro.



- Mesmo que ele seja um lobisomem?



- Sim.



- Você sabe o que isso muda?



- Eu sei. - Amélia disse, levantando-se para poder ficar cara a cara com ele
- Isso não muda nada.



- Isso muda tudo. - o homem disse com uma voz dura. Ele deu uma longa tragada
no seu cachimbo antes de encará-los - Isso mudará a vida de vocês, mudará o seu
filho e mudará vocês também.





- Isso poderá mudar a gente, - Edwin falou, alcançando o nível de voz do
outro homem - mas isso não mudará o que a gente sente por ele.





- Não
importa o que vocês sentem por ele. O que importa é o que ele sentirá dele
mesmo. - ele colocou o charuto na boca - Vocês o ajudariam dando prata para ele,
mas eu posso dizer que vocês não vão fazer isso. Vocês querem ver o seu filho?
Então vamos.



- Prewett! - Reilly gritou em choque - Aquela criança é um monstro!





- Aquela
criança é o único filho deles, eles cuidarão do menino. É o monstro deles agora.





Ele os
guiou através da porta para a esquerda de onde eles tinham entrado. Reilly e
Kennedy olharam um para o outro com nojo antes de o seguirem os Lupin. Eles
apareceram em um longo e escuro corredor que parecia não ter fim e não ter
janelas nem portas em ambas as paredes. Eles andaram em silêncio, os saltos do
sapato de Reilly ressoando contra o piso de pedra.



Prewtt se aproximou de um tijolo rachado na parede, batendo com sua mão nele.
Balançando sua cabeça, ele andou para o próximo tijolo rachado do outro lado da
parede, batendo nele também. Ele foi para o próximo da frente, batendo contra
ele; um som parecido com um "thonk" ecoou pelo corredor.





- Aqui
vamos nós. - ele disse simplesmente, pegando a sua varinha. O tijolo tremeu e
desapareceu. Depois os tijolos em volta seguiram o seu exemplo até quando uma
passagem arcada apareceu. Uma fraca luz de um fogo chegava até eles vindo da
sala que eles entraram. Já tinham dois homens presentes na sala, ambos que
estavam inclinados sobre alguma coisa ou alguém.





-
Remo! -
Amélia arfou enquanto passava pelo homem para ajoelhar-se ao lado de
seu filho.





- Mãe! -
Remo chorou enquanto se levantava para dar um forte abraço.





- Prewett! - o primeiro dos dois homens gritou. Edwin estudou o homem que
tinha falado. Ele era baixo, gorducho com um cabelo vermelho como pimenta. Edwin
tinha certeza de que ele o conhecia de algum lugar - Qual é o significado disso?



- Edwin e Amélia Lupin. - o Oficial gorducho ficou com uma cara lívida - Os
pais do garoto.





- E por
qual autoridade eles foram trazidos para cá? - Edwin escutou a porta abrir
novamente atrás dele, mas ele permaneceu com os seus olhos fixos no oficial em
acusação.





- Esse é o filho deles. - Prewtt disse com uma voz dura - Eles tem o direito
de vê-lo e...





- E você
não tem o direito de impedi-los, Horus. - o homem gorducho arfou quando seus
olhos se fixaram na porta. Edwin seguiu para onde ele estava olhando, confusão
imediatamente tomando conta dele ao ver o seu velho Professor de Transfiguração
ao invés do Diretor.





-
Dumbledore! - Horus arfou.





- Quanto tempo. Desde a queda de Grindewald se eu me lembro corretamente. -
Dumbledore cumprimentou todos de forma agradável.





Horus
olhou para o Professor de Hogwarts, sua coragem começando a estremecer-se.





- Sim.
Depois disso, você foi ensinar em Hogwarts e eu entrei no Ministério. - ele
inchou o seu peito com um sorriso orgulhoso - Você ainda não é o Diretor? Que
vergonha.



Dumbledore parecia estar tranqüilo com as palavras dele.





- E você,
Horus: Chefe do Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas e
no seu caminho de se tornar um Ministro da Magia. Você fez muita coisa desde o
nosso último encontro. Eu nunca iria imaginar que você era o tipo de homem que
usa o poder para a sua própria finalidade egoísta.





-
Finalidade egoísta!? - gritou Horus em horror - Tentar livrar da população de
lobisomens é egoísmo!?



- Quando envolve a vida de um pequeno garoto, é. - Dumbledore disse, sua voz
agora não dando nenhum sinal de sua forma agradável anterior.





O Oficial
do Ministério arrumou o seu casaco, seus olhos direcionados para o chão enquanto
ele falava.





- Ele não
é mais um garoto: é um monstro. Um monstro. Uma criatura das trevas. Não importa
como vocês o chamem, é tudo a mesma coisa. E nada do que vocês me disserem irá
mudar a minha opinião. Aquela coisa precisa ser morta antes que ele cresça e nos
mate.





- Se você
apenas desse uma chance para eles, Horus, você veria que nem todos os lobisomens
são cruéis.





- Isso é um absurdo!





- Olhe
para ele. - Dumbledore fez um gesto em direção a Amélia e Remo - Ele parece ser
perigoso para você? - ele andou pela sala para ficar ao lado de Amélia, dando ao
pequeno garoto um sorriso assegurador antes de voltar-se para o empregado do
Ministério - Enquanto o garoto for crescendo, ele não irá aprender? Ele não
poderá aprender como ser normal ao invés de um lobisomem vingativo? Se nós o
tratarmos com ódio, ele unicamente conhecerá o que é o ódio. Mas se o tratarmos
com amor, ele só conhecerá o amor. Você não concorda, Horus?





Prewett
deu um passo para frente e falou:





- Apesa
de tudo, eu estudei lobisomens por muito tempo. Usualmente eles têm tanta
amargura e são vingativos, que muitos deles declaram que não ligam se eles
mataram ou morderam alguém. Eles falam que as vítimas provavelmente mereciam
isso. Eu me lembro de um caso em que um homem foi mordido quando tinha vinte e
três anos. Ele foi evitado e foi odiado desde este dia. Nenhuma fagulha
de humanidade restou nele. Nada a não ser coloca-lo para baixo. Ele estava
namorando naquela época e perdeu a sua noiva. Tudo por causa do ódio com que os
lobisomens são tratados, assim crescendo revoltados, e eu posso te dizer que os
pais do Remo o amam muito. Talvez tenha uma chance para o pequeno Remo.



Houve uma grande pausa.





- Então,
qual é a sua decisão, Horus? - a voz macia de Dumbledore perguntou - Vamos ver
se o garoto consegue viver normalmente vinte e oito dias no mês, somente ficando
separado das outras pessoas quando estiver na lua cheia?



Horus lançou um olhar de desgosto. Seus olhos se estreitaram em Remo e ele
fez um barulho de náusea antes de sair da sala com Reilly, Kennedy e o outro
oficial em seus calcanhares.





Os olhos
de Dumbledore brilharam de prazer quando a porta foi fechada atrás deles.





- Ah,
Gideon Prewett, eu nunca iria acreditar que eu tivesse que ver esse dia. Você
era tão fiel ao Ministério.





Prewett
sorriu com rigor.





-

Eu sei
quando o Ministério está errado. Se os Lupin não amassem tanto seu filho



como eles
amam, eu deixaria Horus fazer o que ele quisesse. Seria melhor para o sujeito.
Eu não sei como é ser um lobisomem, mas o que eu disse é verdade. Eles crescem
com raiva quando são tratados de uma forma ruim e isso é um dos porquês que eles
são perigosos: eles acham que é o único caminho de se vingarem.



Dumbledore concordou:





- Todos
estamos gratos que você interviu onde deveria. - Prewett deu um curto aceno e
foi embora. Dumbledore desviou o seu olhar para os Lupin enquanto Edwin tomou o
seu lugar ao lado de sua esposa - Edwin Lupin, foi mesmo tanto tempo assim? Bem,
você mudou muito daquele garoto que adorava arrumar confusões no colégio. Eu
tinha que te agüentar.





- Muito
obrigado, senhor. - Edwin parou - Por tudo. Se eles tentassem pegar o meu filho,
eu acho... não, eu tenho certeza de que iria ter duelado com cada um deles antes
de entregá-lo. Eu só estou um pouco surpreso, senhor. Eu tinha chamado o
Diretor Dippet.





Dumbledore concordou.





- Eu acho
que o Diretor tinha outros assuntos mais importantes e queria tomar conta deles
antes. - ele deu um sorriso confortador, virando o seu olhar para Amélia - E
Amélia James, sempre a segunda melhor e sempre frustrada por esse fato, se eu me
lembro bem.





- Você se
lembra! Eu sempre achei isso muito desencorajador. - Amélia falou com uma
pequena risada - Eu preciso te agradecer também. Você salvou a vida de meu filho
e não tem mais nada que eu possa comparar com isso. Você realmente é um homem e
bruxo maravilhoso, todo mundo tinha que ser capaz de perceber isso.





Dumbledore sorriu gentilmente.





- Eu não
fiz isso, Amélia. - seus olhos brilharam jovialmente - Foi o amor que você e o
seu marido tem pelo seu filho. - Dumbledore deixou os seus olhos viajarem de
Amélia para a forma pequenina em seus braços. Os olhos de Remo estavam
arregalados de pavor - E para você, pequeno Senhor Lupin, - Remo olhou para os
lados para ter certeza de que o bruxo de cabelos prata não estava falando com
outra pessoa - eu vou estar sempre de olho em você porque eu percebo coisas
maravilhosas vindas do Senhor.













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