Draco Malfoy



Oi galera, demorei, mas aí está o capítulo novo. Me desculpem. Precisei viajar e ficou impossível escrever. Espero que gostem. Já sabem né. COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM!!!


 Quero agradecer imensamente quem tem lido e principalmente comentado minha fic. Só continuo escrevendo porque sei que alguém está lendo.


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 Capítulo 10: Draco Malfoy


 Gina não conseguiu acreditar que apenas uma semana de atraso renderia a ela tanto trabalho extra. Assim que chegou, a Profª McGonagall lhe passou todos os deveres atrasados e eles ocuparam todos os horários livres da menina pelas semanas seguintes. Pouco teve tempo de conversar com Hermione, que também aparentava não estar com tanta vontade assim de conversar com a ruiva. Quando finalmente conseguiu colocar seu trabalho em dia, já haviam se passado mais de um mês de aulas e os treinos de quadribol iriam recomeçar, o que trouxe um certo alívio a ela. Finalmente, durante o jantar em um domingo a noite, ela conseguiu um tempo para conversar melhor com Mione.


 - Oi Mione, tudo bem? – ela correu para se sentar ao lado da amiga.


 - Oi Gina, tudo. E com você? – Hermione sorriu para ela e tirou suas coisas para ela se acomodar melhor.


 - Tudo. Finalmente consegui colocar minhas coisas em dia. E você, muito trabalho ainda por fazer? – Gina já sabia a resposta para aquela pergunta. Claro que Hermione não deixaria acumular seus trabalhos. Só estava puxando papo, pois se sentia muito afastada da amiga.


 - Na verdade não, está tudo em dia. Mas eu já estou começando a me preocupar com os NIEMs. Vão exigir muito mais que os NOMs. Já pensou nisso?


 - Já pensei nisso também, mas os treinos de quadribol vão recomeçar, não sei como vou fazer pra dar conta.


 - Eu te ajudo, pode deixar. Você é igualzinha a seu irmão – Hermione falou meio sem pensar. Olhou para Gina que lançava a ela um olhar intrigado. Desviou o olhar. Depois de um tempo, Gina falou.


 - Por falar nele, o que aconteceu com vocês naquele dia hein? Você saiu correndo e não tivemos mais notícias suas – Hermione ficou olhando para ela, tentando encontrar as palavras certas.


 - Er, bem, não, não aconteceu nada de mais – quando viu que Gina não acreditara nela, ela rapidamente acrescentou. – Nossa, olha a hora, preciso passar na biblioteca antes de ir dormir, depois a gente conversa – instantaneamente ela juntou suas coisas e se levantou da mesa, deixando Gina completamente aturdida. A ruiva tentou chamá-la de volta, mas ela fingiu que não ouviu.


 Os dias seguintes foram mais ou menos parecidos. Hermione sempre descia mais cedo para o café, geralmente almoçava muito rapidamente e quase sempre fazia questão de jantar quando a amiga ainda estava nos treinos. Gina achava isso extremamente irritante e começava a se chatear com a amiga. Na primeira visita a Hogsmeade, ela se encontrou com Harry e resolveu desabafar.


 - A Mione está muito estranha. Desde que eu perguntei sobre o que aconteceu entre ela e meu irmão, ela tem me evitado – Harry se engasgou com a cerveja amanteigada. Gina percebeu que havia alguma coisa errada e resolveu apertar o namorado.


 - Você foi o primeiro a entrar no quarto depois dela. Você sabe o que aconteceu. É melhor me contar – a ruiva se arrumou melhor na cadeira e passou a encarar o bruxo muito autoritariamente. Harry desviou o olhar e passou a achar sua caneca muito bonita.


 - Eu, eu não sei de nada. Seu irmão, er, não me contou – Gina obviamente não acreditava naquilo. Continuava olhando-o muito decididamente. Harry foi salvo de mais perguntas quando viu o professor Slughorn entrando no bar acompanhando de Hagrid. Imediatamente os bruxos o viram e vieram falar com ele.


 - Harry, meu menino, que bom te ver – Slughorn, com sua enorme pança veio ao encontro do garoto e ocupou quase todo o espaço daquele lado do bar. Harry ficou pensando que somente magia poderia fazer com que Hagrid e Horácio ocupassem a mesma mesa.


 - Bom te ver também professor. Como vão as aulas – ele se levantou desvencilhando dos olhares da namorada. Aproveitou e também cumprimentou Hagrid.


 - Estão indo bem, obrigado por perguntar. Como vai, Srta. Weasley? – Gina simplesmente sorriu para ele. Harry conversou animadamente com os dois. De vez em quando lançava olhares para Gina, que não parecia nada feliz. Quando o dia estava escurecendo, Hagrid falou.


 - Nossa, olha as horas Horácio. Precisamos voltar. E você também, Gina – Slughorn simplesmente concordou com a cabeça. Já havia tomado muito uísque de fogo para discernir as horas. Os quatro saíram do bar e Gina estava muito contrariada quando se despediu de Harry.


 A ruiva acordou decidida a descobrir a verdade. Acordou muito cedo, mas Hermione não estava mais no quarto. Durante o café da manhã, recebeu uma carta da sua mãe.


 Querida Gina,


 espero que esteja tudo bem. Aqui em casa estamos todos ótimos. Seu irmão está fazendo progresso. Mandaram uma curandeira do hospital para ajudá-lo na recuperação. Ele já come um pouco mais e já consegue andar melhor. Ainda fico preocupada porque ele passa várias horas isolado e muito abatido. Nem com Harry ele desabafa. Enfim, sei que tem muito trabalho pela frente com seus NIEMs, então não vou mais perturbá-la.


 Beijos da sua mãe,


 Molly Weasley


 Gina leu e releu a carta. Guardou-a no bolso das vestes e saiu atrás de Hermione. Ela tinha certeza que essa depressão do Ron tinha a ver com a amiga. Sabia que a garota estaria em runas antigas, então resolveu esperá-la na porta da sala de aula. Quando a sineta tocou, ela se aprumou e ficou esperando os alunos saírem. Quando Hermione a viu, tentou sair pelo corredor do lado oposto, mas a ruiva estava determinada a falar com ela.


 - Hermione, ei Hermione – quando a garota não fez menção de parar para ouví-la, ela simplesmente correu até ficar diante dela. Hermione estancou assim que viu a amiga parada.


 - Ah, oi Gina. Não tinha te visto – ela evitava olhar para a ruiva.


 - Viu sim, mas tentou fugir de mim – ela a olhava muito determinada.


 - Que bobagem Gina, porque eu fugiria de você? – mas Gina permaneceu impassível.


 - É isso que eu venho tentando saber. Primeiro você passa a me evitar desde que eu falei no Ron. Encontrei com Harry esse fim de semana e ele também não quis me falar nada. O que está acontecendo hein?


 - Não tem nada acontecendo. Bobagem sua – ela tentou se desvencilhar, mas Gina novamente se postou diante da amiga, impedindo sua passagem.


 - Eu sou sua amiga Mione, pode me contar – ela agora parecia mais calma. – Minha mãe me mandou uma carta dizendo que ele passa vários momentos solitários, de cabeça baixa, sem falar com ninguém. Aconteceu alguma... – mas antes de terminar a frase, Mione desatou a chorar.


 - Eu...contei...a...ele. Contei...do...meu...namoro. Ele...me...odeia – Gina então abraçou a amiga que demorou mais alguns minutos até parar de chorar.


 - Eu sei que ele não te odeia. Ele nunca te odiaria – Hermione ficou olhando para ela, mas não disse nada. Mais alguns minutos e as duas voltaram para o castelo. Tinham aula de Transfiguração e combinaram de conversar melhor durante o almoço.


 Hermione contou tudo para Gina e, apesar das lágrimas, se sentiu melhor ao fazê-lo. A ruiva estava estranhamente compreensiva e ficou repetindo para ela que era impossível Ron odiá-la, só precisaria de tempo para ele se acostumar ao namoro dela. Mione percebeu que Gina já não aceitava tão bem o namoro dela com Krum, mas não era hora para discutirem esse assunto.


 Nas semanas seguintes, o clima entre as duas melhorou bastante. A carga de trabalho era muito alta e não teriam conseguido dar conta dos deveres se não contassem com a ajuda uma da outra. Foi quando desciam para o jantar que viram um grande anúncio pregado à entrada do Salão Principal.


 A Professora e Diretora de Hogwarts, Minerva McGonagall gostaria de informar aos alunos que um anúncio será dado no domingo à noite. Esse anúncio diz respeito especialmente aos alunos do sétimo ano, mas posso antecipar que todos ficarão surpresos e felizes.


 As duas leram e releram o pergaminho e ficaram se perguntando o que seria. Parece que toda a escola ficou ouriçada com a perspectiva do que seria aquilo. A semana passou cheia de expectativas


 No domingo, todos chegaram ao Salão Principal muito ansiosos. Que aviso tão importante seria esse que a Profª McGonagall iria dar. Hermione e Gina tiveram muita dificuldade em acharem dois lugares à mesa da Grifinória, que estava mais lotada que de costume. O burburinho entre os alunos era geral.


 Hermione não parecia tão interessada naquele anúncio. Gina, por outro lado, só pensava nisso.


 - Ei Mione, o que você acha que deve ser hein?


 - Ah Gina, não sei. Fiquei pensando, mas não tive nenhuma ideia. E você? – mas antes que Gina pudesse responder, ouviram a voz da diretora pedindo silêncio.


 - Bom, como vocês sabem – começou ela em tom muito solene – hoje será dado um grande anúncio ao alunos de Hogwarts – o murmurinho recomeçou. Minerva mais uma vez precisou pedir silêncio. Endireitou o corpo e estufou o peito antes de falar. – É com enorme prazer que informo a vocês que este ano realizaremos o Baile Anual de Formatura – A Prof.ª fez uma pausa, esperando pela reação dos alunos. O barulho agora era geral. Todo mundo começou a comentar com o vizinho sobre o baile. Ficaram imaginando como e quando seria. Hermione olhou para Gina que sorria.


 - Baile de Formatura? Mas nunca tivemos isso antes – a morena comentou com a amiga.


 - Eu também não faço a menor ideia do que seja, mas estou adorando – a ruiva conseguia sorrir ainda mais. Se virou para falar com o colega ao seu lado, mas foi interrompida novamente pela professora.


 - Devido a circunstâncias extremas. Que não veem ao caso – ela resolveu acrescentar quando ouviu os murmurinhos aumentando – nos últimos sete anos não foi possível realizarmos essa festa – Hermione parou para pensar e fazia todo sentido. No primeiro ano dela em Hogwarts a Pedra Filosofal corria risco de ser roubada, e Lorde Voldemort se apossou de um professor. No segundo ano a Câmara Secreta fora reaberta e uma aluna sequestrada. No terceiro, um maníaco assassino estava à solta e queria matar um dos alunos. No quarto ano, houve o Torneio Tribruxo e a morte de Cedrico Diggory. No quinto, Dolores Umbridge proibiu todas as formas de reunião entre os alunos. No sexto, Dumbledore fora assassinado. No sétimo, estavam em guerra e a escola foi parcialmente destruída. Mione ficou pensando nisso por alguns instantes, quando levou um cutucão de Gina, obrigando-a a prestar atenção.


 - O baile será restrito aos alunos do sétimo ano. Alunos do sexto ano poderão comparecer, desde que como convidados de algum formando. O baile será realizado uma semana após o fim dos NIEM’s. Os alunos poderão trazer um acompanhante cada. Serão exigidas vestes de gala e obviamente se espera um comportamento exemplar dos nossos alunos mais velhos – McGonagall interrompeu o discurso e começou a olhar severamente para os alunos notadamente mais bagunceiros. Podiam ser ouvidos protestos dos alunos mais novos.


 - Devido à grande carga de trabalho dos alunos do último ano, os professores serão os encarregados da organização da festa. Ao longo dos próximos meses serão afixados maiores informações nos quadro de avisos das casas. Espero que vocês não desviem o foco dos seus exames. Bem, por enquanto é só – e com um estalo de dedos, travessas e mais travessas de comida apareceram nas mesas. O jantar fora muito mais animado do que de costume.


 Nos dias seguintes só se falava no tal baile de formatura. Os meninos discutiam quem deveriam convidar e se conseguiriam beijar alguém até o fim da noite. As meninas discutiam quem elas gostariam que a convidassem e qual vestido deveriam usar. Hermione aparentemente era a única que não se importava muito com o baile. Um fato que Gina não demorou muito a perceber.


 - O que foi Mione? Me parece que você não gostou da ideia – Gina falou enquanto fugia de uma aluna da Corvinal que perguntava a ela, pela sexta vez naquele dia, se ela conhecia algum feitiço para fazer com que o goleiro da Grifinória a convidasse ao baile.


 - Não é isso. Achei a ideia muito bacana. Acontece que, que seuirmãodeveiraobaile.


 - O quê? – Gina não conseguiu entender.


 - Seu irmão deve ir ao baile – ela disse mais pausadamente, mas instantaneamente abaixou a cabeça. O clima pesou um pouco entre as duas. Desde o dia que Hermione contou a Gina sobre a discussão que teve com Ron, as duas se sentiam desconfortáveis sobre esse assunto. Gina, visivelmente corada, finalmente falou.


 - Acho que ele não virá – Hermione imediatamente levantou a cabeça espantada. Gina se apressou em terminar. – Você ouviu a professora. Só podemos trazer um convidado. Eu vou chamar o Harry e você vai chamar o Krum, certo? – ela ficou olhando para a amiga, que demorou um pouco para abanar a cabeça em sinal de afirmação. – Então não tem como Ron vir, pois não tem ninguém para convidá-lo – Hermione ficou parada, meio que absorvendo o que fora dito. Se o problema era o fato de Ron aparecer no baile, porque agora que descobriu que era improvável que ele viesse, ela ainda se sentia mal. Respondeu alguma coisa que Gina não entendeu e voltou ao dormitório. Ficou horas deitada, sem conseguir dormir. Ficou imaginando se Ron não estaria presente no dia mais importante de sua vida acadêmica. Quando menos percebeu, o dia já estava clareando. Levantou da cama e desceu cedo para o café.


 Hermione fez uma anotação mental para nunca mais, por qualquer motivo que fosse, perder uma noite de sono. O dia fora muito pesado. Parece que os professores temiam que os alunos relaxassem e resolveram apertar ainda mais as aulas. Eles tiveram uma aula particularmente espinhosa de Defesa Contra as Artes das Trevas, que agora era ensinada por um bruxo muito alto e imponente, onde tiveram que tentar prever e se defender de um feitiço lançado pelo colega, mas de maneira silenciosa. Hermione fora estuporada duas vezes, antes de conseguir desarmar Dino Thomas. Estava exausta, mal humorada e carrancuda. Nem mesmo o aviso de que teriam visita a Hogsmeade no fim de semana a reanimou.


 O restante da semana passou mais ou menos como começara. Muito puxada e frustrante. Transfiguração, Feitiços e Poções haviam se tornado verdadeiros pesadelos. Ninguém imaginava que a preparação para os NIEMs seria tão exaustiva. Nunca um fim de semana fora tão bem recebido no castelo.


 Hermione desejava mais do que nunca ficar no castelo. Queria dormir todas as horas que perdeu durante a semana, e tinha que colocar pilhas de deveres em dia. Além do mais, se fosse a Hogsmeade, teria que ficar de vela para Gina e Harry. A morena finalmente cedeu depois que Gina a atormentou a manhã inteira. Com muita má vontade, recolheu suas coisas e acompanhou a amiga até o vilarejo. Assim que avistaram Harry, Gina correu e, como já era esperado, se jogou nos braços do namorado. Hermione finalmente alcançou os dois.


 - Oi Harry. Como vai?


 - Tudo bem. E com você? – Harry correu para abraçar a amiga.


 - Tudo bem também. Como vão as coisas lá na Toca? – a pergunta pegou Harry de surpresa, não achava que a amiga perguntaria da Toca.


 - Estão todos bem agora. Muito melhores. – Hermione simplesmente assentiu com a cabeça. Gina, percebendo o desconforto da amiga, resolveu falar.


 - Vamos ao Três Vassouras. O que vocês acham?


 - Ótima ideia – respondeu Harry. – Você concorda Mione? – mais uma vez a morena simplesmente assentiu com a cabeça.


 O Três Vassouras estava lotado, como sempre. Com muito custo os três encontraram uma mesinha nos fundos. Pediram três cervejas amanteigadas e começaram a conversar. Apesar de a princípio não estar com muita vontade de ir, Hermione estava gostando bastante do passeio. Falaram animadamente sobre uma porção de coisas e por várias vezes eles deram boas gargalhadas. Depois de um bom tempo, os três se levantaram e saíram do bar. Assim que colocaram os pés na rua, deram de cara com a Prof.ª McGonagall e se surpreenderam ao ver Rony parado ao lado dela. Hermione corara furiosamente e se recusava a olhar para o rapaz, que não tirava os olhos dela. Gina se apressou em começar uma conversa.


 - Oi Ron, que surpresa. O que você está fazendo aqui? – ela se adiantou e deu um abraço no irmão.


 - Oi Gina, foi a professora que me chamou para conversar – ele ainda não tirara os olhos de Hermione. – Oi Harry. Oi Mione.


 - Oi Ron, que bom te ver – Harry respondeu cumprimentando o amigo. Hermione simplesmente respondeu e continuou a olhar para o chão.


 - Eu chamei seu irmão aqui para a gente conversar. Como ele não é mais aluno e você deverá convidar o senhor Potter, eu achei que seria legal se seu irmão também ganhasse um convite. Aliás, todos os alunos que deveriam ter se formado ano passado ganharão convites – Minerva agora falava com Gina. Hermione ainda estava corada e Ron não desgrudava os olhos dela.


 - Mione, posso falar com você? – a pergunta pegou todos de surpresa. Mione levantou a cabeça, mas não disse nada. Até a professora ficou surpresa. Depois de um tempo, a morena respondeu.


 - Claro Ron, sem problemas – Ron então pediu licença à diretora e entrou no bar com Hermione.


 - Aconteceu alguma coisa? – Mione falou quando eles se sentaram.


 - Está tudo bem. Tô bem melhor agora. Mas eu senti muito sua falta – Mione segurou a respiração por um segundo e ficou olhando para ele. Seu coração agora estava disparado. Ficou encarando o garoto, sem saber o que dizer. Ela não pôde deixar de reparar como Ron estava mudado. Ainda estava muito magro, mas sua aparência e disposição estavam bem melhores. O garoto ainda usava muletas, mas mancava bem menos. Demorou até ela responder.


 - Eu também senti Ron – o menino esticou sua mão e segurou a de Mione. Ela estranhou um pouquinho, mas não moveu a sua.


 - Eu só queria te dizer que eu não me importo que você esteja namorando – Mione não imaginava o quanto doía para Ron falar essas palavras. – Eu simplesmente queria te pedir para não sair da minha vida. De uma forma ou de outra eu ainda queria que a gente continuasse amigos – ele encarava-a com muita determinação. Hermione estava muito corada e não encarava-o de volta. Antes que pudesse responder, porém, foram interrompidos por Hagrid.


 - Eu não acredito. Você está aqui. Que coisa boa – o gigante deu um abraço de moer os ossos em Ron. Ficaram conversando por algum tempo, quando o ruivo precisou ir embora. Os dois saíram do bar e encontraram os outros parados do lado de fora.


 - Bom, professora, vamos? – a diretora concordou com a cabeça, se despediu dos outros e tomou o caminho de volta a Hogwarts. O menino também se despediu dos amigos e se virou para Hermione.


 - A gente se vê então – ela acenou com a cabeça e ele a abraçou. Por uma estranha razão, ela não queria que ele a soltasse. O menino então se virou e começou a andar atrás da diretora.


 Harry e Gina ficaram parados olhando para Hermione, que agora estava parada olhando para o horizonte. Gina precisou fingir que estava limpando a garganta para Hermione poder voltar sua atenção a ela.


 - Então, o que vocês dois conversaram? – a morena então contou a eles a brevíssima conversa que tiveram. Harry e Gina olhavam para ela surpresos. Depois de passarem pela Zonkos e pela Dedosdemel, Harry precisou ir embora. Hermione se despediu do amigo e viu Gina levar vários e vários minutos pra largar o pescoço do rapaz. Depois que ele saiu as duas caminharam de volta em silêncio.


 Os meses seguintes não foram muito diferentes. A carga de trabalho só aumentou. Além de precisarem ler o que parecia ser toda a biblioteca, agora, cada vez mais alunos precisavam tirar algum livro da Seção Proibida. Hermione e Gina mal tinham tempo de se ver. Fevereiro e março passaram voando e o recesso de Páscoa foi muito bem recebido.


 - Então Mione, vai voltar pra casa? – Gina perguntou durante o jantar, dois dias antes do recesso.


 - Vou sim, o Viktor vai me visitar – sempre que mencionavam Krum, o clima entre as duas pesava um pouco. Gina definitivamente não gostava do namoro da amiga, mas não precisava falar nada. Hermione muito provavelmente já sabia disso.


 - Ah tá. É que depois de amanhã é 1º de abril. É o aniversário de Fred e Jorge – a ruiva agora tinha lágrimas nos olhos. – Eu só queria saber se você não gostaria de dar um pulo lá em casa. Acho que todo mundo vai gostar – Gina agora definitivamente chorava. Hermione passou seu braço sobre o ombro da amiga. Passou um tempo até ela responder.


 - Claro que eu vou. Passo lá e depois volto pra casa – Gina simplesmente assentiu com a cabeça e as duas permaneceram em silêncio por mais algum tempo. Finalmente elas resolveram subir para o dormitório.


 No dia seguinte, Hermione resolveu escrever aos seus pais, informando-os da mudança de planos. Trocou de roupa e resolveu ir ao corujal antes de tomar café. Era sábado e ela havia decidido que nem mesmo tocaria nos seus livros e anotações. Passou o dia com Gina conversando e caminhando pelos jardins. A amiga estava notadamente mais abatida. Durante o jantar, viu uma coruja entrando no salão com o que parecia ser a resposta dos seus pais.


 Querida Hermione,


 é uma pena que você não possa vir direto pra casa, mas eu entendo seus motivos. Espero que tudo corra bem. Gostaria que você desse meus melhores votos aos pais e irmãos desse garoto. Sei como essa família é importante para você. Espero você em casa quando puder.


 Beijos da sua mãe,


 Alice Granger


 P.S: Viktor Krum acabou de chegar e ele faz questão de ir recebê-la na estação amanhã. Tentei convencê-lo do contrário, mas não consegui.


 Hermione ficou paralisada após ler a carta da sua mãe. Nunca passou pela sua cabeça encontrar Viktor antes de chegar em casa, mas agora o garoto iria recebê-la quando descesse do trem. Ficou imaginando se teria que levá-lo à casa dos Weasley. Gina reparou o desconforto da amiga.


 - O que foi Mione. Aconteceu alguma coisa? – ela estava começando a parecer preocupada. Mione simplesmente estendeu a carta para a amiga. Quando Gina terminou de lê-la, olhou de volta para Mione.


 - Bem, acho que mamãe não vai se importar se você levar o Viktor – Gina não parecia muito certa do que acabara de dizer. Mione olhou para ela com uma expressão de dúvida. Recolheu a carta e voltou ao dormitório.


 No dia seguinte, ela acordou sem muita disposição. Demorou mais que de costume para arrumar suas coisas e desceu para tomar café. Encontrou Gina à mesa já com os olhos muito inchados.


 - Bom dia – Hermione falou temerosa. Quando Gina percebeu a presença da amiga, enxugou as lágrimas na manga do uniforme.


 - Oi Mione, bom dia – a ruiva voltou sua atenção para o prato em sua frente, mas não conseguia comer. Hermione sentou ao seu lado, mas demorou a dizer alguma coisa.


 - Eu, eu sinto muito. Nem consigo imaginar a falta que ele deve estar fazendo – assim que as palavras saíram de sua boca, Gina recomeçou a chorar e abraçou a amiga com força. Hermione tentou consolá-la, mas sem sucesso.


 Após o café, as duas terminaram de arrumar suas coisas e foram para Hogsmeade. Caminharam em silêncio até entrarem no trem. Dividiram a cabine com Dino e Luna. Mione e Gina passaram a maior parte da viagem caladas. Assim que chegaram a Londres, Hermione se demorou de propósito. Não estava preparada para encarar Krum e Ron juntos.


 Mione logo avistou o namorado acenando para ela, mas não era ele que ela queria ver. Despistadamente começou a procurar por Ron, mas não o encontrou junto aos outros Weasley. Finalmente chegou até Viktor, que parecia muito empolgado.


 - Oi Hermi-oni-ni. Tudo bem?


 - Oi Viktor. Tudo. E com você? – Mione fora pega de surpresa quando o búlgaro lhe deu um beijo. Rapidamente ela se afastou dele e olhou ao seu redor. Viu que Ron aparecera e agora olhava para ela. Imediatamente virou as costas e continuou conversando com o namorado. Quando o búlgaro pegou sua bagagem e se preparou para sair ela falou.


 - Lembra do meu amigo Fred? Eu te falei que ele morreu na guerra – Viktor fez que sim com a cabeça e a garota continuou. – Então, ele tem um irmão gêmeo e hoje é o aniversário deles. Como eu sou muito amiga de toda a família, eu prometi ir – antes que Krum pudesse responder, os dois foram surpreendidos pela Sra. Weasley.


 - Oi minha querida, como vai? – Hermione reparou imediatamente que Molly estivera chorando e sua voz estava mais abatida. Deu um abraço nela, mas antes que pudesse falar, o búlgaro se adiantou a ela.


 - Muito prazer minha senhora. Sou Viktor Krum, namorado da Hermione. Sinto muito pela sua perda – Molly ficou meio aturdida. Mione corou furiosamente e passou a olhar para o chão. Viktor Krum ficou parado com a mão estendida. Finalmente, Molly o cumprimentou.


 - Ahn, oi. Eu me lembro de você, esteve no casamento do meu filho – Viktor fez que sim com a cabeça. A bruxa continuou analisando-o. Além dela, estavam ali Arthur, Jorge, Ron e Harry. Aos poucos eles vieram cumprimentar a garota e eram apresentados a Krum, que reconheceu todos eles do casamento. Fez um cumprimento particularmente empolgado quando encontrou-se com Harry. As reações eram as mais variadas possíveis. Por último, Ron chegou até eles.


 - Oi Mione, tudo bem? – dessa vez, não foi mais que um cumprimento formal. Antes que Hermione pudesse falar, ele se virou para Viktor.


 - Oi Viktor. Tudo bem? Meu nome é Ron Weasley. Não sei se se lembra de mim – estendeu as mãos para o búlgaro que devolveu o cumprimento.


 - Hermi-oni-ni já havia me falado de você. Fico feliz que esteja bem. Lamento muito pelo seu irmão – Ron conseguiu abrir um sorriso. Instalou-se um silêncio constrangedor entre eles. Finalmente, Arthur Weasley chamou-os para irem embora e convidou Viktor Krum. Muito relutantemente, ele aceitou o convite.


 Chegaram à Toca pouco tempo depois. A viagem por Chave de Portal continuava muito desconfortável. Aos poucos foram se recuperando e entraram em casa. Antes que pudessem terminar de se acomodar, ouviram alguém gritando do lado de fora.


 - WEASLEY, WEASLEY. SAI DAÍ SEU MISERÁVEL.


 Todos correram para a porta assustados. Ainda não havia escurecido e puderam ver claramente quem gritara. Era Draco Malfoy, que parecia furioso.


 Gui e Jorge empunharam suas varinhas e se lançaram em direção à porta, mas foram interrompidos por Ron.


 - Deixa que eu vou. É comigo que ele quer falar – alguns tentaram protestar, sem sucesso.


 Assim que avistou o garoto, Draco sacou sua varinha, gesto que foi imitado por todos que estavam dentro de casa. Antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, Rony fez um movimento muito rápido com a sua varinha e desarmou Draco. Todos ficaram boquiabertos com a rapidez do ruivo. Apanhou a varinha do outro bruxo com a outra mão, enquanto Malfoy olhava atônito para ele, aparentemente sem entender o que ocorrera. O ruivo se aproximou dele e disse.


 - O que você quer Malfoy? – Ron estava perto o suficiente para que todos em casa o ouvissem. Não havia ódio ou raiva em sua voz.


 - Você...você matou meu pai – Draco claramente tentava segurar as lágrimas. Começara a tremer.


 - Fui eu sim – Ron disse friamente. Todo mundo já suspeitava disso, mas Rony nunca revelou exatamente o que aconteceu. Aquela confissão pegou-os de surpresa. Hermione, que pouco conversara com o ruivo, levou a mão à boca e arregalou os olhos. Molly e Arthur pareciam assustados. Todos apertaram os ouvidos para ouvirem melhor.


 - Como, como...você...teve...coragem? – Draco já não segurava mais as lágrimas.


 - Você não imagina o que ele fez comigo – o tom de voz de Ron permanecia calmo, apesar do garoto agora apertar as duas varinhas com mais força. Ajeitou melhor a muleta, mas não desviou os olhos do garoto à sua frente.


 - O que foi que ele fez hein? – Malfoy começou em tom desdenhoso. – Aposto que ele não fez nada para você. Você sempre teve inveja da minha família porque você nunca teve dinheiro e mora nessa espelunca. Você, você é um assassino – aquela parecia ter sido a gota d’água. Ron apertava as varinhas com tanta força que seus dedos já estavam ficando brancos. Quando ninguém esperava, o ruivo explodiu em fúria.


 - SEU PAI ME TORTUROU BARBARAMENTE MALFOY. É POR CULPA DELE QUE ESTOU ASSIM. É POR CULPA DELE QUE ESTOU ALEIJADO. É POR CULPA DELE QUE SÓ DOU TRABALHO À MINHA FAMÍLIA. É POR CULPA DELE QUE NÃO DURMO À NOITE. É POR CULPA DELE QUE EU, QUE EU PERDI A HERMIONE – Ao ouvir aquelas últimas palavras, todos se viraram para Hermione. A menina parecia assustada. Tinha o olhar perdido. Fez menção de falar alguma coisa, mas as palavras simplesmente não saíram. Aos poucos, eles retornaram sua atenção ao que estava acontecendo nos jardins. Rony ainda bufava de raiva, enquanto Malfoy parecia completamente aterrorizado.


 - Eu, eu...não...acredito. É tudo mentira sua – Draco conseguiu falar com grande esforço.


 - Não acredita é, então vou te mostrar – Ron então jogou a muleta no chão ao seu lado e começou a tirar o casaco. Ninguém estava entendendo muito bem o que ele queria fazer. Aos poucos o ruivo tirou toda a parte de cima da sua roupa e a imagem que se formou horrorizou todo mundo. Desde o dia que acordara no hospital, Ron não deixava ninguém vê-lo sem camisa, nem deixava que o ajudassem a trocar de roupa. Agora eles sabiam o porquê. Ron tinha cicatrizes horrorosas por todas as suas costas. Não havia um pedaço de pele que não estivesse riscado por cortes profundos. Imediatamente perceberam que haviam sido feitas por um lobisomem. Gui já fora atacado por um lobisomem e sabia que aquele tipo de corte nunca cicatrizaria por completo. Malfoy parecia horrorizado. Até então só tinha visto a parte da frente de Ron. Quando esse virou de costas para o loiro e sua família pôde ver o que havia no seu peito, todos ficaram revoltados. Uma cicatriz enorme com os dizeres “MORRA”. Molly não suportou e voltou correndo para a sala, Fleur no seu encalço. Hermione e Gina não seguraram as lágrimas e tiveram que ser consoladas. Os outros, Krum inclusive, ficaram boquiabertos. Como alguém seria capaz de tamanha barbaridade. O silêncio imperou por longos minutos. Ron se virou de frente para Malfoy mais uma vez e falou.


 - Viu agora o que seu pai fez? – Draco fez menção de falar, mas faltaram palavras. Olhou nos olhos de Ron e viu que ainda havia ódio injetado neles. Muito timidamente conseguiu falar.


 - Não é possível. Isso é horrível. Eu, eu não imaginava uma coisa dessas. Eu não sabia – o garoto agora olhava para o chão.


 - Eu sei que você não sabia. Olha aqui, eu matei sim seu pai e aquele lobisomem, Greyback, porque essa era a única chance que eu tinha de sobreviver. Se você me perguntar como eu me sinto agora, não vou negar que todas as noites as imagens daquele dia me voltam à cabeça. Eu tenho pesadelos horríveis só de lembrar dos corpos dos dois. Mas eu não me arrependo, porque, como já disse, se eu não o tivesse feito, tenho certeza que eles me matariam no ato – sua voz foi se acalmando e a raiva foi sendo substituída por angústia. – Tenho pena que você tenha perdido seu pai, mesmo sendo ele quem foi. Não consigo imaginar o que seria minha vida sem o meu. Eu acompanhei de perto o sofrimento de Harry por não ter o dele e o de Hermione também quando teve que mandar o dela para a Austrália. Fiz o que precisava ser feito – ele passou a olhar firmemente para Draco. Demorou até o menino falar novamente.


 - Acho, acho que eu não tenho mais nada o que fazer aqui. Me devolve minha varinha Weasley. Já vou embora – Ron olhou para a varinha de Malfoy na sua mão e devolveu-a ao rapaz. Draco se preparou para aparatar, mas antes esticou sua mão para Rony.


 - Me desculpe Weasley, por tudo – Ron ficou um pouco aturdido, tentando imaginar se não seria mais um truque. Finalmente esticou sua mão e segurou o cumprimento de Malfoy.


 - Não precisa se desculpar – Malfoy simplesmente acenou com a cabeça e no segundo seguinte desapareceu.


 O tempo parecia ter congelado. Ron ficou olhando para onde Malfoy estava. Quem estava dentro de casa, parecia preso ao chão. A noite vinha caindo quando Ron começou a chorar. O choro baixinho foi se intensificando até que o garoto caiu de joelhos na grama. Começou a tremer e soluçar. Estava mais alto agora e puderam ouvir de longe o seu desespero. O garoto ainda não chorara de verdade desde o dia que voltara. Por várias vezes, perceberam que ele fazia muita força para se conter, mas nenhuma lágrima era derramada. Agora não, era diferente. Parecia que ele queria expelir tudo que vinha guardando até então. Ao ver o desespero do ruivo, Hermione fez menção de ir até ele, mas se conteu ao ver a expressão de Viktor. Harry percebeu e em seguida saiu correndo em direção ao amigo.


 - Vamos Ron, se levante, vamos voltar para casa – o garoto ainda chorava copiosamente. Com muito custo, Harry conseguiu convencê-lo a se levantar. Juntou as coisas do amigo e o amparou de volta para casa.


 Assim que atravessou a soleira da porta, Molly correu para abraçá-lo. Ela também chorava sem parar. Sentaram Rony no sofá e rapidamente Fleur lhe trouxe uma xícara de chá. Hermione ficou olhando para Ron, completamente em frangalhos. Seu rosto estava inchado e mais lágrimas começaram a descer. Não se importava com mais nada, queria sentar ao lado dele, abraçá-lo, fazê-lo se sentir seguro. Ron sequer olhou para ela. Ao ver o garoto ali, aninhado no colo da mãe, Hermione começou a sentir que talvez o garoto não precisasse mais dela. Que talvez ele tenha decidido se reerguer sem ela. Sentiu um nó no coração ao perceber que talvez o tivesse perdido para sempre


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 Bom, aí está. Mais uma vez, me desculpem. Prometo não demorar tanto para postar o próximo. Fiquei um pouco receoso desse capítulo ter sido um pouco exagerado. O que vocês acham hein? COMENTEM!!!


 


 


 

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