Para ficar na memória



Capitulo 5 – Para ficar na memória


 


            Era cedo quando Cecil se levantou. Queria banhar-se antes das demais colegas de quarto. Mesmo Lilian, que sempre acordava cedo, encontrou Cecil já vestida quando se levantou.


- Ah me espera pro café da manhã! Sou muito rápida, prometo. – disse Lilian.


            A professora McGonagal encontrou Cecil no Salão Principal para lhe entregar seus horários. Todas suas aulas batiam com as do quinto ano, e tinham algumas outras extras para o período noturno.


- Essas aulas extras irão durar de acordo com seu desempenho. Se a senhorita se mostrar uma boa aluna, logo será dispensada.


- Ok, muito obrigada professora.


            A primeira aula da manha foi justamente Transfiguração, e a professora McGonagal tratou de explicar aos alunos a importância de se prepararem para seus N.O.M.s , testes a serem realizados no final do ano e que certamente decidiriam a carreira futura dos jovens bruxos presentes. Seriam dados muitos mais deveres que de costume, e o nível das aulas seria mais elevado que dos demais anos. Apos essa explicação, a professora distribuiu pequenos camundongos para serem transfigurados em tacas de vinho tinto. Toda a sala de aula começou a sacudir suas varinhas e lentamente alguns camundongos mostravam sinais de perder seus rabos e tomar uma forma mais redonda. Sirius e Tiago se olharam significativamente e rapidamente seus camundongos se tornaram taças perfeitas.


- Agora só falta um bom vinho hein Pontas! Professooooora, já acabamos aqui!


- Excelente! Agora transformem seus camundongos de volta. Senhorita Wendel? Ainda não tive a oportunidade de vê-la fazer coisa alguma com seu camundongo. Continue assim e será mandada para o quarto ano. – disse McGonagal num tom bastante severo. Esperava mais de sua nova aluna. – Vamos lá, sacuda essa varinha e diga as palavras corretamente.


             A garota tinha agora todos os olhares da sala dirigidos a ela. Pegou sua varinha cuidadosamente e disse:


- Vino vitro!


 Imediatamente, seu camundongo se transformou numa taça de vinho do mais puro cristal, e assim se repetiu com todos os demais camundongos da sala. Todos os estudante s a olhavam boquiabertos, McGonagal contudo manteve-se passível.


- Muito bem. Dez pontos para a grifinória. Senhorita Wendel, gostaria de lhe ter uma palavrinha apos suas aulas da noite, na sala do professor Dumbledore.


- S-sim senhora. - disse a menina de cabeça baixa.


- Estão dispensados! Para casa, gostaria de uma redação de 30 centimetros sobre as propriedades da transfiguração de seres animados em seres inanimados. E para aqueles que não tiveram êxito em transfigurar seus camundongos, sugiro que pratiquem até a próxima aula.


- Mas professora, não foi nossa culpa! Se essa garota não tivesse transfigurado os camundongos de TODO MUNDO até que a gente teria conseguido! – um menino da Sonserina levantou-se do fundo da sala para expressar sua indignação com a injustiça. Alguns de seus colegas levantaram o apoiando.


- Senhor Flint, isso não é desculpa. Os senhores tiveram tempo suficiente para transfigurar seus camundongos antes da senhorita Wendel transfigurar todos de maneira brilhante. Os senhores Potter e Black, inclusive, o fizeram. Tenham um bom dia.


            Alguns alunos saíram resmungando da sala e Cecil pode escutar alguns lhe dizendo que era melhor aprender a se controlar, afinal a aula era para todos e todos deviam ter a chance de fazer os feitiços, antes que ela fizesse o trabalho por eles. Pedro Pettigrew a agradeceu, disse que nunca teria conseguido realizar aquele feito. Lilian se colocou ao lado da amiga enquanto se caminhavam a próxima aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Cecil decidiu contudo ir ao banheiro mais próximo, ficou abalada com sua incapacidade de se controlar magicamente, e começou a chorar baixinho quando entrou na cabine mais próxima. Passado um tempo, Murta-que-Geme, a fantasma do banheiro apareceu para um “papo”.


- Olá querida, andaram fazendo gracinhas com a sua cara?? É porque você é feia? Posso assombrar alguns alunos se você quiser...


            Recuperada do susto de ter visto uma fantasma, Cecil agradeceu e disse que estava atrasada para a aula.


- Isso, IGNOREM A MURTA, ela está morta mesmo!


            Ao entrar na sala, todos os alunos estavam em pé diante de um armário preto, enorme, e que vibrava muito.


- Ahh senhorita Wendel, não aturo atrasos na minha aula! Cinco pontos a menos para a Grifinória! Aproxime-se de seus colegas sim? Hoje estudaremos Bichos-Papões, temos um exemplar aqui mesmo, dentro desse armário. Tive a oportunidade de capturá-lo dois meses atrás e por sorte Dumbledore me chamou para ser professor, então resolvi trazê-lo para que vocês pudessem enfrentá-lo. Bom, alguém aqui poderia me dizer que forma tem um bicho papão?


- Ele não tem forma senhor. O bicho papão adquire a forma daquilo que da mais medo a sua vitima. – Lilian ergueu sua mão e disparou a responder.


- Vejo que a Grifinória acabou de recuperar seus cinco pontos perdidos! – um sorriso brotou nos lábios de Lilian, deixado Tiago meio bobo por alguns segundos... – Formem uma filha de frente para o armário sim? Assim todos vocês podem enfrentar o Bicho-Papão um a um. Qual seu nome meu filho?


- Remus Lupin senhor.


- Muito bem, o encantamento para se livrar de um bicho-papão consiste em pensar em algo muito engraçado e dizer: Ridikkulos!


- Ok, estou pronto.


            Ao abrir a porta do armário a sala tornou-se escura e surgiu uma esfera muito reluzente, de tons amarelados, um pouco cobertos por algo esfumaçado.. Uma perfeita Lua Cheia.


- RIDIKKULOS!


            A lua se tornou vermelha e as nuvens em sua volta se transformaram em cabelos, um palhaço surgira provocando risadas da maioria dos alunos da sala.


Sirius, Tiago e Pedro se entreolhavam.


- Excelente! Quem gostaria de ser o próximo? Que tal a senhorita atrasada? Para se redimir.


            Cecil não aprovou muito a idéia de enfrentar a coisa mais apavorante em sua frente mas deu corajosamente um passo a frente e ficou de frente para o armário. Quando o professor abriu, a sala escureceu novamente e de lá de dentro surgiu uma figura encapuzada, andando em direção à garota. De repente, a figura começou a despir sua capa preta e revelou um rosto que era uma cópia idêntica à Cecil Wendel, exceto pelos olhos castanhos. Terminou de revelar o rosto e olhou profundamente nos olhos da garota e começou a sangrar profusamente através de pequenos cortes em seu rosto e corpo, pois sua capa se encharcava. Logo a menina bicho-papão tornou a lamuriar-se de maneira que levantou os pêlos da nuca de todos ali presentes.


- Pare, pare Cecil, pare com isso... PAAAAAREEE VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO


- RI.. RID..


BUM! A porta se escancarou e a menina saiu correndo desembalada pelos corredores até entrar em um porta conhecida de seu primeiro dia no castelo.


- PROFESSORA, professora, por favor, me tira daqui, me leva de volta, eu não quero estudar mais isso, por favor, me deixa ir embora! – a menina chorava copiosamente, seu rosto estava vermelho e completamente molhado.


- Acalme-se, por favor. Sente-se, coma um biscoito. Gostaria de um copo d’água? – um copo apareceu magicamente nas mãos de McGonagal.


- PARE COM ISSO! Pare de fazer essas coisas! ISSO NÃO É NORMAL! Me tirem daqui!! Eu prefiro ficar com os loucos!!!


- Professora, com licença, estávamos na aula do professor Smith quando tudo aconteceu. – de repente entravam na sala, visivelmente preocupados, Lilian e Sirius. – Ele estava nos demonstrando um Bicho-Papão hoje.


            O rosto de McGonagall se transformou numa expressão de compreensão.


- Muito bem. Acalme-se querida. Senhor Black, poderia encaminhar a senhorita Wendel para Madame Pomfrey? Peça que administre uma poção calmante. Senhorita Evans fique aqui mais um instante sim? Ah, senhor Black, se não se importar, permaneça com a senhorita Wendel até o jantar, sim? Muito bem, pode ir.


- Eu não quero poções! Não quero nada mágico, não quero mais isso! – Cecil ainda chorava muito e soluçava, balançando todo seu corpo.


            Sirius a abraçou e disse para não se preocupar, que ele estava ali para ela. Pediu que se levanta-se e a menina obedeceu. Juntos, foram abraçados até a enfermaria, onde Madame Pomfrey lhe deu uma poção calmante. Sirius se manteve ao lado de Cecil durante todo o tempo e lhe fez um cafuné nos cabelos quando estava sonolenta por conta da poção. A menina foi vagarosamente sentido-se em um estado sonolento e dormiu nos braços de Sirius. Teve um sono sem sonhos, mas muito relaxante. Quando acordou Sirius conversava com Madame Pomfrey, com uma cara muito séria.


- Está bem, pode deixar comigo. Ah, olá Cecil, se sente melhor? – Sirius a olhava visivelmente preocupado.


- Sim, estou bem obrigada. Obrigada pela poção, Madame. Obrigada por, por cuidarem de mim. – uma lagrima teimou a cair.


- Está tudo bem. Está tudo bem agora. Vamos jantar? – Sirius disse limpando a lágrima do rosto de Cecil.


            O Salão Principal já não estava tão cheio, o que Cecil não pode deixar de agradecer internamente. Comeu bastante, estava faminta. Sirius comia e a olhava com um sorriso no canto dos lábios. Quando acabou, Cecil sentia-se um tanto sonolenta.


- Terminou? Vem ainda temos tempo pra um passeio antes de subirmos, ainda é cedo. – Sirius levantou e lhe ofereceu o braço.


            Cecil não quis recusar o convite, ainda mais de alguém que lhe foi tão atencioso. Foram em direção às portas do castelo e andaram pelos jardins ate chegarem ao lago.


- Vem, quero te mostrar um lugar muito especial pra mim.


            Caminharam mais um pouco e Cecil percebeu que caminhavam pela orla do lago até as proximidades da Floresta Proibida.


- Não podemos entrar ai!


- Eu sei, mas não é muito longe! Você vem?


- Vou.


            Chegaram a uma clareira, na beirada do lago, onde varias flores se encontravam. As cores e seus perfumes se espalhavam pela clareira dando uma sensação de paz. Além disso, tinham uma perfeita visão da lua, hoje crescente. Era um lugar realmente magnífico.


- Nossa, aqui é lindo! – Cecil estava admirando tudo a sua volta, reparou ate em pequenos peixes na beirada do lago.


- Vem, senta aqui. Pra você. – Sirius havia arrancado uma linda flor branca que abria e fechava ao toque de suas mãos. Ao tocar a mão de Cecil, a flor ficou estática e aberta, e adquiriu um tom lilás maravilhoso.


- Obrigada. – Cecil esboçou um sorriso e uma lagrima desceu. – É linda, muito obrigada. Obrigada por cuidar de mim, por ser tão atencioso...


- Eu adoro seu sorriso. – Sirius limpou a lágrima do rosto de Cecil. – Não foi incomodo nenhum cuidar de você, você merece todo e qualquer cuidado, quero você bem, pra sorrir sempre pra mim. – a mão de Sirius ainda estava no rosto de Cecil, que sorria abertamente agora. De repente ambos ficaram sérios e foram se aproximando. Tocaram seus lábios e começaram um beijo apaixonado. Quando Sirius forçou a entrada de sua língua na boca semi-aberta de Cecil a menina abriu permitindo que o beijo se aprofundasse. Deitaram nas lindas flores, que adquiriram um tom vermelho com o toque quente da pele do casal. Beijavam-se ternamente, a língua úmida de Sirius nos lábios quentes e carnudos de Cecil. Depois de um longo tempo, os dois se separaram respirando rápido, ofegantes com o beijo incrível que ambos tinham recebido. Estavam sem palavras. Sirius se levantou e deu a mão para que Cecil se levantasse. Andaram abraçados até a sala comunal onde se despediram.


- Boa noite. Mas uma pra você. – Sirius lhe entregou uma flor agora vermelha que abria e fechava. Quando Cecil segurou ela parou o movimento. – Bons sonhos, Cecil Wendel.


            Cecil foi praticamente flutuando até sua cama. Deitou com suas flores nas mãos e fechou os olhos com um sorriso que teimava em ficar em seus lábios. Adormeceu profundamente.

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