Único



Lily subiu as escadas correndo, deixando Teddy sozinho, confuso, na sala. Ela correu para o único lugar em que poderia por a mente em ordem: o quarto de Al. Estranho que quando ela mais precisava se retirar, se excluir do mundo, era o quarto do irmão que ela procurava. Não que não gostasse do seu quarto, mas é que os seus objetos lembravam as pessoas que ela queria esquecer.


No momento, ela não queria esquecer ninguém. Ela queria mesmo era pensar em alguém. Queria esclarecer seus pensamentos, e ainda mais, seus sentimentos.


É errado o que ela sente, não é? Apaixonar-se com apenas 15 anos, sendo que tinha muitos anos na vida ainda? Apaixonar-se perdidamente com a sua idade, apaixonar-se perdidamente por alguém proibido, por alguém que é da sua família, por alguém que é dez anos mais velho!


Ela o deixara na sala assim que seus olhos se encontraram. Suas pernas tremeram e seus sorriso vacilou. Sentia vontade de beijá-lo,como havia feito milhares de vezes como brincadeira, quando era menor. Mas agora, definitivamente não era uma brincadeira.


Batem na porta. Ela inspira e expira fundo, já imaginando que seria aquele que persegue seus sonhos toda noite, mas após dizer um “entra”, ela percebe que não se passa de sua mãe.


- Como está, querida? – disse Ginny entrando no quarto e fechando a porta atrás de si, para logo sentar na cama do filho do meio, ao lado da filha mais nova. – Teddy disse que ficou preocupado, porque a “sua pequena” saiu correndo da sala sem explicações. Ele viu que você se trancou no quarto do Al, e sabia que era melhor eu vir conversar com você do que ele.


- Mãe... – começou Lily decidida a contar pelo menos para a mãe sobre seus sentimentos.  – Você já se apaixonou por alguém proibido?


- Filha... – disse Ginny suspirando – Isso tem alguma relação com o seu padrinho? – continuou ela. O olhar da pequena ruivinha se desviou do da mãe e olhou para o chão. Quando voltou a olhar pra mãe, ela tinha uma expressão de quem sabia alguma coisa.


- Mãe, eu... Eu me sinto culpada! Ele deveria ser como meu irmão, como um pai talvez. Ele é mais velho, mas eu... eu não consigo refrear esse sentimento. – pequenas lágrimas saíram dos seus olhos castanhos.


- Lily. Deixa eu te dizer uma coisa. Quando eu me apaixonei pelo seu pai, isso muito antes de eu realmente o conhecer, eu pensava nele como um cara proibido pra mim também. Eu me lembro de como eu tinha medo, já que além de ele ser “o famoso Harry Potter”, e de ser o melhor amigo do meu irmão, ele era um cara que nunca olharia pra mim. Mas... O amor nos surpreende. – Quando ela terminou de dizer isso, Lily ainda não tinha entendido onde a mãe queria chegar – Lily, as vezes aquele que amamos, também nos ama.


- A senhora que dizer que... – os olhos de Lily começaram a brilhar com a possibilidade.


- Vá falar com ele, querida, ele está no seu quarto.


Lily nunca havia corrido tão rápido para o seu quarto quanto neste dia. Ela abriu a porta do quarto com um estrondo e viu ele, o seu amado, sentado em sua cama, com os cabelos verdes que ela tanto amava, ele olhava pra ela e estava um pouco corado.


- Teddy... – foi tudo o que ela conseguiu dizer antes dele levantar, pega-la no colo e gira-la, como quando eram pequenos. Com a única diferença de que agora eles terminaram um rodopio com um beijo.

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