Preocupações



Minerva andava de um lado para o outro em seu escritório. Um mau pressentimento lhe assombrava. Os quadros de Alvo Dumbledore e Severo Snape tentavam acalmar a atual diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.  


-O que houve Minerva? – Era o quadro de Dumbledore.


-Nem eu mesma sei Alvo. Eu simplesmente estou com um mau pressentimento em relação ao Harry.


- Explique-se melhor, Minerva. Deve haver pelo menos uns cem Harrys nessa escola. – Agora Severo quem tomara a palavra.


-Harry Potter Severo! 


- Ah, claro. Só podia ser o seu filhotinho. Como eu fui burro não pensando logo no santo Potter.


-Me faça um favor, Severo?- Pediu Dumbledore.


-Diga Alvo.


-Cale a sua boca!


Vários outros antigos diretores e inclusive Minerva caíram na gargalhada. Severo nada disse, somente lançou um olhar irritado a todos os outros diretores, se demorando mais em Alvo e Minerva.


-Mas prossiga Minerva.  


-Eu não sei o que foi que senti Alvo. Sei que algo de ruim aconteceu ou acontecerá com Harry. Algo que o faça sentir dor.


-É Minnie, para quem não gostava de adivinhação você está se saindo uma bela adivinha. Essa sua quase profecia é digna de um lugarzinho na sala das profecias no ministério. Sibila Trelawney ficaria com inveja. - Zombou Severo, com um sorrisinho irônico no canto dos lábios finos.


-Em primeiro lugar Severo, eu continuo não gostando de adivinhação, é uma área da magia muito vaga. Em segundo lugar, o que eu acabei de relatar a vocês não foi uma profecia, e sim um mau pressentimento que eu tive. E em terceiro lugar, QUANTAS VEZES EU VOU TER QUE TE FALAR PARA NÃO ME CHAMAR DE MINNIE!- Disse Minerva irritadíssima.


-O Alvo te chama assim e você não reclama. – Retrucou Severo com cara de inocente.


-O Alvo é o Alvo!- Disse Fineus Nigellus, que não tinha entrado na conversa.


-Obrigado Fineus. –Disse Minerva.


 


Enquanto isso, Harry chegava a sua casa em Godric’s Hollow. Sua cicatriz latejava muito, o que o incomodava profundamente. Já estava escuro e ele não sabia qual seria a reação, tanto dele quanto de Gina quando se vissem. Abriu a porta e entrou. Gina, que estava lendo no sofá se assustou, mas a visão do marido a fez largar o livro e pular no pescoço de Harry, beijando-o amorosamente. Quando o beijo cessou, ela disse:


- Ah Harry! Ficamos tão preocupados. Pensamos que algo de ruim pudesse ter acontecido com você!


Ele sorriu amarelo para a esposa e olhou para os próprios pés. Não sabia se contava a Gina o que aconteceu realmente ou blefava. Eles entraram em casa e se acomodaram no sofá.


-Mas me conte o que aconteceu Harry! Vocês pegaram o Malfoy?


-Não Gina, pelo contrário. Ele nos pegou.


-Como assim?


-Eu não me lembro do que aconteceu, na verdade, a última coisa que eu me lembro é de ter jantado com Mione em um café do Beco Diagonal. Mas eu suponho que Malfoy estivesse ou fosse um vampiro, pois hoje, quando acordei, havia essa cicatriz no meu pescoço.


Harry tirou a gola da blusa da frente, e Gina pode ver a cicatriz ali. Somente nesse momento ela notou que os olhos do marido estavam vermelhos.


Quando recuperou a capacidade de falar, Gina olhou para o marido e disse um tanto irritada:


-Guarde minhas palavras Harry, eu ainda mato quem fez isso com você!


Ele sorriu internamente e tirou um facho de cabelo do rosto da mulher. Sua pele estava gelada, mas ela não ligou. Deu um beijo na mão do marido e chegou mais perto, encostando sua cabeça no ombro dele. Eles ficaram naquela posição por um bom tempo, até que Gina disse;


-Harry, querido, vai dormir, já é muito tarde.


-Meu bem, vampiros não dormem.


-É mesmo, me esqueci, neste caso, boa noite querido!


-Boa noite Gina.


A mulher subiu as escadas em direção ao quarto do casal. Harry deitou no sofá e tirou os óculos. Sabia que não ia dormir, mas poderia ao menos descansar. E pensar. Ele perdeu horas na clareira, sem conseguir pensar em nada. Somente agora parou para analisar a situação. Seria coincidência em um dia ele ter um sonho estranho e sua cicatriz arder, no outro, ter um sonho mais estranho ainda envolvendo ele, o Snape, vampiros e Lúcio Malfoy e uma semana depois ele virar um vampiro, exatamente como o Snape do sonho disse? ‘ É isso ai cara, só coincidência, isso tudo que aconteceu com você não tem nada a ver com o fato’. Dizia uma vozinha em sua cabeça. ‘ Não é só coincidência não meu caro. Encare as coisas com calma e tome suas conclusões sozinho, mas seria muito estranho e improvável se coisas como essas acontecessem por puro acaso.’


Era outra vozinha, mais séria, devia ser a razão. Parecia Dumbledore falando, fora o fato de que era a voz de Hermione. A outra voz, que parecia ser a voz d’ o mais fácil é sempre o melhor era, com certeza, a voz do Sirius, nas palavras do Rony. Harry sorriu a esse pensamento, lembrava do padrinho com muito afeto. Mas pensar nos fantasmas do passado não o ajudaria a chegar a uma conclusão.


Levantou do sofá e subiu as escadas. Não foi para seu quarto, queria ver Lílian, mesmo adormecida. Parou a porta do quarto da menina. Ela dormia como um anjo. Um anjo ruivo. Harry aproximou-se e beijou a testa da filha. Com cuidado, saiu do quarto e desceu as escadas. Virou à direita e desceu outro lance, parando em frente à porta que dava acesso ao escritório. A abriu a entrou. Olhou a sua volta, buscando um pedaço de pergaminho branco. Logo achou o que queria e se apressou a rabiscar um bilhete para Minerva Mcgonagall.


Profª Minerva,


Há tempos eu necessitava falar com a senhora. Coisas estranhas andam acontecendo comigo e eu gostaria de saber a sua opinião a respeito. Gostaria também de falar com Thiago e Alvo, pois Gina deve ter-lhes contado sobre meu sumiço. Mande lembranças a Hagrid e Neville.


                      Atenciosamente,


                          Harry.


Terminada a escrita, Harry enviou a carta. Já eram seis da manhã. Pegou um livro qualquer e começou a folheá-lo até que, depois de um bom tempo, ouviu um barulho no andar de cima.


Lílian estava na sala brincando distraidamente com uma varinha de plástico da loja Gemialiades Weasley. Ela se assustou ao ver o pai aparecer no alto da escada que dava acesso a sala, mas logo depois abriu um grande sorriso e foi correndo se jogar nos braços de Harry.


-Papai! Você voltou!


-Graças a Merlin, querida.


Harry pegou-a no colo e foi sentar-se no sofá. Durante o trajeto, Lílian percebeu a grande mudança nos olhos de Harry.


-Papai, seus olhos estão vermelhos!- Ela disse assustada.


-Sim querida, eu sei.


-Isso quer dizer que você virou um...


-Vampiro? Virei Lily, mas fique calma, eu não vou morder ninguém, a não ser que a pessoa mereça ou precise.


-O que você quis dizer com a não ser que a pessoa precise?- Ela perguntou ainda com um pouco de medo.


-Se a pessoa estiver morrendo, por exemplo. A transformação pode salvá-la.


Nesse momento eles foram interrompidos por Gina, que desceu a escada ainda sonolenta. Ela sorriu ao ver pai e filha no sofá e desceu o resto da escada.


-Bom dia!


-Bom dia Gina.


-Bom dia mamãe!


-Vocês já tomaram café?


-Não.


-Então vamos.


Durante o café da manhã (em que Harry se arriscou a comer umas torradas e ovos) uma grande coruja muito alva pousou em cima da mesa. Ela trazia presa ao bico uma carta de Hogwarts.


-A resposta de Minerva!- Disse Harry, surpreso, pois a carta chegou mais cedo do que o imaginado.


-Você escreveu a ela ontem querido?


-Sim, eu quero contá-la tudo o que aconteceu.


Harry pegou a carta do bico da coruja, que se serviu de cereais da tigela de Lílian antes de partir. A carta era curta, dizia o seguinte:


Caro Harry,


Eu estava realmente preocupada com você. Espero que esteja bem. Não poderei me afastar de Hogwarts por enquanto, mas se você quiser me visitar estarei disponível hoje. Espero que eu possa ajudar.


                       Atenciosamente,


                           Minerva.


-Gina, eu preciso ir a Hogwarts hoje, tudo bem? Mas eu acho que não demoro.


- Claro Harry.


Ele se levantou, deu um beijinho na testa das duas mulheres e saiu. Do lado de fora da casa, aparatou em frente aos portões de Hogwarts. Emocionou-se ao ver aquele castelo monumental erguer-se sobre as montanhas. Entrou. Conhecia muito bem aqueles corredores. Rumou direto para a sala da diretora. Mesmo sem a senha, a gárgula que guardava a entrada saltou para o lado abrindo passagem. Ao terminar de subir as escadas, Harry bateu na porta e foi mandado entrar.


- Ah Potter! Que bom ver você. –Disse Minerva, aparentemente preocupada.


-Bom dia professora. Vejo que a senhora esta muito bem.


-Graças a Merlin Harry. Mas agora me diga o que você queria me contar?


Ele tomou coragem e contou tudo o que lhe tinha acontecido para Minerva, desde o primeiro sonho estranho que tivera até a sua transformação em vampiro. A mulher escutou mais do que falou. Até que no final da narrativa, com a voz desprovida de emoções ela disse:


-Não sei o que isso significa Harry. Mas pode acreditar que não foi coincidência.  


- Eu sei. -Foram as únicas coisas que ele conseguiu dizer.


-Eu acho que você deveria contar isso tudo a Granger e Weasley.


-Sim, eu vou contar. Mas onde estão Al e Thiago? Eu queria tanto falar com eles.


- Desculpe Harry, mas eles estão no estádio. Grifinória está jogando contar Sonserina. Eles não perdem esse jogo por nada.


- Então ta. Fale com eles que eu mandei um beijo. – Disse Harry, com um desapontamento visível na voz. – Tchau professora.


-Tchau Harry.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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