Tudo como antes



_Vamos Hermione, ou vamos nos atrasar... – falou Draco enquanto eu terminava de me arrumar.
_ Calma... – eu falei terminando o meu cabelo - pronto agora nós podemos ir. 
Eu peguei minha mochila e o acompanhei até a porta da cabana. Infelizmente tinha acabado a minha missão naquela cabana e eu não podia mais negar que eu poderia quem sabe amar Draco Malfoy. Tudo ali foi mágico, tudo ali no fim parecia ter sido um sonho e agora tudo poderia voltar como era antes, a não ser pelos nossos sentimentos.
_ ??? ???? (Novo Portal) - Draco falou em uma língua que deveria ser grego e passou as unhas pelo nada, como se estivesse arranhando algo invisível. 
Eu instantaneamente imaginei ele falando "u te Amo, Hermione" em grego e me arrepiei. Aos meus pés estava Pluffy sentado, me olhando como se eu o estivesse o abandonando. E eu estava. Ele ficaria sozinho ali, sem ninguém para tomar conta dele, e por mais que ele tivesse crescido muito nesse pouco tempo, ele continuava sendo um bebê javali. 
Draco estava tão ocupado abrindo um portale não percebeu que eu colocava o javali dentro da minha bolsa. Deixei um espaçinho pra ele respirar, e seus olhos castanhos me olhavam pela frestinha.
_ Finalmente... – sussurrou ele quando suas mãos arranharam algo que se rasgou, como se ele rasgasse um cenário e tivesse outro por trás. Os rasgos foram aumentando lentamente até formarem uma passagem e Draco me empurrou por ela.
Foi a viagem mais tranqüila do mundo mágico. Você simplesmente atravessa o portal como se passasse do quarto para a cozinha. Mas o javali se assustou, fez um barulho enorme e revelou seu esconderijo para Draco.
_ O que esse animal faz aqui? – ele perguntou enquanto caminhávamos pelo portal, onde era tudo branco, para enfim chegar ao destino. 
_ Eu não podia deixá-lo! – eu gritei, porque vinha um barulho de conversas, badernas do outro lado e eu mal podia escutá-lo. Ele olhou preocupado para o outro lado e então olhou o quarto branco em que estávamos e sua expressão foi de preocupação. Eu agarrei a mão dele tentando perguntar o que estava acontecendo, mais não saia nenhum som da minha boca, eu não podia escutá-lo e o barulho lá fora aumentava cada vez mais me deixando quase surda.
_ "corre" – eu li seus lábios, pois eu não podia escutá-lo e eu corri, puxando ele comigo para aonde quer que eu fosse. Eu tentei segurar sua mão até o fim, mais cada vez estava mais difícil até que agente passou do quarto branco para a estação King Cross em Londres e suas mãos se soltaram das minhas.
_Draco? – eu chamei. Passando pelos vários bruxos que me empurravam para o trem, o lado oposto que eu queria ir. – Draco???? – eu gritei entre as pessoas que se apressavam para o expresso de Hogwarts.
_ Hermione! – uma voz gritou do meio dos estudantes e meu coração se encheu de alegria. Mas não era Draco que se movia até mim, mas sim Harry, meu namorado.
_ Ah, oi... – eu sussurrei e eu devo ter feito uma cara de puro desapontamento pois ele ficou preocupado e nervoso ao mesmo tempo.
_ desculpe, pelas piores semanas da sua vida com o Malfoy. – sussurrou ele sorrindo e então me beijou. 
Não pense no Malfoy...
A minha mente me zombou, e por mais que eu tentasse pensar no Harry eu era atraída pelo pensamento no Malfoy.
"Droga..."
Não era a mesma coisa. Quando Draco me beijava eu ia rapidamente ao céus e voltava lentamente apreciando todo o momento e desejando que fosse eterno. Quando Harry me beija é como se não existisse nada entre nós, Como um quarto branco e vazio que eu acabei de passar. 
_Não foi tão ruim assim... – eu sussurrei sobre o beijo para a minha consciência
_ Prometo que eu nunca mais irei te mandar para uma floresta com selvagens. – ele sorriu doce como sempre.
_ Onde esta o Dra... quer dizer, o Malfoy? – perguntei – só faz parte do meu trabalho...
Ele suspirou e apontou com a cabeça para umas das portas do trem, onde Draco entrava majestosamente já vestido com o uniforme e Crabbe o Goyle vinham atrás carregando os malões.
_ Hey, hey, hey! Não arrasta meu malão não, é Italiano. – gritou Draco para os colegas e ele se apressaram a tirar a mala do chão.
_ Viu? Tudo voltou a ser como antes. – falou meu namorado enciumado com a minha preocupação, mais eu não me importei em tirar a pulguinha que o mordia na orelha - Vamos para o trem... – sussurrou ele então pegando a minha mala e a arrastando até um vagão vazio.
_ O que aconteceu com a guerra? – eu perguntei logo de cara quando chegamos a uma cabine. Rony, Gina, Neville e Luna me olharam.
_ A guerra foi em Hogwarts – falou Harry.
_ Muitos morreram tentando protegê-la... – falou Luna com seus olhos azuis hipnotizantes.
_ E muitos morreram tentando destruí-la. – completou Rony.
_ A guerra esta empatada... – começou Neville.
_ Como se não tivesse acontecido, está tudo igual novamente. – terminou Gina me olhando de um jeito que me dava arrepios.
_É a primeira vez que voltamos pra lá desde a guerra. Temos que arrumar, limpar e... – Harry começou a falar e eu o cortei.
_ Você esta me dizendo que todos os alunos nesse trem pensam que estão indo para Hogwarts para estudar e na verdade eles vão trabalhar? – eu perguntei estressada, eu também não gostaria de estar ali, é óbvio que eu queria estar em uma certa cabana com um certo cara...
Todos ficaram em silêncio e abaixaram a cabeça em cumplicidade. Claro que essa semana seria um inferno na escola.
_ Isso quer dizer que... – eu comecei voltando a falar da guerra.
_ Que isso é apenas o começo. – uma voz rouca e grave falou do nada e então todas os lustres do trem explodiram,fazendo voar cacos de vidro por tudo. Eu pude sentir um caco de vidro passar raspando no meu pescoço e pequenas gotas de sangue caíram no chão. O trem parou de repente e eu e todos na cabine caímos no chão. Barulhos estrondosos de malões caindo se escutava pelo trem e então gritos de dor e medo.
_ Aaaah – gritou Gina desesperada com as pernas presas embaixo de um dos malões. 
_ Meu amor, eu vou te ajudar... calma... – os berros de Gina ecoavam por toda a cabine e as palavras de Harry ecoavam em minha cabeça.
Cornaaaa !!!
Riu minha consciência e eu não pude discutir. 
Todos olharam de Harry e Gina pra mim e minha cara de fúria.
_Mione, não é o que... – ele começou mais parou sabendo q não ia adiantar.
_ Draco!! – eu gritei de repente percebendo porque tudo isso estava acontecendo. Precisei de uma dose a mais de força para abrir a porta da cabine e caminhei pelo escuro corredor com alunos assustados até chegar na única fonte de luz.
Vários dementadores voavam sobre aqueles que observavam o que acontecia na ultima cabine, e todos sugando as almas dos alunos ali presentes. Eu retirei a varinha rapidamente do bolso e os encarei.
_ Expecto Patronum! – eu ordenei com a varinha estendida para os dementadores e uma lontra brilhante saiu da ponta da minha varinha indo em direção a escuridão e afastando os dementadores dos alunos. Eu passei por eles e parei na porta do vagão.
Uma forma encapuzada que não tinha os pés tocando o chão estava encima dele, ele soltou Draco quando eu cheguei e eu pude ver a cor azulada do seu rosto e o sangue escorrendo pela sua boca. Um meio sorriso malicioso dançou em seus lábios.
_ Apenas o começo... – sussurrou o homem com aquela voz apavorante novamente e então os dementadores se juntaram a ele e num piscar de olhos todos sumiram.
_Draco!! – eu berrei chorando, subi encima dele e olhei a sua garganta exposta, ele estava quase sem sangue o que deixava ele tão pálido e quase azulado como o vampiro que o tinha mordido. – Ajuda, ele esta ferido! – eu gritei para Crabbe e Goyle que estavam grudados na parede como lagartixas.
_ Não parece ferido pra mim – sussurrou Crabbe assustado pra mim e eu voltei os olhos para o pescoço de Draco. O Buraco em seu pescoço e o sangue haviam sumido, mais uma pequena cicatriz com 2 furos prateados se camuflavam na sua pele pálida.
_ Você esta bem Draco? – eu perguntei a ele assim que seus olhos cinzas abriram e encararam os meus.
_ É claro que não... – sussurrou ele – Tirem essa sangue ruim de cima de mim! - gritou ele me empurrando de cima dele e se levantando em um pulo.
_ Não precisa mentir pra mim Draco... – eu falei me levantando.
_ Não sei do que esta falando, Granger – ele deu ênfase no meu sobrenome – Agora saia da minha cabine antes que eu te azare. – falou ameaçadoramente e fixou os olhos em mim, que me causou um breve momento de medo. Eu esperei uma discreta piscadela, avisando que ele estava apenas representando, mais não apareceu nenhum indício disso.
_ Oh, Ok... – eu o olhei novamente e comecei a sair da cabine. Eu não entendia nada o que estava acontecendo naquele trem e cada vez ficava mais estranho.
_ Oh não! Ela pingou aquele sangue nojento em mim! – gritou ele - Goyle, prepare o meu banho assim que chegarmos... – Eu escutei Draco falar assim que passei pela porta.
Eu não voltei para o meu vagão com Harry, Gina e o resto. Assim que terminei de ajudar os feridos no trem, eu conjurei o meu malão e me isolei em uma cabine vazia.
Harry o meu namorado, me traía com uma das minhas amigas, e eu pensava que ele era lerdo de mais para trair alguém, bobo de mais para ferir os sentimentos de alguém e inutilmente inútil pra mim.
Eu estava enganada.
Draco, minha verdadeira paixão, estava me tratando como antes e isso cheirava a magia, e é nesses momentos que eu passo a noite em claro pra procurar um antídoto.
E aquela criatura aterrorizante estava por ai, mordendo pessoas, entrando e saindo de portais com dementadores e logo poderia voltar para buscar Draco.
Hermione, pela primeira vez eu te vejo com medo...
Sussurrou minha consciência.
_Você não sabe o quanto...

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Comentários (1)

  • Landa MS

    Essa nem eu entendi. Primeiro só chamego, e depoiis só desprezo? Alguém bate nele por mim. qauem sabe assim não volta ao normal.

    2011-07-28
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