O Mistério do Bilhete



    No dia seguinte, Dária teve de vestir a mesma roupa com que dormira. Havia chegado ao dormitório e Luna estava dormindo, na noite anterior, e ela resolveu tirar satisfações de manhã, mas um inconveniente atraso fez com que Dária não conseguisse falar com ela, mais uma vez. Foi à sala do Prof. Flitwick e reportou o roubo e o bilhete.
    À caminho do Grande Salão, ela encontrou Shannon, e contou o ocorrido à colega, e também disse que havia pensado na hipótese de Felix ter feito isso, mas ele era da Lufa-Lufa, como poderia colocar o bilhete em seu malão, dentro do dormitório feminino da Corvinal?
   Alguns objetos de Dária, como seus pergaminhos e penas, não demoraram para ser encontrados, mas suas roupas estavam muito bem escondidas. A sorte(ou azar)da garota é que os livros escolares estavam com ela enquanto ela chorava no banheiro.
    Quando chegaram à porta do Grande Salão se despediram, e em direção à mesa da Corvinal, viu Luna se levantando da mesa. Dária apenas ficou parada esperando a garota se aproximar.
     -PORQUE FEZ ISSO?!
     Ela pareceu acordar a loira de um devaneio muito profundo, porque antes de falar qualquer coisa, ela deu um pulo assustado.
     -Mas, o que eu fiz?
     -Por Merlin! Pare com isso, você gosta quando as pessoas roubam SUAS coisas Luna?!
     -Não, mas, do que você está falando Dária?
     -Pra você é Resttlige! E você sabe muito bem que eu estou falando do bilhete que você deixou no meu malão, depois, é claro, de roubar todos os meus pertences!-À essa altura, todo o Grande Salão parecia estar prestando atenção na discussão, e até as velas pairando no ar pareceram mais agitadas.
     Sem dizer mais nada, Luna simplesmente saiu andando, deixando Dária parada entre as mesas da Sonserina e Corvinal.
***
     Rapidamente, a discussão entre Dária e Luna foi esquecida, porque as pessoas, pelo visto, tinham mais no que pensar.
     Dária nunca mais fora às aulas na AD, pois evitava ao máximo encontros com Luna, e Shannon foi se tornando, com o tempo, uma grande amiga. Semanas se passaram, todos os pertences voltaram ao malão, mas Dária ainda queria saber quem havia os roubado e deixado apenas um bilhete avisando que avingança estava começando.
     Ela sempre pensava em todas as pessoas que poderiam querer mal a ela, todos os sonserinos em geral, que a odiavam por ser "sangue-ruim", Felix e Luna, obviamente, que estavam bravos com ela, e até pensou em Shannon, mas deveria estar enganada.
     Ela pensava cada vez mais, mas a cada neorônio gasto, as suspeitas se limitavam. 
     Dária estava cansada de tudo que estava  acontecendo. Além de ter sido roubada e ameaçada, ela estava brigada com duas pessoas por quem sentia mais que afeto, mas no momento não queria admitir, e mesmo tendo a companhia de Shannon, Luna era diferente, e ela estava acostumada com essa diferença, uma boa diferença.   
     Com as aulas cada vez mais difíceis, a Prof. Umbridge liderando a escola, e todos esses outros fatores negativos, Dária não pensava em mais motivos para ser feliz, a sua vida era uma depressão contínua, e ela sempre estava triste. Depois de um tempo ela acabou se acostumando, mas ainda havia um sentimento ruim penetrado em seu coração.
     As provas haviam começado, e Dária agradecia por isso, porque estudando ela tinha menos tempo para pensar nos problemas. Ela sempre mandava corujas à mãe, mas nunca dizia nada, pois tinha medo de preocupá-la com coisas bobas.
     Passeando pelo jardim, depois de fazer uma prova de transfiguração particularmente complicada, Dária passeou pelos jardins cobertos pela luz e calor reconfortantes daquele dia primaveral. De longe ela observava Felix, que estava muito bonito naquela manhã. Desde que brigaram, ele havia mudado, seu corpo estava mais atlético, (talvez porque ele adorava correr toda manhã) suas faces estavam mais rígidas, mas de um jeito muito bonito, e seus olhos... Seus olhos cada vez mais solitários, o que fazia Dária se sentir mal. Porque então ela não se desculpava, ele havia provado seu amor por ela inúmeras vezes, e talvez ele realmente estivesse dominado pela maldição Imperius. Porque ela tinha que ser cabeça-dura ao ponto de não aceitar desculpas, ou uma declaração de amor?
      Então ela resolveu falar com ele. Se levantou e começou a caminhar, cada vez mais devagar, mas antes de chegar a ele a sineta tocou e o garoto adentrou o castelo rapidamente. 
      De repente, Dária sentiu uma dor lascinante nas costas, e a última coisa de que teve consiência foi sua caída na grama fofa ao lado do lago.    

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