Único



XADREZ


Universo Alternativo




Sinopse: Se havia uma coisa em que Ronald Weasley era melhor que Hermione Granger, esta coisa era, definitivamente, o xadrez. Desconcertante, porém um fato inegável.




Friendship | Humor | Geral


Advertências do Capítulo: -


Capítulos: 1 / 1


Completa: [X] Sim [ ] Não




Disclaimer: Harry Potter e companhia limitada não me pertencem, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.




N/a: Ok, comecemos assim: ideia estranha minha. Estava sentindo saudades de postar algo no universo HP.


Despretensioso. Leve. Digamos: apenas algumas cenas.




Ele sorriu com perversidade enquanto movimentava seu cavalo, de modo que obrigava a rainha adversária a se postar a frente de seu rei, protegendo-o.


-Xeque mate em três rodadas, Herms.


A jovem observou o tabuleiro, desconcertada. Tentando captar a essência da jogada do rapaz à sua frente. Ele podia ter feito qualquer movimento, provavelmente se tivesse escolhido mover sua torre ao invés do cavalo, teria sido um movimento mais efetivo – ao menos para ela – já que poderia entender qual seria seu próximo movimento e, desta forma, proteger da melhor forma seu rei e atacar ao instante. Mas ele usara o cavalo. Não conseguia, não conseguia entender o raciocínio dele.


Por que, certas coisas, ela simplesmente não pode enxergar?, Ron pensou consigo, divertido, decidido a incrementar seu jogo.


-O que acha da Emily Ryan?


Hermione permaneceu analisando o tabuleiro, descartando imediatamente o pensamento de que Ron tentava distraí-la; ela lembrou amargamente que ele não precisava distraí-la para vencê-la facilmente.


-Hm... a monitora quintanista da Corvinal? – Ron fez um resmungo de assentimento, movendo seu bispo negro até o centro do tabuleiro. - Ela é uma boa garota. Muito inteligente.


-E bonita.


Hermione ergueu a vista por um instante para ele e assentiu. – Sim, e bonita.


-Acha que é de confiança? – sondou sorrindo para si mesmo. Meu Merlin, iria fazê-la cair em sua própria armadilha, assim como no jogo.


Hermione ponderou um pouco, ainda fitando intrigada o bispo do amigo. - Acho que sim, não falo frequentemente com ela. Mas me parece correta – devagar, ela moveu um de seus próprios bispos até o "campo adversário".


-Duas rodadas. Roque (1) – ele disse suavemente, mudando a posição de seu rei com a única torre que ainda não havia feito movimento. – Ela tem visitado muito a enfermaria, esses dias...


Hermione quase obscurecida com a mudança no assunto, ergueu novamente a vista para ter certeza que entendeu mais do que ele quis dizer, inquirindo-o com o olhar.


Ron sorriu de lado, dando de ombros. – Harry está carente de companhia.


-O que quer dizer com isso? – indagou erguendo a sobrancelha, esquecendo momentaneamente de seu jogo perdido.


-Acho que em breve Harry terá outra namorada – disse divertido.


Hermione pareceu chocada. – Ela é menor de idade.


-Tem quase 16, Hermione – Ron virou os olhos.


–Ela é uma criança, Ron!


-Criança que faz criança – zombou.


Hermione o encarou sem enxergar. – Não vou discutir com você.


-Harry também gosta dela.


-Harry gosta de todo mundo que o trate com um pingo de consideração – ela retrucou rispidamente.


-Por que você parece tão ofendida? – Ron indagou afetando surpresa.


-Não estou ofendida.


-Nem tem por quê. Não é verdade? Você nem mesmo foi vê-lo depois do acidente.


Hermione abaixou a vista. – Ele não quer me ver.


-É, talvez não queira mesmo. Joga.


-Rony!


Ele sorriu com condescendência. – Você sequer tentou. Agora joga.


Hermione o fuzilou com o olhar, mas tornou a se concentrar no jogo.


-Talvez você devesse visitá-lo após o almoço, amanhã – ele comentou ainda fitando o tabuleiro. – Eu posso deixar o caminho livre por alguns momentos. Sem corvinais, ou qualquer outra garo... outro aluno que não você. É só dizer sim – ele ergueu levemente a cabeça.


Hermione moveu sua peça com displicência. E, momentos depois, assentiu calmamente, sem sequer olhar para o amigo.


-Ok. Xeque mate – Ron disse sorridente.


Hermione olhou passada o tabuleiro. – Você disse que faltavam duas rodadas! – acusou.


Ron deu de ombros, sorridente: – Parece que estava enganado.


A garota, amuada, derrubou seu rei.


-x- Xadrez -x-


Hermione respirou fundo ao encontrar a ala hospitalar. Recordando-se fortemente porque se negava a, ao menos, passar perto da enfermaria por esses dias: Harry estava lá. Harry estava lá todo quebrado.


Estremeceu lembrando-se da cena, o pânico se apossou dela novamente ao revê-la.


Amaldiçoou mais uma vez o quadribol. E a Harry por tê-la feito se desesperar a ponto de perder as estribeiras. Ela achou que ele iria morrer. E enlouqueceu sob a perspectiva.


Nervosamente, ela postou as mãos na porta e a empurrou logo após um espirar. Por que ele não entendia? Não seria real se não existisse Harry. Não seria seu mundo, se ele não estivesse lá.


-x- Xadrez -x-


Os olhos de Madame Pomfrey se estreitaram e, sob o desconforto de sua visitante, finalmente retrucou:


– Senhorita Granger.


-Boa tarde, Madame Pomfrey... Eu gostaria de ver-


-O senhor Potter está dormindo agora.


-Oh – a morena tartamudeou decepcionada.


-Não faça muito barulho – Hermione assentiu com veemência assim que assimilou a permissão no tom da senhora. - E não o acorde – acrescentou erguendo a sobrancelha, antes de lhe dar as costas.


Com passos cuidadosos, a morena vistoriou as macas à procura de Harry, encontrando-a segundos depois. Suspirou e postou-se ao seu lado. Ele não parecia tão mal.


Ela não sabia há quanto tempo esteve ali, analisando-o atentamente sem fazer qualquer barulho. Mas como se tomasse consciência de que era observado, Harry abriu os olhos.


-Você demorou – ele murmurou depois de um minuto ou dois; sorrindo dolorosamente, seu corpo protestando em desconforto.


A morena sorriu. - Alô Harry.




Fim


(1) Roque é uma jogada do xadrez; nela, o Rei troca de lugar com uma das torres.

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