Prólogo.



 


A capa de invisibilidade oscilava sobre os três garotos que andavam em passos apressados pelo corredor escuro e deserto. Ficava a um terço de cair para o lado em muitas vezes, até que algum deles tivesse a coragem de tirar uma das mãos dos bolsos e ajeitá-la melhor sobre as três cabeças. O vento frio que percorria o corredor era suficiente para fazê-los bufar de frio. 


O do meio era o mais alto e, portanto, o que mais se abaixava para conseguir deixar seus pés encobertos pela capa. O garoto da esquerda, de óculos redondos, praguejava agora em tom de acusação para o amigo, falando alguma coisa sobre casacos e mantas, enquanto eles saíam do piso de pedra do castelo e seguiam pelos jardins, sob a lua cheia, em direção a um salgueiro de apenas cinco anos de idade, mas que parecia ter mais de cem em aparência. Aparentemente, a Prof. de Herbologia dera a ele mais uma dose da poção para crescer e, agora, em pleno outono, poucas folhas restavam em seus enormes galhos.


Eles pararam distantes da árvore, como se estivessem com medo do estrago que poderia acontecer se avançassem mais um centímetro. O amigo acusado fez uma careta e não respondeu, mas tirou uma das mãos do bolso pela primeira vez desde que saíram do dormitório e trouxe a varinha empunhada. Ele apontou para um galho velho caído no chão e o fez levitar com um feitiço não-pronunciado. O galho, sob suas ordens, aproximou-se do salgueiro e encostou-se a um nó de seu tronco. A árvore, que antes balançava na direção do vento, permaneceu estática enquanto os três garotos avançavam sob ela e desciam para um túnel subterrâneo. 


Logo se desfizeram da capa e o menino de óculos guardou-a na mochila que trazia nas costas. O terceiro garoto, e o mais baixo deles, agora tremia de frio e tentava não bater os dentes. Os três vestiam roupas de trouxas, e não suficientes para aquela época do ano. O inverno já se encaminhava para Hogwarts.


- Droga, Almofadinhas! Eu disse que precisaríamos de casacos! 


Almofadinhas olhou o amigo indignado por um momento, talvez pensando em algo para falar, mas tudo que conseguiu dizer em sua defesa foi abafado por um longo grito masculino que encheu o túnel de ponta a ponta. 


Os três rostos se encararam espantados e assustados, ninguém se atrevendo a dar mais um passo em direção à outra extremidade.


- Tudo bem, vai dar certo – disse Almofadinhas, tentando parecer convincente aos amigos. – Nos atenhamos ao plano e, com sorte, essa será somente a primeira vez de muitas que faremos isso – ele continuou ao sinal positivo dos dois. – Pontas, você é...


- Muito grande para me transformar aqui – completou Pontas, em tom monótono. – Eu sei disso. Você deve ter dito no mínimo duzentas e oitenta e quatro vezes desde ontem.


- Ótimo, então. Tente nos acompanhar – respondeu, com um sorriso de deboche. – Rabicho, vamos.


Rabicho estremeceu, o medo estampado em seu rosto. Tudo o que ele fez depois foi assentir, e então seu corpo perdeu forma e suas roupas caíram ao chão, tão rápido quanto você pode dizer “animago”, enquanto um rato de pêlos exatamente da mesma cor dos cabelos de Rabicho saiu por entre as roupas e rumou ao túnel, junto com o cão preto que se tornara Almofadinhas.


Pontas recolheu rapidamente as roupas dos amigos e colocou-as em sua mochila. Ele viu as figuras estranhas de seus amigos desaparecem onde o túnel curvava e ajeitou os óculos no rosto. Ia dar tão certo, ele já podia sentir. Com um sorriso no rosto, ele começou a correr e não parou até chegar à outra ponta, a Casa dos Gritos. Há cinco anos, conhecida como o prédio mais mal-assombrado da Grã-Bretanha.


 


A capa de invisibilidade oscilava sobre os três garotos que andavam em passos apressados pelo corredor escuro e deserto. Ficava a um terço de cair para o lado em muitas vezes, até que algum deles tivesse a coragem de tirar uma das mãos dos bolsos e ajeitá-la melhor sobre as três cabeças. O vento frio que percorria o corredor era suficiente para fazê-los bufar de frio. 

O do meio era o mais alto e, portanto, o que mais se abaixava para conseguir deixar seus pés encobertos pela capa. O garoto da esquerda, de óculos redondos, praguejava agora em tom de acusação para o amigo, falando alguma coisa sobre casacos e mantas, enquanto eles saíam do piso de pedra do castelo e seguiam pelos jardins, sob a lua cheia, em direção a um salgueiro de apenas cinco anos de idade, mas que parecia ter mais de cem em aparência. Aparentemente, a Prof. de Herbologia dera a ele mais uma dose da poção para crescer e, agora, em pleno outono, poucas folhas restavam em seus enormes galhos.

Eles pararam distantes da árvore, como se estivessem com medo do estrago que poderia acontecer se avançassem mais um centímetro. O amigo acusado fez uma careta e não respondeu, mas tirou uma das mãos do bolso pela primeira vez desde que saíram do dormitório e trouxe a varinha empunhada. Ele apontou para um galho velho caído no chão e o fez levitar com um feitiço não-pronunciado. O galho, sob suas ordens, aproximou-se do salgueiro e encostou-se a um nó de seu tronco. A árvore, que antes balançava na direção do vento, permaneceu estática enquanto os três garotos avançavam sob ela, e desciam para um túnel subterrâneo. 

Logo se desfizeram da capa e o menino de óculos guardou-a na mochila que trazia nas costas. O terceiro garoto, e o mais baixo deles, agora tremia de frio e tentava não bater os dentes. Os três vestiam roupas de trouxas, e não suficientes para aquela época do ano. O inverno já se encaminhava para Hogwarts.

- Droga, Almofadinhas! Eu disse que precisaríamos de casacos! 

Almofadinhas olhou o amigo indignado por um momento, talvez pensando em algo para falar, mas tudo que conseguiu dizer em sua defesa foi abafado por um longo grito masculino que encheu o túnel de ponta a ponta. 

Os três rostos se encararam espantados e assustados, ninguém se atrevendo a dar mais um passo em direção à outra extremidade.

- Tudo bem, vai dar certo – disse Almofadinhas, tentando parecer convincente aos amigos. – Nos atenhamos ao plano e, se der certo, essa será somente a primeira vez de muitas que faremos isso – ele continuou ao sinal positivo dos dois. – Pontas, você é...

- Muito grande para me transformar aqui – completou Pontas, em tom monótono. – Eu sei disso. Você deve ter dito no mínimo duzentas e oitenta e quatro vezes desde ontem.

- Ótimo, então. Tente nos acompanhar – respondeu, com um sorriso de deboche. – Rabicho, vamos.

Rabicho estremeceu, o medo estampado em seu rosto. Tudo o que ele fez depois foi assentir, e então seu corpo perdeu forma e suas roupas caíram ao chão, tão rápido quanto você pode dizer “animago”, enquanto um rato de pêlos exatamente da mesma cor dos cabelos de Rabicho saiu por entre as roupas e rumou ao túnel, junto com o cão preto que se tornara Almofadinhas.

Pontas recolheu rapidamente as roupas dos amigos e colocou-as em sua mochila. Ele viu as figuras estranhas de seus amigos desaparecem onde o túnel curvava e ajeitou os óculos no rosto. Ia dar tão certo, ele já podia sentir. Com um sorriso no rosto, ele começou a correr e não parou até chegar à outra ponta, a Casa dos Gritos. Há cinco anos, conhecida como o prédio mais mal-assombrado da Grã-BretanhaO do meio era o mais alto e, portanto, o que mais se abaixava para conseguir deixar seus pés encobertos pela capa. O garoto da esquerda, de óculos redondos, praguejava agora em tom de acusação para o amigo, falando alguma coisa sobre casacos e mantas, enquanto eles saíam do piso de pedra do castelo e seguiam pelos jardins, sob a lua cheia, em direção a um salgueiro de apenas cinco anos de idade, mas que parecia ter mais de cem em aparência. Aparentemente, a Prof. de Herbologia dera a ele mais uma dose da poção para crescer e, agora, em pleno outono, poucas folhas restavam em seus enormes galhoA capa de invisibilidade oscilava sobre os três garotos que andavam em passos apressados pelo corredor escuro e deserto. Ficava a um terço de cair para o lado em muitas vezes, até que algum deles tivesse a coragem de tirar uma das mãos dos bolsos e ajeitá-la melhor sobre as três cabeças. O vento frio que percorria o corredor era suficiente para fazê-los bufar de fri

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