Capítulo XI



Capítulo XI

"Dizem que essa é a mágica da Lua. Não importa quantas vezes você a olhe, sempre parecerá a primeira vez."

Sirius Black Jr.
 


            A porta se abriu lentamente. Não era sua intenção fazer o menor barulho.


            _Abbafiato! – murmurou, abafando os sons do quarto, entrando, enfim, mais tranquilamente.


            Observou as camas quatro camas alinhadas paralelamente, e buscou imaginar qual era a dela. Os cortinados fechados complicavam a missão.


            “Droga... Seja o que Merlin quiser...” – suspirou, abrindo aleatoriamente uma das cortinas “Wow, Ginny. Desculpa... Ruiva errada...” Passou os dedos por outro cortinado vermelho, e dessa vez era o correto. Observou a menina que dormia, sorrindo. Dava até pena acordá-la, mas queria fazer uma surpresa.


            _Amy... – sussurrou, tocando de leve o braço da ruiva – Acorda, ruiva...


            A menina abriu os olhos lentamente, sonolenta, mas arregalou-os com o susto de ver Sirius parado no seu dormitório.


            _O que você tá fazendo aqui? – ela perguntou, num sussurro assustado, puxando as cobertas sobre o corpo.


            _Vim te chamar pra um passeio... – ele sorriu de canto.


            _Sirius! – Amy bocejou, a expressão ainda confusa de sono – Devem ser quase três da manhã!


            _Anda, Amy! – ele riu da menina, que tentava voltar a dormir – Anda logo! Vai valer a pena...


            _Tá bom... – Amy revirou os olhos, sentando na cama – Sai daqui, anda... deixa eu trocar de roupa.


            Sirius revirou os olhos e riu, apontando a porta do banheiro.


            _Meu dormitório, e você me diz onde trocar de roupa? – ela revirou os olhos vestindo um roupão e se dirigindo para o banheiro com uma muda de roupa pendurada no braço – Para de olhar, Sirius! – ela bateu com uma camiseta nos ombros do menino, que a observava de pijamas.


            _Desculpa. – ele riu, enquanto Amy fechava a porta do banheiro, para sair cinco minutos depois, já arrumada.


            _Põe um casaco, tá muito frio... – ele pegou um casaco de cima da mesinha de cabeceira da menina, e o passou em torno dos ombros de Amy.


            _E você? – ela sorriu, vendo que ele vestia somente uma camisa de mangas compridas.


            _Eu não sinto frio. – Sirius sorriu, pegando Amy pela mão e saindo do quarto.


            Os dois desceram as escadas até o Salão Comunal em silêncio. Sirius guiava Amy pelos corredores, que conhecia até dormindo.


            _Como você entrou no dormitório? – Amy inquiriu, depois que eles já não corriam risco de acordar ninguém.


            _Tenho meus métodos. – Sirius piscou para a ruiva, que riu, rolando os olhos.


            _Você me assusta, Black. – ela riu para o moreno, que a abraçou fortemente.


            _Eu tava com muita saudade de você! – ele disse, os braços firmes em torno da ruiva – Muita mesmo.


            _Eu também... – Amy riu do moreno – A gente tá mesmo sem sorte, hein? – ela sorriu, brincando com os cabelos do rapaz.


            Estava muito difícil fazer com que os dois se encontrassem como antes. Amy estava lotada de coisas pra fazer, e até Sirius havia sido obrigado a parar um pouco com suas marotices para prestar mais atenção aos estudos. Além disso, havia o fato de Amy estar namorando, que reduzia ainda mais os encontros que tinha com o amigo – que agora se resumiam àqueles na mesa do Salão Principal, ou encontros esporádicos na Sala Comunal.


            _Nem me diga, pequena... – ele sorriu tristemente – Acho que faz anos que eu não encontro tão pouco com você...


            Amy sorriu e beijou a bochecha de Sirius carinhosamente.


            _E seu cara lá? Como anda o namoro? – Sirius ainda se recusava a chamar Eric pelo nome, e a relação entre os dois garotos era a mais fria possível.


            _Bem. – Amy respondeu de forma curta. Não queria entrar naquele assunto.


            _Ele ainda anda reclamando sobre nós?


            _Um pouco. – Amy sorriu de canto, lembrando-se de todas as implicância de Eric sobre ela andar com Sirius. Mas agora que mal encontrava com o menino, as coisas estavam relativamente melhores – Eu falei com ele que nada muda o que nós temos, Six. – ela sorriu para o garoto, que estava um pouco incomodado – Não, ele não gostou. – dessa vez Sirius riu – Mas não pôde fazer nada. Ele sabe disso.


            _Acho bom. – Sirius riu, puxando Amy pela mão – Vamos logo ou acaba-se a surpresa.


            _Aonde vamos, Mr. Black? – ela perguntou, aliviada pela reação de Sirius ao assunto “Eric”. Sabia, entretanto, que Sirius só estava assim, porque ela havia mesmo dito ao namorado que nada faria com que Sirius e Amy mudassem o que tinham. Apesar de a droga do calendário de provas não estar ajudando muito.


            _Torre de Astronomia. – ele sorriu, lembrando-se da surpresa que tinha pra ela.


            Os dois andaram furtivamente até a Torre. Sirius parava a cada menor ruído, e continha Amy com uma das mãos, até saber se era ou não arriscado continuar. Em pouco tempo estavam subindo a escada espiral que os levou até o ponto mais alto do castelo, de onde se via todo o perímetro da Escola.


            _Wow. – Amy murmurou, apertando o casaco nos braços – Está mesmo frio...


            Sirius sentou-se no murinho da Torre, que era bastante largo, sem riscos de cair, e fez com que a menina se sentasse ao lado dele. O moreno estreitou os braços em torno dos dela.


            _Melhor? – perguntou, enquanto Amy deitava nos ombros dele.


            _Uhum. – ela murmurou, olhando para o céu, deslumbrada.


            _Trouxe pra gente. – ele sorriu, passando vários sapos de chocolate para a garota, que sorriu abertamente – Seus preferidos.


            _Brigada, Six! – ela riu, mordendo o chocolate.


            _De nada, ruiva. – ele sorriu ao ver a amiga se deliciando – Daqui a pouco começa... – ele sorriu, olhando para o céu atentamente.


            _Começa o que? – Amy inquiriu, curiosa – Achei que a surpresa fosse essa! – os olhos verdes brilhavam.


            _Não... Ainda não. – ele riu de canto, olhando para o céu.


            Passaram algum tempo apenas rindo de exclamações e observações bobas.


            _Você está com medo, Sirius? – Amy perguntou depois de um curto silêncio.


            _Medo de quê? – ele franziu o cenho.


            _Do Torneio. Falta menos de uma semana pra primeira tarefa... – ela disse num sussurro. Às vezes era difícil admitir até para si mesma que estava mesmo chegando.


            _Medo não, Amy. – ele respondeu sinceramente – Estou ansioso. – ele beijou a testa da garota – E você também não deve ficar com medo por mim.


            _Ok. – ela sorriu, condescendente – Não vamos falar disso, porque eu não quero ter náuseas agora... – ela riu junto ao garoto.


            _Melhor mesmo... – ele sorriu abertamente – Vai começar. – focou o céu com intensidade, e Amy seguiu seu olhar.


            A Lua Cheia estava tão estonteantemente bela, que Amy perdeu um longo tempo observando-a com um sorriso no rosto.


            _Sabe... – Sirius disse, sua voz mansa ecoando nos ouvidos da menina mesmo que ela não o olhasse – Dizem que essa é a mágica da Lua. Não importa quantas vezes você a olhe, sempre parecerá a primeira vez.


            Amy sorriu, e encarou os olhos de Sirius que pareciam ainda mais azuis naquela noite.


            _Olhe... – ele sorriu, apontando para o céu.


            Aos poucos, a Lua começou a ser encoberta por uma sombra.


            _Estive com Firenze essa semana. – Sirius dizia, enquanto os dois observavam maravilhados, aos movimentos daquele céu estrelado – Ele disse que essa noite é noite de eclipse total. Acontece somente de muitos em muitos anos... – conforme as palavras saíam da boca dele, a Lua era mais e mais encoberta, até que, minutos depois estava tudo escuro.


            _Você não existe, sabia? – Amy sorriu abertamente, mesmo que Sirius não pudesse vê-la por completo.


            _Eu? – ele riu de canto – Você, ruiva.


            _Brigada, Six... – ela deitou nos ombros dele novamente, enquanto o moreno passava os braços pela cintura dele – Valeu muito a pena.


            Os dois ficaram ali até que a Lua finalmente fosse descoberta e voltasse a derramar sua luz prateada sobre eles. Saíram do muro onde estavam e se sentaram no chão, onde continuaram a conversar e a rir, como não faziam há algum tempo. Acabaram comendo todos os sapos de chocolate de Sirius, e, antes que percebessem, haviam adormecido.


            Sirius abriu os olhos com a claridade batendo incomodamente nos seus olhos.


            _Que droga é essa? – ele olhou ao redor de onde estavam, sentindo as costas doendo por ter passado a noite encostado na pedra com um peso apoiado no ombro esquerdo – Amy... – sussurrou, percebendo que a menina estava profundamente adormecida em cima dele – Hey, ruiva... – deslizou um dos dedos pelo rosto da menina, que abriu os olhos, assustada.


            _Six! O que a gente ainda tá fazendo aqui? – ela olhou em volta, levantando-se sonolenta.


            _Vamos, a gente tem que ir antes que alguém chegue... – ele sorriu, levantando-se.


            _Louco... – Amy riu, enquanto Sirius a abraçava, rindo.


            _O que vocês dois estão fazendo aqui? – a voz surgiu, cortando os sorrisos no mesmo instante – Amy? Sirius? – a professora de Astronomia observou as expressões de sono dos dois e pareceu confusa e desconfiada.


            _Professora, eu posso explicar... – Sirius tentou argumentar, mas foi interrompido pela mão erguida da senhora.


            _Sinto muito... – ela desviou os olhos para os resquícios de embalagens de chocolate que ainda estavam no chão, e que não tinham razão para estar ali antes das 7h da manhã – Vou precisar aplicar uma detenção nos dois... Vamos para a Sala da Professora McGonagall. – ela abriu a porta para que os dois passassem antes.


            _Sirius... – o olhar de Amy era assustado.


            _Relaxa... – ele suspirou pesado. Não adiantava nada agora...


            _Professora McGonagall? – Aurora Sinistra bateu à porta da diretora da Grifinória.


            _Sim, Sinistra. – ela disse à outra.


            _Preciso conversar com você. Sobre dois alunos da sua Casa.


            _Potter e Black? – McGonagall rolou os olhos, conformada – Mande-os entrar.


            Sinistra dez sinal para que os dois entrassem.


            _Senhorita Potter? – os olhos da professora de Transfiguração se arregalaram de espanto. Amy não costumava se meter em encrencas. Não como o irmão, pelo menos.


            _Olá, professora. – ela sorriu amarelo, apertando a manga da camisa de Sirius.


            _O que aconteceu, Sinistra? – os olhos de Minerva não saiam dos dois por nem um segundo.


            _Subi à Torre de Astronomia hoje de manhã cedo, e os dois estavam se preparando para sair de lá... – ela disse, encarando os dois da mesma forma.


            _O que? Por Merlin! – McGonagall arregalou os olhos, inquieta – Senhorita Potter, não esperava isso de você...


            _Não... – Sirius interrompeu, colocando Amy um pouco para trás de seu corpo sutilmente – Não é nada disso. – ele disse – Nós fomos pra lá por causa do eclipse, ontem à noite. – explicou – E acabamos dormindo. Eu convenci Amy... Ela nem queria ir...


            _Senhor Black... Espero que realmente tenha sido isso. – o olhar era severo – Mas, de qualquer maneira, os dois estavam fora da cama de madrugada. Detenção aos dois. Uma semana com Sr. Filch, limpando a Sala de Troféus. Podem ir. – finalizou, indicando a porta – Vocês ainda têm aulas hoje.


            _Amy... – Sirius disse depois que eles desceram as escadas indo de volta ao Salão Comunal, prontos para responder a um rosário de perguntas – Desculpa... – ele segurou a menina pela nuca e beijou a testa dela.


            _Sem problemas, Six. – ela riu de canto – Eu não me arrependo. – ela sorriu abertamente para o menino.


            _Não se arrepende de que, Amy, posso saber? – ela escutou a voz fria que fez seu sangue congelar.


            _Eric. – sua voz não passou de um sussurro. Ainda não tinha pensado em como contar sobre aquilo tudo ao namorado ainda – Eric, calma... Eu vou te explicar tudo.


            _Hey, cara... – Sirius buscou falar com o menino, por menos que gostasse dele, precisava ajudar Amy.


            _Eu não estou falando com você, Black! – o loiro se exaltou, dando dois passos à frente – Amy, o que vocês estão fazendo juntos a essa hora da manhã? E não venha me dizer que estava indo para a aula com essa roupa... – ele apontou para a falta de uniforme da menina.


            _Eric... – Amy tomou fôlego. Não podia contar a verdade... Ele não entenderia – Sirius e eu não nos encontrávamos há muito tempo. Nós saímos hoje mais cedo da aula para andarmos, só. Mas fomos pegos no jardim e tomamos detenção. É isso...


            Ele a encarou, descrente.


            _Claro... – Eric rolou os olhos.


            _É verdade! – Sirius interveio.


            _Cale a boca, Black! – Eric virou-se para a menino, morrendo de raiva. Sirius deu alguns passos para a frente, assim como o loiro.


            _Parem, os dois! – Amy pediu, afastando-os com a mão – Eric! Sirius! Eu resolvo aqui...


            Sirius se afastou um pouco, massageando as têmporas. Ele se encostou à parede, talvez fosse melhor deixar mesmo que os dois se resolvessem.


            _Amy... – os olhos azuis de Eric passearam pelo rosto da menina, alguma sombra de indecisão ainda restando – Não dá mais pra mim... – ele parecia triste.


            _O que você quer dizer? – Amy disse com um fio de voz. Não podia ser mesmo aquilo...


            _Eu não vou ficar no meio de vocês... Já deu. – ele riu, nervoso, e se virou pra ir – Acabou.


            _Eric, você tem certeza do que tá fazendo? – Amy sentiu uma lágrima riscar seu rosto, enquanto ela mordia o lábio inferior, contendo o choro.


            _Eu gosto muito de você ruiva. – ele olhou para ela com carinho, por mais incrível que possa parecer – A gente só não se gosta na mesma proporção.


            O garoto continuou a andar, enquanto Amy o encarava, surpresa e triste.


            _Hey... Você tá bem? – Sirius tocou o ombro da menina levemente.


            Amy olhou nos olhos dele e encontrou ali aquele Six de antes, que sempre fora seu porto-seguro. Ela encostou a cabeça no peito do moreno e deixou que as lágrimas caíssem.


            _Vai ficar tudo bem... – ele sussurrou – Shh... Vai ficar tudo bem, meu anjo...
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N.A: Que medinhooo! :O Será que vcs vão gostar?
Eu gostei bastante desse... :D Six and Amy! *---*
Esperando MUITO ansiosamente pelos comments! :S
Beeijos, galeeeereee! :) 

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