Segredos



Quando Harry acordou no sábado, descobriu um dia limpo e calmo, perfeito para praticar Quadribol pensou, olhou para cama ao lado e viu Rony roncando tranquilamente, se vestiu e desceu para tomar café, depois de comer voltou a sala comunal a fim de adiantar os deveres, estava tentando escrever sobre a guerra das fadas em 1875, quando Hermione desceu apressada:

- Bom dia Harry

Antes que pudesse responder, a garota já havia sumido, olhou com raiva para o texto que escrevera e tentou se concentrar novamente, logo Rony se juntou a ele e, juntos se divertiram fazendo o dever de adivinhação, já havia passado metade do dia:

- Bem, acho que terminei.- Disse Harry satisfeito olhando para os pergaminhos que escrevera

- Bom pra você, ainda tenho o texto da guerra das fadas para fazer.-disse Rony desanimado

- Se quiser pode copiar o meu.- disse Harry oferecendo o pergaminho

Hermione olhou com definida desaprovação para ambos:

- Ah Mione, não vem não, já estou cansado, valeu Harry.- disse pegando o pergaminho

- Bem, acho que enquanto isso, vou visitar o Hagrid, vejo vocês depois.- disse Harry se levantando



Atravessou o jardim observando as pessoas que se divertiam ao redor do lago, queria ser uma delas, não ter mais preocupações, nem medo, a verdade é que desde que Sirius se fora, não tinha mais vontade ser Harry Potter, o menino que sobreviveu, sentia raiva de si mesmo, porque todas as pessoas que se importavam com ele, acabavam sempre morrendo, estava perdido em seus pensamentos que nem se deu conta quando chegou em frente a cabana, bateu de leve e pôde ouvir os latidos de canino, Hagrid o recebeu com um sorriso e um abraço que quase o desmontou:

- Entra Harry, entra.- disse empurrando canino para o lado

Harry se sentou, enquanto o amigo oferecia biscoitos, que delicadamente ele recusou:

- Então Harry, como está indo?- disse com perceptiva preocupação na voz

- Bem.- mentiu

- Harry, eu sei que deve estar sendo bem difícil pra você aceitar tudo isso, mas todos nós gostávamos dele e...- antes que pudesse continuar, Harry o interrompeu, a última coisa que queria era falar sobre o padrinho, não queria falar sobre isso com ninguém, era uma dor que ninguém compreenderia, que só ele poderia sentir e que carregava sozinho.

- Está tudo bem Hagrid, sério.- disse com a voz firme

Hagrid o olhou pouco convincente, mas decidiu não insistir.

- Então, como está indo com o Grope?- perguntou querendo mudar o rumo da conversa

- Ah, muito bem, ele tem progredido bastante, já não está tão violento.- disse feliz

Continuaram conversando por mais um tempo, e Harry decidiu ir embora, ainda queria voar um pouco:

- Acho que já vou, a gente se vê Hagrid.

- Está bem, e diga para o Rony e a Mione virem me ver também.

O garoto concordou e saiu, buscou sua firebolt e logo já estava voando alegremente sobre o campo, sentindo o vento tocando seu rosto,era uma sensação maravilhosa que sentia sempre que voava, parecia que todos os problemas sumiam e uma intensa liberdade o invadia, estava fazendo algumas acrobacias quando avistou Hermione lá embaixo o observando, deu um lopin e desceu, pousando ao lado da amiga:

- Oi Mione.-disse totalmente sem graça

- Oi, será que dava pra gente conversar um pouquinho?-perguntou sem olhá-lo

- Não sei se você percebeu, mas foi o que eu tentei fazer a semana inteira.- disse com uma pontinha de irritação

- Eu sei, desculpa Harry.- disse desta vez olhando-o

Ele não conseguiu ficar bravo ao olhá-la

- Tudo bem.- disse tentando sorrir

- Será que podíamos dar uma volta?

- Tá, vamos.

Começaram a caminhar em silêncio, ambos olhando para o chão, quando deram por si, estavam a beira do lago, sentaram-se encostados em uma árvore, o lugar estava tranquilo sem quase ninguém por perto, Harry estava cutucando o chão com um graveto, e Hermione criava coragem para começar aquela conversa:

- Então?- perguntou de repente, olhando pra ela

Ela suspirou e começou a falar:

- Harry, o que aconteceu aquela noite foi loucura, a gente não devia ter feito e ...

- Por que não?- disse começando a se irritar, também sentia-se confuso, mas em nenhum momento tinha se arrependido, pelo contrário, tinha gostado daquele momento e não o via como uma loucura.

- Porque nós somos amigos, e eu não quero jogar o que nós temos fora, pra tentar arriscar algo que nem sabemos se vai dar certo, se nem a gente tem certeza se é isso que realmente queremos, e ainda tem a Cho, o Rony e...

- E você gosta dele.- disse com raiva

- Não, não é isso. Quer dizer eu pensava que sim, mas agora não tenho mais certeza, eu tô confusa, não quero correr nenhum risco, muito menos magoá-lo, e ele é nosso amigo Harry, não acho justo fazer isso.- disse triste

- Em outras palavras você está com medo, tudo bem Mione, eu já entendi..- disse sentindo a raiva tomar conta de si, esperava que aquela conversa fosse diferente. Se levantou e saiu sem nem olhar para garota, só no meio do caminho se lembrou do encontro com Lara. Dobrou alguns corredores e chegou até sala de DCAT, deu uma batidinha e a professora o recebeu sorridente:

- Entre.- disse indicando uma cadeira.- quer chá?

O garoto assentiu e ela lhe deu uma xícara. Sentou-se de frente para ele, e o analisou por alguns instantes, antes de começar a falar:

- Você deve estar curioso pra saber porque te chamei aqui.- disse bebericando o chá

- É, um pouco.- respondeu, tirando da cabeça a discussão com Hermione

- Já lhe disseram que você se parece muito com seu pai?- perguntou olhando-o

- com os olhos da minha mãe.- concluiu a frase

Ela riu

- Já sim, algumas vezes.- disse sorrindo, depois perguntou seriamente:

- você os conheceu?

- Era sobre isso que queria conversar com você Harry.- disse depositando a xícara na mesa, antes de prosseguir

- Eu estive em Hogwarts com seus pais, sua mãe era a melhor amiga que alguém poderia ter.- disse sentindo lágrimas se formarem, mas continuou:

- Eu sou filha de trouxas e foi um susto quando recebi a carta, quando cheguei aqui me senti perdida e completamente assustada, estava com medo de não me adaptar, de não ser aceita, de não ser boa o suficiente, foi quando a conheci, nos tornamos inseparáveis e juntas conseguimos superar nossos medos, porque como eu, ela também se sentia assim, queríamos provar que éramos tão boas quanto os bruxos sangue-puro.

-Aqui vivi os melhores anos da minha vida, com amigos insubstituíveis, eu, Lilían e os marotos, no início achávamos eles uns idiotas, arrogantes, metidos a besta, mas o tempo provou que estávamos erradas, eles exageravam as vezes, mas eram excelentes amigos. Os anos foram fortalecendo nossa amizade, e com o passar do tempo Lilían acabou se apaixonando pelo jeito “maroto” de Tiago, sempre achei que isso ia acabar acontecendo.- ela riu novamente e continuou:

- Bem, também admito que amei um maroto desde o primeiro momento que o vi, mas nós dois éramos muito orgulhosos pra admitir isso, demorou alguns anos até finalmente nos acertarmos, e se não fosse pela Lilían e pelo...pelo Sirius ( lágrimas teimosas insistiam em cair), eu não suportaria a morte dos meus pais, eles foram meu porto seguro num momento que estava totalmente fragilizada. Nós tínhamos tantos planos quando terminássemos Hogwarts, ela se casaria com Tiago e eu com Sirius, e viveríamos uma vida tranquila.

- Você se casou com Sirius?- perguntou sem pensar

- Ah não, quando terminamos o sétimo ano, ele e seu pai tinham uma obsessão louca de pegar os seguidores de Voldemort, e estávamos numa época crítica, eu trabalhava no departamento de relações internacionais e quase nunca nos víamos, ele estava sempre em alguma missão. Queríamos nos casar quando toda aquela loucura acabasse, sua mãe preferiu casar antes, logo depois ficou grávida, e a última vez que a vi foi no seu batizado, ela estava tão feliz.- disse pensativa

- Você estava no meu batizado?

- Sim estava, fui sua madrinha junto com Sirius.- disse sorrindo para ele

- Ninguém nunca me disse que tinha uma madrinha.

- Eu sei Harry, me perdoe por ter sido tão covarde todo esse tempo, logo depois que o Sirius foi preso por causa daquele traidor asqueroso, eu fui embora pros Estados Unidos, eu não pude suportar tudo o que aconteceu, alguma coisa me dizia que ele era inocente e eu acreditava nisso, mas as pessoas me apontavam na rua por ser a noiva do perigoso Sirius Black, e eu queria fugir disso, e também não podia aguentar a culpa que estava sentindo, no dia em que ele foi preso tivemos uma briga feia, e depois não tive a chance de me desculpar, de não tê-lo compreendido, então fui embora e comecei a vida onde ninguém me conhecia, mandei cartas para Dumbledore pedindo notícias suas e dele também, mas ainda não estava pronta pra voltar e encarar tudo de novo, foi então que fiquei sabendo do que aconteceu este ano, e logo recebi o convite do diretor pra lecionar aqui e vi que minha hora havia chegado, mas acho que cheguei tarde demais.- disse chorando



Harry não sabia o que dizer, tentava absorver todas aquelas informações novas para mais tarde contar a Rony, e pela primeira vez percebeu que ela sentia a mesma dor que ele estivera sentindo todo esse tempo e que além de tudo era sua madrinha, talvez não estivesse sozinho novamente, estava perdido em tantos pensamentos quando ela perguntou:

- Será que você pode me perdoar?

Ele sorriu e balançou a cabeça, e em seguida já estava num abraço apertado com Lara, de alguma forma estava se sentindo melhor.

- Tem algo que quero lhe dar.- disse indo até sua bolsa e pegando uma caixinha. – Pegue, era de sua mãe.- e entregou uma correntinha com um pingente em forma de pomo de ouro que se abria e continha uma foto de Lilían e Tiago.

- Obrigado.- respondeu analisando a corrente

- Acho que ela te pertence.- disse sorrindo

Se despediram e ele foi correndo para sua torre, ao chegar na sala comunal encontrou apenas Gina lendo ao lado de uma pilha de livros:

- Oi Harry.

- Oi, você sabe onde o Rony está?

- Acho que ele foi na cozinha lanchar.- disse bocejando

- ah sim, quando ele voltar diga que quero falar com ele.- disse e subiu para o dormitório

Não se sabe por quanto tempo ele ficou perdido em seus pensamentos, mas assim que Rony chegou contou tudo o que descobrira aquela tarde:

- Uau Harry! Você tem uma madrinha.

- É, acho que tenho.- disse feliz

- Você já contou a Mione?

- Não, e nem pretendo e espero que você também não fale nada.- disse rispidamente

- Vocês brigaram, é?- perguntou notando a mudança de humor do amigo

- É, brigamos, e não quero falar sobre isso, está bem?- disse irritado

- Tá calma, e aí vamos descer, o jantar já vai ser servido.

Harry concordou e os dois desceram.



O domingo também amanheceu limpo, Harry acordou disposto e cutucou Rony que ainda dormia:

- Hã? Estamos sendo atacados.- disse olhando ao redor

- Não, mas achei que você toparia ir treinar Quadribol um pouco.

- Tá vamos, por falar nisso nós não temos mais um time, quer dizer a Angelina, a Alicia e a Katie já se formaram, e os meus irmãos também não estão mais aqui.- disse enquanto se vestia

- É, eu sei, vamos ter que fazer testes pra formar um novo time e eleger o novo capitão, mas ainda temos tempo, os jogos só começam em novembro.

Os dois desceram e encontraram Mione no caminho, e agora era a garota que tentava, em vão, falar com Harry, que a tratou friamente, depois que a garota saiu, Rony comentou:

- Cara, você tem que falar com ela. Quem é que vai te emprestar as anotações de história da magia?

- Não enche Rony!- disse enfezado



Enquanto Harry e Rony se divertiam no campo, na sala comunal encontrava-se uma Hermione mal humorada e uma Gina atolada de deveres, a garota tentava inutilmente se concentrar já que vários alunos jogavam por ali, de repente se levantou e irritada disse pra Hermione:

- Quer saber, vou estudar na biblioteca, quem sabe lá eu consigo estudar em paz!!!!!.- e saiu completamente apressada, ficou aliviada ao constatar que o lugar estava calmo e silencioso.

- Bem, já terminei transfiguração, feitiços, história da magia, falta só poções.- disse fazendo uma careta

- Vejamos, “ diga como preparar a poção do esquecimento”.- pegou o pergaminho, alguns livros e começou a escrever, estava tão concentrada que nem percebeu quando Draco chegou e sentou-se a sua frente:

- Vejam se não é a pirralha Weasley estudando?- disse num tom de deboche

- E vejam se não é o idiota do Malfoy me atormentando.- disse imitando a voz do garoto sem desgrudar os olhos do pergaminho, o garoto pareceu não se importar, tomou o pergaminho da mão dela e começou a ler:

- Dever de poções? Sua burrinha, você deve adicionar as patas de aranha picadas, se você colocá-las inteiras o efeito não será o mesmo.

- E alguém pediu a sua opinião? Bem, acho que não.- disse tirando o pergaminho das mãos dele

- Malfoy, porque você não dá o fora daqui?- disse irritada, olhando para ele que mantinha “aquele” sorrizinho

- Por que não tenho nada melhor pra fazer, e eu gosto de te irritar Gina.- disse calmamente

- Então fique aí!!!! E pra você é Weasley, Malfoy.- disse juntando suas coisas e saindo rapidamente





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